sexta-feira, 31 de julho de 2009

O Fim do Mundo na Mente dos Jeovás


Li em rodapé enquanto acompanhava as notícias à hora do almoço, que os Jeovás iriam estudar o fim do mundo, mais coisa menos coisa.
Mas que fim do mundo!
Era eu pequenote sempre a correr para o largo de encontro ao meu futebol, quando descobria uma brecha na minha mãe e era sempre quando ela se cruzava com alguma vizinha e aí eu sabia que elas iriam cabaneirar até ao começo do almoço. Então fugia como o diabo foge da cruz e lá aparecia para me juntar aos restantes colegas nas disputas diárias de partidas renhidinhas, com um gosto especial em vencer os da rua mais acima.
E já via as designadas testemunhas de Jeová a abeirar-se do meu bairro na esperança de cativar alguma ovelha, que pudesse andar tresmalhada e descobrisse o novo rebanho junto dos Jeovás, que numa de andar aos pares, lá iam levando a água ao moinho deles e verdade se diga conseguiam os seus intentos e lá aparecia alguém conhecido de pasta na mão, bem vestido e asseado, pronto para converter mais uma ovelha.
O que acontece é que já nessa altura, os Jeovás falavam no fim do mundo que estava próximo, em virtude de todo o mal que o homem fazia ao seu semelhante.
Eles, hoje passados já uns largos anos continuam a defender a sua tese de que o fim do mundo é uma realidade, só falta saber a hora exacta a que esse enorme cataclismo irá se iniciar.
Ainda recentemente num leve toque da campainha indo eu abrir de avental, qual cozinheiro a preparar o jantar da família, pensando ser os chatos do costume a acicatar-me com as promoções dos canais por cabo. Quando dou de caras com duas senhoras de revistinhas na mão e prontas a dar-me um sermão.
E lá levei com o fim do mundo próximo, que custará a vida a todos nós e também à delas, mas como me disseram é o sacrifício que estão prontas a dar em virtude do mal que o homem faz ao seu semelhante. Lá estavam as senhoras bem-educadas e de tom harmonioso naquela voz bem ensaiada numa causa que defendem com unhas e dentes.
Mas que fim do mundo minhas senhoras! Lancei eu para me ver livre delas, senão lá ia o jantar pró caneco.
E mais uma vez as ditosas senhoras contrapuseram com a Bíblia bem aberta e lendo certas passagens tentavam convencer-me, de que realmente o fim iria chegar como a Bíblia muito bem anunciava.
Então fazendo uso da minha astúcia e levando o caso para a gracejo disse-lhes: como pode acabar o mundo e todos nós desaparecermos se o homem está esperançado em o alargar povoando Marte, muito antes de o mundo acabar como vocês assim o profetizam e estendendo este mundo e os humanos de encontro às portas do universo.
Minha senhora daqui a cem anos irá ter descendentes a pensar ir viver para outro planeta e este mundo que vocês alimentam a vontade de acabar. Será o refugo dos desterrados, os assassinos dos infelizes, os chulos dos desprotegidos da Sociedade, que hoje já invadem a nossa privacidade e a vida que sensatamente escolhemos.
Acredite meu senhor e lá levei com a bíblia bem aberta perto do meu rosto, ouvindo mais uma passagem. Olhe, olhe! Veja aqui o que diz São Paulo…………… É fácil de descobrir que não á saída para o mal que se estende pelo mundo fora e que levará ao seu fim! Não somos nós que o dizemos. É a sagrada escritura através da Bíblia, o livro sagrado que está traduzido em todas as línguas.
Vocês acreditam no fim do mundo! Eu infelizmente sou obrigado a acreditar que o jantar da família já se foi! Era notório o cheiro vindo da cozinha que já esturrava o franguito caseiro pronto a dar um arroz de cabidela de trazer água na boca.
No meio de mil desculpas e com o embaraço estampado naqueles rostos que acreditam no fim de tudo. Deixaram-me finalmente.
Não soube quando seria o fim deste mundo, mas soube que o jantar teve o seu fim ainda mal tinha começado!
O frango foi-se! O tacho ficou negro! A cozinha cheirava a esturro!
E eu se não andasse das pernas e arranjasse rapidamente uma solução para o jantar, iria ouvir das boas e de certeza o meu mundo por algumas horas iria ficar um pouco sombrio!

A Praia da Pulseira da Sorte



Caminhava naquela extensão de areia, sem ninguém com quem cruzar. Só via areias brancas e fofas, conchas, pedras e dunas à minha frente. Metros e metros numa distancia sem fim, mas calcorreada ora húmida para deixar a marca da pegada. Ora seca e quente mas tão fina que massajava os pés e nuns chutos de bola invisível a jogava céu dentro para me cair pela cabeça a baixo num banho de areia, até o cansaço me despertar para o direita volver.
A paz que me envolvia só era quebrada pelo bater das ondas um pouco ao longe vindo cobrir os meus pés, como me chamando para sentir a frescura da sua água que bem longe da minha terra, a sua temperatura convidava-me a lá permanecer tempo infinito tamanha era a sede de mar. Porque ainda bebé já gatinhava nas pocinhas que o mar deixava ao recuar na baixa maré, num mês de praia que todos os anos a família fazia questão de o transformar nas férias merecidas depois de um ano de consumições e algumas desilusões.
De quando em vez encontrava um amontoado de mesas resguardadas do sol pelos choupos de palha. Não mais de uma dúzia, com um barzito característico decorado com pinturas de graffiti, onde se eleva o surfista conquistador que pede boleia às ondas para planar no seu dorso enquanto elas não rebentam e vão beijar a areia num enlace que ninguém sabe o que lhe diz.
Aí era o descanso do guerreiro e o matar a sede num coco tão fresco que entrava directo, garganta abaixo. Ouvia-se casais jovens estrangeiros, num ardor de núpcias, onde a paixão não era contida e dava azo a que turistas como eu, num Brasil imenso de calor que inchava as hormonas assassinas tipo piranhas prontas a devorar o corpo que não nos pertencia, mas que ali bem perto era já lambido meio tapado, meio aberto para olhos esfomeados de…… toca a correr para a água! Refresca a mente e acalma a ferramenta!
Depois de já não distinguirmos (éramos três cunhados) o local do nosso poiso já que a curva da imensa praia já escondia o ponto de partida, resolvi regressar.
E a cada cem metros de caminhada e dez minutos de mergulhada, lá encurtávamos a empreitada.
Deslumbramos bem ao longe um ser. Carregava as famosas camas de rede feitas á mão, por aquelas mãos calejadas e amolgadas, onde a pele se comprimia com o osso e tornava os dedos tão magros e tão secos.
Compramos uma sem regatear. A pobreza estampada naquele rosto não exigia regateio e lá foi o carregador de camas de rede na busca de alguém que por aquelas bandas andasse a gozar as suas férias.
Já cansados, mas cada vez mais maravilhados com aquele mar tão morno, que obrigava a permanecer com a água até ao pescoço, ouvimos um chamamento a cinquenta metros de nós, bem metidos mar dentro.
Era a indígena a gritar, carregada de lantejoulas e outras coisas mais!
Saímos da água ainda confusos, com tamanhos gritos. Os turistas eram escassos naquela praia (nesse momento éramos só nós) e a jovem tinha que aproveitar a ocasião e tudo o que viesse á rede era peixe. E nós caímos!
Parecia uma criança, dava-lhe quinze anos, mas ela tinha vinte e dois. Não era bela que adoçasse o apetite. Mas tinha bunda de levar um homem ao céu.
Mas não era para aí que estávamos virados, nem ela assim desejava.
No meio de tanta quinquilharia, escolhi uma pulseira. Pensei que era a melhor maneira de simbolizar este dia e a praia que de certeza não mais veria.
Regateie a pulseira mas em vão, paguei o que estipulou e fiquei encantado com aquele tom de indígena. Ela disse que me ia dar sorte e eu pensei que era sol de pouca dura.
Hoje ainda faz parte dos meus adereços diários. E a sorte felizmente vai comigo para todo o lado!

