terça-feira, 31 de março de 2009

Quem Não tem Cão Caça com gato!


Eis a grande expressão que simboliza, todos aqueles que não tem capacidade para ombrear com o adversário, porque à partida se sente já derrotado.
Isto vem a propósito das laçadas enviadas de uma forma indirecta pelo PSD, sobre o PS principalmente sob a sua figura José Sócrates. Na desesperada tentativa de não perder o comboio para disputar as eleições que estão a um passo.
E como dentro de portas o PSD é um pantanal de trocas de galhardetes, onde a cadeira do responsável máximo, nem tem tempo, para acomodar as formas de quem lá se senta. Porque quem está fora, mexe os cordelinhos para lhe fazer a cama e pum! Toca a substituir.
Primeiro foi o mais conhecido Marques Mendes!
Pessoa de experiencia nestas andanças da politica. Abraçou vários governos laranjas e liderou a tribuna do partido no Parlamento.
Pensou-se de pedra e cal, mas numas eleições internas, onde a sua vitória era só um arrastar das horas para se saber a contagem dos votos. Mas surpresa das surpresas o candidato das bases destronou o apostolo e saltou para os braços dos desconhecidos militantes laranjas que só contam para as votações, mas neste caso foram os principais responsáveis para a queda do histórico PSD, que ainda mantinha o barco a flutuar, apesar do abandono dos anteriores timoneiros para os grandes cargos (e tachos) nos apetecidos grupos económicos que comandam este pequeno país e não só!
Vitoria, vitoria! Chegou o meu momento! Pensou o Luís Filipe.
Entrou a matar! Cheio de ideias para o partido. Cheio de sonhos para que o partido regressasse a um passado não muito distante onde era dono e senhor da governação deste país virado laranja do norte ao sul e Ilha da Madeira. E gozando de meia comunicação correr a tudo que era poiso do novo líder, era a um assistir de autênticos shows de entrevistas e mais entrevistas.
O sonho durou pouco! Os tubarões laranjas vindos de fora para dentro, puseram aquela cabeça do Filipe Meneses, ainda inchada com a vitória, mas desguardada para a desforra numa autêntica manta de retalhos, que meia dúzia de meses depois estoirou num matagal de estrelas e mais estrelas, que levou o pobre coitado a renunciar.
O partido estava num caos, o que levava o PS, a governar a seu belo prazer! Mas o PSD, num arrufo de persistência lá conseguiu chamar para dirigir os destinos do partido até às eleições a Manuela Ferreira.
Coitada. De tão pressionada que foi, aceitou com cara de poucos amigos a herança nefasta de dirigir o partido nesta fase, uma autêntica faca de dois gumes.
Venceu um PSD, vindo laureado como presidente antes da JSD, que estava há imenso tempo a invernar e com um sonho só confessado à almofada todas as noites ao deitar: e se me acontece o que aconteceu ao Filipe! Só a vitoria claro, só a vitoria! Seria o maior do PSD e dava azo ao meu sonho desde dos tempos da jota, onde era líder e rei! Não venceu, mas deu-lhe um sinal positivo para o futuro e o futuro a Deus pertence!
E a Manuela, lá vai remando contra a maré, sem alegria, sem pachorra para enfrentar um Sócrates obstinado na perseguição à sua pessoa e que a Nelinha, não tem a mínima força para contrariar e até fazer desse desabafo repetitivo de Sócrates como um trunfo a seu favor.
É nesta fase uma líder sem chama, sem capacidade para argumentar o que quer que seja e mais, dá-me a sensação, que assume o cargo de líder do maior partido da oposição, sem a mínima pachorra para o fazer. - E que raio de amigos que tenho, que me empurraram para este autentico martírio! Pensa ela vezes sem conta!
Perante este cenário, que vem durando tempo perigoso, levando a que o PSD caia, num buraco sem fundo. Nada melhor que usar todas as armas que nos colocam ao alcance das mãos e então se não posso caçar o PS, de uma maneira vou tentar apanhar os podres do Sócrates de outra.
Serviços secretos do PSD na rua e toca a vasculhar a lixeira das conspirações. E então surge o começo da campanha Anti-Sócrates!
Primeiro veio o tal famoso diploma de engenheiro, que Sócrates diz que é limpinho como a agua que corre nas fontes e que alimenta o povo que ele com todas as forças lidera e olha o seu bem-estar.
Durante dias e dias alimentou uma Sociedade Portuguesa, ávida por mexericos quanto mais não seja para alimentar quatro canais e dúzias de revistas e jornais. Sócrates defendeu-se de peito feito e assim conseguiu, algum tempo depois, arrefecer os ânimos de quem queria ganhar algo com esta novela do: é ou não é engenheiro!
E de facto o homem é engenheiro e o PSD, nada ganhou com esta guerrita de trincheiras e viu os problemas dentro do partido agudizarem-se, com já fiz referencia.
Até que surgiu o caso Freeport!
Um caso que está a fazer correr muita tinta! Sócrates bem tenta justificar o que bem parece ter pouca margem de justificação. Ele pára tudo para falar ao País, sobre a cabala que estão a fazer contra ele. E remata de dedo em riste “Não me vão parar. Nunca! A minha missão é servir o país e é para o país que eu vivo.
Mas os sanguessugas que agora já apareceram à luz do dia, ligados indirectamente ao PSD e directamente à direita. Não desarmam e vão desencantar bem fundo do jardim de Éden, as provas que incriminam Sócrates e compinchas.
Mas Sócrates uma vez mais, aparece quase encolerizado e pela última vez repete que não tem nada a ver com o caso Freeport e ás pessoas ligadas directamente a ele.
Os amigos da desgraça de Sócrates não desarmam e bem perto das eleições Europeias, o caso Freeport emerge de uma encubação premeditada.
Agora existe um DVD, que prova entre conversas de ingleses, que Sócrates está metido em sarilhos.
Sarilhos de alguma gravidade. Que levaram Sócrates numa prontidão que faz sentido, a processar todos aqueles que de uma maneira ou de outra estão ligados a esse mesmo DVD.
Uma certeza tenho!
Nada. Mas mesmo nada, fará o PS e o seu líder a desistir de chegar ás eleições que estão à porta de todos nós.
Nenhum caso que surja das catacumbas dos golpes baixos, onde acredito o PSD está enterrado até aos olhos. Fará mudar o rumo da galgada do PS, à vitória.
Os casos que enchem o quotidiano irão num curto espaço de tempo a ser arquivados.
Passarão á história e com ela o PSD registará o passar de uma fase seca de ideias e de pessoas sem capacidade para levar este partido a lutar por uma vitoria que poderia ser nesta altura como um dado adquirido, mas que infelizmente para muitíssimos de nós será, a continuação da governação do PS, para o bem e para o mal. Mais mal, porque milagres já não existem para mal dos nossos pecados!

