sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Viro-me e reviro-me na cama Curta.




A noite abraça o descanso do corpo dorido.
Imensamente dorido que nem sente o seu relançar no leito mal feito (lençol puxado à pressa e a almofada atravessada), já que ainda o corpo se debate com a dureza do dia, já os olhos se fecham num sono profundo que dura poucas horas.
Desperto ainda são horas para mais descanso, mas o cansaço dantesco faz-lhe reavivar o despertar.
Está tao compacto que levantar uma perna é um peso pesado.
A satisfação de saber que ainda tenho umas horitas para voltar a dar-lhe o descanso merecido, transforma-se num pesadelo frequente, já que as horas voam e não volto a adormecer.
Viro-me e reviro-me na cama curta.
Ouço as batidas das horas ao longe no sino da igreja da terra.
Não voltar a pregar olho, oh…oh…
Nem contar carneiros serro as pálpebras. E o corpo ainda está como chumbo.
Por fim lá me vou sentindo embalado pelo apego ao descanso e mergulho nas profundezas do que resta da noite, antes que o dia surja e….
Uma vez mais desperto com o levantar do parceiro, uma hora antes do meu (aí que raiva), despertador anunciar o toque da alvorada.
É sempre uma horita que me deixo ficar quietinho.
Cada volta é empurrar o corpo pesando o dobro, no molde que de tantos dias já deu forma ao colchão que resistiu quanto pôde, ao seu peso a cada final de dia.
Seis e meia, toca a levantar!
Hui, que dureza. Parece que carrego corpo, colchão e cama.
As mãos nem as consigo fechar. Os dedos inchados impedem tal.
A viagem serve como tempo de massagem e num abrir e fechar de olhos estou pronto para o que, der e vier.
Tantas, mas tantas horas depois, o regresso.
E a noite abraça, o descanso do corpo dorido.

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