domingo, 29 de maio de 2016

No regresso a casa Sozinho




Vivi o meu dia de anos no meio do meu destino.
Rodeado de colegas sedentos de alegria paga e de brindes da praxe.
 Onde a noite voou como uma pena e o nascer do dia, trouxe um pouco de nostalgia.
Resguardei-me por horas no aconchego dos meus pensamentos, procurando momentos que me saboreassem, num dia que muitos se lembram de mim e outros teimam em afastar-se de mim.
 No regresso a casa sozinho (procuro sempre nestas ocasiões), e enjaulado no cansaço de horas seguidas de barafunda quase sem interrupções. Deparo neste olhar que me é oferecido no placard da avenida.
A criança regala-se com o gelado já meio derretido, num olhar tão enternecedor, que me estacou por longos minutos, admirando esta genuína beleza.
Permaneci obcecado pela imagem, sentindo a criança bem perto de mim.
Registei o momento, num dia que muitos sentiram que me pertencia.

sexta-feira, 27 de maio de 2016

Estou farto de fazer Anos




Logo inicio o meu dia de anos!
Será uma maratona de Parabéns.
Estou farto de fazer anos
Sinto-me velho e cansado.

Tempos houve que vivia, um ano, para fazer anos
Queria crescer e tornar-me adulto
Queria ser livre e de maior idade
Pensando ter tudo para conquistar o mundo

Hoje só quero que te lembres de mim
Sem palavras nem felicitações.
Conheci-te no sonho do anjo da guarda
Foste a melhor prenda que recebi

Toquei-te, beijei-te, amei-te
Que maravilha de momentos
Ofereces-te um amor belo e puro
Valeu esperar tanto tempo, pelo que nos une!


quinta-feira, 26 de maio de 2016

Juízo ganho pela vida Fora


Descubro enquanto a madrugada avança, a solidão a desafiar-me!
Já percorri sorrisos ensonados, bares ensopados em álcool barato e caminhadas pelas avenidas fartas de semáforos.
Estive com um pé ancorado num corpo pelado e com o outro, a fugir a tropeções desgovernados.
Estive com a cabeça a reclamar umas palavras de alguém conhecido e o corpo a desejar um longo abraço.
Encontrei-me com colegas desconsolados e outros a desabafar a saudade.
Levantei-me bastante cedo para alimentar o meu dia e regressei faminto de comida e carinho.
E não consigo encontrar alguém que não arraste o semblante deprimido!
Mas adoro esta luta!
Cada dia é um novo desafio. Desviar-me dos sépticos enjaulados em quatro paredes é a oração diária a cada momento.
 Lutar por um objectivo é a briga que travo diariamente.

terça-feira, 24 de maio de 2016

Não vou Pagar




O ensino privado, mamava que se fartava!
Estavam se cagando, para as amarguras do ensino público
Enquanto uns, aprendiam sob baldes para aparar as gotas das chuvas
Eles aprendiam resguardados sob caleiros esmaltados
Chuchavam na teta viscosa, dos que tinham que levar os filhos por caminhos de cabras.
Para eles, eram albergues de luxo. Para os filhos da pátria madrasta, sala de aulas a cair aos bocados.
No público, os professores iam para o desemprego!
No privado iam de sorriso rasgado.
No público iam de Fiat a pagar aos bocados.
No privado de Ferrari amarelado.
Finalmente, acabou-se a mama!
Veio abaixo o Carmo e a Trindade!
As almofadas acolchoadas deixaram de produzir o sono sossegado. Já que saltou á vista o fim da mama que era prevista.
Toca a marchar para manifestações imbecis. Na tentativa de a mama continuar a encher os cântaros do privado.
Nada adianta! Quem quer ter os filhos no privado que pague! É tão justo como sensato.
Eu não vou pagar mais para os meninos dos papás, irem para o privado mostrar quem é mais rico e preocupar-se pela hora do ténis e do golf. Logo ali, ao sair da sala de aula.
Eu vou continuar a pagar para os meus meninos irem para o público, a pé ou em autocarros apinhados.
Jogar basquete em pavilhões, onde se misturam grandes e pequenos, numa confusão farta de atropelos.
Pagar para visitas de estudo com o farnel preparado pela madrugada!
É para isto que vou pagar! Não para privados habituados à mama!!
A verdade nua e crua!

sábado, 21 de maio de 2016

Vá Lá


Quero um mimo pela manhã.
Depois de uma noite agitada, onde o fogo da saudade ombreou com a ansiedade.
Pouco me importa de onde virá.
Foram já muitos os locais onde saboreei a frescura de um toque sublime. Subindo as entranhas deste corpo, esculpidas pela vida nem sempre acessível.
Hoje não me dou com a distância.
Apesar de me sentir bem longe da minha herança, pequena mas com elevada esperança.
Vá lá. Quero um mimo pela manhã!