sábado, 28 de março de 2009

Lula da Silva Fala com o Coração




Lula da Silva, não é preto! Não é índio! Não é branco!
Não tem olhos azuis, nem o coração é azul! O sangue nada tem de azul, apesar de ser o rei (presidente) do povo onde dizem Deus nasceu!
Nasceu no seio de um povo, faminto de tudo!
Cresceu, entrincheirado nos pantanais dos latifundiários, senhores da terra e do gado. Que dominavam a seu belo prazer, os infelizes camponeses que não tinham que comer, apesar de os seus olhos esgazeados de tanta miséria, esbarrarem nas terras abandonadas sem fim, que podiam ser o sustento de milhares de barrigas cheias de ar, sem cheiro a alimento. E esqueléticos dos pés à cabeça, não tinham forças para lutar contra os mandados dos coronéis, que em cima dos cavalos dançantes mostravam quem mandava. E ai daquele que se atrevesse a dar um paço em frente. Levava chumbo que perfurava aqueles corpos raquíticos de fome e de submissão que só a morte punha fim.
O Lula da Silva, tornou-se um homem! Crente a Deus e inimigo feroz de Satanás!
Não o Satanás dos infernos sem fim! Mas os da terra onde nasceu! Infestada de Satanás que deixavam as terras ao abandono, onde a vista não conseguia alcançar e o povo mendigando uma unha dessa terra para cultivar e tirar daí a barriga de misérias.
Então Lula rezou, rezou e as suas preces foram ouvidas por Deus que ele tanto amava. E a revolta contida naquele corpo durante anos e anos brotou de uma forma espontânea e com a ajuda de Deus, virou Moisés para libertar o povo que o rodeava e conquistar as terras que eram de quem as queriam cultivar e não de quem as mantinham inertes e inférteis.
Organizou-se dos pés à cabeça! Vira sindicalista. Defende os trabalhadores e todo o ser humano brasileiro que é explorado e até escravizado por uma Sociedade brasileira onde as diferenças sociais são tão abissais que nem Cristo se fosse vivo, tinha dificuldade em acreditar que eram todos filhos do mesmo pai.
A sua fama de defensor dos mais pisados socialmente nesse imenso país, ultrapassa as fronteiras e Lula torna-se um pessoa conhecida mundialmente.
Sente que não pode parar e funda (e hoje é) presidente de honra do Partido dos Trabalhadores (PT).
Sendo líder do partido, sente o peito cheio de ar! Um ar que ameaça, o elevar para altos voos e num assomo de loucura, sim loucura! Candidata-se a presidente Brasileiro em 1989.
Perde para Collor de Melo, saído da burguesia que tudo controla e nem por sombras quer ser beliscada no seu pedestal do quero, posso e mando.
Collor cai na própria armadilha, que o fez subir ao trono da presidência e lá está Lula pronto para mais uma candidatura.
Perde! Como perderá mais uma vez para o mesmo vencedor (Fernando Henrique Cardoso).
Mas nestas derrotas, Lula sai valorizado! Sente que a vitória está próxima, está ali ao virar da esquina. Porque é no virar da esquina que Lula apercebe-se que a Sociedade Brasileira está cansada. Está revoltada com as enormes desigualdades que separam os pobres dos ricos. Está revoltada com a corrupção, que grassa no seio dos políticos, dos poderosos do país sem que a justiça tome medidas. Claro, também ela, gerida pela cúpula do sistema instalado, como as térmitas infiltradas na madeira.
E numa campanha a todos os níveis excepcional, juntando pessoas com pergaminhos. Desde a cultura, passando pelo futebol e da sociedade em geral. Que o acompanharam desde a primeira hora. Anunciou num grito de esperança: ou agora ou nunca, nesta minha ultima candidatura à presidência da republica. E Lula venceu!
Venceu porque convenceu mais de meio Brasil, que só um homem surgindo das profundezas da necessidade, poderia mudar um sistema ignóbil que só era mantido para almofadar vinte por cento de poderosíssimos que possuíam mais que os restantes oitenta que se assemelhavam a oito milhões, tamanha a disparidade de luxúria.
Lula permanece até aos dias de hoje!
Levou o seu Brasil a patamares de uma potência que já rivaliza com as demais.
Um país em constante crescimento. Com riquezas sem fim!
O petróleo é descoberto no coração de Deus, como dizem os brasileiros. E claro quem tem petróleo tem quase tudo. Mas não é só ouro preto. É um oceano de riqueza ainda só conhecido pela linha de agua.
Lula tem um perfil muito próprio. Uma maneira de ser que normalmente os presidentes não possuem (vêem doutra classe). Mas tem carisma e tem a nobreza da simplicidade e não renega as raízes de onde veio.
Lula diz o que pensa, mas sabe o que diz!
E disse aquilo que muitos o querem fazer mas não tem tomates para o lançarem, daquelas bocas camufladas em protocolos ou medrosas, com o mexer, com os lobos maus que engolem os que abrem demais a boca.
Lula disse o que todos nós pensamos: “É uma crise causada por comportamentos irracionais de gente branca de olhos azuis, que antes da crise pareciam saber tudo e agora não sabem nada".
À grande presidente! Desabafaste o que te ia na alma, perante o Sr. da Europa, que ainda não deve estar refeito do desplante.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Formação a Força da Solução!



A grande e única forma que o governo descobriu para retirar milhares e milhares de cidadãos da penumbra do ensino!
Vai daí, eleva a fasquia como a bandeira da governação. Que passa pela formação, onde as Novas Oportunidades, são o baluarte de uma campanha única, abrindo o caminho de par em par, para que milhares de jovens possam completar os estudos que anos antes deixaram para trás por variadíssimos motivos. E precisamente nesta altura têm nas mãos praticamente caída do céu a única hipótese de enriquecimento do currículo de cada um, como forma de alargar os horizontes e fazer face ao baixo nível de escolaridade que uma boa camada da população possuiu.
Portanto mãos à obra e toca a completar o Ensino Básico, o Ensino Secundário e para os mais afoitos, têm a porta escancarada rumo ao Ensino Superior, com a difícil mas não impossível hipótese de virem a conseguir um titulo de prestigio, que nem em sonhos alguma vez lhes passou pela cabeça.
Neste momento com a grave crise do desemprego, o governo acelerou a aposta nesses mesmos desempregados pela formação, como uma das essenciais vias para a obtenção de emprego. E nota-se nesta altura um afluxo de pessoas que infelizmente caíram na perda de emprego e ligados ao Instituto de Emprego, na obrigação de participarem nas formações. Sendo a grande maioria dessas formações remuneradas, ligadas aos vários organismos via Comunidade Europeia que financiam, abrangendo os quadros comunitários de apoio.
A formação eleva os nossos conhecimentos e dá-nos as ferramentas fundamentais para a nossa actividade profissional cada vez mais exigente, onde os desafios diários são constantes e é fundamental evoluirmos, para enfrentar as exigências do mercado.
E regularmente sou chamado para participar em formações, o que acontece já à mais de uma década.
Claro que nesta fase difícil, as formações que vou integrar, são formações que a nível de remuneração nada abrangem. Nem mesmo o subsídio de alimentação, como era usual noutras participações.
Os tempos estão difíceis. Os apoios são cada vez mais escassos e como tal não existe dinheiro para subsídio de qualquer natureza. Toca a participar nas formações, fora do horário de trabalho e meu amigo, a formação é sempre uma ferramenta de aprendizagem e quem quer aprender segue o barco rumo ao futuro. Quem não quer que fique pelo cais, sentado a apanhar sol, olhando a direcção do barco, perdendo uma vês mais a oportunidade de melhorar, tanto o seu desenvolvimento profissional, como o intelectual.
Mas por falar em apoios comunitários! À uma década atrás, esses apoios entravam no nosso país como lanchas super rápidas a abarrotar de dinheiro. Dinheiro esse com a missão de apoiar os trabalhadores, dando-lhes formação constante para que eles pudessem se adaptar aos novos desafios que a industria estava a sentir na modernização, na inovação e na renovação.
Só que o dinheiro era tanto que dava para tudo, como diz o povo e com razão!
Dava para quem sofregamente recorria a esses apoios na tentativa de ajuda à empresa e na tentativa de ajuda pessoal.
Todos sabemos que muitos desses apoios não tiveram o mínimo de controlo e hoje estamos a pagar os enormes erros, de não sabermos aplicar os fundos que eram significativos. De apoio, na direcção a que eram destinados, ou seja na formação. A direcção tomou outros rumos, seguindo o caminho da evasão e da corrupção.
Adiante! E como dizia, existia dinheiro. Mas para nós formandos, era só o subsídio de alimentação, meia dúzia de euros, que nem davam para pagar o lanche do intervalo das três horas de duração da formação, pós laboral bem entenda-se.
Mas contemplava a formadora Doutora não sei das quantas, que logo no primeiro dia chegou tarde!
Justificou-se com a maior descontracção, salientando que nada pôde fazer porque, vejam: “ O avião que me trouxe de Lisboa para o Porto atrasou-se. Depois ainda tive que apanhar o carro de aluguer no aeroporto e conduzir mais 50 quilómetros até chegar cá!”
Eu que não sou de me calar perante estas aberrações, logo disse! O quê!!!!! Como disse! Avião, mais carro de aluguer, mais o que a doutora vem cá cobrar (era na altura 20€ hora), por amor de Deus, não havia formadoras cá da zona para dar uma formação, (que verdade se diga nada tinha de relevante para a função que desempenhávamos cá na empresa). Repare doutora que nós estamos cá depois de terminar o nosso trabalho e com a consolação de um mísero subsídio de refeição que nem dá para tapar um estômago, cansado de tantas horas sem uma bucha para consolo. Exactamente isto que lhe disse!
Claro que ela não gostou, acusou o toque e de nariz empinado, olhando-me bem nos olhos falou: "Eu não acho nada de anormal. E só pessoas como eu, podem dar formação a pessoas como o Sr., como acabamos de constatar"!
Toma lá que já cá cantas! Velho ditado popular, que pensou ela, me assentou como uma luva. Mas a mim nada me disse!
A formação era uma vez por semana, durante dois meses e decorreu sem mais “incidentes!”.
Portanto era assim que se gastava o dinheiro vindo dos apoios comunitários. Pondo pessoas a dar formação vindas da capital.
De avião, mais carro de aluguer, ida e volta para a Doutora. E o dinheiro que se gastava só tinha ida para as Doutoras sem volta para os formandos!

terça-feira, 24 de março de 2009

Com as Mãos ó Pedro, com as Mãos ó Pedro!