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Os Bloguistas Encolheram-se Perante Sócrates



Confesso que ao ver os vídeos das perguntas apresentadas a Sócrates, fiquei desiludido, embora não me vá armar aqui em convencido. Já que não é fácil e para mais numa situação virgem, enfrentar um secretário-geral do Partido Socialista e ao mesmo tempo o PM, cá do País.
Tinha curiosidade em conhecer o rosto da grande maioria dos bloguistas. Já que seguindo regularmente os seus blogues e tudo o que lá era estampado, principalmente sobre a pessoa Sócrates, aguardava as suas intervenções com curiosidade acrescida.
E comecei a seleccionar os vídeos, começando pelos que atraiam mais a atenção, num frente a frente Direita/Sócrates, pensava eu, iria prometer.
E claro a montanha pariu um rato!
Desde os centristas, aos sociais-democratas, não restou outra alternativa do que lançar meia dúzia de perguntas de frases feitas, sem a substancia essencial para obrigar Sócrates reflectir e aceitar que nem tudo foram rosas nos anos que já leva de governação e quem sabe dar um pouco a mão à palmatória para ir de encontro ao que eu (e os demais) esperavam da parte dos bloguistas não Socialistas.
Reparei no bloguista João, o mais activo dos não alinhados a Sócrates. Levou um encontro meramente fortuito, embora significativo como se estivesse a assumir o papel de deputado interpelando o PM, na Assembleia da Republica. O homem está com ganas de lá chegar! O estilo e os tiques já denotam parecenças com os seguidores de Portas, mas perdeu-se num mar de observações repetitivas que no final foram dar ao mesmo. Ou seja, bastava simplificar o que falou muito talvez mostrando veia para carreira política. Que pouco disse, porque a tecla batia no mesmo e todos nós percebíamos onde queria chegar. Levou de frosque de Sócrates, onde a experiencia falou mais alto.
Houve o Tiago (confesso que esperava mais, o homem tem bitaites para a toda a hora escarrapachar nos seus blogues) apresentou um amontoado de números, que acabou enrodilhado neles. Pensando confundir Sócrates para o levar a entrar na já famosa avaliação que ninguém percebeu a quem era destinada. Os números eram contraditórios de parte a parte. E chegou a desesperar os restantes convidados, que me deu a perceber, controlaram-se alguns a muito custo.
Mas lá seguiu o próximo, que não ganhou nada com o enredo Tiago/Sócrates, o nervosismo pairou no ar.
Os restantes limitaram-se a não serem comidos pelo Sócrates, a cada pergunta mais confiante se sentia e perderam uma grande oportunidade de saírem de um frente a frente único e talvez sem repetição. De levar para o seio dos seus já ene de seguidores o apelativo titulo de “as verdades são para serem ditas”.
Os seguidores socialistas jogavam em casa e como tal estiveram à altura de seguirem o cerne deste encontro. Que agradou a gregos e a troianos pela parte Socialista.
Um último aspecto, para o cenário do encontro. Simples, parecia as tascas cá do Norte, onde se ainda bebe umas boas malguitas de tinto verde. Com as mesas, umas mais altas que outras, tapadas com as toalhas características, onde os computadores deviam dar lugar a uns salgadinhos, para aliviar a tensão dos bloguistas perante a figura que interpelavam.
Mas para quem acompanha e vive isto da blogosfera. Mais para os que foram convidados, a experiencia foi marcante. Não é todos os dias que se está cara a cara com o PM. E todos esperamos que os papeis se invertam e quem jogou no lado que apoia, possa jogar no lado que não defende.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Sócrates e os Bloguistas


Sócrates juntou-se a vinte bloguistas para responder às perguntas já estudadas por eles próprios e que se enquadravam nos temas que fazem parte da agitação social e que José Sócrates tinha as respostas na ponta da língua!
É uma atitude e como tal de louvar, esta de juntar frente a frente o PM e alguns bloguistas, para cara a cara dizer da sua justiça.
Se fizeram as perguntas mais adequadas ao momento difícil que atravessamos é de facto uma verdade, olhando para o que o meu amigo Carlos Santos no “o Valor das Ideias” relata.
Se fizeram as perguntas às quais José Sócrates queria evitar não me parece que assim fosse. Sócrates tem resposta para qualquer tipo de pergunta.
Segundo rezam as crónicas dos com amor à camisola e não só que já vasculhei e encontrei. Sócrates portou-se à altura nesta faceta de lidar com os bloguistas.
Porque Sócrates é o único! Com as suas falhas, mas perante uma oposição que quer reclamar um trono sem rei e súbditos à altura, essas falhas serão de certeza revistas e aprenderá com os erros como em tudo na vida e vai-se apresentar novamente de corpo e alma às próximas batalhas, cheias de espinhos devido aos dramas Sociais que uma crise mundial agravou drasticamente, para dizer presente e tudo fazer na procura da esperança que todos nós ainda temos no Partido Socialista e em Sócrates.
Mas era de bom grado lançar-lhe perguntas para obter as respostas que os milhões de anónimos cidadãos e muitíssimos deles com indecisões na procura de certezas em quem votar de se saber pela sua boca como:
Até onde ponto pode ir Portugal na sustentação desta crise, que poderá levar ainda mais tempo que as previsões!
Como descobrirá o PM, as tão necessárias soluções como de pão para a boca (que é mesmo do que se trata) o travar o desemprego e a premente busca de o encontrar, antes que o País entre numa catástrofe social de desempregados á solta, esfomeados e desiludidos arrastando-se pelas calçadas como animais sem rumo.
Hoje só assisto a preocupações pelo falhanço da transmissão em directo da conferência dos bloguistas com o PM. Para mim isso é o menos!
Falhas, infelizmente acontecem! Para gozo dos calças na mão que andam atrás de um cinto para as segurar e esconder o que vai lá dentro!
Ficou o registo da iniciativa e com ela a possibilidade de se repetir, mas sem falhanços para os detractores poderem, ao menos clarificar-nos com a possibilidade de descobrirmos as soluções que eles tanto dizem que por cá não existe meio de se encontrar e na casa deles ainda não verificarmos as alternativas.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Quem é Joana Amaral Dias



É uma jovem saída do quase nada, para a ribalta política, que enche os jornais televisivos nas trocas e baldrocas entre Sócrates e Louça.

É a jovem que ao apoiar Mário Soares numas eleições Presidenciais, indo contra as directrizes do seu partido o Bloco de Esquerda, ficou na lista negra do mesmo levando à sua expulsão sem apelo, nem nada que lhe valesse.

É a jovem que deu com a boca no trombone ao lançar, para quem quis apanhar e foram logo os jornalistas do costume e os bloguistas ansiosos, a bomba ainda a ricochetear no trajecto previamente programado de confessar que José Sócrates a convidou para integrar as listas Socialistas e logo com lugar assegurado.

É a jovem que está a levar José Sócrates aos píncaros da irritabilidade, já que tem o Francisco Louça a afirmar que ele está a mentir, quando o mesmo Sócrates jura a pés juntos que nada se passou com esta mesma Joana Amaral Dias, que segundo ele já não se cruzava com ela há mais de um ano.

É a jovem que deu inicio ao agitar de um Verão quente, incendiando a delicada área protegida onde se movimenta José Sócrates atiçando uma pré campanha, ainda refastelada nas férias de Verão a que todos têm direito.

É a jovem que atirou a primeira pedra, acertando na frágil redoma de vidro que abriga o quartel-general do PS, obrigando o general vir a terreiro de dedo em riste gritando alto e em bom som que o convite que essa jovem que até o merecia, visto o que passou ao apoiar a maior figura cá do burgo Socialista não passou de um sonho criado por ela própria, autentica Joana d’Arc, fruto talvez de uma inexperiência politica que só os anos amadurece.

É a jovem que ao atirar a pedra, tratou logo de se refugiar no sótão de sua casa com os principais contactos desligados, esperando no que vai dar toda a bronca propositada ou não, que ajudou a virar autentico caso, para já, sem fim à vista.

É a jovem que valha a verdade obrigou a que a comunicação social praticamente se esquecesse do folclórico Alberto João no já famoso Chão da Lagoa, deixando para segundo plano o seu bailarico de politiqueiro regional, aliviando assim um pouco as costas dos ministros por ele longamente visados.

É a jovem que vai continuar a ser jovem e quem sabe depois assentar toda a poeira que está no ar e que vai entupindo o nariz de Sócrates e Louça. Voltará como a heroína num regresso às origens porque o, volta que estás perdoada também acontece quando o partido que expulsa retire dividendos com a excluída. Pode levar o seu tempo mas só a Joana caberá a última palavra.

domingo, 26 de julho de 2009

A Revolta De Quem já Acreditou


Sentei-me na esplanada ainda a manhã ia a meio e pedindo um café à menina já toda fresca de ombros descobertos e sorriso gracioso libertando um perfume, que deixou o ar que me rodeava durante uns segundos a cheirar a mulher de fácil contacto. Reparo no Jornal de Noticias, o único que enche os espaços onde se pode tomar algo aqui no Norte.
Estava mesmo em minha frente e de costas para mim. Ou seja com a última pagina bem estampada para o meu rosto e claro foi logo aí que comecei a dar uma vista de olhos.
A página estava pintada com a entrevista a uma actriz de teatro Guida Maria. E bem no centro trazia a sua foto. Logo que comecei a ler a resposta dela à primeira pergunta, fiquei convencido de a ler até ao fim, com a certeza de saber que iria aparecer respostas que gostamos de ler, independentemente de serem tão sinceras como ela possa as pintar. Mas acabei por ficar com a sensação de realmente reflectirem a mulher que é e acabei por alojar na retina três respostas que evidenciou.
Foi uma mulher que já teve uma vida florida. Ainda no tempo do homem que nos amordaçou da liberdade durante quarenta anos e que nessa época esta mulher vencia e retirava daí os louros de uma actividade que entusiasmava a geração que enchia o nosso país. Hoje, a geração que vai comandar os nossos destinos quando já andarmos a gatinhar para a cova, segundo ela vai “ao teatro mesmo a pagar com o telemóvel pousado” onde dantes eu pousava uma mão de encontro ao peito da companhia que me calhou em sorte. “e só tem olhos para o telemóvel, não ligando patavina para o que se está a passar no palco, mesmo a pagar o bilhete" sublinha ela!
A uma pergunta que é feita a todos os entrevistados, menos aos jogadores de futebol, sobre política e a actual governação atira de uma forma a não deixar duvidas: “Os políticos são sempre os mesmos! Só as moscas é que mudam. Mas mudam só, de uns para os outros.” Acho que quase todos nós no essencial desta afirmação concordamos!
É urgente uma nova geração de políticos! Políticos na sua natureza pura! Cem por cento profissionais. Mais virados para os cidadãos e com isso mais cientes dos seus problemas, que no fundo serão os problemas Sociais que uma sociedade dos nossos dias, deixa a nu.
E por ultimo a perda de liberdade a que ela faz referência ao dizer que “só é livre dentro da minha casa e….!” Por um lado ainda bem, já que milhões levarão meia vida a pagar as suas casas e como tal com esta crise onde muitos desses milhões andam a bater às portas dos bancos quase de joelhos com os bebés sentados nas beiras das secretárias onde derramam as lágrimas para convencerem os gerentes, também eles de pés atados sem saberem bem como lidarem com a situação e acabando por empurrar os casais para o prolongamento dos prazos, como única solução possível.
Mas não era aí que a Guida Maria queria chegar e lá terá a sua razão! Nos dias de hoje estamos a ser vigiados e nem nos passa pela cabeça de onde possa vir o tão misterioso espião! Desde que não seja um ladrão ao virar da esquina, que nos leve o pouco que ainda possuímos e nos deixe de calças na mão (quando nos deixa), já é um alivio.
Esquecendo já a vida da Guida Maria, entrei na minha e lá fui ao Porto para ir buscar os restos da tralha que ainda andava por lá espalhada, para uma desinfecção a toda a prova, num apartamento que enche o bolso do senhorio e que o jovem ainda pensa que o homem é bondoso só porque espera meia dúzia de dias pelo aluguer.
Pensava ir numa perna e regressar na outra. Quando enfrento uma fila de alguns quilómetros na A28, tudo porque na cidade poveira se iria realizar uma corrida de toiros e como o bom povo nortenho só tem touradas uma vez por ano lá entupiu todos os acessos à Póvoa do Varzim e como tal gramei quase uma hora de para arranca, onde milhares deles, de touros, só podiam ver algumas vacas que pastavam nos terrenos bem perto da entrada da cidade, porque os da praça que já nessa altura levavam bem forte com os ferros que desesperam os defensores dos animais, só em visões e elas já eram muitas já que o sol reluzia bem forte e aquecia a paciência a quem infelizmente caiu na longa fila, porque eu depois segui o meu caminho mas muitos entupiam a desgraçada entrada para a Póvoa e iriam lá permanecer mais e mais tempo, para mal dos seus pecados.

sábado, 25 de julho de 2009

Serei Simplex, Jamais Nunca




AÍ temos os blogues gladiadores!
Autêntico frenesim na blogosfera que calcorreamos diáriamente.
São mais de trinta bocas a arfar argumentos de parte a parte numa de ora agora escreves tu ora agora escrevo eu. E não dão descanso a qualquer pausa para quem que está do outro lado da barricada, tenha tempo para se aperceber o que realmente cada texto quererá dizer. E mais interessante onde quererá chegar. Já que eles surgem em catadupla, numa de aposta a ver quem tem mais visitantes. E quem tem tempo de antena (escrita).
Isto de blogar em defesa de partidos tem muito que se lhe diga.
A agua que trás no bico é de encher a curiosidade de qualquer um.
Escolhidos a dedo, começaram meia dúzia e hoje ainda só se passaram três dias já a lista vai gorda. Reconheço na maioria deles arcaboiço para ombrear com tamanho desafio.
E não é para menos, levam vergastadas de todos os lados, principalmente dos conhecidos blogues que são autênticos oposicionistas, tanto de um como de outro e não raras vezes dos dois. Mas como quem corre por gosto não cansa à que pegar o touro pelos cornos e devolver a vergastada enquanto ela ainda está quente.
Claro que muitos são já das respectivas famílias dos partidos e quem sabe, alguns deles irão retirar benefícios num futuro não muito distante, tudo dependendo do resultado das eleições e poderá acontecer vemo-los entrincheirados nas várias acções de cada partido.
Mas é excitante para quem está de fora e um simples curioso como eu, verificar a capacidade de alguns deles já com renome no jornalismo cá do burgo e não só. A perspicácia com que elaboram os seus textos. As fontes que possuem em conhecimentos amadurecidos nos largos anos que levam de luta diária. E na constante pesquisa autênticas sanguessugas, para conseguirem o enquadramento das imagens com o texto, verdadeiros quadros líricos com legendas a apadrinhar.
A disputa promete!
A correria não terá moleza.
O fôlego não poderá ser perdido por dá cá aquela palha.
Parar só mesmo na meta das eleições. Porque o objectivo de cada um é dar a tal força que o partido precisa para vencer a 27 de Setembro.
O Simplex levará a melhor, tanto na equipa que possui, como na força que brota em todos eles, porque cada um deles vale por dois no lado oposto. E no final sobrará sempre alguns para elevar em ombros os restantes que são mais franzinos e menos capazes em elevar os pesadinhos, que do chão se sentem mais seguros.
Jamais serei apoiante de um partido sem alternativas e sem pessoas capazes de nos guiar ao encontro da estabilidade e da segurança. Por isso prefiro apoiar quem apoiei na última grande vitória e como diz o velho conhecido do “Restelo”. Sou do Partido Socialista desde pequenino!
E sou mesmo!

quarta-feira, 22 de julho de 2009

A chuva vai Inundar os Caminhos já Ressequidos



Chove à mais de uma hora a um ritmo que não deixa meter o pé fora de portas.
Estamos em pleno Verão e a chuva brinda-nos com uma força a ter em conta.
O filhote foi para a praia, mas de certeza que não irá por os pés na areia! Já que pelo caminho que o separa da praia sentirá a força da chuva a bater nas janelas do autocarro e o deixará com toda a certeza desanimado e triste.
Uma chuva que pode ser abençoada!
Rega os campos dos agricultores que possuem as suas hortinhas que nesta fase alivia as consciências que tanto pesam por nada ter nos bolsos já rotos de tanto enfiar a mão na busca do pequeno milagre mas que só aparece os dedos a tocar na perna fria.
Mas também vai regar os grandes campos dos donos das boas herdades que darão erva fresca ao sustento dos seus investimentos tanto para alimentar o povo cada vez mais faminto, como também para criar os animais que nesta época de Verão animam as dezenas e dezenas de praças para alegria do povo.
Acalmam os incêndios já activos de Norte a Sul do País, dando descanso aos bombeiros, evitando despesas com os meios de combate e pondo mais enervados os incendiários que já se escondiam bem dentro das matas para a qualquer momento lançar a devastação em forma de enormes bolas de fogo que reduzem a cinza o pulmão que nos dá o oxigénio cada vez mais raro.
Limpa os rios e os canais de detritos industriais e não só. Já que os rios continuam a ser o deposito do entulho humano, que a muitos deles é o esconderijo da cobardia e da ganância que os liberta de pesos da consciência, mas que tempos mais tarde, regressam como a prova do crime sem contemplações.
Afugenta as poeiras que baloiçam na atmosfera e com isso limpa o ar, renovando-o para respirarmos melhor e quem sabe transporta o vírus pela velocidade da agua que vai desaguar nos confins do oceano. Que tantos sustos tem dado, numa Sociedade mundial a pensar usar a mascara como acessório diário para se proteger do vizinho do lado que num acesso de tosse, pode dar boleia ao vírus a arranjar lar noutro estremo da localidade.
E a chuva continua a cair certa, certinha, sem aberturas de anunciar o seu fim.
Os ninhos dos beirais das casas são destruídos pela força da chuva indo desaguar nas possas de água, que a água dos caleiros fez aparecer.
Vão-se os ninhos e as pobres crias sem defesas para se salvar do autêntico mar de água que lhes invadiu o lar sem apelo nem agrado.
A manha aproxima-se do fim e a chuva quer acompanhar o resto do dia. Criando um desconforto, que se junta ao desânimo que o País nos traz. Sem aberturas para alegrar os Portugueses em soluções para ultrapassarmos as barreiras que impedem de destravar a recessão rumo à caminhada final, que já sabemos longa e aos solavancos, mas a caminho, a caminho.
Entretanto as noticias hora a hora, reflectem o porquê disto tudo!
Eles continuam a ser chamados para serem ouvidos em audiência, porque a cada passo, vão-se descobrindo, o pantanal de negócios com contrapartidas de fazer ver um cego, que os arguidos hoje já conhecidos andavam metidos.
Eles são meia dúzia, mas todos sabemos que mais uma dezena de meia dúzia, estão a coberto de muitos interesses e assim sendo. Vão-se safando da condenação pública e vão dando bitaites ávidos pelos holofotes da projecção numa de conselheiros sociais.
Entretanto já todos se lamentam desta chuva. Veio abençoada, mas já está a causar muitos danos e é hora de parar e resguardar-se para voltar no início da próxima semana.

