sábado, 4 de outubro de 2014

A noite para Esquecer



A noite era obrigada a fazer com que eu esquecesse um rosto.
 Um rosto que me tem acompanhado incessantemente. Numa perseguição constante e tenaz, obrigando-me a malabarismos cruéis na tentativa de provar uma realidade tão nítida. Mas infestada de fantasmas que se cruzam logo que obrigatoriamente me afasto dele.
E nada melhor que mergulhar na balburdia da noite, por entre luzes coloridas e bebidas espirituosas. Música a fazer baloiçar o corpo e piropos a quem estava próximo.
 As horas avançavam como as moedas que já não tilintavam nos bolsos magros de notas.
Já bebia sem pagar, ofertas que embalavam piscar de olhos. E dois dedos de conversa.
A noite estava fresca, mas o cérebro bem quente que me fizeram esquecer o presente.
Como o futuro é ao bater da porta. Lá entrei como uma carroça.
 E o burro sou eu, para esquecer um sorriso que solta alegria. E um olhar que acelera a adrenalina.
Há isso queriam muitos, escondidos nas esquinas!
A propósito, acordei bem fresco como uma alface. E o rosto não me abandona.

Sem comentários: