sábado, 30 de maio de 2009

O Colega Bombeiro Azarento



A empresa trabalha com matéria-prima altamente inflamável. E como tal, temos um espaço com tudo o que é necessário. Assim obriga as normas de segurança. E para que a prontidão na ajuda a qualquer foco de incêndio seja o mais rápido possível, colocou-se uns interruptores nas secções mais sensíveis e ao mais pequeno indicio de fogo é logo accionado e toda a empresa se apercebe que à fogo.
E como já em algumas ocasiões, a sirene tocou!
O Camolas, concentrado no seu trabalho deu um salto e correu por ali fora para dar a sua ajuda.
À muito que ele esperava este momento. Queria também participar de perto no combate do incêndio e agora a sirene tocava insistentemente, parecendo que o chamava.
E ele lá ia galgando a distância que o separava do fogo com o coração aos pulos, mas cheio de moral.
Algo o deteve! O chinelo, destes de praia comprados nos chinesinhos!
- Raios, tinhas logo que rebentar agora! Hesita dois segundos e decide: - Que se foda o chinelo, o importante é ajudar, não à tempo a perder!
E continua o seu caminho com um chinelo num pé e o outro descalço. Barriga de fora já que a camisola só o tapa até ao umbigo.
Então chega! Eufórico e ofegante!
Mas lembra-se que um bom bombeiro antes de chegar ao local, tem que levar o material. Não pensa em mais nada, dá meia volta e foda-se, bate com o dedo do pé descalço, numa grade que servem para sugar o pó que se acumula. Mas nada o detém, tamanha a ansiedade que se apodera dele e agarra num instintor. E lá vai, agora sim em direcção ao fogo.
- Pronto cheguei, finalmente! É agora ou nunca!
- Foda-se, falta-me a máscara! Porque viu que os outros corriam para as ir buscar, já que com a intervenção dos instintores, o fogo abrandou, mas uma enorme nuvem de fumo nada deixava ver.
Com um sorriso pensou: De máscaras percebo eu, ainda não esqueci as lições dadas sobre máscaras na tropa.
Mais meia volta, agora sem bater com a cabeça do dedo do pé nas grades. E vê-se finalmente em frente ao armário. Faz força e lá consegue correr o vidro. Saca a máscara e corre ainda mais animado repetindo: - Na tropa era o maior!
- Meu Deus, isto arde mesmo!
Alguém grita: - É preciso instintor, alguém com mascara que apague aqui!
Coloca a máscara e lá vai o nosso herói, meio calçado meio descalço. Puxa a patilha do instintor e zás atira tudo para a boca do fogo.
Uma nuvem de fumo cerca-o totalmente. - Tenho máscara nada me acontecerá!
- Mas cum caralho! Eu não consigo respirar!
A aflição é tão grande, que o homem começa aos saltos! Pronto sacou a máscara.
Vê o que se passa e fica de boca aberta. – O quê? Esqueci-me de tirar o tampão do filtro, que burro que sou, assim não ia lá.
Alguém repara e o nosso bombeiro leva um baile de meter pena. Tem os olhos vermelhos, o nariz a pingar. Nesta figura põe os colegas à gargalhada.
Entra-se no rescaldo, é preciso limpar tudo e lá está o nosso herói, ainda cheio de vontade para ajudar. Apesar de ter o pé descalço em brasa, porque com a aflição da máscara, fartou-se de calcar restos de matéria-prima ainda a arder. Mas não desiste, está pronto para o que der e vier.
Mandam-lhe ligar mais uma mangueira e limpar a zona onde se encontra.
Agulheta na mão, tudo sob controlo pensa uma vez mais, talvez para espantar os desaires já acontecidos.
Mexe a alavanca para ligar a água. Ela está um pouco perra (tem pouco uso), começa a tremer. Porque sabe que ainda nada lhe saiu bem.
Dá um valente safanão à alavanca que gira rapidamente e só visto!!!
A água sai com toda a força! A potência destas mangueiras é enorme. Ele leva um safanão colossal, molha toda a gente que está ao seu pé. Entra em pânico, anda às voltas para segurar a agulheta e vira-a para o tecto ao mesmo tempo que a desliga.
Como a mangueira estava virada para cima e lançava água com toda a força, ao desligar, a água caiu-lhe pelas orelhas abaixo, ensopando-o da cabeça aos pés.
Toda a gente lhe caiu em cima! Chamam-lhe todos os nomes e o Camolas, regressa ao seu lugar cabisbaixo, não sem antes recuperar o chinelo, dando-lhe dois furos com um pequeno gancho, ferramenta essencial para o seu trabalho e com um cordel emenda o que rebentou.
Está encharcado, mas no fundo está feliz, apesar de tudo.
Porque o que lhe aconteceu foi tudo fruto da sua inexperiência. Acontece aos melhores, vai pensando ele.
E para a próxima quando aquela sirene tocar, é preciso ter mais calma e então mostrarei àquele bando de pés rapados, que sou tão bom ou melhor do que eles.
E vou-me rir, como eles se riram agora de mim! É só esperar, é só esperar.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

O Criador do Espaço da Inspiração faz Anos


Estou a terminar o meu dia! Este dia pertence-me. É o dia do Nuno!
Por norma não gosto muito de o partilhar. Adoro passar despercebido e não ter que ser interrompido sempre que alguém surge, ora no emprego, ora por onde passe e me cruze com um rosto muito chegado.
Fujo do protagonismo e fico sempre um pouco embaraçado, quando as pessoas correm para mim e com um sorriso nos lábios me felicitam e lançam uma piadita de circunstância.
É o que acontece no emprego. Por norma quando alguém faz anos, tem a obrigação de providenciar o lanche para todos. E todos são sempre mais de vinte e toca a providenciar um lanche que não deixe reparos e que não pinte a minha imagem de forreta.
Somos um grupo muito porreiro e uma ocasião destas é servida para reforçar ainda mais a nossa amizade e apego ao labor profissional de cada um.
Um por todos e todos por um! É o grito que silenciosamente lançamos diariamente. E nestes momentos onde nos juntamos meia dúzia de minutos, reforçamos os laços de amizade profissional que nos une à já, longos anos.
Portanto não falta os bolinhos de bacalhau, os rissóis de mexilhão e de carne. A bôla (um bolo com chouriço, ovo, presunto), estava espectacular e uns pastéis de carne. Tudo ainda quentinho vindo expressamente de uma senhora que tudo confecciona em casa e como tal com um sabor a caseiro.
O vinho, loucura! Tão fresquinho Branco Verde cá do Minho, que faz agua na boca a quem for ler este meu pequeno desabafo num dia de anos.
No final juntei-me à família. Abraços daqui. Beijos dali. Prendas atrás das costas e a ansiedade de ver se eu gostei. E gostei mesmo, para alegria dos filhotes.
A vida ainda corre bem e nestas alturas é abrir os cordões á bolsa e toca a gastar, porque o pai merece e assim sendo todos ficam felizes e onde existe felicidade existe amor para dar e vender.
Vamos ao restaurante escolhido pelos putos e cada um pede o que mais gosta. Uma hora depois todos querem regressar, os amigos estão na Net e a impaciência já transborda nos comentários em que travam a conversa dos pais. E como gostam de pedir a conta para terem o brinde do costume (um chocolatito), aguardam impacientes pelo fim do café e lá voltamos para casa, onde os anos do pai terminam e começa a busca dos amigos nesse mundo sem fim que é a Net.
Lembro-me que nos meus anos o meu pai oferecia-me uma prendita e um postal ilustrado com uma dedicatória ao dia.
Guardo uma dezena deles e hoje fui espreitar ao meu baú das recordações e saudosamente leio-os. E a minha imagem percorre a altura de cada um como se fosse hoje e relembro cada momento que a data do postal mostra. E num deles está a lembrança dos meus 14 anos. Onde o meu pai escreveu: “Para trás ficaram os folguedos e brincadeiras infantis. 14 Anos é a meta da transição.
A partir daqui surge o trabalho, a liberdade de ser alguém. A preparação para o que virá.
Começas a ser um homem Nuno. Que o futuro te seja propicio”!
Este postal retrata a grande transformação que a minha vida sofreu. Duas semanas antes tinha entrado numa empresa, onde o meu pai também lá trabalhava e como ele diz. “Para trás ficaram os folguedos e as brincadeiras infantis”. O mundo dos sonhos começava-se a desmoronar e dava lugar a uma realidade bem real. O trabalho logo aos 14 anos!