Quem viu o Pedro Silva no final da Taça da Liga, receber a medalha e para não perder tempo, nem ao pescoço a colocou. E num autêntico arremesso, qual peso em jogos olímpicos, cair em plena relva uns metros mais à frente e obter a melhor marca mundial do lançamento da medalha momentos antes conquistada com todo o sofrimento, raiva e ódio.
Esta disciplina pela primeira vez em jogos de futebol. E os vinte e tal atletas (entre jogadores técnicos) da equipa vencida passaram a ter o direito de lançar ou arremessar o mais longe possível para que os câmara man, possam numa correria louca para ver quem chega em primeiro para obter o exclusivo, não importa os empurrões, os tropeções nos fios das câmaras. O saboroso final seja encharcado em suor ou na lama é a foto primeira, do local onde a medalha aterrou.
Aterrou sim! Porque o lançamento foi efectuado com tal raiva (ingrediente essencial para a obtenção do melhor resultado possível, só produzido no Brasil com importação na hora, por ocasião das finais).
Já à muito apregoada por varias associações de futebol, onde não é demais destacar o sistemático apego à causa por parte da associação do “até os comemos”. Finalmente no final da 2ªediçao da taça da liga onde num dramático ping-pong de penaltys falhados, onde a rede colocada sob a figura dos guarda-redes, só resistiu para um dos lados. Colocando esse lado salpicado de vermelho como o clarão dos seis milhões dos anos setenta, a erguer a taça, sem caneco já que o mesmo foi entregue ao adversário como forma do roubo meia hora antes, que se não existisse levavam caneco taça e restos de relva para a posteridade.
Mas como dizia, o adversário nas circunstâncias excepcionais de roubo. Pode praticar a disciplina do arremessar as medalhas o mais longe possível para que a correria dos câmara man, seja o apogeu da excitação do público. Esse mesmo público, espera os encontrões, os murraços, as rasteiras no pé de apoio desses profissionais loucos a babarem-se por dúzia e meia de metros até à última medalha, que será a primeira e como tal a tão esperada vencedora, como a que foi do Pedro Silva.
Nesta primeira final só mesmo a do tal Pedro logrou atingir a melhor marca, outras houve que por manifesta infelicidade (temos que abrir um parênteses, já que se tratava da primeira iniciativa do género), ficaram por lançamento nulos, já que embora reconhecendo o esforço dos restantes jogadores verdes, onde a esperança tarda em chegar. As medalhas caprichosamente não saiam das mãos. A medalha saia mas ficava tipo pingarelho suspensas pelas fitas que no tempo da chamada rumo ao arremesso não saiam das mãos.
Faltava as declarações finais dos vencedores. Sim vencedores!
Primeiro os da taça. Os vermelhos, pouca importância lhes foi dada, taças daquelas sem valor significativo onde só dão valor aqueles clubes que nada ganham há um bom para de anos!
Finda as respectivas e curtas entrevistas. Passou-se ao miolo da questão! O grande vencedor do arremesso da medalha!
Pedro Silva, nome gritado daquelas bocas, dos milhares de espectadores que enchiam o estádio da capital do turismo.
Pedro Silva acenava.
Pedro Silva mordendo os lábios de tanta raiva que ainda não tinha sido absorvida, apesar do desgaste da hora do jogo e dos poucos segundos do arremesso, mas que serão anos e anos de história, para contar aos filhos, netos. E clonados, para que a família perdure e o arremesso não caia no arquivo da memoria. Tremendo dos pés à cabeça, com os olhos faiscando de ódio (claro características obrigatórias para participar no arremesso da querida medalha). Lá falou para os órgãos da comunicação acotovelados entre três gorilas de dois metros vindos propositadamente da segurança do José Eduardo dos Santos, que lhes cedeu um mês de férias no nosso país aquando da sua visita. E num misto de choro compulsivo e revolta incontida lá foi dizendo:
- Dedico este lançamento que não só enviou a medalha, mas toda a raiva e ódio, para bem longe da concorrência e como tal só podia dar em vitória. A todos os sportinguistas de Vila do Conde que, conseguiram levar-nos à final com dois foras de jogo na jogada do golo que nos valeram esta final e sem o apoio deles não estaria aqui neste preciso momento.
Perante uma pergunta de um jornalista avermelhado que insinuava uma tentativa de peitada ao juiz principal. Pedro Silva quis vincar a mentira de tal modo que foi tão longe, mas mesmo tão longe que não teve pejo em usar o nome do filho que tanto ama. Reagindo desta forma:
- Que não veja mais o meu filho se dei peitada no juiz, que não veja!
Pelas imagens em replay, nota-se que de facto Pedro Silva, não faz peitada ao juiz. Mostra sim a forma como queria arremessar a medalha, com o peito bem colada ao coração. E não com as mãos como o juiz lho obrigou a fazer.
Com as mãos ó Pedro, com as mãos ó Pedro!
E o Pedro lá foi obrigado a arremessar a medalha, com a mâo!

domingo, 22 de março de 2009

O Domingo dos Cinco Meses


O Domingo já vai no seu final e com ele vai um dia normal entre família. Elaboramos o almoço como uma equipa, cada um com a sua missão. No final depois do café bem perto de casa, juntamo-nos numa jogatana de sueca, onde ninguém quer perder e os filhos de orgulho nos píncaros, dão tudo para vencer os pais.
Pais, esses, orgulhosos pelos filhos que fazem parte da sua vida e como tal no final sentem-se felizes perante a alegria de os ver ganhar. E de sorriso estampado naqueles rostos ainda infantis, correm para o seu mundo.
Ou vão dar uma volta pelas redondezas com os amigos, ou ficam cá em casa agarrados ao computador como quem agarra um brinquedo querido, que só ele pode partilhar à vista de todos. Mas tão só e concentrado, no que pesquisa e no que partilha com o alguém que só ele sabe.
Os pais aproveitam para terem um tempinho para eles e dão uma volta até à beira-mar, refastelando-se na esplanada, com um gelado tipo italiano, olhando o mar calmo que pacientemente lança as suas ondas de encontro à areia tão solitária, esperando a chegada do tempo quente cheio de sol, para que os veraneantes estendam as toalhas no seu dorso e gozem a maioria deles dos escaldões. E das águas já calmas e refrescantes desse mar sem fim que é tão acolhedor, mas ao mesmo tempo um monstro para os desprevenidos.
De regresso a casa assumo o condutor de domingo (que conduz vagarosamente e que irrita os mais impacientes) e com uma mão no volante e a outra na mão da minha jovem. Falamos de nós e cúmplices de uma paixão que os olhos reflectem, chegamos ao lar para junto dos filhos, tão entretidos nos seus mundos que até nem dão pela nossa entrada, ou querem lá saber se já chegamos ou não.
Agora agarrado ao blogue com a noite a trazer o silêncio do descanso, faço um pequeno balanço destes cinco meses que abri portas do ESPAÇO da INSPIRAÇÃO.
Nele dou azo a descrever como identifico a Sociedade em geral, principalmente em temas que nos enchem o dia-a-dia.
Desde a Politica para consumo interno, ao Desporto nas suas variadas vertentes. Passando pela situação actual desta crise nefasta para milhões, que não vêem soluções tão cedo. Onde amiúde, volto ao tema, porque sinto que está associado ao virar de uma Sociedade até aqui vivendo do lirismo de uma economia tão forte, que dava para comprar o que os olhos absorviam como um íman. E hoje, abre as portas à caridade como forma de lutar contra os bolsos vazios de milhões e milhões, que os viram esvaziar mais rápido que um tornado.
Estampo neste mesmo blogue, alguns trechos da minha vida. Numa forma muito minha, alicerçada numa verdade actual e que corre a minha vivência nestes já muito vividos anos.
Tenho tanto para contar, que sinto um medo de me repetir! Sempre um pouco de tudo, que vai encher o ESPAÇO durante o tempo que a INSPIRAÇÃO me invadir dos pés à cabeça.
Partilho o ESPAÇO com quem me descobrir! Dou acesso ao meu ESPAÇO num simples clic, que abrirá o comentário de quem me visitar, o faça da maneira que entenda.
Ao fim destes cinco meses sinto um orgulho nos amigos que já conquistei! Gostam do ESPAÇO e eu gosto da maneira como eles tratam a minha INSPIRAÇÃO!
São eles que dão aquele empurrão, para que eu sinta o prazer de escrever as minhas opiniões. Os pedaços da minha vida. E os contos com verdade.
Troco comentários com outros blogues, sob vários assuntos. E existe dezenas onde bebo informação sem fim, que me alargam os horizontes ainda verdes tamanho o conhecimento dos bloguistas.
Tenho preferências! Porque mais do que uma vez lá recorro para aprender com os seus conhecimentos e realço o VALOR DAS IDEIAS, um manual de economia. E Palavras…Apenas…e Só…., onde fico contente, quando sinto que quem lá escreve está feliz! Dois de alguns que diariamente consulto.
Um blogue é uma ferramenta sem limites de expandir conhecimentos que a nossa capacidade de inteligência abrange. Sem o qual ficariam internamente abafados no nosso interior cerebral, ou então numa qualquer gaveta aferrolhada a sete chaves que o tempo acabará por destruir!

