Nada a fazer!
O frio
veio para ficar e as borboletas deixaram de voar!
Resta o perfume que se aproxima lentamente do
Natal ainda longe, mas já simbolizado nos alpendres das casas rodeadas de
jardins com luzinhas brancas, para receber a neve que já deu um ar da sua
graça, mas foi-se sem desgraças.
Nada a fazer!
Do que esperar que os dias se vão, atento à meteorologia
que não seja madrasta e me console com dias frios (isso é previsível), mas que
não traga chuva. Essa maldita, que molha até o espírito.
Muito a fazer!
Preparar as roupas da semana. O saco da diária
jornada. E fundamental, relaxar da ansiedade em regressar.
Vivo o regresso como uma criança esperando as
férias.
É sempre esta ansiedade quando se sente a
altura do regresso. Ainda não muito perto, mas cada dia é riscado do calendário
mental. E até me deito bem cedo, para que o dia volte com o abrir dos olhos
para o recomeço de outro, que encurta a distância e me leve para as lembranças
bem reais.
Neste momento estamos espalhados pelos cantos
da casa.
Agarrados à Net, na busca de pessoas que nos são chegadas. Para escrever os nossos
desejos e confessar vezes sem conta as nossas saudades.
Por vezes essas pessoas nem chegam para um
bom dia, mesmo banal. Que para nós retidos nas proximidades dos Alpes
branquinhos e enormes, que escondem o outro lado do mundo. É um sorriso que faz
palpitar mais rápido o nosso coração, dorido de tanta agonia diária.
A dor tantas vezes solitária e fatigante,
acompanha minuto a minuto o passar do Domingo duro e maldito.
Quando regressamos, exigem de nós a presença
constante nos alforges das ancas. Receosas que nos aventuremos no colo, das
supostas conquistas longe das suas alçadas ciumentas. Quando só nos depara, três
meses de longo e fatigante trabalho, olhando o céu por vezes cinzento a meter
medo.
E só pedimos um Bom Dia, a cada dia!