A Abstenção das Eleições Europeias




Nestas eleições para o Parlamento Europeu, o maior adversário para todos os partidos é abstenção!
Esse terrível cancro de umas eleições, onde todos querem combater mas com resultados pouco auspiciosos. E não existe arma para suavizar e encurtar uma tendência que se vem acentuando desde que a eleição de deputados para o Parlamento Europeu foi obrigatoriamente criada.
Os partidos agora em plena campanha, numa autentica maratona, percorrendo o País de lés a lés. Centralizam as suas intervenções mais direccionadas para os problemas internos do que para o cerne da questão, que é como se sabe a eleição dos deputados ao Parlamento Europeu. Embora se note que no inicio levam as suas intervenções para a Europa, mas com o decorrer do esgrimir argumentos, acabam por resvalar para os problemas internos do país deixando órfão a grande questão Europeia. Dando mais azo a que o povo se refugie num dar aos ombros e passar ao lado destas eleições.
A abstenção é um pau de dois bicos para todos os partidos concorrentes e para a consolidação de uma eleição. Onde a enorme abstenção quase leva a menorizar, a vitoria do partido vencedor e principalmente os resultados das eleições.
Nota-se nestes já meia dúzia de dias, a grande preocupação dos partidos em alertar para que o povo vá votar.
Porque votar é a única vitoria que todos os partidos terão!
É a esperança de conseguir mais votos e como os abstencionistas de ontem, se forem votar agora, serão os que votarão contra quem os desilude. Normalmente quem governa. E é aí que os restantes partidos, poderão receber esses votos.
Mas leva-me a depreender que este ano irá ser o ano da maior abstenção de que à registo.
O povo não acredita num Parlamento Europeu!
O povo pouco conhece da Europa. A informação que chega à grande maioria é escassa e muito subjectiva.
Os candidatos que compõem as listas são desconhecidos. São listas baseadas nos seus líderes e alguns deles com pouca projecção mediática junto do cidadãos e como tal não cativam e nem incentivam uma população demasiado pessimista e muito critica da política seguida nestes já longos anos, num entra e sai do mesmo. E dos políticos deste País.
E como tal não se vai dar ao esforço de ir votar e logo num dia que tudo indica virado para a praia e sem a direcção para ir votar.
Nem mesmo nesta fase, onde aqui e ali se nota um grande descontentamento nas políticas adoptadas pelo Partido Socialista. O povo se inclina para usar o seu privilégio, no uso de um trunfo tão torturantemente conquistado, que lhes daria a faca e queijo na mão, para alterar o rumo e a consciência de seguidores convencidos que tudo sabem e que tudo podem.
Resignam-se ao básico pretexto de nem lá ir.
O que ajuda a nada se alterar! A que tudo fique mais ou menos direccionado de acordo com os interesses dos dois grandes partidos.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Os Comícios São a Chama Viva das Campanhas



Os Comícios são a chama viva das campanhas!
São o alimento para saciar a fome às mentes das massas democratas!
São o condimento perfeito entre o candidato e os seus apoiantes. Num cara a cara de extravasar emoções.
São os Comícios que dissipam muitas dúvidas. Porque o povo que enche uma praça!
Ou uma quinta!
Um largo num bairro social!
Ou um estádio repleto!
Não esquecendo a Avenida famosa!
Quer sentir no candidato a sua força. Quer ouvir a sua mensagem, para os contagiar, para os emocionar!
Os Comícios são preparados dias antes. São anunciados dias antes. Com cartazes pelos locais, mais frequentados, onde todos possam absorver a mensagem da data do Comício e do local do mesmo.
A grande maioria de nós já participou em Comícios. Revestiu-se daquela adrenalina própria destes eventos.
Em autocarros fretados pela organização começa a nascer o Comício. Entabulava-se uma conversa com o do lado. Minutos depois já chegava aos bancos mais à frente e não tardava muito, para todo o autocarro respirar certezas quanto ao que o candidato iria falar. Projecções quanto ao resultado final e fanatismo na comparação com os outros partidos e seus apoiantes.
Em caravanas automóveis, onde meia dúzia de apoiantes ferrenhos, enchem um carro a abarrotar de propaganda e com as bandeiras a desfraldar presas às mãos bem firmes dos ocupantes das janelas, orgulhosos por serem os escolhidos a levantar bem alto a bandeira do partido e a levar com os incentivos dos apoiantes com que se cruzam no caminho.
E chegados ao local é uma autêntica romaria nacional!
Não param de se juntar. Os autocarros vindos dos mais variados locais deste país, descarregam apoiantes já bem-dispostos e partidários do bom cantar e da boa piada.
Recebem a bandeira, grande ou pequena, consoante a inspiração para usar a força, com que vão agitar cada acusação do candidato ao adversário que lhe pode fazer frente.
As bandeiras dão cor ao comício. Dão festa ao comício. E quantas mais são desfraldadas, mais o mar de gente é incontável.
É com todo este cenário que o candidato se transcende! Se emociona! E promete no meio daquela emoção dádivas que todos já sabemos impossíveis de realizar.
Mas o povo adora promessas e aplaude efusivamente durante vários segundos. Até que o candidato levanta as mãos para a multidão parar e lá continua a propagandear os pontos cruciais para o seu futuro (ou continuado), governo.
Campanhas eleitorais sem Comícios são como casamento sem noiva.
Que o diga o grande Obama, que juntou multidões e multidões! Onde a aposta inevitável nos Comícios, foi o fantástico meio de se anunciar aos Americanos. Que ali estava o homem da esperança, pronto a conquistar a brilhante vitoria. Que juntará o mundo na salvação económica.

domingo, 24 de maio de 2009

O Engenheiro Belmiro Descobre Soluções para Travar os Encerramentos.