quinta-feira, 19 de março de 2009

O Meu Dia, do Pai


Dia do pai!
Dia do homem que é o expoente da família. Que se quer unida, feliz e próspera!
Dia do pai!
Pai que antes de o ser. Caminha na reflexão de uma procura, muitas das vezes exigindo enormes sacrifícios, que se venha a concretizar na esperança de amar a mulher e assumir um enlace que se prevê sem fim. Estendendo os ramos da fecundação, que o eleva à paternidade de um ou mais seres.
O meu dia! O dia mais importante do ano! Porque hoje ser pai é estar constantemente no fio da navalha.
Na fronteira que divide o saber educar. Com o, será que sou capaz de educar os filhos, que amorosamente decidi por neste mundo!
O pai que sou eu, sabe perfeitamente que os filhos no aconchego do lar são tão dóceis e carinhosos. Mas cá fora, no mundo repleto de tentações e ódios. Podem ser autênticas bombas ambulantes, ou exterminadores implacáveis. Como se tem infelizmente nos últimos dias assistido.
Neste dia que manhã bem cedo, mostrou a beleza de um sol que cobrirá o dia do Pai, levei um à escola.
Outra ficou com a mãe, para seguirem caminhos diferentes.
E ainda outro esgravata no Porto, calcorreando os labirintos da Faculdade, rumo ao Futuro.
Sinto que são filhotes ainda na idade da chupeta!
Tão meigos, que se emocionam deixando as lágrimas escorrerem-lhe pelas faces macias. Quando é altura de uma reprimenda, ou quando não dizemos ámen com o que eles pensam que foi o que exactamente aconteceu.
Tão puros, nas suas conversas fortuitas de uns namoricos, que dá os primeiros passos e que segundo dizem a porta da entrega ainda tem muitas voltas de uma chave bem difícil de rodar.
E tão ingénuos, fazendo finca-pé de mostrarem que sabem tudo, mas quando a necessidade aperta, correm logo para os braços do Pai, num socorro fácil de auxiliar e amorosamente reconhecido.
Dia do pai. Dia de comemoração para todos os Pais!
Pai apesar de algumas duvidas, à só um!
Aquele que o vê nascer!
Aquele que noites e noites ampara um ser indefeso, rechonchudo e maravilhoso!
Aquele que o guia pelos caminhos da verdade, pelos caminhos do respeito e amizade!
Aquele que tira da boca para lhe oferecer, matando a fome a quem é incapaz de se auto sustentar!
Aquele que o protege com a própria vida!
Aquele que é PAI………..PAI…….PAI!
Neste dia que todos os Pais se lembram que o são, ou então que é o dia do seu Pai. Deixa-me a dúvida de que o que eu sinto neste dia, será o mesmo que o meu Pai sente.
Ele tem os seus filhos, eu os meus. Imagino que a sensação dele coincide com a minha. Vivemos em gerações diferentes, hoje o mundo é mais exigente na protecção dos filhos em relação ao mundo dele.
Mas por via das dúvidas, logo no final do jantar irei dar uma saltada aos velhos e trocar dois dedos de conversa e assim no final, juntar o conteúdo do bate papo do dia do Pai e tirar as minhas conclusões.

quarta-feira, 18 de março de 2009

O Começo de Um Longo Ciclo para o PS


Neste ano de eleições que serão umas atrás das outras, não dando tempo para limpar os cartazes de umas para colar os referentes às que estão mesmo a chegar. Os nossos políticos irão (já devem andar) numa roda-viva.
Elas são três e como tal os lugares a ocupar são muitos! É de extrema importância dar tudo por tudo para que a primeira oportunidade surja para uma mão cheia de caras novas e garantir o lugar para os repetentes do costume.
Primeiro levamos com as do Parlamento Europeu. Escolhidos de cinco em cinco anos pelos eleitores de todos os 27 Estados-Membros da União Europeia.
Cadeiras convidativas, prontas a serem ocupadas por um grupo de candidatos saídos de um consenso interno de cada partido, que privilegia os amigos do partido e os amigos dos poderosos do partido. E alguns poderosos, caídos em desgraça por qualquer motivo.
No centro da Europa com vista para as grandes cidades, onde num abrir e piscar de olhos, lá estão para satisfazer compromissos de vária ordem. Com viagens pagas por todos nós, onde muitas das vezes se dá boleia a pessoas íntimas dos Deputados, já que quem paga cem, não custa nada pagar duzentos.
O vencimento é generoso, uma isca para grandes bocas.
Bocas de Doutores onde muitas vezes é pedido uns pareceres em matérias que levantam duvidas sem fim, na sociedade portuguesa. E assim acalma-se as multidões silenciosas, mas sem pressas de dispersar.
Bocas, de Professores letrados dos pés à cabeça e por isso, cada opinião é sinónimo de caminho a seguir por meia dúzia de pensadores que nos governam e com resultados que se assemelham a tempos já distantes que esses mesmos pensadores juraram nunca mais voltarem!
Bocas, de Doutores, Professores, Engenheiros, …. Como forma de paga de uns favores feitos, ora aqui, ora ali. Tudo dentro de um sistema enraizado sem fim à vista, dado que os amigos são para as ocasiões. E ocasiões como estas eleições são o mana dos Deputados eleitos, que durante os mandatos levam uma vida de lordes, num vai e vem de viagens sem fim.
Poucos ou nenhum assumem intervenções relevantes. Os nossos representantes inserem-se em grupos políticos, onde Portugal assume um papel meramente de presença. E a prova é que raramente a comunicação social faz eco de algo relacionado com os nossos eleitos, baseando-se mais nas viagens fantasmas que em dado período alimentou uma comunicação ávida por descobertas bombásticas.
Só que nestas eleições, joga-se muito!
Nomeadamente pelo partido que nos governa!
Alvo de sucessivas contestações de quase todos os quadrantes da sociedade portuguesa, o PS joga nestas primeiras eleições, importante indicativo de popularidade.
Precisa de um resultado que não deixe margem à oposição de cantar de galo, o que a acontecer seria catastrófico para garantir a maioria absoluta nas legislativas. E para isso, toca a reunir as tropas, com um só objectivo; formar uma lista de candidatos ao Parlamento Europeu que envolva as grandes figuras ligadas ao partido e convidar nomes sonantes dentro da sociedade civil, com provas dadas e que gozam de grande prestígio.
E os nomes começaram a surgir!
O primeiro e sempre o mais importante, que assume a cabeça dessa lista, é uma pessoa reputadíssima.
Jurista de créditos firmados. Colabora regularmente na imprensa com indicativos positivos para enfrentar os grandes e pequenos casos que ensombram o nosso quotidiano. Foi um tiro certeiro de Sócrates, saído daquela boca cheia de demagogia no XVI Congresso do PS, que deixou o opositor (PSD), num silêncio ainda sem fim à vista.
Dessa lista, faz parte um nome que é candidata à segunda maior Câmara do país. Mulher dos sete ofícios, se perder um abraça logo outro, tem sempre reserva para descarregar toda a energia que deus lhe deu.
Outros nomes são avançados, que ninguém confirma nem desmentem.
Portanto o PS, tem já os generais a postos!
Prontos a reunir as tropas para vencer o inimigo com o mínimo de perdas possível para que a vitoria não sofra qualquer tipo de contestação.
Estas eleições que normalmente mais de metade do povo português ignora. Onde a abstenção atinge valores elevados, é levada muito a sério pelo Partido Socialista.
Serão o começo de um ano que a história guardará para sempre um Sócrates (com maioria absoluta), amortalhado como um Faraó. Ou será o princípio de um fim que arrastará o Partido Socialista para o final de um ciclo que tanta insatisfação tem merecido!

