domingo, 27 de outubro de 2019

O Bilhete


Recebi um bilhete.
Escrito pela própria mão, de uma caneta que lembra a primária.
A letra era tão pura, como aprendida desde a primeira classe.
Como puro era o que lá estava escrito!
Li e reli, aquele punhado de palavras. Com reticências, para eu adivinhar o que poderia nascer de uma beleza de folha de papel.
Alguém me espera!
E eu tão longe!
Alguém quer completar o resto da sua vida, com o que resta da minha.
Alguém me oferece as suas quatro paredes, para me confortar nos poucos dias que passo no meu país!
Quem é esta mulher?
Raio quem é mesmo?
Quem é este anjo, que abre as asas para me receber.
Quem é esta sereia que me lança laivos de água salgada enquanto permaneço banhado no mar calmo, numa praia isolada.
E lá segui o bilhete.
Com unhas e dentes ferrados na crença da descoberta.
E numa noite. Teria que ser de noite, onde já todas as janelas estavam corridas da luminosidade do largo. Que me encontrei com a mulher do bilhete.
Do punhado de palavras que li num papel de caderno de argolas. Hoje já temos meio livro de história.
Em letras não escritas, mas desenhadas!
Nem Picasso, nem Dali.
Esboçavam quadros como a maravilha da nossa obra.
Nem Mozart ou Chopin. Timbravam sons, como os que os nossos corpos emanavam.
E ainda nem a meio vai a nossa história!

sábado, 26 de outubro de 2019

O Almoço


O sol vai espalhando a sua magia quente mesmo nos locais onde, já se nota o frio agreste.
O almoço foi um repasto de um simplicidade que traduz o momento.
Panados de porco alemães com sanidade de confiança.
Arroz tailandês. De tão longe, tão saboroso!
Vale o preço dele e com uma cenourita e feijão verde é a delícia que me delícia
Vinho. O vinho!
Descobri o alentejano na ida às compras e assambarquei meia dúzia.
Que saudades. Bebi até dizer chega para dentro de mim!
Bananas da Chiquitita.
Tão conhecidas que lhe dei o nome à gata da senhoria.
Ameixas que encontrei!
Seis são um kilo e como guloso que sou, devoro-as enquanto dou música aos meus colegas oprimidos, pelas diretrizes das suas donzelas sempre de olho aberto, às horas que eles recebem.
Por fim o café da Colômbia mais o cheirinho do "Jack Daniel"
Estou feliz, porque sinto o amor tão próximo.
E vou saborear uma sesta sonhando estar perto desse amor.
Quero continuar feliz!
Só esse magnífico sentimento, me leva a olhar por mim.
E cuidar de mim, porque por vezes ingenuamente, deixo que o corpo pague pelos meus constantes exageros.
E a idade não perdoa, no seu escalar de já muitos anos.

A neve não tarda


Manhã tão fresca, que as gotas de orvalho embelezam as folhas que ainda resistem nas árvores já mascaradas. Com as cores que vão resistir aos nevões que não tardam.
Como sempre, aqui a gente, cedo se levanta e cedo quer ir às compras. Com medo que outros como eles, lhes roubem as promoções que se esgotam na primeira hora e toca a andar que já se faz tarde, para assambarcar.
O sol estende-se pelas montanhas e pelos campos ainda verdes, cheios de esperança que ainda darão erva farta, até aos nevões que não tardam.
Já procuro os raios solares para aquecer as pernas cansadas da semana e inspiro  este ar que limpa os exageros de tantas horas de fumo e pó!
Acordei feliz!
A Natureza sorri para mim.
Eu caminho nos seus trilhos de cajado e já de blusão camuflado.
Estou feliz, porque sinto o amor tão próximo, que numa montanha de tão alta que não se atinja. Impedirá de ele estar tão perto de mim.
Quero continuar feliz!
Só esse magnífico sentimento, me leva a olhar por mim.
E cuidar de mim, porque por vezes ingenuamente, deixo que o corpo pague pelos meus constantes exageros.
E a idade não perdoa, no seu escalar de já muitos anos.



