segunda-feira, 3 de maio de 2010

A Festa da Cidade Cria Euforia


Manhã fresca. Depois de um Domingo de festa cá em casa, onde se juntou dois casais que se conhecem como os tremoços. E os filhos com idade de se verem livres dos pais, mais dois amigos porque a cidade vive as festas anuais, que enchem qualquer canto de povo ávido por se distrair, fugindo assim aos problemas que cada um enfrenta neste momento de tremores quotidianos.
Acorda-se meio ressacado depois de se comer e beber tudo e mais alguma coisa, por entre conversas banais e recordar episódios rocambolescos. Já que a tarde foi pequena para esgotar o convívio, primeiro no meio dos feirantes a acotovelarem-se uns aos outros e muitos curiosos que compram tudo com os olhos, mas com a carteira vazia. E um barulho ensurdecedor, saído dos divertimentos tão barulhentos e dos pregadores aciganados com pulmões do tamanho de elefantes.
Depois a noite ia longa quando finalmente porque era mesmo necessário, cada um voltou ao seu lar e era a hora de deitar a cabeça um pouco zonza de tanta barafunda.
Festas e mais festas. Mas isto não está para festas!
Pensei eu, mas lá estou com um pouco de tudo que depois de sentados só lá saímos com tudo devorado.
O português come que se farta e bebe como uma esponja!
Na hora de dar um giro para tomar um café e apanhar um pouco de ar. Os quatro meio divertidos rua acima, lá seguimos para o Faria, que trazia recordações aos convidados que há muitos anos não lá punham os pés.
Enquanto caminhávamos, assistíamos à debanda dos cafés até então, repletos de adeptos depois do final do jogo. Em que o semblante era comedido já que nem a vitoria dos portistas dava fôlego para festejos, já que a época foi má de mais para ser verdade. Nem pelas bandas dos encarnados que adiaram a festa para que a Luz incendeie de uma vez por todas.
De regresso a casa para o copo final, já bem eufóricos e felizes. Recordamos vivências antigas na passagem pela casa onde fomos viver logo que casamos e com dois gritos a raiar a embriagues. Fizemos sair o antigo e amigo vizinho com a vassoura na mão assustado pela possível intromissão, mas logo sanada ao vislumbrar as figuras bem conhecidas que faziam de lampiões à entrada dos portões.
Agora a ressaca tende a atenuar para que o feriado municipal seja vivido com as romarias que reflectem a cultura das várias freguesias (e são 89), onde ainda se cruzam tradições e modos de vida, que pensávamos há muito tempo suprimidas.

Sem comentários: