terça-feira, 29 de maio de 2012

O Mar é Infinito


Saímos de manhã, não era muito cedo, o sol já era quentinho.
Já se fazia sentir o calorzinho, quando se aconchegava nos nossos braços.
Caminhávamos de mão dada em direcção ao mar, estilhaçando a água a cada passagem, logo que a onda enrole na areia e venha de encontro aos nossos pés, refrescando-os dos martírios destes anos todos.
A praia era só nossa, era bom sentir a tua mão. Massajava-a com uma fricção suave, era a minha malandrice. Brincava tentando não te deixar segurar a minha mão e tu fingias, que não a ias agarrar.
Queria-te sentir toda!
Queria os teus abraços, e comecei a passar a mão no teu cabelo. A aconchegá-lo, a sentir a suavidade do toque.
Ia tropeçando em ti, pois não largas-te a outra mão. A segurança foi a tua anca e apertei-te forte. Ui tão forte, tão bom.
Senti o teu corpo todo contra o meu, que arrepio delicioso, e malandra, provocaste-me a pedir um beijo.
Fugiste quando eu avancei, e quando com carinha triste e mimada me ia dar por vencido. Beijaste-me longamente!
As tuas mãos acariciavam o meu corpo e pressionavam contra o teu.
Os nossos corpos trocaram energias.
A areia amorteceu as nossas vibrações.
O mar guardião da nossa privacidade.
As gaivotas ciumentas dos nossos corpos se tocando
O vento levando os gritos do nosso intenso prazer.
Até que calmamente, me pediste colo e acolhi-te no meu regaço.
 Aconcheguei-te e sentia a tua mão suave a cariciar o meu rosto.
Tão bom...tão terno que tu és, não quero sair do teu colo. Prometo contar-te as estrelas deste céu infinito, se me deixares ficar aqui contigo para sempre. Quero teu calor, o teu mimo, o teu afecto!




segunda-feira, 28 de maio de 2012

Quarenta e mais Alguns


Eh, pá chegou o meu dia!
Mais um ano, mais cabelos brancos ainda escondidos por trás das orelhas, ou nas golas dos blazers.
Já são muitos, mas só aparento alguns, dos muitos.
Será? Penso que sim. É o que dizem, apesar das lombas desta vida.
O dia começou bem, depois de ter assistido na véspera, à vitória do meu filhote em Ponte de Lima.
Grande jogo, valente exibição. Prenda para o pai, numa final de basquetebol, onde o pequenote de treze anitos, levou a melhor a jovens, segundo constava da mesma idade, mas já de barba rija e de corpo a schwarzenegger.
Mas hoje é o meu dia e como tal as atenções, estão viradas para mim.
Sinto-me relaxado, sinto-me amado!
Eu sempre gostei de fazer anos. Porque me dava enquanto jovem, degraus a cada um, a rápida chegada aos dezoito. Parecia fácil, mas levou uma eternidade.
Como tinha cara de menino, esperava que fossem os anos, a dar-me aquele ar de homenzarrão, mas durante muito tempo, era visto como um menino (bonito, passe a vaidade), mas franzino como um figo.
Depois disso, os anos passavam como passava o Verão, ou o Inverno.
Com a chegada dos quarenta, senti algum peso.
Corria menos em relação aos jovens.
Não ligava aos piropos carinhosos dos filhos chamando-me cota.
Respondia com a experiência, aos olhares das miúdas, oh é velho, e deixava-as com o rosto vermelho.
Pensei que perdia a tusa, mas ela surgia com o chincalhar das hormonas.
E hoje já faço quarenta e mais alguns, correndo atrás do prejuízo, salvo seja, como um miúdo de recados.
O dia está lindo e está por minha conta!
Já bebi o amor de muitos anos, e saciado, vou curtir o inesperado.
Neste momento recordo anos e festinhas do passado, recheado de nostalgia e saudades de quem sempre me ligava e me abraçava.
Lindo, lindo será: logo que a noite caia, e se junte quem nos diz muito, para de sorrisos nos lábios, ouvir o cantar dos parabéns e o mais novo insistir ser ele a abrir o champanhe, só para ver onde vai cair a rolha que pum, bate no tecto e desaparece.





