Semana duríssima. Semana exigente!
Semana, que se iniciou ainda a noite escurecia
o céu e terminou a exigir, voltar a pintar o azul do céu, num negro que deixa
os socalcos da encosta escancarados, para enterrarmos os pés que se arrastam
até ao leito aguardado.
Semana num vai e vem sem parança.
Quatro e meia a acordar!
Ultrapassar a fronteira alemã e apresentar
toda a genica, ainda a Áustria faz valer o seu espaço, como conquista dos
antepassados. E, lá vamos armados de cinturões recheados de armas, prontas a
desobstruir as crostas diárias, que se acumulam a cada barcaça de betão fabricado.
Segunda, terça, quarta, quinta e sexta!
Num sobe e desce de uma máquina comprida,
como o corredor da finalidade aqui trazida.
Descofrasse, limpa-se. Oleia-se e reveste-se
de ferro as suas entranhas, que arranca a pele e solta gotas intermináveis de
sangue, conduzindo à superfície, a arte que constantemente entra no corpo.
Regressamos a casa sem vontade para nada. A não
ser engolir duas buchas e repousar o corpo martirizado pela rotina diária. Observados
pelo capataz a cada minuto passado.
Sai por uma porta nos fundos e aparece como
um fantasma, ainda a noite esconde a claridade das claraboias. Fazendo
estremecer os nervos num semblante sisudo e imponente.
Por agora, abriu um pouco o sorriso à nossa
presença nas suas fortificações.
E quem aguenta a primeira semana ainda com a
pele macia das férias no cantinho à beira mar plantado. Pode ser que entre em
graça, com a nosso querer e enorme vontade em mostrar que somos capazes, de produzir
as seis barcaças diárias.
Mas é tempo de esquecer a semana e voltar o
sorriso para o fim-de-semana. Que nos vai mostrar as luzes da alegria, como se
a noite depressa dê lugar ao nascer do dia.
Não adianta martirizar o espírito, porque a
vida são dois dias!
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