Vivi o meu dia de anos no meio do meu
destino.
Rodeado de colegas sedentos de alegria paga e
de brindes da praxe.
Onde a
noite voou como uma pena e o nascer do dia, trouxe um pouco de nostalgia.
Resguardei-me por horas no aconchego dos meus
pensamentos, procurando momentos que me saboreassem, num dia que muitos se
lembram de mim e outros teimam em afastar-se de mim.
No
regresso a casa sozinho (procuro sempre nestas ocasiões), e enjaulado no
cansaço de horas seguidas de barafunda quase sem interrupções. Deparo neste
olhar que me é oferecido no placard da avenida.
A criança regala-se com o gelado já meio derretido,
num olhar tão enternecedor, que me estacou por longos minutos, admirando esta genuína
beleza.
Permaneci obcecado pela imagem, sentindo a
criança bem perto de mim.
Registei o momento, num dia que muitos
sentiram que me pertencia.