sexta-feira, 25 de maio de 2012

O Tsunami vai e Vem

SEXTA-FEIRA, dia onde o sol sente uma membrana, para não o deixar estender os tentáculos em direcção aos nossos corações, na esperança de os aquecer das sucessivas desilusões.
 O fim de semana está bem perto, para que todos possam descansar do aperto que este governo nos obriga, e possamos ir até à frescura de um cantinho para desanuviar e tentar ser feliz umas horitas.
A vida é dura e é dura, acredito, para todos!
Ainda por cima ouvindo, mesmo que não queiramos, as noticias que pintam este país de uma cor desmaiada, manchada. Fazendo lembrar um tsunami, que ao chegar a terra, rebenta as ondas de uma maneira tão furiosa, arrastando os detritos quilómetros bem dentro, deixando marcas vincadas para sempre, nas paredes internas das gentes, que povoam este país.
O tsunami vai e vem, consoante a fúria da natureza.
Mas marcas vincadas nas gentes, entram mas não saem. São tão profundas como o fundo mais negro dos oceanos, onde os tsunamis nascem, e iniciam a sua marcha em direcção ao caminho que desbaratam até perderam a força, seja no oceano sem fim. Seja na costa para rebentar com as amarras humanas dos que são apanhados desprevenidos.
Claro que existem sempre uma dúzia de tuti-frutis que governam-se a seu belo prazer. 
Vangloriam-se pelas tribunas dos Simpósios e Conferencias, numa de salvadores da pátria, incutindo a dedicação ao país e dando o exemplo feliz, deles mesmos: vida intensa de trabalho desde quase o berço até já à sua avançada idade. Onde continuando com os seus belos discursos: parar é morrer!
E nós a vê-los enviar as economias que enchem, estou convencido disso, alguns barcos que atravessam o Tejo, em direcção às pastagens suíças, com sabor a chocolate da vaquinha, para branquear o dinheirinho.
Tudo isto numa rede de pesca artesanal. 
Onde se enrolam políticos e ex ministros. Banqueiros e Empresários, Jogadores de futebol e quem sabe de gamão. Mesmo que vindos do gamanço!
Enfim uma data de gente que não se cansam de incentivar aos restantes Portugueses: que é nas horas difíceis que surgem as grandes oportunidades. E que oportunidades!
As oportunidades de nos levar até imaginem, à Conchichina!
Onde é que fica isso? perguntam vocês!
Nem eu sei!
Só sei que é lá que muitos de nós iremos parar, porque já não à poiso, nem dentro nem fora deste país para de saco ás costas e cajado na mão, pedirmos trabalho que nos dê o pão!

   

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Deve ter Custado Perder em Casa

A foto diz tudo!
A expressão naquele rosto transcende o que lhe vai na alma, como tantas vezes apregoa.
O que diz não sei, mas sei que não serão nada abonatórias, para quem assiste.
São policias que assistem ao ralhete, fora de si e como se de meninos se tratassem, ouvem e calam.se. Ou melhor encolhem-se perante os impropérios que o Presidente não pára de lançar como fossem ameaças de vingança.
Como em tudo na vida, ganha-se e perde-se!
Para Pinto da Costa o ganhar já é banal e como a derrota ensombrou a euforia recente pela conquista do tão almejado titulo. Mais custou, este enorme amargo de boca e logo entre portas onde perder para mais com o rival de sempre é impensável.
A realidade foi mesmo essa. Perdeu e perdeu o titulo, que acredito já cantava para as hostes dos dragões.
A alegria benfiquista na casa do rival, onde nem pelos calcanhares os conseguem agarrar, vincou ainda mais a tristeza portista por ver fugir o titulo na negra.
As varias fotos que circulam, são os olhos de quem assistiu e oferece ao quem não conseguiu, a perspectiva colossal do que é a alegria a transbordar de um lado. E a desesperante realidade de momentos antes, tudo ter ido por água a baixo.
Alguns despejaram a raiva no lançamento do que tinham à mão, para as bandas dos que orgulhosamente festejavam tamanho feito.
E com isso obrigaram a que as forças policiais, passeassem os cacetetes, nos costados dos lança cadeiras, gerando-se burburinho a roçar o histerismo.
Então, Pinto da Costa entrou em campo, acredito, para serenar os ânimos e para repreender as autoridades pelo abuso, também acredito, excessivo da força.
Enquanto isto se passava a comitiva benfiquista refugiava-se no balneário, não vá o diabo tece-las e sobrar também para eles, (onde é que eu já vi isto). Dando aso à sua alegria que também acredito, a maior das suas vidas desportivas.
Hoje é tempo de varrer os destroços, espalhados pelo pavilhão.
Serenar ainda mais os ânimos e assumindo a derrota como se de um jogo se tratasse e foi o caso.
E desabafar: P´ro ano à mais!!!
  
 
 


      



quarta-feira, 23 de maio de 2012

Tempo

O meu tempo é teu!
Pode ser quando quiseres.
Hoje, amanha, sei lá!
O meu tempo é teu!
Ofereço-te de mão beijada
Para fazeres dele
o que bem entenderes.
O meu tempo é teu!
Mas sei,
que gostarias de ter tempo,
para que o tempo te juntasse
mais vezes a mim.

terça-feira, 22 de maio de 2012

O Caminho e as Flores



Não existe sol e tu escondes-te nas palavras.
Sinto saudades de ouvir a tua voz, saída de uma boca feroz, que abocanha a minha, para saciar todos os seus desejos.
 Deixo-me ficar, de olhos fechados com a cabeça tombada para trás. Recordando correrias desenfreadas de encontro à tua chamada.
Segui para a minha vida, despida de adrenalina, numa segunda-feira que é sempre a mal amada da semana.
Enquanto escrevo dou uma vista de olhos ao que tenho aqui pendente e de facto a minha tarefa, é numa palavra: ardente!
Necessitava de colher um enorme braçado de flores e enfeitar os caminhos que percorro para os embelezar de pétalas de várias cores.
A cada passo lançava o braço e abria a mão para deixar voar as pétalas que tombavam suavemente, no chão do caminho, amortecendo o pousar da minha sandália como madeira flutuante.
Ao fim de vários quilómetros, assistia ao enorme arco-iris terrestre, que as sucessivas flores, esfrangalhadas de variadas cores, incrustaram no meu caminho.
Flores, sinónimo de amor!
Está-me já no sangue. Para onde vou estou a sentir o amor.
Numa outra vida devia ser um jardim, repleto de flores, que quanto mais eram apanhadas, mais eu brotava naquele jardim.
São as flores. Maravilhosas e de belas cores.
São as lembranças. De momentos floridos e admiráveis.