sábado, 19 de outubro de 2019

Um Ombro



Um ombro? 
É muito mais do que um amparo.
É muito mais de que um agasalho
É muito mais do que até mesmo, uma codêa de pão!
Um ombro é o amor presente.
É a felicidade permanente.
É o céu tão perto, como Deus omnipresente!
Um ombro, é os meus filhos serem os teus e os teus olharem para mim, com tanto brilho que faço deles iguais aos meus.
Um ombro, é sentir que mesmo arrastar os pés numa idade longínqua. Ter a certeza que viverás comigo eternamente.
Um ombro, é sentir que toco o céu para além da janela do avião, que me leva para o teu corpo com desejos infinitos.

domingo, 13 de outubro de 2019

No meio da Ponte



O final de Domingo, deixa transparecer uma nostalgia de lágrima solta.
Faço juras para o início da semana e emociono-me, com os longos bocados que capto nos filmes já iniciados.
Estou só num rancho de humanos, já resguardados no ressonar para acordar para mais uma semana.
Estive tanto tempo só, anos e anos. Que, hoje encontrei um ombro maravilhoso e dele só partilho dias, num ano imenso.
De juras em juras, o tempo passa e esgoto por vezes num dia infinito. As minhas forças que rangem como portais de grossa madeira.
Estou a meio da ponte para chegar a casa.
Uma casa oferecida por um amor que pensei já não existir!
O outro meio dessa ponte, será percorrido minuto a minuto, hora a hora. Como se dias se tratassem.
E ao chegar só fim de cada dia, é ainda tão longe o caminho de volta a casa. Que só o cansaço que me obriga a adormecer, fazendo que outro dia, depressa volte a ser um novo dia.
Espero feliz que chegue o fim de semana para descansar do stress de segunda, terça, quarta!
Na quinta um sorriso espande o meu juízo e a sexta, volta para me estender ao comprido levando o corpo a recuperar das fendas que os ossos já sentem.
Por fim o final de domingo!
Fecho os olhos em várias voltas na cama.
E acordo com a sineta do telemóvel, chamando- me para mais uma vitória.
Porque cada semana é uma vitória!!

sábado, 5 de outubro de 2019

Votar sim! Mas em quêm


Temos as pessoas certas!
Desde o não saber o que é um paiol e, assumindo o cargo de ministro da defesa. Que por entre roubo de armamento, misteriosamente recuperado, numa história para a longevidade. Essa pessoa virará lenda para as gerações vindouras.
Numa agressão impensável na líder do : não vás pelo que digo mas sim, para o que não faço. Esta, nem seguranças levava a confiança era redobrada.
Num tentativa de agressão, não do primeiro ministro, mas sim do recandidato.
Dizendo que é mentira onde todos sabemos que é verdade. Num encontro encomendado afirma ele com o olhar desvairado.
Num aproveitamento de baixo nível, onde tudo vale ( eu julgava que no fundo apertavam as mãos, longe dos olhares da malta).
Desde Tancos. A ombro a ombro, com a verdade da mentira.
Do mesmo dos comunistas!
Da liberdade em trazer para a nossa sociedade, opções de vida a dois semelhantes. E relaxamento divertido em tragos divinos seja de erva ou álcool adocicado, que faz rir aos bocados. Num país religiosamente atado aos Rigorosos costumes.
Do amor aos animais.
Onde de carne vai ser uma miragem e ovos serão plastificados. Dado as galinhas fecharem o rabo eternamente.
Dos milagres que os outros anunciam para um país baloiçando na banca rota.
resolvem o que em quarenta anos se instalou e prometem aliviar as ernias dos que diariamente levantam o suor do seu corpo.
Votar sim! Mas será em quêm?