sábado, 29 de abril de 2017

Abraços





Nada resta, a não ser a consolação dos momentos vividos!
Foram imensos, em horas intensas, como se o mundo terminasse a qualquer instante.
Duraram tempo infinito!
Originou quezílias por vezes ingratas, em diálogos duros e convicções drásticas.
De um lado, a convicção do engano, como se o engano fosse, a cura para refazer a vida, ao pé da necessidade em esquecer o infortúnio.
 O engano foi amiúde acusado, como bandeira hasteada, para fazer querer já fora das quatro paredes, o sacana em que ele se tornara!
Até no último dia, em que o sacana partia, de malas carregadas de nostalgia. Apareceu à porta de casa, de choro estampado e rosto maquilhado.
Correndo para o canto lírico e vivendo uma vez mais, a paixão já entupida e o corpo já partilhado.
Ele, tudo sentia!
Ele percebia a crueldade da vingança. Mas queria uma vez, partilhar a réstia da esperança.
Já não havia esperança! Nem Deus, para salvar a exposta vingança!
O tempo passou. Os meses voaram e o amor que tanto tempo se arredou, de dois seres loucos por se pendurarem nos corpos, sempre expostos para se saciarem. Partiram para outros abraços.
De um lado, abraços do tempo de escola onde se apregoa aos quatro ventos um amor, só agora entendido e já expandido.
Do outro, enleios enferrujados com uma amargura evidente, de muito tempo de sofrimento. Sendo esse factor, a fuga para não mais viver o mesmo sentimento.
Sobra a luta constante, de dois seres que têm bem presente, os momentos que fizerem deles unha e carne pelo tempo.
E hoje lutam cada um, pelo saboroso presente!

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