terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Desejo Mudar o País




Eu desejo um ano cheio de mudanças.
E as mudanças terão que ser em todos nós!
Chegou a hora de pedir que todos façamos um esforço, para mudar a nossa mentalidade.
Se o conseguirmos e estou certo que todos farão esse esforço. Mudaremos um país!
Mudaremos este país com um mar de uma beleza sem igual!
Que nos oferece praias lindíssimas, numa imensidão de costa, à espera de um povo. Que não sabe mergulhar nas suas águas, a sua sabedoria.
Que nos estende os ramos, das suas magníficas paisagens naturais.
Onde podemos inspirar a força da nossa razão, mas deixamo-nos poluir pelas promessas não cumpridas, de aves de rapina.
Que nos abriga com um clima temperado e com um céu azul quase todo o ano.
Mas gostamos de andar encharcados no lamaçal quotidiano, que os senhores do poder bombeiam diariamente.
Que nos abre as portas da fé, sem nos obrigar a fazer finca-pé. Mas só nos lembramos de rezar, quando a desgraça nos bate á porta.
Que fez de caravelas tão frágeis, acorrentadas em oceanos longínquos. Canetas para escrever, as mais extraordinárias histórias da descoberta de novos mundos.
Fazendo deste país, o primeiro. E neste momento fazemos parte do terceiro mundo. Depois de tanto ouro conquistado, pensando que era mais fácil secar as águas dos rios, do que a imensa caixa forte do metal apetecido.
Da ilusão fez-se o destino e hoje estamos terrivelmente falidos.
Que mais desejamos para furar as rédeas da clausura, imposta pela censura disfarçada. Senão, seguir as peugadas dos nossos antepassados. Ainda tão frescos na memória de uma revolução aromatizada. E a heroicamente façanha dos conquistadores partindo do nada.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

O Natal é todos os Dias




Juntei os desejos de Natal que me enviaram!
Foram tantos que lhes perdi a conta. Porque cada um, continha desejos simples e carinho com fartura, que se multiplicaram por mil.
Deixaram-me a certeza, de me envolverem, num manto de alegria. Que com toda a certeza irei inspirar o Natal todos os dias.
Vou pendurar cada um deles, na minha bela árvore Natalícia.
Um deles permanecerá para sempre, porque sei que é o mais doce.
Tem amor para oferecer. E não necessita de prendas para perceber!

Não existem palavras para descrever tamanho Individuo




Trabalhei quatorze horas sem parar, para abocanhar uma bucha, tentando enganar o estômago.
O pior mesmo era a sede.
Lábios tão secos que ganhavam pequenas crostas ao longo da sua extremidade.
É o que dá trabalhar com psicopatas.
Não podemos excluir-nos deste maníaco. Homem completamente só. Sem família, sem amigos. Que descarrega as frustrações no pessoal que lhes chega às mãos.
Uns só aguentam umas horas.
Outros fazem das tripas coração para aguentar tamanho animal.
Prometeu-nos terminar às duas da tarde. Depois de nos obrigar a entrar às seis da manhã.
E só pelas dezanove e trinta. Quando lhe fomos perguntar no café se finalmente poderíamos arrumar as trouxas. É que o infeliz nos libertou de monstruoso fardo.
Já tinha ouvido histórias deste verme durante a minha permanência noutra equipa.
Mas claro, cada um agasalha-se nas costas de quem nos dirige. E como tudo corria bem para os meus ombros, sacudia-os de visível fantasma.
Em seis meses, apanhei-o dois dias.
Se voltar para às suas garras, não haverá cinto que segure estes ossos. Porque deus mio, o homem arrasa qualquer vestígio de carne.
Como foram imensas horas, com o paquiderme a roçar os calcanhares, deu para lhe enfiar meia dúzia de impropérios pelas trombas abaixo. Mas o palhaço não me mandava para casa.
Repetiu milhentas vezes: " me cago em deus. Ostia, Ostia, Ostia!!!!!"
E nós, baixinho: ..... Eu sei que todos sabem, tudo o que murmurávamos.
Por fim sentou-se na soleira de uma porta esgotado, libertando um odor característico, de quem corre as capelas de água (álcool) benta. Para nos rubricar as dolorosas horas que trabalhamos sob as suas ordens.
O que deu isto?
Que chegasse a casa e devorasse tudo o que era comestível.
Por agora o sol dá um ar da sua graça e é domingo. Só penso em descansar.
Terça finalmente regresso para me deitar na manjedoura da menina.
Será lá que irei curar as amarguras destes dois dias.
Mas antes tenho o mar por companhia junto de pessoas civilizadas e compreensíveis.