segunda-feira, 16 de março de 2009

O Domingo da Ressaca do Sono



O Domingo entrou-me pela janela dentro como uma estrela incandescente, iluminando o quarto de uma ponta a outra, obrigando-me a levantar às sete horas para cumprir um compromisso que juntou o útil (profissional) ao agradável (lazer).
Foi custoso sair da cama tão cedo!
Adoro, ao Domingo refastelar-me na cama larga, roçando suavemente os dedos dos pés nos da minha jovem que bem juntinho ao fim da cama dorme como um anjo. E uns leves toques como forma de sinal para ela despertar e se abrir ao amor que sempre sem cessar jorra dos meus poros e é preciso sossegar para que o Domingo se transforme num hino de paixão e de boa disposição.
Família preparada. Automóvel rolando o asfalto, lá cheguei juntamente com um casal amigo ao meu compromisso que me “obrigou” a perder o gozo de dormitar mais umas horitas que ultrapassam a barreira do horário diário que sou obrigado a cumprir e que o raio do despertador assola os meus ouvidos.
De facto, fui assistir aos campeonatos nacionais de ginástica, na vertente de show e precisão. Um desporto que não faz parte dos meus hábitos e como tal, foi mais uma ocasião para sorver todo aquele ambiente de cor e alegria.
De cores resplandecentes! O vivo dos tons, onde predomina, o azul bebe salpicado de lantejoulas prateadas.
O amarelo cor do sol, num dia cheio dele.
O rosa celeste também salpicado de lantejoulas.
E o branco, o branco da paz, que tanta falta faz numa grande parte do mundo. Realçavam aqueles corpos na maioria ainda juvenis cheios de formosura e encanto.
As pinturas nos rostos!
Ora de Zorro a lenda viva.
Ora de índia, dos contos infantis.
Ora de mini mascaras simbolizando um Carnaval que já se foi .
Retratando o tema que cada grupo iria apresentar, originava semblantes disseminados, mas com o decorrer da apresentação se abriam em sorrisos de orelha a orelha, na esperança de um show positivo e no cair no goto do júri.
Claro que nem todos eram contemplados com boas performances dadas pelo júri e as poucas palmas atribuídas no final de cada votação, criavam um vazio triste nas jovens que rapidamente abandonavam a pista sem agradecer o pouco que tinham para o fazer, já que a actuação foi banal e como tal a nota era o clímax dessa banalidade.
Eram as pinturas nos rostos das jovens que levaram as (nossas) mulheres lá.
É o seu ramo profissional, tendo o convite partido da principal responsável dessa área e com elas atentas aos últimos retoques, nas por fim, restantes miúdas impacientes que desesperavam a maquilhadora, já que não conseguiam se manter quietas, estavam em pulgas com tanta ansiedade da sua vez estar cada vez mais perto de encher aquela pista.
Mulheres escondidas nos balneários das ginastas, atentas a cada salpico de pintura que desenhava um traço de luz e cor naqueles rostos. Homens livres para porem a vista a pastar naquele lamaçal de cor e beleza.
A cada entrada de um grupo de ginastas em pista, era um alastrar de gritinhos histéricos de uma plateia a abarrotar de miúdas, em elevadíssimo número, (os rapazes contavam- se pelos dedos), acomodados em sítios estratégicos pertencentes às claques ruidosas e irrequietas.
Com o calor a ser inconveniente e com as horas a acumularem-se. O corpo começa a ficar pastoso e a transpiração vai secando na roupa, criando um desconforto já de desertar para outras margens.
Chega por fim a entrega dos prémios, que premeia os mais capazes, pertencentes a escolas já com currículo na especialidade, dando-me a entender que ganham sempre os mesmos, não havia rivais à altura, o que de certa forma tira um pouco de brilhantismo à modalidade (80% das escolas eram do Porto). E denota nos jovens uma ligeira resignação no sabor da vitória, já que ela surge constantemente, porque os adversários, são frágeis e os únicos que dão luta são os da própria equipa.
Bela propaganda da modalidade que foi uma surpresa para mim já que pouco ligo a este desporto. Fundamentalmente porque na zona onde vivo não existe sombra sequer desta modalidade, que diga-se de passagem encheu de beleza e luz, aquele pavilhão bem composto de um público maioritariamente ligado às atletas. Que aplaudiram, gritaram, os nomes dos clubes e até das próprias atletas, até à exaustão, onde só a água aliviava as gargantas sequiosas e já gastas, de dois dias de Campeonato Nacional.
Para terminar um dia cansativo mas positivo. Nada mais que uma jantarada (ou melhor uma cabritada), vindo dos pastos agrestes das encostas do interior norte, em fogão a lenha que elevou uma minha disposição já de si sempre bem presente onde quer que esteja, até cantei, ou fiz que cantei. O vinho subia os degraus do cérebro num corrupio constante elevando a temperatura do corpo e do juízo. Num ambiente familiar de pessoas simples, verdadeiras e puras, onde a amizade é mesmo amizade, que já ganhou raízes neste punhado de anos onde nos encontramos sistematicamente.
Claro que me tornei a deitar tarde e desta vez o despertador via rádio acordou-me à mesma hora do começo da semana, onde a segunda-feira transporta as marcas do fim-de-semana de exageros, que dão lugar à ressaca mais de sono, que outra coisa. Que me levitam para uma atmosfera de cabeça pesada.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Quero Começar a Escrever Mas Não Consigo


Foi assim que uma das minhas cartas, nos meus loucos vinte anos começava!
Dirigida a uma miúda que conheci numas férias à beira mar, que mal a vi senti que a tinha que conhecer e partilhar com ela essa semana, porque ela era tão bela e tão pura.
Era mesmo bonita com um corpo louco, mesmo louco!
Via de fato de banho, logo que cheguei à praia para me juntar aos meus pais. Parei estático em frente a ela não acreditando que uma sereia tinha pousado no sector de barracas dos meus velhos e família que enchiam um corredor de mais de dez barracas, alugadas durante um mês, onde toda a família se juntava, matando saudades de um ano sem notícias, para a maioria deles.
Via à noite, na hora do café ponto de encontro para toda a juventude que se queria mostrar e local de nascimento de namoricos de Verão, que se vão, logo que o Outono dá sinais de estar próximo. De cabelo solto e com aqueles olhos negros que me devoravam numa timidez infantil (tinha 17 anos), que me puseram a contar carneiros durante a noite.
O sono não chegava e a excitação em a conhecer engolia as horas de uma noite a ouvir o mar e a magicar como iria meter paleio com esta jovem que me derretia pura e simplesmente, já que nem ela sabia a beleza que escorria daquele corpo de uma pureza sem fim!
Partilhamos momentos tão simples e tão íntimos, a nossa preocupação era só estarmos juntos. Bem longe do aglomerado de veraneantes que o mês de Agosto juntava numa praia tão concorrida e afastávamo-nos para as dunas vistas numa linha tão longe mas com tempo de elas nos pertencer.
E antes de lá chegarmos de mão dada, esperávamos o rebentar das ondas ainda afastadas, para quando a agua salgada do mar, chegasse finalmente à areia e retornasse a sua viagem de regresso ao mar. Nós marcássemos as nossas pegadas na areia húmida e o ultimo teria que andar sob as pegadas do primeiro e vinte metros mais à frente, o primeiro que era sempre eu, abrisse os braços e amparasse aquela sereia vindo do nada. E ali estava colada a mim, num beijo tão meigo e tão puro, que nem o som da onda a rebentar, com a agua bem fria molhando o nosso corpo tao quente de paixão, fazia esfriar.
Acabamos escondidos num cantinho resguardado por duas dunas, mais parecendo um bunker só com o céu como testemunha.
Aí pude testemunhar toda a sua beleza! Estava tão feliz e tão fora de tudo que ficamos até o sol começar a dar sinais de se pôr bem longe da linha do mar (que quando era miudito dizia que era ali que ficava o Brasil, porque o Brasil segundo o meu pai, ficava depois de mar acabar).
Regressávamos apressados de encontro ao corredor das barracas, um pouco afastados (olha o respeito), e sempre com a família preocupada com a demora e com cara de poucos amigos.
Foi uma semana de sonho que se tornou realidade!
Mas a semana terminou! Eu fui para a minha vida e ela regressou ao seu mundo tão distante do meu, que só por carta, nós emitíamos lascas de uma paixão que queria a toda a força florescer, mas a distância formava uma barreira tão alta que enquanto as cartas se trocavam numa correria para não amolecer a paixão. Ela ainda ganhou asas e voava de carta em carta, até que; numa última carta, que seria mesmo a última, mas tinha que a enviar.....................................
Quero começar a escrever mas não consigo!
Tenho tanto para te dizer, mas tudo se cruza, formando um enorme engarrafamento no meu cérebro.
Preciso de um juiz para coordenar e escoar este trânsito composto de realidades, que me mudaram e que proporcionaram uma séria viragem na minha vida.
Essa viragem deu-se quando alguém, correu para mim! Oferecendo-me o seu amor e a sua companhia, hora a hora. Minuto a minuto!
Foi aí que eu me refugiei, foi aí que desabafei as minhas mágoas. Foi aí que eu busquei um pouco de tudo. Mesmo tudo!
………..Só lamento agora que aprendi muito e quero aprender mais e mais. Não poder descobrir um pouco mais a imensidão de sensações que o mundo nos delicia. Sinto no fundo do meu ser que tenho amor para o partilhar com uma duas ou mais mulheres.
Mas é com esta que vou ficar, porque está comigo a todo o momento.
Sem pressas!
Sem portas para bater e alguém não as poder abrir para a deixar no dia seguinte voltar, para os meus braços!
Sem compromissos, mas a necessidade de estar junto a ela, é tão forte como o ar que eu respiro!
Sem tabus que impeçam viver uma paixão de dois adultos sistematicamente, procurada nos esconderijos, marcados com o nosso suor e amor. Que só a nós pertencia!
Esquecer-te nunca! A pureza do teu ser naqueles dezassete anos tão puros e tão perfeitos, deram um laço na minha vida que nunca será desfeito. E que o tempo irá se encarregar de o resguardar junto a meia dúzia deles que já lá encontraram o seu cantinho.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Angola o Filão Para Alguns


