domingo, 28 de fevereiro de 2010

O Momento da Verdade



O Benfica já conseguiu um enorme objectivo e ainda o campeonato vai na curva do cruzeiro. Ter o Porto longe da vista e perto da desgraça futebolística, depois de soçobrar perante um Sporting cheio de moral vindo de um resultado épico para a Liga Europa.
E como os vizinhos são para as ocasiões, nada melhor que uma ajudinha, mesmo que esse vizinho, tenhas as contas do condomínio atrasadas e sem juizinho.
Um Sporting transfigurado da noite para o dia depois de meses nas ruas da amargura que vaticinavam um calvário gritante, onde todos os sportinguistas estavam a pedir a Deus que o campeonato terminasse o quanto antes, para acordar do pesadelo e sonhar o mais rápido possível.
E neste momento os leões são os reis do campeonato chamando para si os holofotes da ribalta.
Assim o Benfica depois de chapa 4, em dois jogos que aumentaram ainda mais a fé no ano de todas as glórias. Resguarda-se num misto de euforia e contenção, para que logo logo, chegue o final do chuto na bola e comece os festejos da vitória.
O Benfica vence!
Por um, por dois! Chega facilmente aos três e como não há duas sem três. Alcança regularmente os quatro. Dentro e fora do campeonato. Sejam portugueses, ou velhos conhecidos da Europa.
Todos caiem como tordos num troteio sem piedade a raiar as goleadas para euforia da nação benfiquista que enche estádios desde os montes cá de cima às praias quentes do fim do País.
A onda é vermelha, não comunista valha-nos isso. Mas benfiquista com comunistas!
Entre brasileiros, e argentinos. Uruguaios e espanhóis. Portugueses e outros mais. São os ovos necessários para o bolo final que levará as belas e os foguetes para o sopro final, de uma festa que bem cedo começou, com futebol de encher o olho e goleadas para encher estádios.
São 106 anos de história! Mais de um século de vida onde já viveu a alegria em cântaros cheios de magia.
A tristeza própria da vida! Porque nem sempre se ganha e perder faz doer, mas as feridas dão vida.
E a morte bem dura não de um, mas de muitos filhos que abraçou bem dentro do colo diário. Faz deste clube o maior do mundo!

Futebol Fátima e Fodas



O Face Oculta continua a encher o horário nobre das televisões, agora a meio da edição e já engrossa com novos personagens. Caminhando para um longo rebanho que pastou por entre campos de erva viçosa que engordou os mais comilões, sem saberem que esse mesmo alimento estava minado de escutas que registaram todos os momentos da trituração da erva viçosa.
A cada semana desde que a bomba Face Oculta estourou, éramos presenciados com uma nova personagem, como cabeça de cartaz para ser apontada como mais um a enganar o bom senso do povo português.
A cada semana surgiam nomes de pessoas altamente cotadas com os destinos do país sendo a maioria delas ligadas ao partido que governa, fazendo com que o Face Oculta fosse a grande oposição do governo, deixando na penumbra os partidos que a representam.
E quando os visados depois de terem ganho tempo para se prepararem, ou serem preparados. Eram interrogados pelos jornalistas, sequiosos por matar a sede do sensacionalismo. Ouvíamos de todos eles que estavam inocentes de tudo o que lhes era imputado.
Claro que depois de se saber que a tentativa de silenciar a comunicação era mais ou menos verdade. Essa mesma comunicação social tratou logo em organizar o seu exército e saindo das trincheiras onde se defendeu do arreganho do governo em a silenciar. Atacou a toda a força, com os seus bravos soldados, a lançarem os morteiros mortíferos, escolhendo a sexta-feira como a altura D, para que as milhões de mentes pensantes cá do País, tirassem as suas conclusões depois da missa do fim-de-semana.
Tivemos os seus lideres nas comissões parlamentares a defenderem a sua dama (comunicação social) e não estando pelos ajustes em contar meticulosamente as conversas que tiveram com os altos lideres para travar esta ou aquela noticia.
Tivemos por sua vez alguns visados também nas comissões, a “jurarem “ a pés juntos que nada era verdade e tudo não passava de perseguições ao seu bom nome, já que vive-se a tentativa de caçar fantasmas onde eles simplesmente não existem.
O grande problema é que o Face Oculta, acabará por cansar meio País. Que se consciencializou que depois de tanto fumo para se transformar em enormes labaredas que iriam queimar, reduzindo a pó o governo. Não passou de queima de mata em tempo de Inverno.
E o outro meio acabará por entender que chafurdando mais na merda das escutas só se vai sujar a si próprio porque: hoje são os trajados nas cores do governo os visados. Amanhã irão surgir numa espécie de Oculta Face, os seus amigos e os amigos dos amigos. Porque vivemos num ciclo vicioso, onde quem conhece os meandros das jogatanas politicas e não só. Sabe perfeitamente que quem cospe para o ar acabará por lhe cair em cima da cabeça.
Enquanto vivermos de Futebol, romarias a Fátima e Fodas para a maioria da população do País. Mais este se estende ao comprido, numa passadeira vermelha para deixar passar os oportunistas com ou sem escutas seguindo o seu caminho.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Perguntei ao Vento



Perguntei ao vento que passa através da varanda resguardada, notícias do sul do País.
Mas ele nem me ouviu já que parecia um monstro enraivecido quando dei salto atrás do empurrão traiçoeiro que me desferiu a caminho do seu destino.
Soprava raivosamente num silvo ronco que atravessa os edifícios entoando sons monstruosos que eleva a preocupação nos rostos dos transeuntes.
Já partiu vidros das entradas, soltou chapas dos beirais e arrasta plásticos soltos, como balões fugidos das mãos das chorosas criancinhas.
O vento é violento, obriga a um esforço tenaz para caminhar e faz cambalear os mais idosos nuns movimentos embriagados que verga quem já não é novo.
A electricidade falhou porque o vento a destronou. E sentimo-nos impotentes para o acalmar agora que ele atingiu o seu pico.
Sons bem audíveis, quando se esbarra com os prédios que o tentam acalmar, numa fúria que não à memória e que veio para atazanar as disposições pouco dadas a este fenómenos.
Vai te embora vento repelente que não te queremos por cá!
Dizem todos cá do sítio com rostos onde a admiração e preocupação misturam-se nos falatórios de um sábado de descanso.
O vento não reduz a sua força.
Castiga por onde passa e as árvores coitadas de ramos abertos num pedido de calma que não é atendido. São derrubadas sem dó nem piedade por este bulldozer gigante que tudo leva avante.
Agora duas horas depois sente-se a sua força esvair-se e num suspiro de satisfação sentimos que tudo é efémero. O que aparece bailando furiosamente sobre as nossas cabeças, tentando acertar em muitas delas com o que agarra á sua passagem. Agora não passa de um ligeiro sopro de Inverno que afugenta as ultimas folhas agarradas a troncos centenários enchendo as ruas de pontos castanhos parecendo sardas em rosto gigante.
O que passou já vai longe para se esconder atrás das montanhas e tudo não passou de um ligeiro susto para sentirmos que a Natureza ainda dita as suas leis.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Os Limites que Terão de ser Quebrados




Corremos todos em busca de algo para amenizar as carências diárias e esbarramos nas portas cerradas. Onde através dos vidros presenciamos a indiferença humana.
Lidamos diariamente com a escassez de ajudas para aqueles que já não tem força para correrem atrás dessa ajuda, que só é entregue a mãos manchadas de oportunismo e enchendo o pecúlio mais e mais para não deixar nada para quem chega e se chega, já é tarde.
É o que nos resta!
Lidar com a dor de quem nos é chegado, sem poder fazer nada a não ser amenizar essa dor com o carinho estampado no rosto a única forma de mostrarmos a amizade que mutuamente a vida nos encheu.
E enxergar que os que nos estão próximos refugiam-se numa distancia indiferente para que a aproximação não traga pedidos de ajuda, que aliviam o desespero de quem bate a essa porta e é recebido pelo olhar desconfiado, mostrando abertamente que a mesma porta que foi aberta será, o caminho da rua de encontro ao nada. E de onde se saiu poderia se obter o optimismo para encarar o futuro.
A vida está nestes limites!
Mas enquanto à vida existe a esperança de a encarar com ganas de a ombrear lado a lado, num desafio constante que no final traga a certeza de que conseguimos os objectivos pretendidos e nesse sentido venceremos todos os desafios e a vida segue o seu caminho.
Dois passos à frente e um atrás é o resultado de alcançarmos a meta desejada num final de caminho custoso mas vantajoso!

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Catastrófico Demais Para ser Verdade


A Madeira essa Pérola do Atlântico de clima ameno com o sol a brilhar todo o ano, visitada por turistas ávidos pelo clima e pelo calor humano que se respira naquele pedaço de terra plantado no meio do oceano. Adormeceu depois de mais um dia de cativar os turistas que enchem os hotéis e trazem o dinheirito que alimenta toda aquela gente que vive do turismo como a fonte de toda a sobrevivência.
Mas adormeceu num sossego que antevia um despertar harmonioso para mais um dia de espalhar toda a beleza da ilha pelos turistas e não só, como uma recordação que obriga a lá voltar.
Só que…! O despertar foi o mesmo que se aperceber do fim do mundo!
A Natureza ameaçou varrer parte da ilha!
Descarregou toda a sua violência, numa chuva diluvial sem precedentes, sob aquele botão preto no meio de um lençol enormíssimo tão azul como o céu.
A chuva chegava primeiro ao alto da ilha numa violência sem perdão. Deslizando pelas encostas rudemente, cheia de uma ferocidade que castigava tudo o que lhe aparecesse pela frente e enchendo rapidamente as ribeiras, onde a água galgando as margens estendeu-se como tentáculos gigantescos e destruiu tudo o que fosse obstáculo.
As estradas viraram acessos às águas lamacentas vindas dos altos da ilha e numa velocidade vertiginosa, tudo era derrubado. E num cenário dantesco, carros eram arrastados como se tratasse de bolas rolantes. E dentro deles os condutores e ocupantes viraram vítimas nuns segundos arrepiantes, sem ninguém poder fazer nada e pior: sem ninguém se aperceber tamanha a rapidez com que as águas autênticas feras esfomeadas acabavam com a vida de dezenas de pessoas sem tempo para pedir ajuda e serem socorridas.
E só o oceano fazia parar essa enorme avalanche de água e restos de tudo que uma cidade turística tem para oferecer.
Oceano azul, que ficou manchado pela água lamacenta putrefacta que tornou a baia funchalense a cheirar a podre e a morte trágica. Que fez derramar lágrimas sem fim dos sobreviventes que atónitos viravam-se para o céu pedindo responsabilidades a Deus que aí habita.
A Madeira que todos um dia irão visitar ficou um caos, onde tentamos ajudar sem lá podermos chegar.
Revemos aqueles momentos vezes sem conta. Com a água barrenta de uma fúria tão medonha que afogava qualquer indicio de vida, estendida desde as alturas da ilha até ao abraço manchado no oceano azul, mostrando que a catástrofe derruba em minutos aquilo que demorou séculos a erguer. E ficamos minutos em silêncio sem uma palavra para amenizar toda aquela dor.
Agora que a dor assentou nos nossos corações, nós que estamos no seco do continente, teremos que fazer algo, para levantar aquela ilha tão bela e tão macia que se abre a todos nós como as flores que a enchem de encanto e lhe dão a beleza que se espalha pelo mundo inteiro.
A madeira vai recuperar desta feroz mordidela que a natureza lhe pregou mesmo junto ao seu coração. E logo, logo. Sorrirá para nós numa limpeza brilhante que apagará os vestígios de um dia mau demais para ser verdade.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

O Despertar Embrulhado em Desejos


Acordei com uma disposição de criança, que regularmente me enlaça.
Alegre e feliz, com vontade de enfrentar o dia ciente de que iria ter um dia bonito.
O tempo está embrulhado, não chove mas paira no ar a certeza de que uns chuviscos irão aparecer enquanto o dia carrega as horas a que tem direito.
E acordei num flash, tão sereno e despertado, que dava a entender que a manha já ia longa, o que não era o caso.
Procurei o amor de quem me aquece e brinquei aos toques íntimos durante um tempo minúsculo já que despertei quem absorve o que lhe oferecem.
Senti a satisfação mútua quando nos aconchegamos por minutos repousando do esforço meio preguiçoso, porque roubei um tempo a alguém que o aproveita para dormitar mais uns minutos, que sabem pela vida.
A cama estava quente salpicada de aromas perfumados que convidavam a inspirar o seu sabor.
Saí para o ar fresco da manhã que acordava os dorminhocos e fazia correr os atrasados, para sabe-se lá o quê.
Caminhava sorridente cantarolando a espaços e sentia abertamente, que estava feliz e com uma disposição a raiar os garotos quando finalmente se sentem livres dos pais para correrem em busca dos amigos e das brincadeiras em conjunto.
Sentia que o dia era meu e que ia sorve-lo tenazmente já que não é todos os dias que se acorda com esta disposição livre e feliz.
Sentia o calor do amor bem dentro do meu corpo que me estava a massajar as sensações e elas continuavam ao rubro.
Sentia a certeza de que também era mais um dia, o começo de um fim-de-semana, que junta mais a família e oferece mais tempo para enriquecer sentimentos e o amor de quem está tão próximo.

Os Anos Não Dão Vitalidade e o Fim é uma Realidade




Passamos a vida a acreditar em palavras que viram delírios, já que são comandadas pelo desespero. Mas abrimos os olhos e lançamo-nos na busca do querer agarrar o futuro com unhas e dentes.
Talvez já tarde, mas como diz o velho ditado: mais vale tarde do que nunca!
Crescemos amarrados no acreditar que o mau bocado é de passagem. Que bons ventos estão á porta e que de novo ocupamos o lugar a que temos direito.
Os dias passam e os meses chegam, mas surge o inicio do fim!
Um fim que sabemos agora já anunciado, mas que criávamos a ilusão de que haveria sempre uma solução.
Acreditávamos até ao último minuto, que a solução haveria de chegar. Fosse com uma encomenda de encher os olhos e os bolsos a quem nos pagava. E assim a satisfação era mútua e a vida continuava.
Ou depois de um interregno de dois meses, chegava a solução milagrosa de um empréstimo bancário para prosseguirmos durante mais uns tempos, que ilusoriamente pensávamos que poderiam ser anos vindouros.
Vivemos assim uns anos! No acreditar, no que, dia após dia mergulhava num abismo sem fim.
Éramos fortes, numa região que os anos passavam mas a empresa se solidificava.
Passamos a barreira dos cinquenta anos e liderávamos o mercado e todos acreditavam no nosso nome sagrado para o conselho e meta final do sustento garantido para famílias onde a entrada nesse espaço fabril era o orgulho de uma realização à época.
Os anos voaram e voaram também o tempo das vacas gordas!
O pasto deixou de engordar quem lá trabalhava e mesmo com a despedida de dezenas de homens já cansados de anos e anos de labuta. Não se conseguia carrilar as finanças de um monstro que ameaçava perder a força que tanto se orgulhou em possuir.
A crise abriu as últimas chagas num Cristo feito de pavilhões vazios, pelo hipotecar de produção sem lucro em maquinaria que dava vida a matéria-prima nascida de uma planta.
Os anos passavam sem folguedo de comemoração tal a escassez de recursos para acender meia dúzia de foguetes.
Numa área outrora tão movimentada, ora de dia ora de noite de trabalhadores numa passagem de troca de testemunho de poucas horas. Vê-se hoje um amontoado de pavilhões enormes vazios e escuros, cheirando a recordações já distantes e a memórias que se perdem com o tempo.
A ultima gota de acreditar, caiu em saco roto e hoje os portões que delimitavam a passagem a quem em tempos assentava arraiais, horas e horas em busca de um sustento que era a segurança de uma família. Fecha-se aos poucos num movimento que não é muito perceptível mas que já não deixa entrar um corpo de estômago bem abonado.
O milagre não vai surgir e o portão acabará por bater pela última vez e a volta na fechadura será automática fazendo com que aí permaneça lacrado para sempre.
Será o virar de página em anos que passaram com o nosso crescimento. A reconversão é a realidade daqui para a frente num pedalar para recuperar algum tempo. Aquele tempo que quem nos é próximo não se cansava de alertar para acordarmos para a realidade que teimávamos em não descortinar e lidávamos com ela todos os dias.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Os Portugueses conquistaram a Europa



Mais um português a assumir um alto cargo na Europa, que nos faz tão pequeninos.
A Europa sabe que nos deixa na sua cauda, década após década, a agarrar o seu véu para não ficarmos para trás e cairmos no abismo do vulcão que na imensa escuridão, espera pacientemente para nos derreter sem dó nem piedade.
A Europa sabe que enquanto nos agarramos enterrando as unhas na renda do seu véu para não sermos desintegrados, temos um longo calvário a pagar como aluguer e amortalha-nos com a qualidade de vida mais decadente dos seus filiados.
A Europa sabe que nos infestou com o síndroma corrupto ao envia-lo para as nossas costas, já que muitos dos cérebros que povoam este País, formaram-se nas suas universidades, ou então para lá foram em busca de enriquecimento intelectual.
A Europa sabe que todos sabemos, que nos trata como os pobres coitados, de brandos costumes e acostumados ao deixa andar, sempre pensando que talvez surja um milagre.
A Europa mesmo sabendo que não servimos para nada, num oceano de quarenta e seis países que nos deixam isoladamente sós. Recorreu aos nossos préstimos e hoje temos portugueses a assumir cargos que já fazem inveja a países que nos encostam às cordas logo no primeiro round.
Freitas do Amaral, António Vitorino, António Guterres, Durão Barroso, Jorge Sampaio e agora Vítor Constâncio. Não esquecendo José Sócrates o homem do Tratado de Lisboa.
Varias personalidades que num curto espaço de tempo exerceram e exercem cargos de trazer água na boca aos egoístas.
Como vemos os nossos governantes que dirigiram os destinos do Pais ainda não há muito tempo e nos deixaram sem agasalhos para enfrentarmos o futuro. São premiados pela Europa, talvez penso eu, pelo seu trabalho de continuar a deixar-nos agarrados já a cair as unhas, ao véu cada vez mais curto e ameaçar esfrangalhar-se a qualquer momento.
Por falar em Vítor Constâncio, é o homem do momento. Pede que os salários sejam congelados e que os impostos sejam aumentados. Como se vê neste português os objectivos para continuarmos na Europa de rastos são contundentes, por isso foi escolhido para vice-presidente.
A Europa é a Europa!
Desde os tempos dos descobrimentos que nos segue na busca de socorrer-se dos capitães. Mas deixa a nau ao sabor das ondas e todos sabemos que ela irá se destroçar nas rochas impiedosas que há milhões de anos esperam pelas vítimas desafortunadas.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

É Carnaval e Depois!



Vamos lá dar um pouco de alegria a nós próprios e meter-nos dentro de personagens que resolvemos assumir e lançar cá para fora as angústias e as lamúrias quotidianas.
Estou em querer que muitos estão mascaradas de Sócrates e trazer para a sua pele este homem hoje multifacetado e perseguido devido aos constantes rombos nas suas actividades, prontamente descobertas através de escutas constantes, numa perseguição atroz que o seguiam passo a passo e o apanhavam logo que ele abria a boca.
E mais, batiam neles próprios porque só assim podiam chegar a Sócrates já que estavam travestidos da sua personagem.
Em muitos a raiva era tanta que se flagelavam constantemente, descarregando aí toda a ira que já extravasava todo o seu ser e era esta a forma de poder bater em Sócrates através deles.
Como se constata, Sócrates tem sido o bombo da festa de milhões de portugueses e todos eles tem a sua opinião bem formada, sobre o que Sócrates fez ou deixou de fazer, nas escutas que estão à mão de semear, basta ler alguns jornais, nada meigos com o primeiro.
E como o carnaval é o meio ideal para desabafos que estão manifestados em figuras que estão nas bocas do mundo e frases marcantes que expressam o que vai na alma de muitos de nós. Então toca a aproveitar este momento de folia para trazer à tona desejos escondidos.
E o auge de todo este salpicar de cor e festejos que enchem ruas e praças um pouco por todo o país, é o Cortejo Carnavalesco. Onde multidões assistem a uma dúzia de carros alegóricos que seguidos de um grupo de figurantes bem ensaiados e iluminados dos pés à cabeça por cores luxuriantes, dão raios de luz brilhante às multidões escuras nos trajes e a um céu coberto de pontos negros como mazelas recentes de batalhas terríveis.
O Carnaval ainda é um pouco do recuperar a alegria já arredada em milhentos rostos que nestes poucos dias de euforia, encontram força para se rirem e divertirem, esquecendo por momentos as amarguras da vida.
Os filhos vivem, o sonhozito de serem o que o fato estampa!
Heróis e mais heróis!
Serão de certeza. Neste dia que dá lugar a que todos os sonhos sejam pintalgados de realidade.
Seja num gesto de uma espada que trespassa uma figura imaginária.
Seja num salto como uma mola que vai pontapear o vazio para encontrar o destino do desejo.
Seja numa corrida labiríntica por entre a multidão sem rumo, num vai e vem que se atropelam. Na procura real do inimigo que se entrincheirou nas entranhas do fosso carnavalesco.
O Carnaval é o imaginário de quem o partilha intensamente. Dão-lhe a poção certa para o abrir num raio de sol que mesmo que o tempo não esteja para os ajustes, nada poderá fazer para abafar tanta cor, tanta magia.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

A Cidade que me Abriga


A minha cidade pequena, pequenina que cabe numa mão de Deus, deixando a outra para apontar os dedos aos pecadores e eles são tantos que se transformam num oceano sem fim à vista.
É um círculo de meia dúzia de monumentos com história.
De uma mão cheia de edifícios que valerá a pena visitar. E de um saco de linho cheio de pessoas com integridade para focar.
Vangloria-se de ser a cidade a receber a primeira romaria do ano, as Festas das Cruzes.
Semanalmente realiza-se nesta concha citadina a maior feira do País, que ocupa meia cidade e deixa a outra meia a rebentar pelas costuras em matéria de trânsito.
É o concelho maior do País em matéria de freguesias oitenta e nove, algumas delas nunca lá passei, apesar de viver não muito longe delas e passar bem perto das suas entranhas.
Tem o galo como símbolo máximo de uma cidade que se coroou como a rainha do artesanato, onde o barro com as peças que de lá nasciam pelas mãos das artesãs, correram mundo e idolatraram essas mulheres vindas do meio da lama barrenta e hoje são o expoente histórico, que enriquece esta cidade abafada no meio do que afasta o povo, deixando-a deserta de vida e de movimento.
O abafo é intransponível e leva as pessoas a fugirem para as praias em quinze minutos apenas, refrescando-se no Verão. E buscando o sol e a brisa do mar, nos dias que não dá para andar de corpo ao léu.
Noutra direcção a capital do distrito Braga. Em quinze minutos apenas, leva os jovens de encontro às noites de música e dança, com calor humano á mistura e muita estupidez junta e deixa a minha cidade despojada de alegria e vida.
Tem o Sameiro e o Bom Jesus para levar os devotos fervorosos em peregrinações constantes de apego à fé e logo nestas horas de vida difícil e de vícios sem cura para muitos miudos.
Um pouco para sul temos a cidade onde Portugal nasceu, Guimarães. Repleta de shoppings a cheirar a novo e abundância em pôr a vista a pastar por entre lojas e lojas que levam a perder a cabeça a quem ainda tem um mealheiro, amealhado em tempos não muito distantes.
Mais distante mas nada que esfrie o entusiasmo, surge outra capital, Viana. Entrada para o alto Minho, caminho aberto para paisagens e comes e bebes de encher os olhos e estômagos. A frescura no Verão, por entre o verde deslumbrante e caça abundante.
Diz o povo que no meio está a virtude, mas nós nesta pequena cidade que abraça o Cávado a quinze minutos da foz, acho que o único bem histórico que nos calhou em sorte. Estamos atados de pés e mãos e não nos despregamos das amarras que nos encolhem neste marasmo citadino.
Queremos dar um passo do tamanho da lua para fazer crescer a cidade dentro da própria cidade.
Construir-lhe janelas para entrar o céu azul que alegre quem cá vive e quem nos visita. Para irem e voltarem com o mesmo entusiasmo com que a deixaram.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

As Escutas Tão Desejadas



Foram as escutas do futebol que vieram a terreiro aguçar o bico dos gulosos por diálogos com linguagem corrente e com ar de, anda lá fala lá, que estou com pressa.
Se duvidas houvesse, elas foram totalmente dissipadas com tamanhos relatos de oferendas de toda a espécie e favores de vária ordem em que o futebol é fértil.
Viraram tema para a garotagem se entreter nas escolas onde poucos aprendem e muitos tentam passar os dias e não existe melhor entretimento, que curtir com o que se apanha no You Tube, sejam de futebol, ou de todo o tipo de malhação.
Mas ficou o aviso de que outras escutas podiam estar por horas a saltar cá para fora e incendiar a Sociedade Portuguesa.
E logo um jornal prontificou-se a revelar o que todos queriam ouvir!
Jornal, esse que deu corpo ao manifesto e lançou cá para fora as escutas que se julgavam destruídas nos crematórios judiciais, já que envolviam altas figuras do País.
Então surgiram os nomes que mais se assemelham a um elenco de filme animado.
Sócrates. Porra, eu votei nele, mas ele está em todas!
Está no bom e no menos bom!
Está no meio do fogo cruzado e sem colete à prova de bala.
Está metido até ao pescoço, dizem os inimigos políticos e não só.
E eu digo: Que a maioria dá para controlar tudo e até mesmo o que não se deve. E agora que Sócrates governa com uma perna manca, veio tudo ao de cima e o tecto pode estar prestes a desabar.
Esperemos pelos dias seguintes e ver como Sócrates lida com esta situação deveras difícil e de contornos nebulosos.
Armando Vara. Outro seriamente visado está metido de pés e mãos num lamaçal de lama putrefacta.
É o nome mais badalado neste início de ano no rol de mexericos políticos. Num leva e trás de episódios que davam para um filme de curta-metragem.
Penedos o grande e o pequeno. Seguros numa montanha expugnável!
Logo que o inverno político se enfureceu com a queda da maioria, viram-se envolvidos num violento deslizar montanha abaixo derrubando tudo o que pudesse travar a marcha, a única salvação ainda possível. E só pararam no dorso da renúncia e da suspeição, repousando agora nos corredores dos tribunais, levando algum tempo até puderem voltar a lugar de onde vieram.
Henrique Granadeiro, diz-se "encornado" por dois laterais da sua equipa.
Acredito que lhe fizeram uma emboscada e vai daí pumba. Sente umas sensações de altinhos, mas com dúvidas do sítio onde os choques nas futeboladas lá do campito sintético da vivenda são férteis devido aos bravos despiques.
Enfim o ano começou com as divulgações das escutas e ainda a procissão vai no adro!
Alguns andores já foram derrubados. Mas a caravana da procissão, segue o seu caminho, continuando a ser posta à prova por investidas já anunciadas para a próxima semana.
Os jornais vendem como o sol!
E o povo nunca andou com o jornal debaixo do braço como esta sexta-feira.
Sexta-feira é dia de divulgação das escutas. Até quando, até quando!

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

A Zanga das Comadres, Desafogam José Sócrates



O PSD contínua com o seu calvário de candidatos já que agora ficamos a saber, que um disse ao outro que não se candidatava e afinal lançou-se de corpo e alma para a frente de combate. E esse que sabia que o outro não iria ser candidato, mas afinal sempre o é, revoltou-se e toca a marchar para a linha da frente e enfrentar quem lhe tinha dito que se iria deixar ficar por Bruxelas, no quentinho dos bolsos cheios e a saborear o prémio conquistado meses antes.
Quem se deve estar a rir perante esta zanga de comadres é Pedro Passos Coelho. Que já manifestou pela boca de um apoiante de peso que não à fome que não dê fartura, visto que de um candidato surgiram logo dois, num espaço de encher a comunicação de notícias fresquinhas e correrias atrás dos candidatos.
Lá está mais uma vez o PSD, a ajudar o PS a sair uma vez mais de um embaraço que ameaçava e ainda ameaça as hostes socialistas visando uma vez mais Sócrates com as escutas.
Mas o PSD, com esta trapalhada de candidatos, faz desviar de alguma maneira as atenções e arrefeceu um pouco a batata quente que Sócrates tinha já nas mãos sem a poder lançar para bem longe, já que ela se enterrava aos poucos na pele. E com esse arrefecimento Sócrates pode respirar melhor já que a comunicação está dividida na correria entre as escutas e os candidatos laranjas.
Rangel alega que é candidato devido ao estado calamitoso em que o País está mergulhado financeiramente e transforma-se num Deus, já que está convicto que assumindo a presidência do PSD, será num curto espaço de tempo o próximo primeiro-ministro e como tal o salvador da pátria.
Acho que já ouço isto há mais de trinta anos entre socialistas e sociais-democratas. Portanto este é mais um que ainda nem pisou o palco das directas e já manda as suas balelas. É caso para dizer que o tiro pode-lhe sair pela culatra.
Portanto vamos andar entretidos em guerrilhas de candidatos, que pouco irão trazer ao País e só estão a ajudar Sócrates, a superar mais uma cruz que se destinava a crucificá-lo dolorosamente. E o PSD vai ajudar a que os pregos que poderiam segurar Sócrates à cruz quase definitivamente, dêem lugar a nós de marinheiro que com mais ou menos dificuldade serão desatados a seu tempo.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Começou a Corrida à Liderança do PSD





Estavam todos indecisos depois de Passos Coelho anunciar que seria o primeiro a participar nessa corrida que dará como vencedor, ser líder do maior partido da oposição.
Os organizadores já andavam desesperados por tão fraca adesão nesta corrida que se previa um rali intenso, mas que não iria passar de um vencedor previamente anunciado.
Mas, de um momento para o outro aparece um participante e logo de peso, tanto em matéria estética como em matéria política.
Rangel é o menino bonito das hostes mais emblemáticas do PSD, onde se inclui Manuela Ferreira Leite.
Lançaram-lhe este desafio com todo o tempo do mundo para pensar, em poder vir a ser a próxima estrela laranja e quem sabe o próximo primeiro-ministro, já que os tempos não são muito famosos para os lados do largo do rato.
Quando Rangel deu o sim já que ainda vive nos píncaros da vitória, porque foi o único que trouxe para os lados do PSD, o único troféu político da era Socratiana. Logo acenaram-lhe com o colo e de Estrasburgo até à sede do PSD vai só o tempo de ganhar as eleições partidárias, porque o já chato do Passos, que aparece sempre com a ideia de que não irá morrer sem ser presidente do PSD, autentico melga que não desiste e já irrita os velhos do Restelo Laranja e à que mostrar ao homem que de sonhos está o mundo cheio e à que por um fim à teimosia e resignar-se.
Portanto sossego nos sofás laranjistas, já que tudo se irá repor com a vitória de Rangel e assim sim, o partido entrará nos caminhos de finalmente poder enfrentar como oposição neste curto prazo o partido do governo e esperar que Sócrates se afunde no próprio pantanal em que está até aos joelhos e poder assumir o que não pode tardar.
Só que o ovo ainda não saiu da galinha e por lá se vai manter muito apertado já que um novo participante é anunciado, nada mais nada menos que o vice-presidente e líder da bancada do PSD, Aguiar Branco.
A corrida ganha contornos de autêntico rali!
Os organizadores passaram de um estado de letargia para uma euforia de encher páginas e páginas, logo que as etapas se desenrolarem.
Um vice-presidente e o que tem dado a cara para que o PSD, ainda resista como oposição. E um vencedor das eleições Europeias, são requisitos para renhidos debates e com prognósticos reservados. Não esquecer que Passos Coelho alcançou honroso resultado perante Manuela ainda e sempre figura carismática laranja. Tornará a corrida agora aberta aos três e portanto já não se pode vaticinar vencedores antecipados (como no caso de Rangel versus Passos).
Alguns barões deram apoio a Aguiar branco e a balança deixou de pesar para um lado.
De três acredito que na recta final irá só existir fita para dois poderem-na cortar no final.
O PSD, ganha um novo alento para recuperar pontos perdidos com a fraca oposição de Manuela já que tem figuras para presidir ao partido e com ganas de enfrentar o governo. Hoje, amanha e até cair no seu pantanal.
É bom este surgimento de candidatos. Poderá tornar o partido mais forte!
Assim sendo, tornará o País mais aberto a alternativas na busca de melhores soluções para vivermos melhor e importante, com esperança no futuro!
O tempo o dirá. Se será um virar de página de um partido que sendo o líder da oposição, era afinal frouxo em antecipação!

