sábado, 25 de março de 2017

A semana do tudo ou Nada




Semana duríssima. Semana exigente!
Semana, que se iniciou ainda a noite escurecia o céu e terminou a exigir, voltar a pintar o azul do céu, num negro que deixa os socalcos da encosta escancarados, para enterrarmos os pés que se arrastam até ao leito aguardado.
Semana num vai e vem sem parança.
Quatro e meia a acordar!
Ultrapassar a fronteira alemã e apresentar toda a genica, ainda a Áustria faz valer o seu espaço, como conquista dos antepassados. E, lá vamos armados de cinturões recheados de armas, prontas a desobstruir as crostas diárias, que se acumulam a cada barcaça de betão fabricado.
Segunda, terça, quarta, quinta e sexta!
Num sobe e desce de uma máquina comprida, como o corredor da finalidade aqui trazida.
Descofrasse, limpa-se. Oleia-se e reveste-se de ferro as suas entranhas, que arranca a pele e solta gotas intermináveis de sangue, conduzindo à superfície, a arte que constantemente entra no corpo.
Regressamos a casa sem vontade para nada. A não ser engolir duas buchas e repousar o corpo martirizado pela rotina diária. Observados pelo capataz a cada minuto passado.
Sai por uma porta nos fundos e aparece como um fantasma, ainda a noite esconde a claridade das claraboias. Fazendo estremecer os nervos num semblante sisudo e imponente.
Por agora, abriu um pouco o sorriso à nossa presença nas suas fortificações. 
E quem aguenta a primeira semana ainda com a pele macia das férias no cantinho à beira mar plantado. Pode ser que entre em graça, com a nosso querer e enorme vontade em mostrar que somos capazes, de produzir as seis barcaças diárias.
Mas é tempo de esquecer a semana e voltar o sorriso para o fim-de-semana. Que nos vai mostrar as luzes da alegria, como se a noite depressa dê lugar ao nascer do dia.
Não adianta martirizar o espírito, porque a vida são dois dias!

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