O Engenheiro Belmiro de Azevedo, como quem não quer a coisa infiltra-se de uma forma directa no andamento desta crise, visando os trabalhadores, aconselhando numa espécie de Messias, “o mais vale ter um emprego e ganhar metade do que perder o emprego”. Numa espécie de slogan, de uma campanha solitária que o Engenheiro há uns meses se dignou carregar naqueles ombros fartos de canseiras e anos de vida.
Vai mais longe e remata “Se fechar a empresa o que é que vão fazer”!
Portanto, para ele, os trabalhadores que ainda mantêm o seu emprego, para que a empresa não encerre é reduzir o salário. E pronto a vida continua!
Assim ao reduzir o salário, forçosamente, como deve pensar o Engenheiro para os seus botões. Os trabalhadores poderão pagar metade das suas inevitáveis contas no inicio do mês. Já que ao não perder o trabalho, estarão a contribuir para que outros não o percam e como tal não fechem as suas empresas, ou muitos dos seus trabalhadores, não irão para a rua da amargura.
Mas como tudo na vida, tem o fim do, ou tudo ou fica sem tudo! E sei que o Sr. engenheiro tem consciência de dramático facto, irá junto:
Da EDP, tanta potência energética como milhões de euros de luz (lucro). Que dá energia às empresas até ao primeiro dia de falta de pagamento. Para elas ainda lutarem contra o muro de betão.
Da SEGURANÇA SOCIAL, que ainda tem um fundo de maneio para mensalmente brindar com reformas chorudas milhares de crânios que aguentaram o país em ombros.
Da GALP, para fazer andar as viaturas em busca das encomendas. Com lucros de milhões, tantos como estrelas no céu em noite clara.
Dos BANCOS, chorando os milhões que voaram para paraísos espaciais. Mas sempre com lucros bem reais.
Pedir, aproveitando essa sua corrente de sensibilização que logrou encetar pondo os pés ao caminho. Que também elas no seguimento dos trabalhadores, cobrem metade nas facturas que as empresas terão que mês a mês lhes pagar.
Assim todos caminhávamos durante esta crise que o Engenheiro prevê para o nosso país bem mais longa que a maioria dos outros:
No ganhar metade! No reduzir as facturas para metade! Na amortização para metade! E dentro da metade que os patrões ficavam dos trabalhadores. Dos grandes fornecedores.
Obtinham um fundo de maneio para aguentarem o barco durante as fortes ondas das marés vivas. E ficavam proibidas de lançar os trabalhadores para o desemprego evitando o esganar dos nossos quase invisíveis recursos e estagnar a percentagem de desempregados que vai galopando como cavalos nas corridas de sua majestade.
Acredito que o Sr. Engenheiro irá fazer esse forcing!
É uma pessoa de créditos firmados neste país plantado em frente ao FMI, que desesperadamente bate à enorme porta tão dura como o aço. Para alguém a abrir de par em par e entregar os doze sacos cheios de euros. Um para cada mês e mais não dá porque outros vêm já seguir de mãos estendidas como pedintes na praça Tiananmem.

Há uns tempos, regressava de Lisboa para o Porto e as horas de embarcar já tinham superado o horário estabelecido, mas como tinha tempo, pouco me incomodava. O mesmo já não se passava com os outros e gerou-se um enorme sururu, já que a grande maioria tinha compromissos assumidos no Porto e o nervosismo apoderava-se da zona de embarque.
Nisto reparei em alguém que logo conheci! O Sr. Engenheiro Belmiro, longe de todos, refugiado num canto e sistematicamente agarrado ao telemóvel.
Perante o nervosismo da grande parte das pessoas fiquei na expectativa como um homem importante iria reagir ao atraso e de certeza ao cancelamento dos seus relevantes compromissos.
Não tirei os olhos dele, autentico fiscal das finanças.
Nisto pasta numa mão, gabardina na outra e pé ante pé abandonou a sala.
Esperamos hora e meia, e lá partimos num avião de cinquenta lugares, onde quarenta e nove estavam ocupados por homens desesperados e revoltados. Com tamanho atraso. E um lugar vazio onde devia de vir o Sr. Engenheiro, mas dele só a sombra porque o Belmiro de carne e osso a essa hora já estava no Porto aconchegado na poltrona a fazer contas à vida, juntando os poucos euros que tinha ganho no dia anterior, porque como é apanágio em pessoas como ele, grão a grão enche a galinha o papo e como ele tem dezenas de grandes galinheiros (empresas), muitos papos tem-nos cheios.

sábado, 23 de maio de 2009

O Bastonário Arrepiou a Manuela


A mulher andava nos píncaros!
A mulher aguardava impaciente que a famosa sexta-feira do seu Jornal Nacional, chegasse para desancar nos mesmos do costume.
Tinha o céu como destino num poder acima de tudo e de todos!
Sentia as costas guardadas pela TVI! E ao dado o sinal da abertura do jornal. Ali estava ela com a entrada triunfal e sempre com a matéria decorada naquela boca almofadada visando os mesmos de sempre num acumular de minutos a riscar o mesmo disco num pantanal de notícias repetitivas.
Mas como o povo diz, o cântaro tantas vezes vai à fonte que algum dia……. E esse dia chegou!
Convidou o Bastonário da Ordem dos Advogados “persona nom grata” para meio mundo da Advocacia e da Justiça. Onde centenas de olhos poderosos vigiam todos os movimentos, todas as palavras proferidas. Aguardando o momento certo para lhe fazerem a cama com que mais cedo ou mais tarde se irá deitar.
Mas enquanto a cama ainda não está feita, apresenta-se perante as câmaras e perante a mulher do momento. A tal que só vê o Céu como limite!
A entrevista desenrola-se num, bola lá bola cá.
Assisto com a sensação de que algo paira no ar e que a qualquer momento a louça se irá partir.
Sinto o Bastonário a tentar controlar-se e evitar ser deselegante tentando a todo o custo suster de peito aberto as investidas indirectas de Manuela.
A corda está totalmente esticada! Manuela tenta interromper o raciocínio do bastonário, para conduzir a entrevista a seu belo prazer. O Bastonário usa todo o seu poder de orador e não se deixa tropeçar no cruzamento de palavras de ambos os lados. Tenazmente leva a sua por diante e liberta daquela boca sempre aberta todo o raciocínio que lhe chega do cérebro.
Mas Manuela não se deixa abater. Eu cá te espero, pensa ela!
Um minuto depois nova tentativa de Manuela para interromper o Bastonário, mas o homem está imparável! As palavras fluem-lhe velozmente, que nem a super policia Manuela o consegue deter.
Estou em pulgas! Já devoro a melancia com as sementes e tudo! Espero a qualquer instante que o verniz estale e o confronto inevitável surja.
Manuela num último forcing, antes de encerrar a entrevista, tenta puxar para si os cordelinhos do debate e lança o veneno que tanto lhe tem dado galões, mas que desta vez a levou ao abismo impensável.
Marinho perde as estribeiras! E eu engulo melancia, sementes, casca pela garganta abaixo!
O Bastonário despido de qualquer preconceito desanca na agora pobre Manuela e foi um farto-te durante os melhores minutos que assisti em directo na televisão nos últimos anos.
Apercebo-me em directo, uma senhora ao fundo quase em pânico com o que estava a assistir. Quando minutos antes dava uma visível gargalhada a uma tirada da Madame Manuela.
Manuela queria terminar a entrevista! O Bastonário não parava de lhe atazanar aquela mona cheia de petulância.
Confesso que estava excitado com tamanho espectáculo! Devorei o resto da melancia, como o bastonário devorava a altivez da Manuela.
Nem necessito de entrar em pormenores! A esta hora o país já decorou todas as frases do Bastonário. O vídeo já rola, como internet navegando em fibra óptica.
E tenho a certeza, que serão, já amanha, chacota entre os jovens. Que não deixam passar pitada destes inesquecíveis momentos.
Valeu à Manuela, com o final da entrevista a publicidade bem longa que a TVI, nos brinda. Para se recompor do imparável Bastonário, que até saliva lhe enviou para cima do rosto agora já mais moldado depois de uns tempos lembrando a porquinha Miss Pigue.
É isto a vida! Quem anda à chuva molha-se!

quinta-feira, 21 de maio de 2009

As Gravações Proibidas!