domingo, 20 de maio de 2012

Festa de Santa Cruz


Domingo húmido, triste e sem vida!
Dias destes são bons para quê?
Para nos pôr chatos e embirrentos.
Mas não me dou por vencido e no meio de chuviscos vou até Alvarães, assistir ao último dia das festas de Santa Cruz.
Ontem já lá estive, onde aceitei o convite para jantar de família querida que lá tenho e no final fui visitar os andores floridos, autênticas obras de arte, ao alcance de poucos, mas muitos dão horas do seu tempo, para levantar um andor, e são nove que representam os lugares carismáticos desta vila.
O povo acorre aos milhares, passando todos eles pela igreja da vila, para admirar aquelas obras-primas.
São nove os andores como já frisei. E todos eles pintados de pétalas, de cores a brindar a primavera deixando a beleza colada naqueles tesouros de madeira e flor.
Estão pousados ora na esquerda, ora na direita da igreja. E o povo percorre-os em círculo, num entra de rostos curiosos pela ansiedade de ver bem de perto. E sai com a convicção da beleza, de tão elegantes obras.
  De seguida porque estão tão perto, as bandas de música, já adaptadas aos tempos modernos, deixando para a história melodias já sem memória.
Tocam para o povo, musicas alegres com timbre pop, que agradam a quem os ouve e cativam os jovens, eles próprios surpreendidos pelas músicas ouvidas e pela garra dos músicos, comandados pelo elástico maestro.
Claro que os divertimentos fazem parte de qualquer romaria e esta tem-nos, em qualquer canto. Para alegria da canalha e para os jovens florescerem os namoricos. Onde para alem das músicas dos vendedores ambulantes. Temos que levar com as farturas e o algodão doce, a cheirar a óleo queimado.
Daqui vai um conselho: apareçam lá porque vai estar o Quim Barreiros!
Ele está em todas!
E como não vive longe dali, teremos o Quim pela noite dentro.
Vai ser curtido em final de Domingo ouvir o Quim Barreiros.
Espero que não chova, porque é disto que o meu povo gosta! 





     

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Abri a Alma, libertei o Coração!


Abri a alma, libertei o coração!
Às vezes é bom escrever, como o faço e mesmo chorando de emoção, ou mesmo da fragilidade que a vida me obrigou a passar. No final a sensação é saborosa.
É no recordar passagens da nossa vida, que percebemos o esforço que fizemos, levando essa mesma vida, a tomar o rumo que desejamos para ela.
Claro que aquilo que parece, nem sempre é!
A vida em determinados momentos, obriga-nos a parar. Para pensar e perceber que quando queremos uma coisa ela custa.
 Exige muito trabalho, empenho. Noites mal dormidas e muito esforço á mistura.
Mesmo quando nos empenhamos muito, surgem situações que nos ultrapassam, e que põem á prova tudo o que andamos a fazer, ou seja: por muito esforço existente, por muito racionais que possamos ser, os desafios são constantes, e obrigam-nos a ser fortes, seguros, persistentes, para os conseguirmos ultrapassar. E ai, a nossa persistência, resistência e o acreditar em nós próprios e nas nossas capacidades, é fundamental para mais cedo ou mais tarde, estarmos novamente em equilíbrio!
O meu percurso ao longo destes anos todos, foi um longo desafio, muito duro em muitas situações. E a dada altura senti-me sozinho no mundo, sem ter com quem partilhar.
 Família ausente, senti-me filho de ninguém, sem ter a quem pedir um colo, uma palavra amiga para me consolar.
 Hoje, já não me sinto sozinho. Mesmo quando estou só, sinto-me tranquilo. Com o meu tempo ocupado, a desenvolver tarefas que me dão prazer, nem que seja escrever, um punhado de linhas, que se podem transformar num livro ainda em branco. Mas se me apetece: leio, escrevo, estudo, busco muito. Quero sempre descobrir coisas novas e sentir que estou sempre actualizado, porque tenho que procurar a retoma do que perdi!
Mesmo Sonhando!
De pé, acordado, deitado!
Sei lá mais!
Só sei que sonho, como respiro. Como amo! 
Fico no entanto sempre com uma certeza!
Cada dia acho com mais convicção, que devemos aproveitar o que a vida nos oferece. Sem magoar outras pessoas e com absoluta certeza, que estamos a ser honestos.
Porque acredito que não à necessidade de arrasar quem se meter no meu caminho e sem procurar, de abrir a boca.
Amanhã o sol nasce de novo!