terça-feira, 21 de julho de 2009

O Simplex Nasceu Para Dar Continuidade


Nasceu por um punhado de homens e mulheres que acreditam na continuidade como a única via para superarmos este flagelo imputado aos mais ricos que sufocaram os menos ricos como nós simples portugueses, mas de peito aberto para levar o PS, rumo à vitoria nas próximas eleições que estão já ao virar da esquina.
Esse emaranhado de pessoas que abraçam o Simplex, oriundas dos quatro cantos de um país pequeno e como tal prontas para a qualquer momento estar ao lado do PS e ao lado de quem acredita na continuidade como o único caminho para enfrentar estes enormes desafios.
O Simplex também nasceu para que a família Socialista se una e mostre toda a força que dela brota e como são milhões. Vão-se chegando, vão-se chegando para num enorme círculo de união, levantar as mãos em direcção à vitória.
O Simplex pecou pela sua aparição tardia. Mas como diz o ditado, os últimos serão os primeiros. E os primeiros hoje serão os primeiros sempre!
O trabalho do Simplex é sem demora dissipar as dúvidas de quem está na corda bamba da indecisão.
E desde já, demover os socialistas que estão a ser empurrados para outras aragens que só trazem mau tempo num boletim meteorológico desactualizado. Que tanto diz bom tempo pela manhã, como já a meio da tarde dirá que vai chover no final do dia!
Os Socialistas saberão que a alternativa é o PS!
E até ás eleições de 27 de Setembro, iremos dar a cara. Enfrentar as dificuldades e abertamente mostrar que somos do PS e é com ele que iremos mais quatro anos rumo ao centro do vulcão da crise e apagá-lo com todo o nosso calor humano.
Por fim o Simplex é o reflexo da certeza! De que neste país a oposição não garante posição para o que quer que seja!

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Os que Afinal sempre Eram Apontados com o Dedo



As figuras que até à pouco tempo nos governavam, algumas das quais já tinham caído no esquecimento e nem delas se ouvia falar, estão por esta altura nas bocas do mundo confinadas a arguidas no tão badalado directa ou indirectamente slogan, que já virou novela o BPN.
Situação impensável até há pouco tempo onde constituir arguido um ex ministro era uma utopia. Hoje eles caiem como tordos e só esperamos o grosso da opinião pública, que os julgamentos condenem os prevaricadores com penas efectivas e não com a já famosa pena suspensa, que não é mais que uma libertação na prática.
Já que na teoria embora seja condenado, mas com o decorrer do tempo tudo se apaga no lamaçal dos desaparecimentos misteriosos que deixam de provar o que quer que seja.
Imagino com alguma satisfação, toda a correria dos arguidos!
Contratar os melhores advogados indicados pelos amigos que não perderam, no tempo que eram Ministros. Onde tudo conheciam e em alguns casos alguns protegiam.
Destruir provas que poderiam incriminar a mais que provável tentativa de provar que tudo é verdade do que lhes acusam. E destruindo, aclamam que não tinham nada a haver com o que lhe acusam e como tal estão de consciência tranquila. Porque infelizmente existe sempre alguém que avisa, que alguém vai bater à porta do próximo arguido (que só muitas horas mais tarde saberemos) e esse mesmo arguido, que ainda não o é, tem tempo para se desembaraçar de provas comprometedoras e enfrenta a comunicação com aquele ar de inocente, que nada fez e que está a ser vitima de uma tramóia com fins políticos.
Haja o necessário reconhecimento, que se está a trabalhar na procura de julgar os implicados em actos altamente lesivos, numa forma de vincar que quem está acima da lei, tem que arcar com as consequências dos seus actos recentes, ou já com teias de aranha perdidos num tempo não muito distante.
Mas também é verdade que a crise madrasta salteadora do bem social que legitimamente deveria ser apanágio de uma sociedade justa e humanista. Contribuiu para que se corresse em busca dos corruptos, quanto mais não fosse para acalmar o povo depenado das suas poupanças e emagrecendo da falta de sustento devido à fuga do emprego e às constantes ameaças dos bancos aflitos para lhes levarem também os ossos.
A tudo isto a Sociedade assiste já resignada com tamanha calamidade Social.
Uns roubam para se alimentarem! Os espoliados da Sociedade.

Outros roubam para alimentar os vícios impregnados num corpo habituado à boa vida! Habituados a terem tudo de mão beijada.

Outros mais, dentro do mesmo cariz, roubam por roubar, fazendo dessa arte o seu modo de vida! Tornando-se altamente violentos sem pejo em matar o pobre inocente.

E por fim os que roubam de colarinho branco!
Já são donos de toda a freguesia que os viu nascer. Riscam e cortam a seu belo prazer.
Mas a ganância de: se for para mim não vai para o outro. Leva-os a fechar os olhos e quando os abrem são presenteados com chorudos embrulhos que lhes enche a alma de êxtase incontido e não se apercebem, que um dia todo esse encher do saco com subornos e negócios ilícitos serão por fim reprimidos. E com ou sem alertas dos grandes amigos, serão os bodes expiatórios de uma Sociedade, que bem sabe que os grandes tubarões irão sempre se refugiar em aguas calmas e profundas e só serão chamados à justiça depois de deixarem os altos cargos públicos e políticos que lideravam.

domingo, 19 de julho de 2009

O Domingo Que Me Sufoca


Espero que a tarde refresque um pouco para dar uma volta, talvez a casa de um amigo refastelar-me na frescura das traseiras de sua casa onde tem um churrasco pronto para petiscarmos uns entrecostos e umas postas de salmão. E bebermos umas cervejas geladas que sabem pela vida e amansam este calor.
O miúdo está impaciente, quer que jogue com ele mas não consigo por mais que me esforce, porque me dá sono!
Faz beicinho e fica pieguinhas. Já lhe dei um gelado e deixei-o ficar no computador mais tempo que o normal. Mas o puto teimoso, cisma que quer jogar e quem manda pode, lá vou eu meio sonâmbulo jogar quatro em linha, que em quatro ou cinco jogadas sou logo arrumado e a ele dá-lhe um gozo dos diabos.
Os filhos adoram ganhar aos pais, adoram sentir-se vencedores perante o cota meio envergonhado e pachorrento como neste caso. Ele ganha-me mesmo! Tem um truque bem escalonado e pumba, passado um minuto já está! Venceu-me e convenceu-me!
Mas não consigo jogar mais e zarpo para o computador.
Escrevo este pequeno trecho, enquanto ouço os Pink Floyd e olho de esguelha para ele que não consegue estar calmo, sempre a mudar de canal e a olhar para ver se eu ainda volto atrás e vou jogar com ele.
Só a música me desperta e começo a cantar à minha maneira conforme o som vai entrando nos meus ouvidos através dos fones para não incomodar quem está nas arrumações, que só um Domingo pode proporcionar.
Neste momento está com uma bola insuflável, oferecida pelos socorros a náufragos, lá da praia onde vai com o ATL.
Enche-a, dá dois murros á bola para ela ir bater no tecto da sala e depois abre-lhe a válvula de enchimento e com toda a raiva espalme-a para que todo o ar lhe saía de uma só vez.
Ó pai anda jogar! E pára de cantar feito galo! Berra o fedelho cinco palmos de gente!
Já vou! Continuo a dizer-lhe. E insisto nesta lerdice de escrever o que me rodeia para, vai se lá saber o porquê!
Entretanto está a chegar a hora de dar a tal volta de encontro ao churrasco. E sei-o porque a esposa onde quer que esteja neste apartamento que enche de paz quem quer estar no seu canto, para isso é que eu estou a pagar uma pipa de juros ao banco. Já quase grita para me preparar.
Está quase minha santa. Digo-lhe eu. Estou a escrever dizendo bem de ti, para que quem me ler saiba que és um anjo que caiu do céu mesmo no momento que eu quase me desintegrava.
Joga mas é com o teu filho que fazes bem melhor, do que dizeres palermices para meia dúzia de gatos-pingados que te lêem e te chamam aldrabão.
E no meio de mais um grito de quem manda é ela, porque chegou a hora de ela ir dar a volta que lhe renova as energias para mais uma semana do tudo ou nada, já que as férias estão aí e será uma semana que ela me vai deixar num passeio a Itália com as amigas de longa data.
Vou ter que deixar este rascunho como está senão perco pau e bola, de quem me deu umas horas maravilhosas no começo do Domingo, onde a madrugada desaparecia no horizonte e o dia nascia e eu nos braços dela abria os olhos para mais um dia. Um Domingo que é sempre Domingo.
Já vou, já vou. Ó porra tenho mesmo que ir…………….