Estamos numa Sociedade sanguessuga!
Pronta para abocanhar os pedaços deixados pelos ingénuos que alimentam folhetins, que para além de servirem para actuar eficazmente nos prevaricadores. Atingem também quem por artes mágicas provou para todos, que as situações eram reais e muitas das vezes de contornos alarmantes.
Primeiro foi a história rocambolesca do famoso “dá-me o telemóvel”. Autentico drama juvenil, com uma jovem possessa na tentativa de reaver o seu telemóvel, confiscado pela professora. E os restantes colegas (uma boa parte), a “curtirem a cena” como hoje é apanágio na linguagem dos jovens. Com expressões bem audíveis, que misturavam o desespero da jovem a quem foi tirado o telemóvel. Com as gargalhadas bem sonoras dos outros intervenientes.
Tudo acabou como manda os regulamentos e dentro dos processos disciplinares prevaleceu a sanção para servir de exemplo tanto à aluna que se viu de um momento para o outro sem o telemóvel. Como para o jovem atrevido que ousou lembrar-se de filmar todo o enredo e mais grave pôs-lho a circular na tal Sociedade sanguessuga.
Presentemente nova gravação surge de um episódio no mínimo surpreendente!
Novamente o palco é uma sala de aulas. Onde uma professora vocacionada para a historia dos grandes feitos dos nossos antepassados. Resolve entrar na intimidade sexual de cada aluno, sem antes, fazer com que eles conheçam alguns detalhas da sua própria história sexual.
Claro que deu azo a que os jovens no aconchego do lar, comentassem com os pais que a disciplina de história virou debate pormenorizado de aventuras sexuais, que estava a levar a turma para um desconforto já impossível de suportar.
Houve dois pais que não se contiveram e pés ao caminho toca a pedir satisfações à professora indecente.
Atitude que fez a professora rebentar pelas costuras e andar numa ansiedade desesperante, não vendo a hora da chegada da aula com essas fedelhas.
A hora da aula chegou e foi o descalabro da professora em relação às garotas.
E mais uma vez lá estava a gravação do desnorte da professora e o choque de uma turma perante as leviandades que a professora dizia.
Mas uma frase fica no meio daquele vendaval de um ataque possesso à intimidade das miúdas: a professora como bem frisou tinha tomado um calmante! E se não tivesse tomado? Poderíamos ter ali cenas do arco-da-velha.
A aula terminou, mas o descalabro da professora iria começar através da gravação e irá envolvê-la num calvário de sensações gerais, que dificilmente esquecerá. Manchando a sua carreira de professora ao longo do resto dos seus dias.
A Sociedade sanguessuga abocanhou tamanho presente caído do céu !
A gravação passou em todos os canais em horário nobre. Entrando pelos olhos de milhões de jovens que cobrem este país.
As reacções não se fizeram esperar, num país que dá os primeiros passos para acreditar que até mesmo aqui os brandos costumes tendem a desaparecer. Para nos encarreirar para um País onde tudo pode acontecer, em todos os quadrantes da Sociedade.
O grave dentro da amplitude sexual do caso é que, toda a gente daquela escola sabia que a professora, dava-lhe para incluir na sua aula de história apartes de sexualidade. Mas ninguém tomou qualquer medida.
Agora que o caso galgou as fronteiras da pacata cidade e infiltrou-se nas linhas de agua da nossa Sociedade é que toca a correr para instaurar inquéritos aos personagens em destaque nesta novela escolar.
E vai daí, leva a professora com o mais que justo inquérito. Vai levar a escola porque já sabia das pripércias da docente e deixou andar como o caracol, que tanto devagar anda que até cansa. E vai sobrar para a pobre garota que gravou a capacidade de uma professora descarregar o que lhe ia na alma em matéria sexual, porque é contra a lei da escola e do País. Gravar a prova da verdade do ferir a sua intimidade.

A Felicidade .....................









São muitos anos a procurar A FELICIDADE!
O motor de arranque para a justificação de estar vivo.
A felicidade encontra-se no meio do nada.
Ora num rosto que o beijo sofregamente.
Ora num corpo que o devoro fora de mim!

A FELICIDADE estilhaça-se em gestos tão simples,
como um sorriso ao virar da esquina.
Caminho assobiando uma melodia de inicio do dia,
num aglomerado de sensações calorosas.
Que sei de antemão será revestido de uma azáfama contínua.

A FELICIDADE fere-me os olhos de tão abertos,
num infinito de reboliços quotidianos.
Sonho partilhá-la com quem merece.
Com quem me ajuda a conquistar a alegria de um dia feliz.
Que sinto ser uma dádiva divina.

A FELICIDADE pode durar um dia.
Um mês!
Imensos anos!
Uma vida inteira!
E esfumar-se tão prematuramente como uma bola de sabão.

A FELICIDADE é um dom tão precioso e tão glorioso.
Que a quase sufoco bem juntinho ao meu coração.
Para o aliviar dos venenos que lhe envio.
Hoje, amanhã e espero que não, para sempre.
Nos exageros inocentes que não me largam!

segunda-feira, 18 de maio de 2009

A Minha Juventude e a Militância.


As eleições caminham a passos largos para de norte a sul do País, alterar a rotina e invadir as nossas estradas, as nossas praças, os nossos pavilhões. De caravanas coloridas e barulhentas. De pessoas enfeitadas transportando o dístico do partido arredondado, pelos estômagos dilatados num autêntico carnaval eleitoral.
Que junta figuras publicas dos partidos, a meros apoiantes e militantes fanáticos. Na única oportunidade de o simples cidadão sentir o aperto de mão e duas ou três palavras com um único propósito de cativar o voto.
Já se passaram uns bons anos, quando me filiei no Partido Socialista, pertencendo e participando na Juventude Socialista. Sendo um elemento dos quadros directivos da Juventude Socialista a nível concelhio.
Éramos quatro amigos Socialistas de entre muitos, e nós tudo fazíamos. Onde a minha intervenção era mais centrada na Juventude Socialista, devido à minha idade, o meu lugar era lá.
Preparávamos as reuniões. Apresentávamos as moções para serem votados, mas sem antes, através dos debates cada um expressava a sua opinião mostrando o seu sentido de caminho a seguir e a votação braço no ar culminava com as aprovações das moções que iriam ditar o rumo da Juventude Socialista durante o período estipulado pelos estatutos!
Deslocávamo-nos às muitas Freguesias do Concelho. Promovendo debates, sessões de esclarecimentos, na tentativa de conseguir (e conseguíamos) mais jovens, para connosco fortalecer ainda mais a juventude socialista.
Quando os estudos terminavam e pela noite dentro, ia para a sede Socialista, acertar agulhas e estratégias pelo nosso lema: uma juventude mais interventiva pelos seus direitos dentro da sociedade. Enfim uma azáfama louca onde preenchíamos os nossos fins-de-semana e sem tempo para mais nada.
Quando se aproximava as campanhas eleitorais, era o tudo por tudo para vencer!
Colava cartazes pela cidade nos pontos estratégicos. Apoiado em escadotes, balde da cola numa mão e na outra, o pincel.
Duas pinceladas nas costas do cartaz e lá ia ele de encontro a uma parede, a uma arvore a tudo que a cola agarrasse.
Corria as Freguesias do concelho já na calada da noite, para não haver confrontos de qualquer tipo. Principalmente naquelas Freguesias onde sabíamos que a oposição tinha assentado arraiais.
Assistia aos comícios das grandes figuras Socialistas, por todo o distrito. As bandeiras vermelhas com a mão (hoje a mão deu lugar à rosa) em forma de punho proliferavam pelo ar, agitadas pelos braços daqueles que acreditavam na mudança, que as eleições se encarregariam de por em prática.
Quando chegava o dia das eleições, era a ansiedade de saber o mais cedo possível, os resultados.
E com a certeza da vitória, a alegria era o expoente máximo. E como por impulso saltávamos para as estradas e em caravanas automóveis percorríamos todos os cantos das freguesias, principalmente as que pertenciam ao Partido Socialista e dávamos largas à nossa alegria, culminando com a concentração junto à sede. Onde centenas e centenas de pessoas festejavam a vitória da mudança.
Hoje a minha participação é meramente, assistir a reuniões, para as quais sou convocado e exercer o meu direito de voto para os órgãos locais, regionais e nacionais do partido.

domingo, 17 de maio de 2009

A Desesperada Fuga para a Liberdade

A manha aproximava-se do fim e concentrado na minha actividade, conferindo uns artigos de uma mercadoria para venda umas horas depois, exercendo o meu rigor profissional para que nada falhasse. Quando sou interrompido por duas aves jovens que entram pelo enorme armazém pela porta principal, que mais parece para dois pardais jovens, o continuar das suas ainda observações de um mundo novo depois do abandono do ninho onde permaneceram até que as asas ganhassem a pujança de as enviar para o ar que é o seu espaço natural.
A entrada foi de rompante, como foi o assustador desvio das suas trajectórias, quando se aperceberam da minha presença.
Uma conseguiu virar e seguir o trajecto que a trouxe até ali.
Mas a outra, assustando-se voou para a primeira saída que encontrou.
E essa saída foi a janela lá no cimo do armazém que revestida de uma chapa transparente para enviar a luz solar e dar claridade ao espaço. Foi a fuga, pensava a ave do susto que apanhou quando um humano a surpreendeu na evasão do seu local de trabalho.
Continuei na minha função, mas logo deixei de me concentrar já que o desespero da ave em sistematicamente lançar-se de encontro à chapa branca, tentando a fuga para o céu aberto, era desesperante.
Ela recuava um pouco e com toda a força lançava-se como uma louca tentando o impossível.
E só ouvia o estrondo do seu corpo num som que me estava a descontrolar e como o cimo do armazém era de uns bons dez metros, nada podia fazer do que assistir à pobre ave, vezes sem conta esbarrar contra a chapa, pensando ser uma saída que lhe desse a liberdade daquele local que a estava a levar ao suicídio.
Nisto ouvi um pequeno estrondo!
Era a ave que já sem forças para bater as asas e continuar infinitamente a jogar-se contra aquilo que ela pensava ser a saída. Caiu de encontro ao chão, sem conseguir um último esforço para com as asas amparar a queda.
Ainda assisti ao ultimo esgar da ave tentar quebrar a chapa e fugir dali. Mas era impossível e depois de numa última vez esborrachar o corpo de encontro a luz do dia, mas fechado a sete chaves com a dura chapa transparente. Caiu como uma pedra caindo no chão duro, ficando com a barriga virada para cima e as patinhas encolhidas, inerte.
Corri logo para lá e olhando para a ave que não emitia qualquer movimento, pensei: coitadinha da avezinha, morreu a tentar uma aberta para fugir daquele imenso espaço escuro e sombrio.
Senti-me culpado pela ave ter aquele fim e num gesto de compaixão levei as mãos para a tirar daquele chão frio, mas qual não foi o meu espanto, quando senti que abriu os olhos.
Acomodei-a nas duas mãos tentando confortá-la, mas ela não conseguia fazer qualquer tentativa de tentar fugir. Estava mesmo exausta e talvez muito ferida.
Pousei-a ao sol encostada ao portão enorme por onde entrou.
Não reagiu! Como a pousei, como ficou. Nem um ligeiro gesto esboçou.
Como o sol era já um pouco forte, tive medo de ser prejudicial para o bichito. Que mantinha os olhos bem abertos, mas sem denotar qualquer movimento.
Pensei: coitadinha da avezinha desta não se vai safar e tudo por causa de uma corrida louca junto com o amiguinho, que distraidamente invadiram um espaço.
Onde um, teve a lucidez de descobrir a saída pela entrada que entrou. Mas esta pobre avezinha aqui inerte, esbarrou dezenas de vezes, de encontro á luz como a saída fugindo ao humano que a assustou. Mas só encontrou um muro parecido com a luz que lhe guia pelos ares sem fim.
Por fim, para que a ave tivesse um fim envolto num sossego e paz que todo o animal merece, coloquei-a debaixo do meu carro estacionado ali bem perto para que a sombra do inicio da tarde desse o merecido descanso à ave.
Pousei-a tão ternamente que senti um ligeiro movimento do passarito.
Voltei ao meu trabalho, para o terminar, mas já nada conseguia fazer! Toda a concentração estava virada para o passarito. Tentei mais um pouco e pouco ou nada de positivo conseguia.
Um dez minutos depois, já não aguentava a ansiedade de estar longe da ave e fui ver como estava.
Espanto meu. De ave nem vestígios!
Tanto lutou para dali sair que foi vencida pelo cansaço. E depois de uns bons minutos de descanso, lá bateu as asas e voou para bem longe dali e de certeza para nunca mais pousar bem perto daquele local.
Que para a ave foi um susto de morte. Mas para mim é o meu local de trabalho e com grandes responsabilidades, conseguindo apesar da instabilidade, encontrar o local de saída.
Situação que a ave não conseguia, o que quase a levou a perder a luz da vida.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

A Excitação do Bloco de Esquerda


O Bloco de esquerda é um partido relativamente novo na Sociedade portuguesa. Embora os seus líderes sejam veteranos, no combate das sucessivas politicas de direita (que tanto apregoam) que governam este País, depois da instauração da Democracia.
Um partido virado para os temas que envolvem o dia a dia da politica portuguesa e sempre pronto para o debate de propostas alternativas à politica desastrosa deste governo na óptica deles.
E olhando ao momento que o País atravessa nesta grave crise social. O Bloco pensa que chegou a hora de se afirmar como um partido que ganhou o seu espaço dentro da nossa Sociedade.
Vai daí toca a reunir as tropas e de peito aberto enfrentar os grandes desafios que se avizinham.
Desafios, que poderão lançar o partido para a conquista de um lugar no pódio da política portuguesa.
O momento é de enorme excitação! Os três actos eleitorais estão aí à porta. E olhando para as diversas sondagens, que vão de um extremo ao outro, conferem-lhe um resultado que poderá ser histórico para o partido.
Não espanta dizer, que Louça e os seus acólitos, andem numa roda-viva para concretizar na prática o que os bons ventos enviam para aquelas paragens.
Até a própria Comunicação Social está ao rubro com a possibilidade de o BE, conseguir um resultado histórico para o partido e pé ante pé lá se posiciona, na busca de monopolizar a excitação que o BE embora esconda, mas já se nota naquelas paragens.
O BE, têm a seu favor os descontentes Socialistas, que poderão inclinar o seu voto para o pecúlio dos Bloquistas. E será nessa franja que Louça, irá jogar o tudo por tudo para finalmente conquistar o sonho de décadas de luta politica.
Serão os descontentes da política de Sócrates, que lhe deram a maioria quatro anos antes, que poderão afirmar o BE como uma força a ter em conta e quem sabe com possibilidades de ser ouvida caso o PS, não atinja a maioria (o que deverá ser muito difícil).
Portanto só resta ao BE, aproveitar o descontentamento dos apanhados pela madrasta crise tanto interna como externa, mas que envolve o PS, partido do governo. E lançar-se de corpo e alma, numa campanha eleitoral que se avizinha extenuante, porque irá ser para o BE tipo porta a porta.
Batendo com o punho nos portais dos descontentes.
Batendo com as palavras no coração martirizado dos atolados em esgotamentos económicos.
Conquistando com as alternativas vincadas nos seus programas eleitorais, nos cansados de governos do “agora governas tu, ora agora governo eu”, onde as promessas desaguam sempre no mesmo oceano.
Acredito que o BE, viva presentemente mergulhado em orgasmos de euforia. O momento assim proporciona.
A oportunidade é de ouro! E oportunidades de hastear o partido para o mastro da visibilidade não surgem a todas as eleições.
Haver vamos se daqui a alguns messes o país não seja enfrentado pelo crescimento do BE, pronto a ser um partido a ter em conta e sendo ouvido antes de se aprovar o que quer que seja.
O Bloco tem tudo nas mãos. Só falta constatar se tem, os pés bem acentos no chão!

