sábado, 25 de novembro de 2017

Longa noite




A noite foi tão longa, que o meu corpo se assustava com a iminência do toque malvado.
Despertou ainda ela esfregava os olhos e satisfeito, voltou-se para o lado quente, deixando-se adormecer de novo.
Como o hábito faz o caminho diário do trabalho, lá estava ele prontinho para saltar da cama, ainda antes de ouvir o som ruim.
Mas hoje não se ouviu nenhum som!
Só o vento abanava as entranhas de madeira e fazia balançar as já gastas portas maciças, que protegem os vidros naqueles dias, que nenhuma alma se atreve a por um pé lá fora.
E de novo se voltou para o lado. Desta vez, o lado que mostra todo o quarto. Apinhado de roupa escura que por momentos, formam imagens que tentam- me agarrar na penumbra.
Por fim o dia nasceu e a claridade rompeu!
Que maravilha sentir que a cama era minha. Sem horários para me arrastar pelo soalho, à procura da roupa espalhada.
Que delicia, sentir o corpo esticado tão leve como uma pluma, sem ferramentas duras que o martirizam. Nas trincheiras das máquinas longas e frias.
Que beleza, deixa-lo sonhar com a delicadeza do toque. Das princesas que fazem parte da minha história.
Por fim, já farto de tanta moleza, deitou os pés de fora e procurou o banho quente.
O fim-de-semana bateu à porta.
Era chegada a hora de procurar momentos, que o fizesse soltar-se como um adolescente. Na procura de fragmentos para atenuar, as saudades que não demoram a encontrar-se.

sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Já nem a sexta é Fim-de-Semana




Somos meia dúzia, onde nem vemos o dia!
Uns desistem, outros revoltam-se com o destino
Continuamos meia dúzia, porque uns vão, outros equipam-se
Uns, gritam como crianças, sem poder dar um passo para alcançar o banho
Outros, guilhotinam-se nos dentes da serra, deixando o sangue estatelado
Continuamos meia dúzia, mas por dias, somos só quatro a entrar onde deixamos um pouco de nós!
Quatro, que tudo fazem para que quatro, lutem por seis
E das dez horas programadas, carregamos no corpo. Onze, doze….
Recupera-se a meia dúzia, por entre gargalhadas em rostos amarelados
Cada dia que finda é um rosário de queixumes.
Só dá tempo para devorar o frango frito e emborcar uns copos de tinto
A cama é abençoada e não tarda, dormimos como meninos
Mas umas horas depois, entram todos na carrinha com os olhos ainda inchados
Já nem a sexta é fim-de-semana! O sábado é tão duro, como todos os dias da semana.
Por fim abraçamos a noite de sábado!
Deixamos de ser meia dúzia
Uns, aprisionam-se nos quartos. Matando saudades e aliviando as feridas
Outros, procuram desanuviar a tortura. Procurando as luzes da noite, para alongar o dia.
E não tarda, é Segunda-feira!
A roupa cheira a lavado, mas as nódoas negras, são como remendos recordados
E o dia não finda e a semana, ainda se inicia!

quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Tão longe e tão Sentido





Dia de lágrima exposta e recolhimento
Olhamos os retratos e vivemos recordações, que nos afloram a mente
Desejava ter-te junto a mim, para segredar-te os meus recentes momentos
Deus levou-te para o céu e de lá, és o anjo, que proteges o meu tempo!