As canções enchem-se de palavras de amor!
Fartam-se de acordes amorosos e cada refrão repete
vezes sem conta a palavra. E o amor paira nos palcos levitando no coro imenso
de plateias em delírio.
Os poetas falam de amor!
Enchem livros de amor. Desenham em folhas brancas
o amor em milhentas feições, rimando sob diversas formas, para no final
resumiram numa só palavra a maravilha, amor.
O povo acredita no amor!
Vai na sua procura em cavalgadas infinitas,
tentando recolher uma migalha da sua enorme grandeza.
Uma vida inteira buscando o amor. Desde o
colo materno que o povo mama a essência do amor, para mais tarde oferecer o
colo ao amor da sua vida.
E o mundo maldito, confunde o amor!
O mundo em que vivemos, tanto o apregoa como
logo o confunde com oportunismo evidente.
Com insensibilidade premente, escondendo a mão
ao infeliz que tanto o procurou e por fim se prostra nas calçadas sem mais
forças para viver.
Com violência gratuita, tirando a vida a milhões
que passam a sua existência, na sua busca para serem felizes ao menos uma vez
na vida.
Com arrogância prepotente, dos cada vez mais
ricos pensando serem os donos e senhores do amor.
Essa arrogância vincada nos cada vez mais
pobres, muitos deles apesar de despidos de beleza, encontram nas quatro paredes
que os acolhem, o amor que não tem preço.
Sem comentários:
Enviar um comentário