Angola! Angola!
Esse enorme país que Salazar tudo fez para o não perder!
Descarregou aos molhos nas matas, os nossos soldados. Que eram nossos tios, os nossos pais, os nossos irmãos. Para defenderem um país que a todo custo queria ser independente, mas Salazar insistia na sua teimosia já caduca em não abrir mão de Angola, porque Angola era o filão do futuro, era a salvação da nossa economia de então, porque daquele país brotava riquezas sem fim.
Riquezas, que muitos raivosamente rondavam, mas Salazar achava que Portugal era o único por direito a assumir essas riquezas, já que Angola era nossa.
Fazia parte de Portugal e seria Portugal a tornar Angola a bandeira içada bem lá no alto do continente africano como a imagem do poderio português e como tal, tudo que nascia em Angola era português. Hoje amanha e para todo o sempre.
Mas Angola cansou-se de ser um país colonizado! Lutou para ser independente e depois de uma guerra que deixou marcas em ambos os lados, ainda hoje passados mais de trinta anos se recordam histórias de mortes que foram inúteis já que o objectivo (continuar com Angola na rota do domínio português), era à partida impossível, só possível na mente de um homem já ultrapassado pelo avanço do mundo.
Angola obteve a independência, um facto que o 25 de Abril acelerou e ainda bem. Para todos os que lá combatiam, assim puderam voltar para casa e outros evitaram de para lá aterrarem fugindo a uma morte sem sentido e inútil. A independência de Angola era um facto consumado levasse o tempo que levasse.
Consumada a independência, Angola entrou numa guerra fratricida, onde dois galos (UNITA/MPLA) de ódio estampado no rosto, lutavam selvaticamente por um poleiro cheio de riquezas por explorar e que a guerra tardava em desbravar.
Portugal dividia-se no apoio das partes, com tendência para a UNITA, o que levou a um distanciamento do lado do MPLA, que entretanto conseguiu por fim à guerra com a morte do lírico, traído e isolado líder da UNITA.
Tomado o poder pelo MPLA, com a sua figura José Eduardo dos Santos (nome bem português), a tomar as rédeas das riquezas agora sim, desbravadas do subsolo angolano que parecem não ter fim. Juntamente com uma dúzia de submissos que também tem direito ao seu quinhão, afirma-se no mundo como uma potência. A serem encaminhados todos os meios ao alcance, porque aí é que está o filão para investir e assim obter os lucros tão necessários para as economias esganiçadas de países a braços com esta crise que aterrou na terra sem pré aviso e por cá parece que quer acampar, apesar de todos os esforços até agora infrutíferos para a obrigar a desfazer o acampamento.
Portugal devido às quezílias de uma colonização a ferro e fogo e de um menor apoio à tendência comunista do MPLA, que acabou por tomar o poder e anos mais tarde vencer as eleições num processo livre e democrático. Sofre as agruras para entrar neste país e poder ter privilégios como um país onde se fala a mesma língua e fazendo parte da CPLP.
Num esforço diplomático Portugal abre-se a Angola! E de um País colonizador, passa a País, refém dos africanos. Porque Portugal precisa nesta fase critica de Angola como de pão para a boca!
É em Angola que pode estar a, salvação não digo, mas o evitar ainda mais da nossa economia ir por um descarrilar sem fim á vista.
É em Angola que vão aterrar (já teve inicio) muitos portugueses. Fugindo a uma falta de emprego sem paralelo.
É em Angola que os novos licenciados procuram materializar na prática os anos de estudo que calcorrearam pelas escolas portuguesas.
É em Angola que se dará o novo fluxo de emigração, como se deu nos anos sessenta para França e muito antes para o Brasil.
E perante isto não estranhou todo o aparato que Portugal vive com a presença de José Eduardo dos Santos e sua comitiva.
Honras de estado a um presidente africano ao nível de um presidente Americano.
Recebido por Cavaco Silva, que se desfazia em elogios repetitivos, mostrando uma vassalagem sem sentido, quase obrigando o presidente angolano a pensar com os seus botões: antes éramos nós humilhantes e pedintes, hoje cabe a vós sentir o que já nós esquecemos!
Angola em peso, está cá na máxima força! São assinados acordos nos vários domínios, onde a balança penderá sempre para o lado angolano.
Demonstram todo o seu poderio como uma nação onde os horizontes de conquista só serão abertos a quem der mais! E o der mais é a factura a pagar para entrar naquele imenso território salpicado de riqueza.
Pagam-se chorudas compensações a uma dúzia de comilões, deixando sempre um quinhão para o chefe supremo.
Assim essa dúzia pode comprar e fundar bancos, fazer nascer grupos económicos que controlam diversos sectores essenciais de um país, como está acontecer em Portugal. E deixam o seu próprio país ao deus dará (Angola) onde é um salve-se quem puder, para milhões e milhões de angolanos que contemplam com os estômagos inchados de uma fome que leva à morte. Os castelos blindados nas colinas de Luanda, dos iluminados por um Deus, que não é para todos, só para os amigos do presidente e sua equipa escolhida a dedo.