quarta-feira, 13 de maio de 2009

A Sociedade que Respiramos

Saio de encontro ao dia a dia e sou absorvido pelo começo da manha tristonha com chuva miudinha, dando um ar de que se quer fazer alguma coisa e não existe vontade para nada fazer.
Sinto tudo a andar a passo de caracol.
As pessoas estão tristes com o mundo e tristes com elas próprias!
Caminham como se fossem robots, muitas delas sem precisarem bem a direcção que têm que tomar.
Vivemos numa Sociedade altamente consumista. E como tal, essa mesma Sociedade depende ferozmente de todos nós para alimentarmos a sua ânsia em vender a imensidão de produtos que giram em volta dela e egoisticamente nos impele para comprarmos aquilo que necessitamos e em muitos casos aquilo que nos afunda. Já que perdemos o sustento do nosso equilíbrio financeiro.
As empresas laboram a meio gás. Sem optimismos em relação à retoma a curto prazo.
No seu seio, os trabalhadores sentem o drama do desemprego e deixam-se levar pelas mais sombrias conclusões, deixando-se abater e escorregarem pelo martírio da psicose, “do que irá ser de mim daqui a uns anos”.
Faltam-lhes as forças para remar contra a maré e a capacidade em lutar contra este flagelo. Dando ensejo a que seja extremamente difícil, inverter este ciclo que teimosamente penetra na Sociedade Civil.
E sem a força! Sem o grito de revolta que urgentemente todos em uníssono precisamos de lançar cá para fora. Não conseguiremos rebentar os tímpanos desta malapata infernal que nos vai corroendo o couro já meio empalidecido pela perda da vontade em lutar.
Meio mundo luta pelo que já teve. E agora vê fugir, não adiantando agarrar-se à corda da esperança, porque ela irá rebentar, levando o que ainda resta, que armazenaram no baú de um final feliz de vida, deixando os vincos de desânimo bem expressos nos milhões de rostos outrora, cheios de luz.
Outro meio mundo, que sempre teve uma mão cheia de migalhas e outra de abrir mão à caridade. Caminha num espaço cinzento sem fim. Deixando aqui e ali os restos de um corpo massacrado pelo infortúnio e pela desgraça de nascer no inferno terrestre que o homem, calculadamente usa para saciar a sede da ganância.
Mas existe aqueles que habitam nestes dois meios mundos e que acabam por construir um mundo à parte.
São os iluminados deste ainda azul planeta! São os imperadores da terra e do mar. Do ar e do espaço que já ocupamos através das estações espaciais.
São os que ditam as leis, com que a Sociedade se rege.
Em suma; são os donos do mundo!
Eles reduzem a esperança dos que já viveram com a qualidade de vida, que é e devia ser uma obrigação de todos e para todos.
Eles são os que sacodem as migalhas do luxuoso festim diário, para as mãos dos confinados ás catacumbas do desespero.
E eles serão os causadores da mais provável revolta social. O único caminho que poderá ser desbravado para com a vida de milhões, saciar as hoje enormes carências dos também milhões que ficaram na esperança de inverter o rumo da decadência social.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

O Domingo Terminou como Começou!



Entre a família cada vez mais numerosa, onde os filhos das sobrinhas, avolumam um clã de boa gente e salpicam de alegria o espaço que ao longo destes anos sempre primamos em conservar.
Como o convite partiu de um familiar conimbricense, lá fomos rumo ao destino e entre um café a meio da auto-estrada, juntamo-nos para que todos chegássemos ao mesmo tempo.
O ambiente era festivo! Um familiar portista, resolveu levar a preceito o Domingo de festa que se esperava no dragão e toca a embelezar os filhos pequenotes com as cores azuis de um clube que não sai do seu timbre regionalista mas que engole todos os títulos que nos últimos anos embelezam um país virado para o futebol para matar as lamurias de uma vida difícil e sem optimismos a médio prazo.
Foi o tema das primeiras horas de um convívio salutar e aguardado alegremente. E todos mostrando a justeza de um título merecido. Não faltou os recados enviados de parte a parte (nesta família só à benfiquistas a grande maioria e portistas o resto do grupo), dos lances que a época foi fértil, na alteração de um resultado falso como judas. E como nunca se chega a um consenso. O melhor é atacar nos petiscos de entrada já que quanto mais se fala, mais a fome abre caminho para devorar os primeiros petiscos que caiem na mesa como tordos em dia de caça.
Passado o frenesim pelo futebol, falou-se de coisas mais sérias que envolvem o dia a dia de cada um e desabafa-se momentos bons ou maus de alguém para que exista a esperança de no meio de muitos familiares, alguém ajude numa solução, já que no seio da família existem pessoas com alguns conhecimentos e argumentos.
Falou-se do caso que enche as conversas de um país inteiro e que afecta muitos portugueses e como assisti alguns familiares. Refiro-me ao BPP, onde alguns depositaram boas quantias e agora vêem-se a braços com situações melindrosas que os deixam apreensivos e até revoltados com tamanha jogada de uns responsáveis do banco que segundo se frisava, mais de que uma vez, já sabiam do estado de liquidez do banco e continuavam a insistir com os clientes para cobrir o que lá tinham depositado. Ou então teriam que levantar o que lá estava depositado.
Resumindo: os meus parentes cobriram o que lá possuíam e agora assistem ao descoberto do seu dinheiro sem garantias de verem a sua cor a médio prazo.
O que ajudou a não tornar o ambiente um pouco cinzento como o tempo, foi o leitão vindo directamente do forno de um conhecido. E foi um regalo triturar aquelas costelinhas de uns leitões que estão em voga devido ao vírus, mas sem significado para nós que de vírus só podiam estar nos ossos prontamente guardados para delicia dos cães, que guardam tudo, mas que nada podem fazer para resgatar o money desviado para o infinito e mais além, que estilhaça a seriedade de alguns familiares, enraivecidos com tamanhos vigaristas, até agora os senhoras da finança cá do País e que ameaça desgraçar uma boa vida, de quem tanto batalhou e agora resigna-se ao milagre de novos ventos para a banca.
Só a chuva veio em hora má e arrasou com a alegria dos mais novos nas correrias e nos entretimentos do costume.
As horas foram passando, entre palpites de resultados para as eleições que estão aí a surgir. E entre familiares ferrenhos de Direita, onde Sócrates é vaiado pelas politicas seguidas e pelos escândalos estampados a cada esquina de comunicação.
E outros mais, de Esquerda que vincam a razão de não existir oposição e como tal a vitória é esperada, só faltando os números com que se irá fazer a festa. Arrumou-se as trouxas e toca a andar, rumo ao canto de cada um porque a noite já ameaça e à muita estrada para calcorrear.
A família é um dom! E logo uma como a nossa cheia de alegria e canalhada a cada canto.
Uns são de Direita, outros são de esquerda! Uns são do Porto, outros do Benfica! Uns são mais ricos de que outros. Mas todos são amigos de todos e quando toca a ajudar, ninguém falta para aliviar o que quer que seja.
O importante é ver reflectido no rosto de cada, o prazer de estarmos todos juntos e ao despedirmo-nos, deixarmos bem claro que o até breve será mesmo breve.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Adormeci a Pensar nos Meus Colegas de Infância.



