sábado, 21 de fevereiro de 2015

Olho para o Nada





Chove, Chove!
Farta a terra transborda os rios.
E eu aqui fechado em quatro paredes, com a cara colada à vidraça, vendo as valetas fartas de água e o riacho ao longe a transbordar de raiva, devido à força da sua água.
Que remédio tenho, se não esperar por melhores dias!
Ainda por cima, a neve recente derrete vagarosamente, trazendo os detritos contidos nos montes longínquos, que se agarram às árvores que dão sombra aos rios. E quando estes retomam o caudal normal, esses detritos alojam-se nos galhos como lixeiras sem fim.
E o domingo ainda vai no fim da manhã!
Vou fazer um petisco.
Tenho bacalhau do Natal e couve com fartura, trazidas do quintal da vizinha.
Assim sendo, no dia seguinte tenho mantimentos para confecionar a roupa velha, que tanto gosto.
Depois numa corrida pelos beirais dos prédios, para me abrigar da chuva. Tomo o café no bar da esquina, curto o futebol de primeira e rio-me com as diabruras da pequenada. Que ao domingo têm direito às guloseimas que tanto aguardam.
E de cara colada à vidraça, olho para o nada!

1 comentário:

CÉU disse...

Olá, Nuno!

Estive a visualizar o seu blogue, com olhos de ver, e aqui está o seu mundo, passado, presente, acho eu.
Não vi comentários, mas, talvez, seja uma opção sua. Escreve para si, desabafando com as teclas.
Gostei bastante deste seu texto: "Olho para o nada", onde deixa transbordar os seus sentires e sentidos.
Gostei também muito do rostinho daquele menino, que há pouco tempo, fez dezasseis anos, e que tanto, mas tanto lhe diz!

Dias felizes, desejo-lhe!

Um afetuoso abraço, e a felicidade já está a caminho.