domingo, 25 de novembro de 2018

Sinto-me um menino Mimado


Chego ao fim do domingo, embrulhado nas mantas que me aquecem e enrolado nelas, encolho - me. Para não largar os meus sonhos!
Fico assim algum tempo.
Perto da parede onde a cama se encosta. Só deixo uma nesga de manta,  para respirar de vez enquando.
E sonho e sonho!
Sinto-me um menino mimado, agora a transpirar de amor!
Sinto-me como fizesse amor pela primeira vez. Num emaranhado de braços e pernas brancos, como a neve tão próxima de cair.
Entrincheirado num beco divinal. Que caí rodeado de  estrelas. Quando o meu corpo se elevou num frenesim incontrolável, atingido por uma onda magistral, que ainda hoje a desejo como tal.
Não quero deixar de sonhar, mesmo tendo o Natal, como a referência do amor como magia.
Sinto que me vai oferecer o espaço que por fim conquistei. Mas, raios!
Daqui a horas, tenho que batalhar pelo meu domínio.
Que a pulso, passou do sonho, a um caminhar pelo meu destino!

quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Os sonhos Voltam


Acordo deixando que os sonhos se vão.
Não adianta esticar os braços, porque já não os apanho.
Ao menos estico-os, para me espreguiçar e preparar-me para mais um dia.
O frio já enregela os ossos, estão menos quatro graus,
Sento o rabo no banco da carrinha e enregelo o corpo todo.
E o Inverno ainda não bateu à porta!
A viagem é curta, não dá para aquecer o espaço.
Corro para os vestiários e sento-me no aquecedor.
Uns minutos de alívio e já estou aquecidinho. Já sinto o que é meu!
Em duas corridas estou no estrado do trabalho.
Está quentinho, que maravilha!
Por momentos os sonhos voltam. Porque os sonhos comandam a vida.
Não os posso perder, tenho que os guardar no meu coração!
Aí,  esperam que volte ao meu ninho.
E no conforto da palha macia, eles libertam-se e envolvem-me num sorriso genuíno. Que só o adiantar das horas escuras, nos fazem adormecer como meninos.


sábado, 17 de novembro de 2018

Enquanto não surge


O Inverno ameaça queimar o que esgravata do fundo da terra, para sentir a luz do dia.
Enquanto só ameaça, milhões de rebentos e outras vidas que se debatem. Perfuram a terra escura e surgem logo que haja uma nesga de dia.
Poucos rebentos, sedentos de emergir. Abrem-se em asas fictícias e soltam partículas quase invisíveis que enchem o espaço infinito, numa espécie de bolas de sabão coloridas como o arco íris.
É belo! Belíssimo.
É a Natureza a transformar-se no apogeu da luz solar. E na imperiosa necessidade de se tapar do eclipse invernal, que não tarda feroz. Escondendo na sua densa carapaça como muralha impenetrável as enormes montanhas, que rodeiam a entrada do meu dia a dia.
Um dia, outro mais e o Inverno bate à porta e fustiga as janelas, dando as boas vindas a quem deseja que ele só devia permanecer, no cume das altas montanhas.
Deixando a cada metro que descesse,(e são centenas), vislumbrar um raio de luz, para que chegando ao seu inicio. Sentisse o calor de um sol maravilhoso. 

sexta-feira, 9 de novembro de 2018

E de Novo


Os dias movem-se no ritmo que a vida me conduz.
Saciado dos momentos recentes, entre o céu e o cume da terra. Caminho solto de perturbações e conduzo as minhas horas, entre a obrigação e a vontade, em realizar o plano que me é destinado.
Sobra-me tempo para orações sorridentes, enviadas pelas montanhas infinitas, que as oferecem a quem aguarda, num socalco que aparece do nada e que serve de espera, para a felicidade.
E de novo fim de semana!
E de novo as caminhadas.
E de novo o sorriso estampado no céu azulado. Que teima em não deixar o cinzento nublado, tapar os raios solares idolatrados.
Desta vez solto as castanhas, nas brasas da madeira escancarada.
Lanço um punhado de sal e ouço os estalos no avermelhado do lume, que arregaça a carcaça do fruto. Mostrando as entranhas prontas a degustar, no prazer do São Martinho.
Venha o vinho que não novo, mas sabe pela vida, neste caudal de verde e castanho. Que me ilumina o final do dia.

