Levaste-me os sonhos
Num rasto de nostalgia.
O pior é a tua dolorosa ausência.
Semelhante a grilhetas, que me travam os
passos
Demoro tempos infinitos
Os dias são números cadenciados
Os meses abrem-me a mala da saudade
Excedo-me em saídas esporádicas
Agarrado a dois dedos de conversa
Quando me pedem um preço por uma mão
Bebo o teu corpo como recordação
Há Cristo que não te arredas da história
Os anos voam e tu não me libertas
Continuo preso a dois paus sem identificação
Procurando a tabuleta, nas nuvens por cima da
cabeça
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