sexta-feira, 30 de setembro de 2016

O prazer que senti Contigo




Passamos a vida a olhar para nós mesmos, tentando descobrir o inevitável!
Para contrariar esses defeitos, vamos em busca de quem nos é próximo, para descobrir os seus defeitos e assim colmatamos um pouco as nossas imperfeições.
Todos nós sofremos de imperfeições corporais!
Uns conseguem atenuar, ou mesmo apagar com cirurgias rápidas.
Outros, mastigam-nas durante a vida inteira, sofrendo desse mal, como o mal que Deus assim o quis.
Mas as imperfeições do pensamento, são as mais severas com que nos debatemos.
Muitos nem por sombras as assumem!
Normalmente associam-nas aos outros, como fazendo parte integrante das suas personalidades. E assim livram-se (pensam eles), do mal que causam aos que lhes são bem próximos.
E levam a vida, refugiados em drogas receitadas no esconderijo de quatro paredes, levitando em melhoras residuais, mas que não curam o mal que causam a quem ingloriamente tudo faz para, ao menos, reconhecer esse terrível flagelo.
Com o decorrer do tempo, a paciência dá sinais de se esgotar em tentar compreender e até ajudar, a reconhecer os sinais bem evidentes, que vão de certeza quebrar uma união. Onde tudo indicava ser a junção para a felicidade permanente.
Um deles parte para a humilhação (vendo fantasmas em cada passo dado) e o outro, fazendo valer os momentos que ambos repartiram nas poucas horas partilhadas. Releva porque, o prazer que senti contigo, é de longe mais puro ao ínfimo insulto que te possa enviar!

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Ao raiar do Dia




Termino o trabalho e encontro o pôr-do-sol, quando me refresco de um dia tão longo, como a distância que me separa do descanso.
Ele, o pôr-do-sol, mergulha nas costas da montanha para iluminar a outra parte do mundo.
Eu miro-o por instantes e elevo a sua beleza, como a única alegria que este dia me proporcionou.
Parto, deixando-o para trás na esperança de quando o voltar a encontrar, mais um dia se passou e a semana se encurta, para por fim, abraçar o descanso.
Os dias já se amontoam como degraus sem fim.
Regressei há três semanas e muitas mais me esperam, para de novo regressar para umas merecidas férias.
Até lá pouco de novo se passará!
Dias e dias repetitivos.
 Noites repletas de voltas na cama, revendo momentos felizes.
 A almofada amarrotada com o cérebro pesado das marradas nas escoras das lajes que elevam a empreitada.
Ao raiar do dia, toca a seguir pelas estradas desertas dum povoado verde e repleto de animais. Que se aglomeram, na busca do alimento que o homem maquinalmente lhe serve, para mais tarde fazer dele o seu alimento.

domingo, 25 de setembro de 2016

Peças a um Euro





Domingo belíssimo!
Sol magnífico. Desafiando para uma saída bem cedo, pela estrada que rasga os campos recentemente limpos pelas ceifeiras mecânicas. Que colhem e embalam, a silagem para que os animais se alimentem no rigoroso Inverno que não tarda.
Ao fim de cinco quilómetros dei de caras com uma feirinha de tudo o que é usado. Recolhido pela comunidade cá da aldeia e posto agora à venda, numa angariação de fundos, para a instituição que cuida dos mais necessitados.
Por um euro comprava-se uma peça de roupa!
Por um euro, adquiria-se calças excelentes para o trabalho. Camisolas de lá, para afugentar o frio e a neve que não tardam.
Por um euro, podia-se comprar uma peça de tudo o que estivéssemos resolvidos a levar.
Depois de comprar um par de calças e duas camisolas que farão aliviar as tremuras lá para o Inverno, sentei-me numa mesa de madeira e comi uma salsicha (tipo alemã) e uma cerveja que curiosamente é feita cá na fábrica (enorme) e abastece toda a região!
Claro, paguei o dobro pela bucha da manhã, do que pelas peças de roupa!
Mas curtir este sol e sentir a simpatia destas pessoas cá da aldeia é de um valor sem preço!
Regressamos para o peru, deleite do almoço, já pela tarde dentro.
Que delicia! Tostadinho no forno da D.Maria e todos juntos, partilhamos um bom momento.
Agora sinto-me um pouco só, já a tarde vai ficando fria.
Todos dormem a sesta acalmando a animação do almoço.
Detesto ficar só, quando penso que tenho companhia!
Mas, sempre nesta vida, já com mil luas percorridas, senti-me dolorosamente muito só!