sábado, 18 de julho de 2009

A Primeira Noite das Muitas que Já lá Vão




Caminho no passeio acabado de restaurar, não tenho destino mas guio-me pelo pensamento que me elucida para o que preciso de encontrar.
Como me sinto muito só e com enorme vontade de encontrar alguém, refugio-me nesse alguém para libertar esta angústia e entregar tudo o que acumulei. Atingindo já um enorme novelo de sensações e anseio angustiantemente, desenrolá-lo durante uma noite, de longos desejos, de curtas confissões e abertura a imagens reais, que só nos nossos sonhos abertamente nos entregamos.
Sei quem procuro! Não interessa o nome, ou quem é!
Procuro aqueles olhos que me fazem parar bruscamente e me inclinam a olhar cegamente para ti.
Este é o ponto de partida que todos nós procuramos intensamente!
O ponto de partida que nos transmite uma certa certeza em conseguir um raio de luz, num horizonte em que caminhamos penosamente.
Encontro-te finalmente! E finalmente porque, os teus olhos buscam o mesmo que os meus!
Procuro juntá-los. Não é fácil existem sempre barreiras! Barreiras invisíveis, mas poderosas que nos impedem de as soltar, para se dar o primeiro passo.
Acreditei finalmente que somos impelidos para algo que nos perturbou seriamente e vemo-nos ao pé um do outro sem falarmos, sem gestos nesse primeiro instante. Só o olhar inclina o nosso propósito e acomoda-me frente a frente num momento que já pouco acreditava mas que incessantemente ansiava.
É tão puro estarmos a viver este momento! É maravilhoso o estado de espírito que se apodera de mim!
Falas e eu analiso as tuas expressões. A forma da tua boca, o efeito que os teus lábios ganham. Meu Deus o que eu penso! A necessidade encaminha-me para a perversão!
Quero-te amar! Quero, te amar numa cama toda a noite, enquanto tiver força e procurar que o tempo pare!
Mas de ti nada se reflecte nesse sentido.
Primeiro muito reservada, encolhes-te como um anjo, que nos aparece a meio da noite só para sentir o nosso respirar e sem nos acordar, permaneces até raiar a manhã deixando a leveza de um bem-estar suave e feliz.
Penso que sou paciente, embora louco para te levar comigo de encontro às minhas iniciais intenções.
Mas alargando já outros propósitos, perante a lucidez que tu me embalas, acabo por me deixar levar pelo teu encanto e sou obrigado com bastante agrado a refrear o meu instinto e assistir aos poucos e poucos, à magia que é a tua imagem e fascinar-me com a beleza total que emana de ti, enchendo esta sala constantemente ruidosa, mas fechada e impenetrável no espaço que conquistamos.
Falas de ti. Falas dos teus queridos amigos enfim, falas da tua vida.
Mas espero ansioso que principies a falar de mim. É para isso que estou mesmo à tua frente, num momento tão feliz, mas que levou milhentos segundos a realizar-se.
Tens um gesto característico nesta fase que já gozamos de uma certa abertura. Ao contares um episódio pitoresco que te envolveu. Sem intenção tocas ao de leve na minha mão e sinto um calafrio intenso que me instiga a saltar para ti. Mas contenho-me perante a pureza dos teus gestos e as gargalhadas radiantes que lanças, dado os meus delirios convencidos, que procuro desde o momento que ceguei, quando te olhei.
O tempo que nem medimos, mas como tudo na vida vai passando, chama-nos à realidade! A tarde era clara e fresca quando nos encontramos. Neste momento a noite ameaça cair e tu pouco ou nadas falas de mim.
Nisto, enfrentas-me olhos nos olhos!
Olhar penetrante, boca pronta a disparar e docemente murmuras, aproximando o teu rosto do meu, como um segredo, bem junto ao ouvido.
Quero que me ames esta noite! Quero que ao amarmo-nos eu sinta tudo belo e feliz!
Dou-te a noite toda e dou-te tudo o que possuo!
Mas agora vamos jantar! Casa te ofereço. Comida te faço! Só quero que me ames esta noite. E depois todas e todas as noites que a nossa vida nos vier a proporcionar.
E cá estou eu, passadas já tantas noites, a esperar que tu chegues cansada mas feliz, do trabalho que te realiza. Para findares o dia, com a noite que alimenta a minha vida.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Santana Lopes não Dorme mas Pouco Descansa Visando a Liderança


O Verão timidamente entra nas nossas vidas. Anunciando o calor que irá transportar e que nos vai assar os neurónios nestas férias com os mesmos dias, mas com menos dinheiro que em anos anteriores.
Mas o verão das autárquicas já entrou em canícula lá para os lados da capital.
Santana Lopes sempre ele, a enfrentar tudo e todos apostando na presidência da edilidade lisboeta, como a salvação de uma carreira politica, nesta fase na mó de baixo, mas com ganas de a levar ao patamar com vista para o Tejo, de onde partiram antes líricos sonhadores e voltaram heróis conquistadores.
Santana tem nestas eleições o maior de todos os desafios de uma carreira politica, que despontou ainda era um jovem de farta cabeleira e voz trambiqueira. Pela mão do símbolo dos Sociais-Democratas, desaparecido prematuramente num oceano de casebres ainda dentro da capital.
Santana agarrou-se a Sá Carneiro e galgou os degraus da politica não um a um, mas dois a dois e não levou tempo a ser visto como o discípulo do apostolo, pronto a juntar-se à equipa que iria por muitos anos liderar os destinos do nosso país.
Mas a desgraça aconteceu! E ainda hoje de contornos pouco transparentes e Santana ficou sem o seu chefe de fila, sem o seu pai político e sem a mão para se aconselhar.
Depois dessa infelicidade, Santana apanhou sempre o autocarro da discórdia!
Adorava o confronto político. Adorava lutar sozinho e ter a comunicação a segui-lo ávida por escaramuças politicas e não só.
Restou uma certeza! Pouco ou nada ganhou para relevo da sua imagem já enrugada em linhas de insucesso.
Foi Ministro da Cultura onde falava mais para as televisões do que mostrar medidas de relevo numa área sensível e pouco dada a investimentos de um país sem recursos.
Foi Presidente de Câmaras. Primeiro a da Figueira de pouco relevo nacional, mas trampolim para aí sim, a única vitoria de encher a barbela de Santana e de grandes alardes de luxo. A capital a isso obrigava pensava ele, desbaratando o pouco pecúlio que ainda existia e engordando as dívidas aos fornecedores como o País ao FMI.
No meio deste festim camarário, embandeira nas lutas internas sucessivas dentro do PPD/PSD, como bem gosta de frisar.
Chega a Primeiro-Ministro pela mão do bom Barroso, autentico Sá Carneiro dos nossos dias.
Sem ganhar eleições, foi Primeiro-ministro já tentando imitar Berlusconi, mas Sampaio puxa-lhe a cadeira e o tombo foi mais rápido do que o aquecimento da mesma cadeira.
Agora, agorinha mesmo prepara-se para ver de novo o Tejo, ao mesmo tempo que quer assistir à inauguração das grandes obras do Terreiro do Paço.
O seu grande adversário (mais um), apresta-se para obter a maioria do consenso antes das eleições. Não deve ser nada que meta medo a Santana Lopes, habituado que está a enfrentar opositores de papo cheio com maiorias de intenções de lhe darem o voto. Mas quando assim aconteceu sempre perdeu.
Tem a vantagem de gozar com o desgaste do PS e da derrota nas Europeias, como trampolim para disputar estas autárquicas palmo a palmo centímetro a centímetro.
Será que o seu charme chegará para vencer?
O seu território é em Lisboa bem por dentro do jete – sete, que ainda tem poder para mexer os cordelinhos e transformar calhaus do Castelo São Jorge em votos Santanistas.
Haver vamos se Santana, tem arcaboiço para vencer uma Câmara já bem conhecida, mas que a deixou a naufragar bem ao largo do Tejo ainda com lascas de granito do terramoto já longínquo. Repousando no seu fundo esperando transformar-se em pão e ser descoberto por Santana de boca aberta, em mais um milagre que já tem barbas na nossa historia, para doar aos pobres.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Na Sociedade de Hoje não Desabrocha Líderes Natos