domingo, 4 de novembro de 2018

Quem tem boca vai a Roma


Reservei o meu regresso pela Internet, como o fiz com a chegada a Portugal, por uns dias.
A chegada, sem problemas!
O regresso, manchado de desespero.
Obtive a confirmação, mas no sistema da companhia onde viajei, não constava a minha identificação.
Encaminharam-me para reclamar com a agência virtual. E adquirir novo bilhete era a única solução.
Num voo com uma escala, iria ser o cabo dos trabalhos.
Cheguei esbaforido a Düsseldorf e de novo no balcão da companhia, nada de registo surgia.
Desespero acentuado neste rosto que nunca se tinha visto numa situação tão delicada.
Enviaram-me para adquirir novo bilhete. Nos balcões com fila, que serpenteava de gente o Hall enorme da entrada.
Descobri alguém que falava a minha língua e num esforço titânico. Orei para ele me tirar um bilhete, junto da colega que percorria as vagas no ecrã do PC.
Voos completos e eu ainda agarrado ao meu TLM, com a confirmação do meu voo já pago e tão fugido dos dados informáticos. Numa razia pirata!
Sem voos e com o dia avançar perigosamente. Olhei à minha volta e o pânico instalou-se.
Que fazer neste momento?
De novo corri ao colega que me tentou ajudar e numa prece pedi, uma solução para voltar a casa, que logo no dia seguinte pela manhã, o trabalho chamava-me.
Levou-me à estação do trem bem perto do barulho dos aviões. E tirado o ticket para o meu destino, sigo numa viagem de cinco horas, rumo ao encontro de quem finalmente me vai levar a casa.
Vou reclamar, vou ripostar!
Vou dar todas as voltas e recuperar o dinheiro que se não o tivesse, ficava em terra, onde tentei aproveitar quatro dias de paz e alegria.
Longe de casa, esta minha segunda casa.
Longe de compreender a língua madrasta desta terra.
Longe de conseguir soluções imediatas para acalmar o desespero.
Consegui, qual tuga desesperado. Estar perto de casa. Tendo pelo meio almas caridosas, que me indicaram o caminho para o meu destino.
Ainda tenho umas horas num comboio a abarrotar de mochilas e malas grandiosas.
Muitos foram em mini férias. Regressam agora de rosto mais calmo e lábios rosados.
E logo eu, que não viajava década  comboio à longos anos.

sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Imenso céu Azul






Da janela do avião, vejo ainda mais perto o azul do céu.
Que vontade de abrir a janela e esticar o braço, para rebentar um pouco da nuvem, que por momentos, é minha vizinha.
O avião vai subindo, nada o perturba na sua rota.
E mais azul. Imenso azul. Milhões de anos de azul.
Assim bem pertinho, o céu é infinito.
Os meus olhos não distinguem minimamente, onde ele encontra algo que lhe perturbe a sua divinal imensidão.
Neste momento, acredito, que existe sem sombra de dúvidas espaço, para todos aqueles que merecem ter um lugar no céu. Pelo decorrer dos séculos e séculos.
Olho para baixo e da terra nem Sombra.
Só o planar das inúmeras nuvens que me oferecem figuras giríssimas.
Espetáculo deslumbrante. Beleza sem fim!
Por vezes o avião sofre um abanão.
Como pode, se tudo é azul sem nada que ofusque está cor!
A tarde já vai longa e o brilho do sol esconde - se, para lá da minha vista.
Não tarda e o início da noite vai manchar este azul, que tão perto me saúda.
Sei que logo, as milhões de estrelas vão colorir o negro da noite.
Serão as guardiãs do nosso destino. E uma delas tem o meu na mão. Só desejo que não esteja preso por um fio.
Estou a brincar, o meu destino é como o céu. Infinito!
Porque é para lá que ele me leva e trás!

quinta-feira, 1 de novembro de 2018

Tantos Desejos


Uma sala de espera para apanhar o voo com a certeza de abraçar a saudade. Que me aguarda, inquieta pela demora.
A grande maioria das pessoas estão agarradas aos telemóveis (como eu). Mas existe sempre alguém que lê. E uns pares que namoram.
O silêncio impera, quebrado por uma só criança, que não para quieta e fala intensamente, que já desespera.
Falta uma hora sem os atrasos do costume. Para ir-me daqui para fora.
Fujo um pouco da rotina diária e embarco para satisfazer a minha crença em ser feliz.
Tenho uma montanha de desejos que acredito, não vão dar à luz, nos poucos dias que consegui subtrair, ao constante apelo para realizar o intenso trabalho.
Claro que parto sempre com muitos desejos!
As noites fazem-me sonhar constantemente com o céu estrelado. E nas milhões de estrelas lá penduradas, são destacados imensos desejos.
E noite após noite, os desejos amontoam-se. Criando uma montanha do tamanho da minha alma.
Uma meia hora me separa. Da pista que está para lá da porta envidraçada.
O avião já é conhecido. Tem as cores do paraíso!