Passei a esta hora por aqui para me recordar
de uma campanha em torno da nossa Seleção.
Cada jogo era a ansiedade e por vezes pela
tarde, terminava o trabalho mais cedo (depois repor, tristonho), para assistir
a jogos que deixavam a desejar, pelo fraco rendimento no relvado.
Em três jogos, três empates e o apuramento
caído do céu, pela bênção de Nossa Senhora de Fátima. Um augúrio para o resto
do Europeu!
A euforia era estrangulada pela inquietude do
regresso mais cedo a casa.
Vieram os apuramentos e com sorte à mistura,
seguimos em frente, com o sonho já aquecido pela realidade.
Comemorávamos no bar do PEPPO e depois saíamos
pelas ruas desertas, gritando como loucos. Fazendo ouvir pelas janelas ainda
entreabertas, a alegria de conquistarmos mais um degrau que nos levaria a Campeões
da Europa.
Perdia o sono pela louca excitação e umas
horitas depois, levanto-me para a empreitada. Não existe perdão mesmo com a
crente maravilhosa emoção.
Na final, sempre acreditei e não parei de
pontualmente escrever o meu sentimento.
No dia D, de todas as decisões. A França
mascarada de negro, determinou vencer com as artimanhas do costume.
Eram negros de porte atlético que assustavam
os nossos pobres miúdos.
Resolvemos jogar com a mesma moeda e, do
banco saltou o nosso pretinho da sorte, que resolveu o jogo em três tempos:
cavou faltas, amarelou três franceses e fez o golo, que ficará para a história
dos nossos netos.
Antes disso, por vezes me irritaste Seleção
amedrontada!
E um
pouco desanimado, presenciava o pavor estampado dos nossos jogadores, naquele
relvado pintado de azul petulante.
Por fim já habituado, desde o pontapé de
saída. Que até ao apito final, o crer e a sorte nos acompanhava. Levantaste-me
do marasmo e gritei bem alto, somos Campeões Caralho!
Somos Campeões, de uma Europa que nunca
acreditou que o patinho feio e endividado, fizesse maravilhosa história.
Sem comentários:
Enviar um comentário