Um dos grandes entraves à construção de dinâmicas associativas tem a ver com a juventude dos nossos dias.
A juventude não adere ao associativismo, acho que deixou de ter “pachorra” para isso.
É uma juventude apática, insensível.
Uma juventude virada para a vida fácil do deita tarde e tarde se levanta!
Uma juventude fechada em si mesma, abrindo-se para dentro das novas tecnologias!
Formando pequenos grupos, para marcar território e assim oferecer poiso seguro aos que esfrangalham a Sociedade em delitos ferozes, que deixam marcadas tatuagens de sangue nos corpos dos infelizes que se atravessaram nos seus caminhos.
A Sociedade de hoje não desabrocha líderes natos!
Que trabalhem de forma voluntária, compreendam a importância dos valores éticos e culturais, que regem o movimento associativo, gostem do associativismo e tenham disponibilidade para as tarefas e problemas das Associações.
Vemos o exemplo dos vários pólos de faculdades em que o líder associativo nem de longe nem de perto se equipara aos presidentes de há uns anos. Autênticos defensores das suas Associações. Sempre prontos para virem para a praça pública, reivindicar o que estagnava o ensino e hoje, fundamental esse líder numa fase de grandes transformações.
A Sociedade fez nascer a flexibilidade e com ela a insegurança social que baralhou os horários de trabalho, desorganizando cada vez mais a vida social e familiar. Tornando-se cada vez mais difícil, encontrar tempo para espaços de convívio e para actividades não remuneradas.
Os meios de comunicação repelam e desprezam os ideais da solidariedade e da dedicação voluntária. Porque só lhes interessa, cada vez mais o sensacionalismo, o sucesso individual e o individualismo em detrimento do trabalho colectivo.
Assim sendo, só vencemos se apoiarmos os jovens!
Porque é através deles, que poderemos e devemos preservar o associativismo.
É no seu saber que está o futuro das Associações e o futuro do Mundo
É imprescindível uma prospecção atenta por crânios experientes nestas andanças, aproveitando todas as manifestações de âmbito cultural, desportivo, intelectual etc. …
Para tentar desabrochar nesse meio, o bichinho que ainda existe dentro dos jovens para poderem assumir o associativismo como uma forma de realização Social e até mesmo profissional, dado que muitos líderes associativos, viram abrir-se as portas da sua vida profissional, devido ao labor associativo.
No meu tempo de jovem pertenci a várias associações, politicas, culturais, populares.
Nada tirei de benefícios económicos, pelo contrário, na maioria delas tive que contribuir com o dinheiro dos meus pais e depois do meu quando comecei a trabalhar. E foi aí que comecei a crescer como homem!
Foi no associativismo que aprendi as lições básicas da vida. Como cozinhar, cantar, discursar para plateias, praticar desporto, enriquecer a minha capacidade intelectual. E acima de tudo aprendi o sentimento da amizade, e mais de que tudo, o ajudar o próximo para que um dia também alguém me ajude se for caso disso. Porque ao longo da nossa vida à sempre um momento que precisamos de um simples sorriso, ou de uma mão amiga que nos ampare para não cairmos num lamaçal de ingratidão.
Mas isso foram outros tempos! Tempos de verdade. De humanidade. E de Associativismo.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Convívio Familiar Abrilhantado pelo Festival dos Caças



A noite já vai longa! Há doze horas que saí de casa e agora apresto-me para lá voltar.
Galgo a auto-estrada na fila da esquerda onde já venho há alguns quilómetros, atrás de um cunhado meu. Não o quero deixar fugir. Viemos juntos iremos de certeza voltar juntos para casa.
Centenas de carros fogem à portagem da A1 e cortam em Estarreja, assim poupam alguns cobres e como eu penso assim, centenas também assim o pensam e lá vamos entupir a entrada da portagem rumo ao Porto.
Começa a chuviscar o que não augura nada de bom para continuar a viagem. Mas lá sigo, bem atrás do António (meu cunhado), que bem lançado desembaraça-se dos mais renitentes em acelerar e pela faixa da esquerda vai abrindo caminho até chegar ao destino.
Dez horas antes chegávamos a Coimbra para comemorar o aniversario do cunhado que sendo de Coimbra casou com uma rapariguita agora mulher bem sucedida que nasceu bem no coração do Minho.
Como somos uma família de muitas cabeças, onde nos deslocamos é uma romaria que se instala. E lá nos encontramos bem no interior de Coimbra, com um sol quentíssimo e uma sede que só tinha olhos para umas cervejas fresquinhas no acompanhar do presuntinho de pata negra à nossa espera enquanto a restante comitiva não chegava.
O aniversariante chega com os leitões ainda a fumegar. São cinco os bichos e as mulheres sem nada para fazer a não ser lamechar sobre o quotidiano, dão inicio a esventrar os pobres bichos, que nasceram numa pocilga caseira, sem tempo de descobrirem o mundo que lhes calhou em sorte e já chamuscados e hirtos aprestam-se para serem devorados por bocas famintas, vindas de longe para os anos do dono da casa.
A família reunida, onde já se juntam três gerações sem patriarcas já falecidos, mas com treze filhos, que já têm filhos e que por sua vez já lançaram ao mundo os seus descendentes. Enche uma sala de lés a lés e numa confraternização animada, conversa-se desta crise madrasta para uns e limitada para dois ou três, com os mais bem sucedidos a lamentarem-se do que não vendem e do que assim sendo, não podem ganhar.
Mas o tempo é de alegria e lá juntamos os mais pequenos na piscina recente (vim a saber terminada bem a tempo da nossa chegada) para se refrescarem e assim espantarem o sono e a irritação desse desconforto.
Ao mesmo tempo assistíamos bem lá no alto, às acrobacias de quatro caças num festival na vila de Cernache, bem perto do nosso poiso. E num vai e vem de fumo e cambalhotas num céu a radiar de sol, lá surgiam do nada, detectados pelo som estridente dos seus jactos que pareciam deslocar os nossos ouvidos para bem fundo do cérebro a esconderem-se do inimigo rancoroso que se aproximava.
De longe a longe numa linha que cruzava o espaço de um meio circulo bastante vasto numa velocidade mais contida, passavam por cima das nossas cabeças e numa espécie de agradecimento por dúzias de mãos no ar como saudação, soltavam o fumo branco numa linha vertical que se expandia, dando a sensação de uma enorme toalha branquíssima, pronta a cobrir a propriedade onde nos encontrávamos numa espécie de mascara gigante para nos resguardar dos vírus que nos assolam de uma forma galopante.
Ainda a rever estas horas bem passadas no meio de gente que compõem uma família numerosa e graciosa. Estou prestes a fazer os últimos quilómetros que me separam de casa por entre uma cidade já adormecida talvez embalada pelos filhotes no banco de trás, que vieram toda a viagem num sono profundo (a piscina cansa os pobres anjinhos) e finalmente entro na garagem a faltar uma hora de um novo dia, cansado mas feliz.
Depois de uns minutos a relaxar, encosto-me à minha mais que tudo e aí entrego-me às carícias de um ser, que me elevam no céu azul, como um F16 em dia de festival, mergulhando nas suas entranhas num voo picado que quase me despenham num coma profundo de deleite.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Nem Ronaldo e Companhia Destronam a Magia Inglesa.