terça-feira, 10 de março de 2009

Os Momentos que Povoam a Memória



Éramos meia dúzia de amigos e colegas de ocasião, prontos a beber umas canhas e comer umas tapas, depois de um dia a desafiar as montanhas dos Pirinéus, resguardados e almofadados dos pés à cabeça para que as quedas não deixassem mossas, mas elas aconteciam sem gravidade, onde a neve penetrava pelas costas e arrefecia o traseiro ao mesmo tempo que se tornava liquida deixando uma sensação amarga de um rabo meio molhado colado ás calças. E esquiássemos aproveitando a extraordinária paisagem com um tempo magnífico, o sol contemplou-me do início ao fim, na semana de umas férias, aguardadas com aquela ansiedade de meninos, que ao longo da vida não deixamos de o ser.
E o restaurantezeco típico, com as chouriças caseiras e presuntos pendurados na chaminé a curarem para adquirirem aquele sabor de deixar agua na boca. Bem num canto, ao pé dos quadros que enalteciam as pessoas famosas lá da zona que tinham colocado o pé neste cantinho. Com o balcão envidraçado, cheio de iguarias tradicionais (as chamadas tapas) e as canhas (cerveja a copo) a rodarem balcão fora e ornamentarem as mesas cheias de pessoas ávidas para refrescarem as gargantas de um dia intenso deixando os lábios secos e o estômago com um ratinho incomodativo.
E a dado passo por entre gargalhadas e um desfilar das peripécias de umas descidas meias vertiginosas onde nem as quedas paravam tal speed, só terminado no final, onde se juntavam milhares de esquiadores de material às costas, prontos a regressarem nos autocarros rumo ao aconchego, como neste caso de um bar. A cantar aquelas canções tradicionais, que enchem as nossas memórias de tempos passados e desafiares a mesa ao lado, onde o ora agora cantas tu, ora agora canto eu, se prolonga pela noite e ninguém quer dar parte de fraco e vive-se uns momentos espectaculares, com o desfilar de canções sem fim.
Passado algum tempo tens o restaurante animado, com todos a cantarem e a baterem palmas num ambiente lirico, que enche as caras e os corações de quem lá está de uma alegria maluca e entusiasmante.
És agraciado com mais umas rodadas de graça e sentes-te nas nuvens, porque te divertiste. Fizeste com que muitos passassem bons momentos e arranjastes novos amigos, sinal de que o mundo não é tão insensível como isso. Para isso basta te rodeares de pessoas alegres e que podem proporcionar bons momentos.
Não se olham a classes (e existia pessoas com profissões elevadas), todos cantam. Todos se divertem.
Canta-se o fado, canções do saudoso 25 Abril e tudo o que nos vem à memória.
O momento é entusiasmante e nesta fase a voz já está rouca e gasta. Ainda bem, já que o reportório esgotou-se. E o repetir torna-se sinónimo de desgaste.
É hora de regressar ao hotel e preparar-me para dormir um pouco, porque umas horas depois à que levantar cedo, o autocarro não espera e mais uma pista se abre no meio de montanhas enormes tão brancas, prontas a receber estes esquiadores de meia tigela, para se divertirem a gozarem um pouco das maravilhas que a natureza nos proporciona. Que com a intervenção cuidada da mão do homem originam cenários para a prática de desportos fantásticos, que superam e justificam o investimento que leva meses a amealhar.

segunda-feira, 9 de março de 2009

O Domingo Virado para a Religião!


Voltou o domingo!
Deito-me já tarde e claro, tarde me levanto! Desta vez sem alaridos de paixão, mas feliz, sabendo que alguém me dá o antídoto que me fás sorrir de peito aberto para o mundo.
Domingo cheio de sol para alegria de um povo arredado dela por motivos sobejamente conhecidos
Sol que penetrava no corpo e fazia reluzir um ligeiro sorriso que ampliava a satisfação na certeza de umas horas com sol, até a noite cair.
Começo com o indispensável café, único vício que me corrói o corpo e me obriga a recorrer a três por dia.
Depois de um almoço de arroz de pato caseiro, que me obrigou a desfiar a carne com os garotos, onde se aproveitou para por a conversa em dia e elogiar o puto mais novo acabado de vir de um jogo de futebol, onde marcou cinco golos e como é lógico não parava de se auto elogiar tamanha a excitação que demonstrava.
Aproveitei a tarde para assistir à Procissão de Passos, cerimonia religiosa que evoca todos os passos de Cristo até à morte.
Já não o fazia à uns bons anos e como acabei de regressar de umas férias que refrescaram as minhas ideias. Pudera, o gelo galgou as roupas e penetrou corpo acima e corpo abaixo, encolheu as partes que nos conferem o poder de macho, deixando-me dias sem vontade para reagir a estímulos vindos de olhares maliciosos. Mas aliviou o cérebro já saturado de uma rotina sem fim.
Então resolvi ficar por cá e passar o Domingo junto às minhas origens, bem perto do coração de uma cidade que confesso já pouco me diz.
Enquanto aguardava que a Procissão chegasse ao local onde resolvi permanecer, com as ruas apinhadas de gente, pus-me a percorrer toda aquela gente acotovelada umas nas outras, na esperança de obterem os lugares da frente para melhor verem todo o desfile e pesarosamente observei como esta crise está a por todos nós (uns mais que outros).
As pessoas estão mais pobres, cada vez mais! Carregam um semblante triste, sem alegria no olhar e por momentos vi-me miúdo. Onde as pessoas eram na maioria pobres, as melhores roupas eram idênticas ás dos dias de hoje. Só a alegria de antigamente era mais pura da de hoje, onde a alegria se fecha num horizonte cada vez mais nebuloso.
Era cativante a vida uns anos antes! Onde todos tinham poder de compra e uma Procissão como a de hoje, reflectia a alegria de milhares em mostrar a redoma em que estava incutida a sua vida.
O dinheiro rodava num círculo que envolvia quem comprava e quem vendia. Que por sua vez levava os que vendiam a comprar aos que tinham antes comprado. E assim se mantinha uma Sociedade feliz, prospera e que todos infelizmente julgavam se manteria por gerações de filhos e até de netos.
Até os famosos bolos de Romaria, vendidos ao virar de cada rua e facilmente identificados pelo cartucho de papel branco e que era o mata-fome dos miúdos já cansados da espera pela Procissão, sentados nos passeios. Deixaram de ser avistados, aparece um aqui, outro mais adiante e assim se percorre centenas de pessoas. Já que o dinheiro se vai e já é pouco para tanta despesa.
A Procissão passou! Os figurantes coitados, a maioria crianças cansados de uma longa travessia pela cidade com paragens a cada vinte metros ansiavam pelo seu final já não conseguindo seguir o alinhamento apesar da ajuda dos Escuteiros, auxiliadores voluntariosos.
Passou o imponente andor com o Senhor dos Passos! Majestoso na sua envergadura! Dez homens carregavam-no Avenida acima, batendo com o suporte (para segurar o andor aquando das paragens) no chão, num som ritmado que entoava por cima das cabeças de todo aquele povo paralisado pela emoção de um momento religioso que nos envolve. Outros tantos faziam a guarda e prontos para a necessária substituição dos colegas.
De seguida outro, o de Nossa Senhora de manto azul que cobria a parte de trás do andor onde figuras femininas importantes cá da terra de olhar sério mas perscrutando todo o povo na tentativa de ver quem cá estava e serem vistas, no lugar que não é para qualquer uma.
E antes de levarmos com a banda de música, que encerrava a Procissão, assistimos ao momento alto de toda esta marcha religiosa, a comitiva que ocupava o Páleo. Desde figuras religiosas como o Bispo, o Arcebispo e as altas caras conhecidas da cidade e do distrito. Presidente da Câmara, Deputados, Empresários etc. Um rebanho de autoridades, com o Bispo a pastor.
Findou a Procissão! Acabei o dia rodeado de pastéis de carne e empadinhas, tudo quentinho com o vinho branco maduro alentejano bem fresquinho que regou uma garganta seca de emoções, mas virado para a Fé. Que apesar de tudo, sigo com frequência, não só pela educação que me deram e que transmito aos meus filhotes, como no acreditar que a fé move montanhas e inspirando esta mesma fé, caminho feliz em direcção ao futuro que parece tão longínquo, mas é já ao virar da esquina.