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Os Portugueses Adorariam este Esforço em Prol das Soluções para a Recuperação



Terminamos a semana exaustos, pelo inundar sistemático das disputas dentro do parlamento sobre a lei das finanças regionais.
A cada hora e juntando as horas de cada dia, verificamos que a correria entre lideres da bancada de cada partido era semelhante ao corre-corre, estilo comadres para ver quem disse. E quem tentou dizer o que quer que fosse, para alterar ou não o sentido que uns desejavam e outros não aprovavam.
Negociava-se não sei bem o quê, nessa correria que o PS tentava adiar o inadiável e a oposição desta vez unida num propósito fazia fica pé da sua decisão.
Os nervos da bancada socialista eram evidentes e como a oposição fazia disso um trunfo que deixava antever sorrisos de satisfação, mais se assemelhando a achas que alimentavam o fogo que o governo de sirenes bem audíveis tentava apagar sem êxito. Fez com que Sócrates chamasse a líder do PSD numa emergência prontamente satisfeita, mas de nada valendo já que o propósito de votar a favor era um dado já praticamente adquirido.
Bem se esforçou o ministro das finanças num voo picado até aos portugueses via TV, dando conta do gigante passo que a oposição iria dar em direcção ao abismo. Ao aprovar mais um luxo para a Madeira, permitindo mais um endividamento de uma região através dos impostos dos desgraçados portugueses do continente que passam por dificuldades enormes. E ele aí estava para nos lembrar que se isso acontecesse iria tudo fazer para usar uma lei aprovada pela líder da oposição enquanto governo, para deitar por terra essa aprovação e assim fazer valer a sua (do ministro) determinação em não dar mãos beijadas, a uma região que faz a festa, lança os foguetes e apanha as canas enquanto o diabo esfrega um olho, em folclores carnavalescos dentro e fora de época.
De nada valeu porque a lei foi aprovada por toda a oposição, destacando-se no slogan dos dirigentes de cada partido, de que a aprovação era dirigida para a região madeirense e não para Alberto Jardim, que nesta matéria não passava de um mero presidente de uma região autónoma que necessitava de mais um endividamento para fazer face a não sei bem o quê.
O PS, ripostou de uma forma enérgica pelo novo ministro Jorge Lacão, (que fica a léguas do seu antecessor, que ainda a procissão ia no adro, já teria mandado uns bitaites arrepiantes que iriam fazer as delicias da comunicação social), dizendo que o governo irá fazer tudo para impedir que a lei seja uma realidade, usando o trunfo deixado em aberto pelo anterior governo.
E assim se passou vários dias num tira teimas entre oposição e governo. Onde a oposição aproveitou para mostrar que está ali para as curvas e mostrar a Sócrates que o tempo do quero, posso e mando passou à historia e vai fazer parte da era da outra senhora.
Com isto esquece-se o mais importante para o Pais, que é a grave crise social que a cada dia que passa afunda os portugueses e põe o Pais no abismo da banca rota, onde nem os já milhares de sapateiros que voltaram a encher as vilas e cidades, numa arte que se imaginava extinta, conseguirão coser.
Se o esforço que se empregou em toda esta aprovação ou não da lei das finanças pelos partidos. Fosse de igual modo em prol do País de encontro à recuperação económica, de certeza já estaríamos a ver uma luz ao fundo do túnel da Gardunha como sinal de que realmente ultrapassamos a barreira da crise e entramos nos degraus da subida em direcção às estrelas do firmamento que encherão os corações de alegria, deitando o sofrimento pela latrina.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