Os espanhóis rejubilam com os craques que aterraram em Madrid, vindos do infinito estrelar e pagos a peso de ouro.
Principalmente o nosso Cristiano Ronaldo, lançado ao circo celeste, onde as feras humanas se gladiavam para derrubar as barreiras que os impediam de chegar ao astro para lhes amarrotar as vestes madrilenas.
E já toda a Espanha ainda não desperta da euforia de Cristiano, kaká e companhia. Grita bem alto para quem os quiser ouvir, que o campeonato Espanhol da próxima época, será bem melhor que o inglês, até agora o mais conceituado a nível mundial.
Nada é melhor que o futebol inglês!
Nada supera aquela adrenalina que se vive durante um jogo do campeonato inglês.
Nada é equiparado ao adepto inglês, que eu presenciei ao vivo, não há muito tempo no Estádio da Luz. Na última grande vitória encarnada que infelizmente o Benfica tarda em repetir e tornar banal, como em anos não muito distantes acontecia.
E pude assistir maravilhado àquelas quase quatro mil almas, que mataram a minha curiosidade em observar os ingleses. Tanto no seu comportamento, como nas coreografias artísticas que fazem parte da sua maneira de estar no futebol, quando acompanham a sua equipa para qualquer parte da Europa.
Os ingleses são um mundo á parte dentro do futebol!
Para eles o futebol faz parte das suas raízes culturais. E neste caso que presenciei, o espectáculo artístico e cultural que criam desde bem cedo, prolongando-se bem depois do final do jogo encheu-me as medidas e levou-me a considerar, que os ingleses são os maiores do mundo. Mesmo perdendo como foi o caso para grande satisfação e prazer meu!
Como fui cedo passei uma boa parte da tarde em redor do estádio, tirando fotos e a observar o seu comportamento.
Eles pintam e escrevem nas tarjas em tons densamente coloridos, os incentivos aos jogadores mencionando os seus nomes, dedicando-lhes frases alusivas num só sentido: a Vitória! Tendo sempre presente as cores da bandeira inglesa.
Vestem-se com as cores do clube envergando o vermelho dos pés à cabeça. E deambulam pelos bares que enchem a Capital, bebendo e bebendo quantidades de cerveja. Cantando cada vez mais audível os tradicionais cânticos ingleses que só eles sabem e muito prezam.
Vem a hora do jogo e vem a loucura, a emoção!
O jogo inicia-se os ingleses cantam.
Cantam sem parar, incentivam os jogadores com os seus cânticos característicos. Como estão todos juntos num sector afastados de nós devido à segurança, são fácil de identificar. E claro é demais o seu comportamento sempre ordeiro mas barulhento e encantador.
A certa altura a maioria já está em tronco nu, com as calças meias caídas pelo rabo abaixo. Já desenharam símbolos do clube nas costas e também nas enormes barrigas já cheias de cerveja.
E cantam, sempre a cantar!
Os ingleses como já disse são exclusivos, mesmo nas derrotas o sentimento é de vitória e cantam.
Como são os últimos a abandonar o estádio devido a questões de segurança (nomeadamente para evitar cruzarem-se connosco, nas saídas do estádio). Ouço-os a cantar e já estou afastado do estádio um bom par de metros mergulhado na alegria por termos ganho aos ingleses.
Ainda encontramos muitos deles no centro comercial Colombo paredes-meias com o Estádio da Luz. E bebendo uma cerveja bem perto deles, apercebi-me em muitos deles um gesto de cortesia na forma como nos mostravam a justeza da vitória dizendo; “very good Bennfica” como eles pronunciavam.
Reparei que estes adeptos são únicos. Trazem os filhos, as namoradas, os avós e todos pintados com o corpo salpicado de transpiração cantam e cantam enchendo o espaço reservado á restauração do Colombo de beleza cor e fantasia.
Por tudo isto, nem Ronaldo e companhia fará com que o futebol inglês, deixe de encantar o mundo inteiro.
Os ingleses inventaram o futebol e são eles que mais lucram com o futebol. Porque o futebol em Inglaterra faz parte do menu familiar como se tratasse da religião, que nos está enraizada numa fé que move montanhas!

terça-feira, 7 de julho de 2009

Os Amigos Da Casa do Quintal


Vivi os primeiros anos do meu casamento, numa casa já com alguns anos e muito modesta. Era do pai de um meu amigo e estava desabitada.
Eu acabado de casar foi uma dádiva esta casa!
Peguei no meu irmão e no meu pai e em dois dias pusemos a casa com outra cara!
Fresca! Pudera, acabadinha de pintar. Lustrada de uma ponta a outra pela comunidade familiar.
E lá fui viver o começo de um casamento que prometia.
Situava-se numa rua de bons vizinhos e sem o mínimo de confusão, era uma tranquilidade salutar.
Acolheu uma paixão que ainda perdura e abrigou das intempéries nos bons anos que lá passei dois filhos, um rapaz e uma rapariga que era a felicidade de um casal e a alegria de uma rua.
Adorava aquela casa e o que a rodeava!
Um quintal com um grande dióspireiro que de tão carregado de dióspiros enchiam a terra de um colorido alaranjado que era a delicia dos galináceos de um galinheiro a meias com o vizinho de cima. E como diz a minha esposa. “ Habito o rés-do-chão, como não tinha pai nem mãe, fiz dos vizinhos do primeiro andar a imagem dos meus”.
E duas laranjeiras que pintavam de um vermelho alaranjado, o verde carregado das folhas que baixotas faziam com que os filhotes fossem arrancar as laranjas com uma alegria estonteante e jogassem à bola com elas. Que davam sumo como tetas de vaca, ensopando o estômago da canalhada.
Também existia um limoeiro com limões quase todo o ano para temperar as carnes e peixes. E para dar gosto às limonadas bem frescas no Verões canículas, que colavam as ideias e a vontade de nada fazer.
Com espaço para criar meia dúzia de galináceos que deambulavam por tudo quanto era sitio na procura de uma erva, ou de uma minhoca que descuidada deitava a cabeça de fora. Sujavam tudo por onde passassem, mas era um regalo os ovos que davam e o arroz de cabidela que me enlouqueciam. Mais as necessárias canjas para os miúdos que enchiam as babetes de restos de massitas e as bocas gordurosas.
Para além disto, é preciso não esquecer a enorme utilidade para as brincadeiras dos miúdos! Fundamental devido a nunca estarem parados e sempre virados para as pequenas traquinices.
Era neste espaço que eles saltavam, rebolavam. Se enchiam de terra. E quase caiam para o lado de tão cansaditos que ficavam.
O virar de página veio quando os miúdos foram para a escola. Um entrou na primária e a outra para o colégio e nós entramos num apartamento novo!
O apartamento é fantástico! Está localizado, na zona da cidade a cinco minutos de tudo o que necessitamos. Seja escolas para os miúdos, local do nosso trabalho. Repartições bancárias, de finanças. Posto médico, hospital, etc.
Tem vista para duas frentes! De um lado vê-se a linha do comboio ao longe como referencia. E no outro, deparamos com a enorme rotunda escoando o trânsito para a saída da cidade.
Já cá vivo á alguns anos, entre elevador e uma dúzia de famílias, sem queixas de qualquer espécie.
Mas a cada passagem pela rua da casa velha, dá-me uma nostalgia de tempos que já não voltam. Os vizinhos continuam e de tempos a tempos fazemos umas festitas. São amigos que perduraram eternamente, num tempo já pouco dado a grandes amizades numa Sociedade seca de emoções.