domingo, 8 de março de 2009

Até Onde Pode ir o Nervosismo dos Deputados


Os nossos deputados são o garante nesta fase conturbada de travessia do deserto ainda sem um fim à vista, de episódios que abalam a réstia de esperança dos portugueses poderem acreditar nessa imensidão de pessoas que ocupam o hemiciclo.
Eles deviam ser a força em defender quem os elegeu e não o contrario!
Eles deviam ser os mensageiros do grito da revolta, vindo dos acossados pela crise que de uma maneira ou de outra envolve pobres e menos pobres!
Eles deviam ser os heróis de um povo martirizado pela escassez de emprego e pela perda do mesmo, que encaminha milhares de homens e mulheres para o abismo da depressão!
Eles deviam ser os embaixadores de boas novas, para que todos nós que os elegemos pudéssemos ao menos sentir o seu esforço. Na discussão de moções, na aprovação de soluções e apontar os culpados de uma crise infinita para muitos já sem esperança, devolvidos ao mendigar. E outros na corda bamba de uma queda vertiginosa a caminho do desespero.
Eles deviam ser os seguidores dos grandes homens que defenderam uma ideologia virada para o fim de uma ditadura que nos arrastou durante anos e anos para um silêncio de tortura psicológica, onde os mais inconformados eram virados do avesso e transformados em meros indivíduos indesejáveis e isolados.
Eles deviam! Mas não o fazem!
São uma seita de seres que se aproveitam da sua nomeação para se promoveram a todos os níveis!
São, não digo todos. Mas muitos, daquele circo sem artistas. Verdadeiras aberrações na assimilação da responsabilidade que o povo lhes entregou. Na única forma que tem de acreditar em algo para o bem do país e de todos nós. Através do seu voto, hoje a única certeza de poder que temos em escorraçar quem não soube governar um país. E dar oportunidade a outros que prometem não cometer os mesmos erros dos antecessores.
Mas continuamos a assistir a autênticos folhetins e zanga de comadres.
Primeiro foram as ausências aquando de uma votação para parar ou não com um sistema de avaliação dos professores que agitava o país e confundia a opinião pública, nada dada a grandes manifestações que se estavam a prolongar demasiado tempo. E que já aqui fiz eco, não adianta chover no molhado.
Há bem pouco tempo num debate acalorado entre o Primeiro-Ministro e o líder da bancada laranja, alguém dessa bancada chamou palhaço presume-se ao nosso PM, já que nesse momento era ele que fazia uso da palavra. E pela perspectiva do resumo dado pelas televisões, todos nos apercebemos de onde veio tamanho desaforo já que apanhou o microfone do líder laranja aberto.
Agora assistimos a um bate papo entre deputados dos dois grandes partidos cá do burgo. Onde o socialista esgrimindo os seus argumentos, entrou no campo privado de um deputado da Social-democracia e foi uma troca de galhardetes, com o Socialista aproveitando o seu tempo de uso da palavra, a insistir no envolvimento desse deputado nas matérias em questão (painéis solares) e do outro lado da barricada era os insultos, os impropérios, os desafios para um cara a cara fora do hemiciclo.
Tudo gravado pelas televisões para gozo dos média.
Para fazer lembrar a Assembleia dos países asiáticos onde de vez em quando se resolve os assuntos ao murro. Só faltou ao deputado Social-Democrata levantar-se e enfiar um soco na cara do Socialista ainda de sorriso malicioso estampado naquele rosto.
A Assembleia da República está a virar um local de lavagem de roupa suja entre partidos e como se viu entre deputados. É preciso por cobro a situações desprestigiantes que se tem infelizmente assistido para que as escolas que frequentemente se deslocam a este local, sintam o enorme simbolismo democrático que brotam daquelas paredes e possam acreditar que este edifício é a marca da liberdade de um País, ainda novo em democracia depois de longos anos de ditadura.
Quanto aos deputados, a cada dia que passa, a confiança que depositamos neles tende a atingir o vazio da credibilidade. São escolhidos a dedo pela cúpula dos partidos entre amizades e colheradas de favorecimento. São eleitos por nós, mas para nós, não está virado o seu valor como políticos. Olham para o seu umbigo do alto do seu lugar e apoderam-se do seu estatuto de deputados para fortalecer os seus interesses pessoais e aumentar as suas regalias sociais tanto a curto prazo como depois de dois mandatos, onde lhes espera uma reforma como consolação de oito anos a levantar o braço e bocejar regularmente.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Oito Esquisitices Que Não Enchem as Duas Mãos



Adoro quando as pessoas enumeram algumas das suas "manias".
Aproveitando o espaço dos blogues, juntam meia dúzia de manias, como dizem os mais extrovertidos. E outros mais, preferem as particularidades. Que em muitos casos são autênticas virtudes.
Enumeram as que eu vou chamar de esquisitices! E lá lançam frases próprias de uma vida conjugada dentro desses factores, enchendo o bem-estar essencial para caminharem dentro desta Sociedade tão criticada, mas obrigatoriamente assumida.
Mas quase todas elas (ou todas), em relação ás pessoas, na parte mais almofadada de uma relação. Seja de amizade, seja de afectividade …. Alegam que não chegam a ocupar os dedos de uma mão.
O mundo é povoado de milhões e milhões, de potenciais ocupantes das duas mãos. E já não digo mais. Mas drasticamente ficam-se pelos dedos de um terço da mão, onde acredito piamente, o mindinho é o que ocupa o lugar de destaque infelizmente.
Se possuimos pessoas para amar.
Pessoas para sentir verdadeira amizade.
Pessoas para trocar dois dedos de conversa.
Podemos encher ao menos a mão diariamente! E de certeza seremos envolvidos pela frescura de um nascer do dia, que nos levará a encerra-lo com um olhar feliz que vai contagiar quem por perto nos aguarda!
Perante tudo isto chegou a minha vez de enumerar meia dúzia de esquisitices, ao som dos U2, das músicas dos anos oitenta que me enchiam de speed contagiante e me punham a cantar no banho feito doido hipnotizado. Com a alegria de eles regressarem nestes dias cheios de vontade de arrasar uma Sociedade ávida de alegria para encarar as tristezas que nos despontam dia a dia as rugas que infelizmente nada podemos fazer para as esconder.
Aqui vai!
-Esquisitices, que não passam de sonhos e os sonhos comandam e prolongam a vida!
-Durmo as horas que cada dia me oferece!
-Fujo do telemóvel como o diabo da cruz!
-Tenho um baú de recordações que as estou a transpor para o meu blogue que me enche as mãos de um aroma a nostalgia!
-A viagem da minha vida, é sempre com o mesmo itinerário. Os braços da minha jovem
-Faço amor como um tapete rolante, para que no final volte a encontra-lo e só pare quando caio para o lado ofegante de prazer!
-Cozinho de avental florido pratos usuais sempre provando a comida lambendo a colher de madeira já proibida, sem sentido!
-Sonho com o espaço infinito, para estar bem juntinho das estrelas!

segunda-feira, 2 de março de 2009

O Céu Azul Que Se Mistura com o Branco




Regressei são e salvo!
Regressei de um período de fuga ao quotidiano citadino, onde retemperei forças e participei activamente em novas aventuras viradas para a neve, que para mim até agora não passavam de elitismo de uma classe cada vez mais diminuta, mas conquistado por uma actividade cheia de adrenalina e aventura.
Foram meia dúzia de dias bem longe de tudo. Vividos minuto a minuto e ocupados em actividades revestidas de prazer e alegria, com pessoas diferentes das habituais. Prontas a servirem e a serem servidas em momentos de partilha de ideias, conhecimentos e práticas onde cada um é mestre.
Perto das nuvens que me seguravam da imensidão das pistas, não deixando o meu corpo rebolar pelo declive sem fim de um branco duro como o gelo, mas balofo com o deslizar dos Skis, de encontro ao final da pista e à libertação da adrenalina tão intensa nestes momentos.
Perto do ar puro e fresco, vindos daquelas montanhas imponentes cobertas de um manto branco que se estendia pelas suas encostas íngremes. Que renovou uma maquina humana já com anos que enchem um aquário, amenizando os vícios instalados e dando um ar mais jovem a uma pele salpicada de “tatuagens” desenhadas com o tempo, autenticas marcas de vida que é a minha.
Foi um período que me isolou completamente de toda a actividade que realizava diariamente. E da nossa sociedade portuguesa, onde por uns dias deixei de ouvir as desgraças sociais sistemáticas, que se aglomera numa bola de neve sem fim, aproveitadas por uns para serem o bombo da festa de milhares que tropeçam no flagelo de um sistema financeiro corrupto e deixado anos a fio ser liderado por bandos de urubus que se alimentavam de somas enviadas por gente ciente de ganhar dinheiro fácil, mas deixados cair numa morte angustiante cheirando a carne putrefacta.
Foi gratificante neste período não ouvir falar desta crise Não ouvir como uma gralha a palavra Sócrates e tudo o que dela deriva.
Não assistir a decadentes peripécias da nossa sociedade, que levam milhares a ficarem sem os seus valores e outros tantos, a chularem o próximo em actos de pura selvajaria institucional.
Enfim! Tudo é positivo quando partimos para nos afastar de uma realidade que nos sufoca. E encontramos uma realidade que é concebida para nos dar a força de com o peito aberto, voltarmos à realidade que faz parte do meu mundo. Com mais alegria, com mais energia e com mais ganas em a enfrentar. Para isso investimos o proveito de anos de trabalho na busca de uma felicidade curta, mas infinita dentro de mim. Para despedaçar os obstáculos que se atravessam nas caminhadas rumo ao preenchimento dos dias que felizmente todas as manhas os abraçamos.
E como o que é bom acaba logo, cá estou a impregnar-me na rotina que me envolve.
Mas dias que fui buscar à imensidão do cenário branco de montanhas que furam o céu com as suas pontas afiadas de gelo incrustado no seu dorso e declives que se transformam em pistas que permitem os loucos dos Skis galgarem distancias e alguns deixarem o seu sangue mancharem a neve tão branca. São dias que não se esquecem e perduraram na minha imagem, para me manterem espicaçado e saudosista na chegada da nova oportunidade de lá voltar de encontro ao céu azul que se mistura com o branco cristalino.