sábado, 25 de julho de 2020

Ansiedade



A espera cria saudade!
Cinco meses sem pisar uma fronteira. 
Sem sentir o céu tão perto da janela da aeronave.
Sem sentir os suspiros ao transpor as portas da gare nortenha.
A ansiedade adianta o stress.  Nestes últimos dias de regressar.
Cada hora é um montão delas.
E cada dia, encurtar os dias não parece.
Nada existe para os diminuir, mesmo dormindo o tempo todo para acordar no dia seguinte.
Na graça de Deus, como dizia a minha santa avó. Que acredito lá na esquina do céu, sentada ao lado do fogão que aquecia o café para espalhar o sono dos jantares mensais. Abre o coração para me indicar o caminho do amor que me espera.
Enquanto a espera se acentua no imaginar do momento da partida. Levito na música e no rosé italiano, depois de degustar o peru assado.
a semana que me falta para regressar!

domingo, 19 de julho de 2020

Voei sem ter Asas



A semana foi chuvosa e muito húmida.
As montanhas soltaram toda a água que se acumulou e encharcou os caminhos serpenteados, que levam a toda a parte deste paraíso natural.
Hoje o sol despontou!
Com tanta raiva como se reivindicasse, o momento estival como dele e afagou as folhas soltas dos trilhos deixando que os meus tênis, não se enterrassem na lama já meia enxuta e encurricada.
Hoje senti-me voar mesmo não tendo asas!
Senti-me no cimo das montanhas para conhecer como elas olham para onde   repousa o meu cansaço e a minha saudade.
Onde repousa o meu presente e se abre o meu futuro.
Mas quis ir mais longe!
Voei até ao pico do céu e deslumbrado fiquei com a beleza do seu infinito.
Tive tempo de colocar nomes às nuvens e as que se cruzaram comigo foram batizadas com os nomes dos aeroportos já conhecidos.
Porque é o céu que me guia de regresso a casa e de volta a este cantinho.
Aterrei na minha varanda num fim de tarde ameno, com um jantar pleno!