O Rosto Sempre Presente



Quero encontrar-me com um rosto que vislumbro bem longe quando a saudade aperta. E tão perto quando a noite cai, seja de lua cheia, ou de noite tão negra como breu.
Adoro aquele rosto que de tão belo se abre em dois, levando-me a uma embriaguez tão real que me põe zonzo de tanto o ver à volta.
E beijo-o, beijo-o sem fim!
Porque foi dele o sinal para o perseguir e trazer-lho até mim!
Veio em forma de pluma, tão leve e tão macio. Feliz e de sorriso aberto.
Numa pureza gritante de tanta ingenuidade palpitante, que elevava a paixão aos picos do paraíso.
Trazia a mensagem da vida. Da vida a dois por entre brumas de felicidade e olhares de responsabilidade.
Os anos passam mas a beleza mantém-se.
E o sorriso mais maduro e experiente brota com regularidade e encandeia a quem é destinado. Que de braços abertos espera tamanha oferenda.
Alturas, que se nota o rosto a raiar a tristeza por momentos de dor de quem foge, ora em momentos angustiantes, ora para sempre tornando-se pó torrente.
Corro para o beijar!
Tão meigamente e carinhosamente. Que lhe infiltro tanto amor que segundos depois ele adquire a beleza com que nasceu e aquele sorriso abre-se para mim.
Este rosto é meu, conquistado idolatrado e amado na transição de uma adolescência a raiar o adulto com pés bem assentes, numa caminhada que só parou na aceitação de seres minha.
És o nascer e o por do sol, no horizonte que se afasta de todos, mas em nós está tão perto que abençoa os nossos sentimentos.
És o rosto que percorre o mundo perscrutando toda a sua riqueza e voltas sempre com um sorriso saudoso de encontro ao colo de quem te guarda.
Quero encontrar-me com um rosto que vislumbro bem longe quando a saudade aperta, porque as horas tornam-se intensas de ansiedade, vendo-te longe de mim.
E tão perto quando a noite cai, seja de lua cheia, ou de noite tão negra como breu, quando o teu regresso a casa é sinalizado pelo bater do calçado subindo as escadas interiores que te guiam de encontro ao AC e te encaminham para os meus braços, mostrando o rosto feliz pelo reencontro.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Os Cem dias dos mais de Mil que estão pela Frente



É isto que o governo enfrenta.
Depois de cem dias, onde superou grandes desafios, começando por remodelar uma equipa acabada de sair de uma maioria e chamou três ministros que foram presenteados com pastas rodeadas de agitação social.
A educação onde ao longo do último mandato, foram constantes o tête à tête da ministra e dos sindicatos, com o apogeu numa manifestação que encheu a capital de professores descontentes, outros encostados aos descontentes e outros mais encostados aos cabecilhas para se resguardarem da inércia que manifestam para a profissão que ocupam.
Entrou nova ministra e como tal, tudo é diferente e Isabel Alçada conseguiu para já levar a água ao seu moinho e acalmar as feras sindicalistas.
Troca na pasta do trabalho, um bom ministro salta para a economia e deixa entregue este ministério, onde a crise social é tão evidente que ameaça desequilibrar uma sociedade repleta de esfomeados sem trabalho. A uma ministra vinda do coração da Europa onde exercia a sua vida profissional e logo que se viu sentada com o tamanho de dossiers para analisar, abriu a boca de espanto com os números oficiais do desemprego, sabendo que por baixo da mesa estavam os não oficiais que ameaçavam instalar-se junto dos compadres que tem carimbo governamental.
Mas nestes cem dias o combate era mesmo o orçamento para 2010.
Tudo foi programado ao milímetro! Convocou-se a oposição, aquela que dava garantias para ombrear com o sucesso da sua aprovação.
E no jogo do gato e do rato onde um pedaço de queijo dado a um sem ratoeiras e uma boa bucha de pão-de-ló, dado a outro esfomeado por poder fazer sentir a sua importância na política portuguesa. Fez passar o OE2010, para bem de todos nós, acalmando os mercados e sossegando os homens que mandam neste país.
Cem dias que voaram para o governo. Cem dias que uma grande fatia da população vergou a coluna para os suportar.
Cem dias que nada de bom trouxeram para os próximos cem e a encruzilhada da situação difícil em que nos encontramos irá se manter inalterada.
Cem dias, que somando aos próximos cem. Em que tudo se manterá na mesma. Vai obrigar ao desânimo quase geral, já que temos a certeza que os próximos cem que nos levará ao pico do Verão. Serão a estufa infernal da chaga de todos os males e todos os dedos estarão apontados em riste à falta de soluções para diminuir os graves problemas que nos afundam no abismo que começa a não ter suporte para os mais carenciados.
Cem dias de mais aflições por entre temporais de enormes prejuízos e desoladas lamentações. Onde o novo ministro, com cara de despachado, já fez saber num raide que deixou atónitos os lesados, já que o antecessor pedia licença a uma perna para avançar com a outra. Que a prontidão em apoiar os prejuízos era primordial já que estava em causa o celeiro hortícola que abastecia a capital.
Cem dias do mesmo, onde Sócrates e a sua equipa remam quase a seu belo prazer uma governação sem oposição. já que esta, está órfão de pessoas com ganas em querer mudar um país que se habitua a ser dos primeiros a caminhar com as diferenças (oitavo no mundo na aprovação dos casamentos do mesmo sexo) e dos últimos a dar qualidade de vida ao seu povo que emagrece até aos ossos, no hábito de ser nestes longos anos, o mais do mesmo.