Um ano passou quando visitamos a feira de
artesanato, para jantar numa mesa de grossa madeira colorida com uma toalha de plástico
e guardanapos de papel aos quadrados.
Enquanto esperávamos que uma dessas poucas
mesas ficasse livre, admirava-te.
És linda!
És o sol no teu sorriso rasgado que brota
como as palavras que adoro ouvir.
Tens o olhar tão meigo que me leva para a adolescência,
onde os sonhos alimentavam a realidade.
Estávamos juntos, bem juntos sob olhar de dezenas
de pessoas que como nós jantavam nas tasquinhas da feira.
Dezenas de olhares postos em ti, que em nada
nos incomodava, mas deixava-me, confesso, vaidoso e orgulhoso.
Ficamos cara a cara com o entrecosto grelhado
e o arroz de feijão a separar-nos, mas nada impedia de constantemente juntarmos
as mãos e amar-nos a cada gesto trocado, a cada palavra cruzada.
A menina equipada com as cores do clube a
quem pertencia a tasquinha, não tirava os olhos de nós e embaraçada virou a
cerveja, ficando em pranto. Mas nada incomodava o prazer que emanávamos e logo
a petiz ficou mais calma, imaginando igual felicidade ainda a viver tenra
idade.
Terminamos o simples mas apetitoso jantar e
percorremos os stands que enchiam o parque da cidade.
Eras a pérola que cada stand desejava.
Eras o estandarte que igualava o brasão da
cidade.
Eras a mulher que me acompanhava e hoje
passado um ano, esperas por mim para percorrermos enquanto as férias me
proporcionar, as calçadas e os jardins da mesma cidade.
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