domingo, 5 de julho de 2009

O Melhor é Cada um Olhar por Si


Vivemos os dias intensamente, de uma semana que começou com o final de um mês, onde já milhares encabeçam os cadernos do desemprego.
Outros tardam em receber o seu salário.
E muitos mais vão entrar em layoff, já que não existem encomendas que consigam fazer as empresas laborarem todos os dias. E assim possam manter os empregos, enquanto a confiança dos investidores não sobe para fazer descer a crise mundial.
São os sinais desta crise impiedosa que como diz o dono do BES, a culpa é dos banqueiros!
Mas a meio desta mesma semana o Ministro das Finanças, ainda sem imaginar que virou bombeiro para acudir a vários fogos à mesma hora. Veio a publico informar que a crise já passou e a retoma deixou de ser uma utopia para dar lugar á realidade.
Um dia depois, João Salgueiro alerta que mesmo que a retoma se instala nos países desenvolvidos, Portugal continuará em crise.
E andamos nisto! Uns dizem que voltamos a ver a luz ao fundo do túnel.
Outros logo vêm a correr, alertar que a crise está para durar. Porque a luz só irá ser para alguns, dos muitos que na escuridão tacteiam para encontrar as frinchas da porta da salvação.
O melhor é cada um olhar por si e sentir ou não melhoras, no dia-a-dia que tem que enfrentar para ganhar o sustento da família.
Entretanto para esquecer um pouco este emaranhado de necessidades e apesar de tudo, darmos graças a Deus por cá andarmos, já que nos livramos da má sorte de mais um avião que teve como pista final o oceano que num curto espaço de tempo foi o fim da vida para centenas de pessoas que sem darem por isso foram ao alto mar e de lá não voltaram com vida.
Salvou-se uma miudinha que desafiou o destino como a dizer ao mundo, que acreditem em milagres, que eu vos digo que eles existem e andam a rondar este planeta.
Esperamos que eles surjam e que matem, não salvem a vida. Desta crise que aos poucos vai afundando também em mar alto milhões e milhões de vidas, sem uma simples bóia para tentarem a salvação.
Entretanto o País assistiu ao desnorte do Ministro da Economia e num assomo de desgaste não contido, já que cada passo é dado no fio da navalha. Rebentou com a comporta que sustinha o stress acumulado de anos intensos de chuvas de desempregados. E descarregou-os em local altamente proibido onde a Democracia ainda dita leis, numa soberania incontestada. Levando com a demissão como o único caminho a seguir de um Ministro que não nasceu para ser politico.
Entretanto o vírus que nasceu no México e já anda à boleia dos humanos por meio mundo, multiplica-se como os mosquitos e já faz vítimas a cada dia que passa, mantendo o mundo estupefacto, ainda não acreditando que pode chegar a casa de qualquer mortal seja rico ou podre, basta estar no local errado à hora errada.
Não tarda, andamos todos de mascara para evitar o mínimo gesto de uma boca de alguém bem próximo.
Já estou a imaginar a população de mascaras de todas as cores e feitios. Publicitando as melhores marcas e projectando o mundo do marketing.
Não estou a brincar! Tudo é possível. Neste mundo que arrota insensibilidade. E já agora a ideia é minha!
Findou-se a semana com a morte da esperança de milhões em mais um jackpot no Euromilhôes, única almofada de conforto e de sonhos até às vinte e uma horas, de um final de semana que leva alguns a endoidecer com tanto dinheiro de uma só vez. E milhões a olhar para o boletim na ínfima esperança que os números que lá estão dêem lugar aos números que foram premiados. Mas resignados, esperam por melhor sorte e sexta-feira será a volta da esperança que é sempre a ultima a morrer. E quem sabe, poderá ser o meu e de quem joga, o grande dia.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

O Dinheiro do Dentinho Pagou a Despesa e Exultou a Sensibilidade do Filhote



Terminei o jantar de polvo com batatinhas embelezado com ervilhas e cenouras, comprado à saída do mar bem junto aos pescadores, que todos sabemos enfrentam o mar traiçoeiro, para pescar meia dúzia de quilos de peixe que mal chega para pagar o gasóleo quanto mais para sustentar uma família bem composta por bocas esfomeadas e miséria estampada.
Mas isso são contas de outro rosário e voltando ao fim do meu jantar, envolto em harmonia e de conversas de inicio de férias para os garotos. Desço à rua para tomar um café na esplanada e dar dois gelados aos filhos sempre prontos a ajudar no arrumar os pratos e deixar a cozinha fresca para o pequeno-almoço do dia seguinte, quando a promessa é um gelado.
A esplanada estava bem composta, jovens de um lado sempre amarrados aos telemóveis e de cigarro na boca tipo James Dean.
Casais a saborear o fresco da noite num céu estrelado e claro. E outros mais, passeando os cãezinhos de trela com o comprimento ao jeito do dono, bastando para isso um carregar do pichavelho e lá ia, ou era forçado a vir o canídeo, consoante as peripécias dos obstáculos.
Passados uns bons minutos, decidimos voltar para casa e quando me preparava para pagar, o meu filhote disse-me que já estava pago.
-Está pago? Quem pagou!
-Fui eu! Disse o puto.
-Tu! Quem te deu o dinheiro!
-Foi o dentinho.
O dentinho do miúdo caiu e seguindo uma tradição já muita antiga, os miúdos punham o dentinho debaixo da almofada e quando acordavam em vez do dentinho aparecia uma moeda.
Não foi uma moeda que surgiu debaixo da almofada do meu pequenote, mas sim uma nota de cinco euros.
E no momento que saíamos para ir ao café, ele foi ao seu esconderijo onde guardava a nota e meteu-a no bolsito.
Enquanto conversávamos ele foi pagar e pacientemente esperou que eu puxasse pelo dinheiro para pagar. E cheio de importância disse que foi ele que pagou com o dinheiro do dentinho.
Fiquei perplexo com o gesto do miúdo!
E juntos regressamos abraçados e ele sempre a dizer: “tu pagas sempre os meus gelados e as minhas coisas. Agora foi a minha vez de pagar o café da mãe, o teu e os gelados da mana e o meu”!
Que feliz vinha o meu filho!
Que satisfação transpirava daquele rosto ainda de menino de dez anos.
Dez anos tão puros, tão belos e tão queridos!
Um filho que é um amor, enche-nos a casa de energia e hoje o Duarte com dez anos é a nossa referência, porque é o mais novo e está por isso mais tempo connosco.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

O PSD anda atrevido!



Ganhou uma alma nova, depois de meses e meses a deambular numa autêntica travessia do deserto.
Já se perfila como a alternativa ao PS, ainda atónito pelos resultados das europeias.
Foram esses mesmos resultados que conferiram uma vitória ao PSD, que poderá ser só fumaça. Desvanecendo-se logo com a chegada das próximas eleições que não tarda nada estão aí para encher o país de gritaria, cartazes por todo o lado, principalmente nas famosas rotundas que foram feitas para embelezar as entradas das nossas cidades e para colocar cartazes bem visíveis por alturas das eleições.
Mas não deixando fugir o PSD do rejuvenescimento, que volto a dizer foi fruto de uma vitória que não dá muita margem para cantar de galo. Mas dá para embandeirar em arco como temos assistido nas sistemáticas aparições dos agora sim nomes sonantes do partido laranja.
Manuela Ferreira Leite desdobra-se em aparições públicas de sorriso de orelha a orelha e sempre com a língua afiada, nos ataques ao governo e fundamentalmente a José Sócrates. Inimigo numero um do PSD e também de uma larga franja de portugueses. Que descarregam os seus males numa forma de cortar a respiração, aos socialistas governantes, mas estou em querer que muitos deles irão voltar a votar em Sócrates, porque é de Sócrates que se trata. Ele é o alvo de todas as setas invisíveis direccionadas à sua agora mais descoberta humildade.
Porque Sócrates é o PS. Sócrates é o governo!
Todos os portugueses conhecem Sócrates, mas muito poucos conhecem a equipa que trabalha com ele e muitos deles com grandes responsabilidades.
Portanto Sócrates é o alvo a abater e o resto não passa de peões num governo liderado, com braço de ferro por Sócrates e só Sócrates.
E como Manuela sabe e sente isso, então não tem outro remédio do que também malhar no humilde Sócrates.
E enche-se de uma força, até aqui resguardada que a muitos dos seus seguidores já levava ao desespero. Que não passa um dia que não vemos a Manuela a agredir verbalmente Sócrates e o governo.
Infiltrou-se no caso que ameaçava ser mais um para Sócrates o do negócio da TVI, onde se percebeu que alguém deixou escapar cá para fora (bem juntinho dos sociais democratas), segredos que deviam estar fechados a sete chaves. Obrigando com a ajuda do amigo de longos anos o agora presidente, a obrigar Sócrates a vir a terreiro dissipar duvidas e mencionar que tudo tinha voltado à estaca zero.
A mesma Manuela sempre murcha dos pés à cabeça, fugia dos holofotes da esperança, refugiando-se no resguardo das costas bem largas de Emídio Rangel. E agora deixa-se apanhar por esses mesmos holofotes que lhe trazem a frescura de um sonho que segundo ela vai ganhado forma a cada dia que passa, a cada português que entre em desgraça.
Por último para só citar os mais expeditos temos o Aguiar branco!
O vice-presidente social-democrata numero dois de Manuela, tem dado a cara para manter o PSD acordado e com isso surgir em tudo o que mexa de comunicação social que ostente a seta laranja nos apetrechos de iluminação e som.
Com lugar de relevo assegurado num possível governo laranja. Onde já foi ministro da justiça, que já era uma autentica injustiça para os pobres coitados que serviam de bombos da festa para aqueles que fugiam com a receita da animação.
E por último temos um social democrático de seu nome branquinho que me faz lembrar as cautelas branquinhas, branquinhas. Que só dá para rasgar em mil bocadinhos.
Que veio denunciar a enorme disparidade de tempo de antena que a estação publica, privilegia o PS em detrimento do seu desde pequenino PSD. Como atesta os resultados de 2008.
Claro que ele sabe que eu sei, que quando o seu partido é governo, o mesmo se passa na estação pública.
Mas é como eu digo, o PSD, anda atrevido!