O mar é o Desafio




Estou fora do café sentado num banco de madeira, com a mesa em alumínio.
O sol bate-me no rosto.
Fecho os olhos e que excelente sensação, por isso aqui estou. O que ajuda a matar o tempo, porque só regressarei a casa depois das dezoito.
E como ainda não são três, irei ter tempo para apreciar o que me rodeia.
Renova-se o centro histórico.
A praça de tão degradada, irá ser novamente o centro de referência.
De uma antiga linha do comboio com mais de cento e cinquenta anos. Dará lugar a uma ciclovia extensa por entre o arvoredo e passando por túneis que agora metem medo.
E o mar bem perto. Que abocanha a terra onde a fúria da sua força, ultrapassa qualquer pontão que o homem constrói para tornar mais fácil o acesso das populações.
É o mar que me recebe bem cedo. Para restaurar o que ele desfaz.
São pedras enormes mas que nada valem para conter a força das ondas.
Por isso estamos a construir uma fortaleza em betão, para que ele não destrua a marginal.
Só nos deixou aproximar dois dias nesta semana, depois de pacientemente esperar que acalma-se na maré baixa.
Aí, toca a correr para construir uns metros. Utilizando um camião grua, que nos levava bem perto da água e a todo o material necessário.
Mar que me acolhia nas férias e em visitas de relaxe. Agora recebe-me para travar a sua fúria.
Mas ele não acalma. Por isso nem tentamos descer.
Está medonho com ondas enormes que ao rebentar bem lá no fundo, trepam pelo paredão e invadem a estrada.
São horas a tentar o impossível. Teima em ser o dono e senhor.
Só nos resta dar meia volta e procurar outra obra.
Mar infinito.Com uma força impossível de calcular.
Só esperando que adormeça um pouco é que se pode acarinhar.
Continuamos a roubar o que lhe pertence. Por isso ele teima em recuperar o que é seu!
O sol já se escondeu. Estar por aqui já não dá prazer nenhum.
Mas está de volta o último fim-de-semana antes das férias natalícias.

O mar Revolto






Chove, chove e tanta água galga os rios.
Transporta o entulho que entristece a natureza.
Como era belo contemplar os baixios.
Tão límpidos, a fervilhar de enguias.

O mar revolto engole a vasta água.
Aumentando-lhe o tamanho das sucessivas ondas.
É esplendido vê-las crescer.
É intrigante pensar onde vão terminar.

Aproximo-me para as observar bem de perto.
São lombas impercetiveis, ainda tão longe.
Rapidamente atingem alturas dantescas.
Sem barreiras para as enclausurar.

Não existe igualável força,
como a beleza das marés vivas.
Embora protegido, arrisco para a água me salpicar.
Acabo a tremer sem saber se de frio, ou de medo. 




Uma, duas. São dezenas até cansar.
Que esbarram bem lá no fosso para não matar.
Ninguém imagina que podem galgar,
Qualquer muralha de betão para as acorrentar.

Não à registo fotográfico, que me satisfaça.
Cada rebentar de onda é fabuloso.
Demoro o tempo que me concedem.
Olha, olha, aí vem mais uma. Grito excitado.