Aqueles que me acompanharam ao longo de uns anos e que deixaram a sua marca. Para eu me recordar deles, quando uma fumaça de nostalgia percorre o meu pensamento.
E como eu era um garoto e logo um jovem que não parava quieto. Precisava de uma ocupação, para sossegar toda a energia que se acumulava neste corpo magrito, mas duro como uma rocha.
Não apreciava grandes aglomerações de jovens. Optava por três ou quatro, fossem eles de uma colectividade, onde o Desporto marcava primazia e o Escutismo uma obrigação tolerada, com o seu quê de aventura. Ou a Escola, onde todos juntos percorríamos os vários anos e cada rosto já era tão conhecido que a largos metros de distância descobria quem lá vinha.
Não esquecendo os amigos da rua, onde casa a casa morava um ou dois traquinas que me encaminhavam para as diabruras próprias de uma idade tão pura, tão genuína, tão feliz. E que irão marcar a saudade até que, o pó me transforme em alimento para quem habite abaixo dos sete palmos de terra.
Os olhos já se fechavam numa noite quente, quente para a época e já com um bem cerrado, ainda fui a tempo da recordação dos colegas do futebol e dos colegas dos primeiros namoricos bem perto de casa. Para não deixar as miúdas fora do alcance dos olhos astutos dos pais que para a época sentiam que quatro-olhos eram a arma da vigilância do tesouro das filhas.
Despertei com um sobressalto!
Continuei a lembrar os colegas de varias fases de uma infância ainda a roçar a infantilidade, com resquícios de recordações da véspera. Mas as imagens saltavam abruptamente para os colegas já desaparecidos, que embora eu tente esquecer para não ferir as passagens alegres que juntos passávamos. Neste momento assaltaram o meu pensamento.
Tentei cobrir o rosto. Tentei afundar-me na cama para me resguardar de tais horríveis pensamentos, mas eles transportaram-me para a superfície da cama e obrigaram-me a olhar para o tecto e recordar a tragédia de um vizinho.
Rapaz com a vida pela frente como eu! Frequentava o sexto ano como eu. Mas com a diferença de viver com um pai severo e ditador, nada comparável ao meu, indolente e dócil.
Rapazote esperto e maluco pelo futebol. Mas num dia de muito calor a tentação de beber uma cervejita foi mais forte que o medo de o pai poder saber e toca a mamar uma, que lhe refrescou o corpo e mais tarde lhe destroçou a vida.
Até aqui tudo bem! Quando se sentia livre do pai e só acontecia no período escolar, ele dava largas à liberdade que esses momentos lhe proporcionavam e acredito que se sentia como um pássaro fora da gaiola e por umas horas era o soltar das amarras do progenitor.
A cervejita pousou naquele corpo puro. Sem tempo para se desgastar!
E o corpo entrou água dentro, no rio que nos amparava do calor e das valentias de cada um de nós.
A dado momento o meu vizinho deixa de ser visto!
Num esforço sob humano, imagino eu, por dados momentos, ainda alguns o distinguem a quatro ou cinco metros. Com dois braços no ar a pedir a ajuda que ninguém lhe podia dar. E por fim o desaparecimento total.
O vazio estampado em todos nós que ainda quentes de uma emoção épica, apodera-se das nossas mentes ainda jovens para perceber tamanha desgraça. E juntamo-nos no largo onde tantas vezes brincamos juntos, para quem assistiu, contar aos que por uma ou outra razão, ficaram livres de presenciar espectáculo tão macabro.
Levou três dias a aparecer o corpo e três dias o pai não abandonou o rio.
Como felizmente não assisti ao rio levar o meu vizinho deixando-o preso num açude já bem longe da nossa pequena territa. Vejo-me a espaços como hoje aconteceu, a imaginar o drama como se também lá estivesse. E toda a vez que isso sucede um arrepio intenso percorre o meu corpo e deixa-me com saudades do vizinho, com tanta garra para viver e repentinamente o rio levou-o, devido à marota cervejita que de tão fresca que estava, levou mais tempo a desaparecer da barriguita e parou-lhe o coração, num abrir e fechar de olhos.
O pesadelo continua para os pais, que isolando o filho de todos nos, fizeram com que perdêssemos o seu rasto. Nem os seus restos mortais sei onde repousam. e como se fecharam num mundo aparte, ninguém sabe o que quer que seja do vizinho. Desapareceu naquele fatídico dia. E morreu para todos nós numa evaporação sem deixar o mais ténue indicio.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Manuel Alegre não Fecha a Porta


É isso mesmo, Manuel alegre deu um prazo até ao dia 15, para decidir de aceita ou não ser Deputado pelo PS.
Não está em causa propriamente Sócrates, apesar de os pontos de vista de cada um serem em algumas matérias divergentes. Está sim partilhar o PS, com alguns militantes importantes, com quem Alegre nutre insanáveis divergências.
Por isso o deputado Poeta reservou um tempo de reflexão para tomar uma decisão. No entanto espera, que antes de se decidir, a conversa que terá com José Sócrates, seja o indicativo para tomar a sua decisão.
Será penso eu uma conversa de amigos e de colegas do partido, onde de homem para homem se discutirá muitos assuntos e destacando o neste momento mais importante. O de se saber se Alegre será Deputado pelo PS. Ou seja mais uma batata quente nas mãos de Sócrates que terá de a arrefecer no prato Socialista para que ela não tombe para fora e se torne em mais um adversário, dos muitos que já lhe abalam o sono.
Relembrando um pouco, veremos que Alegre possuiu um coeficiente positivo vindo das eleições Presidenciais (um milhão de votos), que á partida lhe dará para obter quase o que pretende na conversa que terá com José Sócrates.
Que será, não o afastamento precoce dos inimigos políticos que tem dentro do PS, mas em ultimo caso o seu repouso em banho-maria, durante um longo período. Pondo-os numa travessia do deserto por um período longo, como uma espécie de castigo pelas afrontas proferidas.
Se José Sócrates aceitar estes termos, mais virgula aqui, mais cedência ali. Mas não saindo deste cerne da questão. Teremos Alegre de pedra e cal no Hemiciclo. Não no fundo arrastado para as tábuas, como até agora. Mas bem no centro da bancada Socialista.
Aí passaremos a ter um Alegre reservado, calmo e pronto para quem sabe enfrentar uma segunda eleição à presidência da republica, com possibilidades de sonhar com o alto trono da Nação que seria o culminar de uma luta primeiro contra o fascismo e politica até aos nossos dias.
Mas……. Se da conversa com Sócrates sair fumo preto! E levar Alegre a renunciar a muitos e muitos anos de deputado pelo PS!
Teremos um Manuel Alegre enraivecido, pronto para partir a louça e enfrentar o PS, com todas as armas que possui.
E……………. Mas não acredito!
Nem Manuel alegre deseja isso, nem Sócrates está aberto a correr esse risco. Porque Sócrates tem muito a perder com a fuga de Alegre das hostes do PS. Principalmente nesta hora do começo do tudo ou nada, para os Socialistas, já que vão enfrentar três eleições. Autenticas batalhas de uma guerra que poderá ser disputada palmo a palmo. E são problemas demais para todos os Socialistas empenhados em vencer estes desafios.
Como tal enfrentar Alegre numa de conflito não augura nada de bom nesta fase. E Alegre será uma vez mais recebido no seio do rebanho Socialista, depois de andar como uma ovelha tresmalhada.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Maio Promete Momentos Quentes!


