domingo, 16 de agosto de 2015

Eras......




Um ano passou quando visitamos a feira de artesanato, para jantar numa mesa de grossa madeira colorida com uma toalha de plástico e guardanapos de papel aos quadrados.
Enquanto esperávamos que uma dessas poucas mesas ficasse livre, admirava-te.
És linda!
És o sol no teu sorriso rasgado que brota como as palavras que adoro ouvir.
Tens o olhar tão meigo que me leva para a adolescência, onde os sonhos alimentavam a realidade.
Estávamos juntos, bem juntos sob olhar de dezenas de pessoas que como nós jantavam nas tasquinhas da feira.
Dezenas de olhares postos em ti, que em nada nos incomodava, mas deixava-me, confesso, vaidoso e orgulhoso.
Ficamos cara a cara com o entrecosto grelhado e o arroz de feijão a separar-nos, mas nada impedia de constantemente juntarmos as mãos e amar-nos a cada gesto trocado, a cada palavra cruzada.
A menina equipada com as cores do clube a quem pertencia a tasquinha, não tirava os olhos de nós e embaraçada virou a cerveja, ficando em pranto. Mas nada incomodava o prazer que emanávamos e logo a petiz ficou mais calma, imaginando igual felicidade ainda a viver tenra idade.
Terminamos o simples mas apetitoso jantar e percorremos os stands que enchiam o parque da cidade.
Eras a pérola que cada stand desejava.
Eras o estandarte que igualava o brasão da cidade.
Eras a mulher que me acompanhava e hoje passado um ano, esperas por mim para percorrermos enquanto as férias me proporcionar, as calçadas e os jardins da mesma cidade.

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