domingo, 27 de novembro de 2016

Bom Dia




Nada a fazer!
 O frio veio para ficar e as borboletas deixaram de voar!
Resta o perfume que se aproxima lentamente do Natal ainda longe, mas já simbolizado nos alpendres das casas rodeadas de jardins com luzinhas brancas, para receber a neve que já deu um ar da sua graça, mas foi-se sem desgraças.
Nada a fazer!
Do que esperar que os dias se vão, atento à meteorologia que não seja madrasta e me console com dias frios (isso é previsível), mas que não traga chuva. Essa maldita, que molha até o espírito.
Muito a fazer!
Preparar as roupas da semana. O saco da diária jornada. E fundamental, relaxar da ansiedade em regressar.
Vivo o regresso como uma criança esperando as férias.
É sempre esta ansiedade quando se sente a altura do regresso. Ainda não muito perto, mas cada dia é riscado do calendário mental. E até me deito bem cedo, para que o dia volte com o abrir dos olhos para o recomeço de outro, que encurta a distância e me leve para as lembranças bem reais.
Neste momento estamos espalhados pelos cantos da casa.
 Agarrados à Net, na busca de pessoas que nos são chegadas. Para escrever os nossos desejos e confessar vezes sem conta as nossas saudades.
Por vezes essas pessoas nem chegam para um bom dia, mesmo banal. Que para nós retidos nas proximidades dos Alpes branquinhos e enormes, que escondem o outro lado do mundo. É um sorriso que faz palpitar mais rápido o nosso coração, dorido de tanta agonia diária.
A dor tantas vezes solitária e fatigante, acompanha minuto a minuto o passar do Domingo duro e maldito.
Quando regressamos, exigem de nós a presença constante nos alforges das ancas. Receosas que nos aventuremos no colo, das supostas conquistas longe das suas alçadas ciumentas. Quando só nos depara, três meses de longo e fatigante trabalho, olhando o céu por vezes cinzento a meter medo.
E só pedimos um Bom Dia, a cada dia!

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