Regressou o calor e também a agitação política!
Momentos que se iniciaram no primeiro de Maio com deploráveis cenas, agitando e de que maneira um desfile que se avizinhava pachorrento. Mas que virou autentico bombardeamento de pedidos de desculpas pelos atingidos Vital Moreira e o PS. E prontamente enviadas, pela CGTP organizadora do evento. Mas ignoradas pelo PCP, maioritariamente representado no desfile pelos seus simpatizantes e militantes, de onde Vital Moreira se desvinculou há vinte anos e vendo a caravana Socialista Europeia a participar indirectamente também do desfile, alguns deles deram largas estupidamente à fúria lançando-lhe os mais inverosímeis piropos e até uns encontrões bem visíveis e durante uns longos segundos foi, um quase toca a malhar no pobre homem, metido na boca do lobo com pele de cordeiro.
Vital Moreira creio, vai ser pau para toda a obra nestas Eleições Europeias.
Joga tudo!
A sua imagem até agora intocável, será escalpelizada até ao limite. A procissão ainda vai no adro e já enfrentou tamanho desafio com a barbaridade do que se passou no Primeiro de Maio.
Também o partido que ele lidera nestas eleições não ajuda, já que como governo tem atrás de si um rol de dramas sociais que irão fazer mossa durante a mesma campanha.
Mas o homem é inteligente, sabe perfeitamente de que massa é feita o povo português e nada mais terá que fazer, do que apalpar as suas fraquezas, fazendo delas a força que necessita para levar a bandeira do PS, até à vitória daqui a mais ou menos, cinco semanas.
Vital Moreira é como os grandes líderes que se vêem em apuros numa batalha. Mas logo na manha seguinte ressuscitam as forças e toca a partir para uma descida sob as aguas do rio, equipado a preceito e mostrando óptima disposição. Enfrentou os jornalistas de capacete qual escudeiro e de colete não à prova de bala, mas sim à prova de afundamento lá entrou agua a dentro para uma campanha de alguns riscos, mas sem energúmenos por perto.
Enquanto isso o seu PS, através de José Sócrates percorria mais uma feira e mais uma vez enfrentando as multidões.
Só que, como surgem os apoiantes eufóricos e sempre à espreita dos apertos de mão e os beijinhos da praxe. Também aparecem os apupos e os assobios para colorir a festa de uma prova de Democracia, como bem comentou o primeiro-ministro. Mas atenção também lá surgiu um desvairado que lançou o vinho de um copo para o meio da comitiva de Sócrates.
Logo apareceram os que dizem (pessoas com cargos públicos), que viram o coordenador sindical da CGTP de Braga a lançar o vinho.
A comunicação descobriu mais outro (a) com a mesma versão. Mas logo o visado contactado negou peremptoriamente afirmando que a essa hora regressava (satisfeitinho da vida o tom da festa a isso proporcionava) e foi mais longe, pedindo um pedido de desculpas (lá estamos na mesma onda das desculpas) a quem ousou prenunciar tamanha cabala. Senão o tribunal seria o encontro do tira - teimas.
E assim vai os primeiros passos da preparação da campanha do PS, às Europeias.
O lema nestes primeiros dias é, o pedido de desculpas por quem cometeu, ou dizem que cometeu os actos de baixo nível.
Prevê-se um Maio de calor emocional fora do normal. Onde se pede o reforçar da segurança não vá um tresloucado que tudo perdeu com esta crise que já galgou o limite dado pelos mais afoitos na retoma, mas que teimosamente volta à estaca da recessão. Lançar-se de alma e coração para o meio da multidão onde se encontram os líderes desta campanha e dos partidos. E fazer dela o bombo da adversidade, onde muitas das vezes os visados não passam de simples cidadãos, que lá estão por um simples acaso e prontos a apanhar uma bucha, que lhe alivie um pouco a barriguita de misérias.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Maio é o Mês mais Belo do Ano!


Começa logo no nascer do Mês.

PRIMEIRO DE MAIO DIA DO TRABALHADOR!
Símbolo marcante para todos os trabalhadores. Festejam o seu dia e logo nesta fase tão difícil, onde o fantasma do desemprego não escolhe caras nem corações. Do dia para noite empresas fortes como uma rocha, em tempos ainda quentes. Desmoronam-se num abrir e fechar de olhos, deixando um rombo enorme de aflições sem fim.

DIA DA MÃE!
Dia da minha mãe e da mãe dos meus filhos.
Da minha mãe guardo uma infância igual a muitas outras, num tempo não muito fácil, que refreava o carinho e o amor que seriam obrigatórios para me aquecer nas noites frias de Inverno rigoroso. Mas a prontidão da repreensão tantas vezes injusta, revoltava o meu pequeno coração, abrindo pequenas feridas, que viravam chagas quando sentiam que nasciam para a mãe poder descarregar as suas frustrações.
Da mãe dos meus filhos abro-lhe o coração como forma de agradecimento pelos rebentos oferecidos como uma dádiva. Que são o garante no acreditar que esta vida vale a pena dar tudo por ela.

MÊS DE MARIA!
Maria mãe de todos nós. Pura e virgem na sua caminhada terrena, onde reza a história passou terrível sofrimento, vendo o seu filho ser torturado até á morte numa cruz como tantas outras naquela época. Mas esta amparou o homem grandioso entre os homens. Embora concebesse por obra e graça do Espírito Santo.

MÊS DO CORAÇÃO!
Coração o nosso motor no arranque todas as manhas de encontro a mais um dia. O órgão que nos mantém vivos na alegria e na tristeza.
Muitos dão tudo, prometem este mundo e o outro, por um novo que substitua o já enfraquecido, para viveram mais uns anos.
Suporta os nossos exageros, muitas das vezes levando-o ao clímax da paragem. Onde tudo se apaga, deixando a dor e a saudade estilhaçada nos corações de quem tanto os amavam.

MÊS DA APARIÇÃO!
Maria apareceu aos pastorinhos, segundo reza a igreja naquele normal 13 de Maio, que viria a coroar-se como o dia de todas as romagens, em direcção ao Santuário de Fátima.
Já lá estive bem no meio daquele enorme espaço, completamente só. No começo de muitas manhas já lá vão alguns anos! E acreditem, aquele imenso espaço respira fé e mais fé!

MÊS DO VENCEDOR DA CHAMPIONS!
Onde Benfica e Porto já sentiram o êxtase máximo da vitoria por duas vezes.
E milhões de portugueses saborearam estes feitos, que não passavam de meros sonhos, para esbugalharem os olhos de espanto, no apito final rumo ao erguer da taça.
Só ao alcance dos melhores. Apesar de sermos um país tão pequeno mas enorme em superar adversários autênticos Golias.

MÊS DA PRIMEIRA E ULTIMA SEMENTE!
Foi neste mês que o meu primeiro filho e o último, foram feitos.
O primeiro, era quase impossível evitar! A paixão era tanta, que estávamos cegos. Só nos víamos um ao outro no meio de uma ingenuidade tão pura e tão maravilhosa. Que passados noves meses o primeiro nasceu. Hoje é um homem de barba rija.
O último, pensávamos que sabíamos combinar o lógico com os imponderáveis e claro deu no que deu um rapagão vivaço como a mãe e romântico como o pai.

MÊS DO MEU ANIVERSÁRIO!
Faço anos como todos.
Já são muitos, alguns bem pesados, que deixaram marcas nestas costas largas para aguentarem furacões de apreensões. Mas muitos mais, quero festejar, junto de quem me deseja e de quem se lembra do meu dia.
Maio foi o mês onde abri os olhos para o mundo. Em casa libertado pelo ventre da minha mãe, por uma parteira que por acaso era enfermeira.
Cresci com muito pouco, para repartir pelos meus irmãos. Hoje tenho o meu mundo! É pequeno, entra bem no meu coração agora já bem grande e acompanha-me para todo o lado. Não o deixo por nada. Sem ele nada sou, porque deixo de existir e deixar de existir, só pode ser no fim da minha vida, bem lá para o meio do século XXI.