domingo, 29 de setembro de 2019

Tipos de Vida



A Sociedade criou três tipos de vida!
A vida do compadrio.
Nascem, crescem e morrem. Agarrados às saias e calças dos progenitores, para singrar no lodo do compadrio.
Onde por vezes, se dá de caras com familiares tão diretos, que nem chegam a desejar um bom, distante dia.
E para que a cadeira fofa se mantenha, é só hastear a bandeira partidária e mesmo dependendo do vencedor, o fofinho vai-se manter. Já que trocam-se as camisolas, mas as ideias são da mesma bitola!
A vida do tráfico!
Seja de que tipo for.
Abrange uma larga fasquia da Sociedade que pura e simplesmente vive à custa dos desvios astronómicos que o tráfico oferece.
E não olha a meios para satisfazer os seus vícios.
E se for caso de acabar com a vida de alguém, não será por isso que se desviarão desse caminho de vida.
A vida do honesto!
Do compridor de princípios e auto-estima.
Do enfia o botão na casa respectiva. Alinhados em fatos, ainda de alfaiate de fita com os números do tamanho de pequenos berlindes.
Esse é que paga as favas, de todos os que se sentam no fofo e nos que transportam a desgraça dos demais.
Esse é pau par toda a obra.
Esse é o orgulhosamente cristão, que leva na face direita e oferece a esquerda.
Esse é o que leva com a bala perdida. E o que é abalroado numa avenida citadina.
Esse não vira herói, nem muito menos com honra de estado.
Aliás, é sugado até ao tutano!

sábado, 28 de setembro de 2019

Eu sem Ti



Eu sem ti,
serei a migalha espalhada pela calçada, onde te conheci!
Eu sem ti,
serei a tristeza guardada, em sorrisos enjaulados nas quatro paredes caiadas.
Eu sem ti,
serei um anjo sem asas. Sem voo para te abraçar.
Eu sem ti,
serei um adulto de ranho babado, devido à lágrima que se amontoa.
Eu sem ti,
Serei sempre um medroso, já que continuo tão longe de ti.
Eu sem ti,
Enrugo o meu corpo, com a falta do calor que o teu libertava em mim.
Eu sem ti,
até as montanhas já não me perdoam!
Eu sem ti,
até Deus me fuzila num retiro, sem luz à tona.
Eu sem ti,
e tu sem mim!!

domingo, 22 de setembro de 2019

Sou Livre


Eu nada quero. Porque nada me oferecem.
Reparam em mim na esperança que esmoreça.
Luto para ter aquilo que mereço. Sob ondas gigantes de atropelos.
Estou farto de palavras, porque são levadas pelo vento.
Como as palmadinhas nas costas, punhais de ponta e mola. Prontos a vibrar o golpe de misericórdia.
Arremesso tudo isso para o canto do convento. Onde as freiras más se sentam com o rabo quente.
Momentos sim, ficam eternamente!
Para gáudio do meu querer e ainda libertam o brilho dos meus olhos como uma bandeira de xadrez!
Em poucos dias amo por um ano.
Tamanha a ferocidade em preencher de amor esses dias.
E ao fim de alguns dias, sinto que amarei a vida inteira.
Porque cada dia é, o baluarte da adrenalina!

domingo, 15 de setembro de 2019

Está Longe


Passaram uns dias, depois de dias mergulhado num ninho fofoco!
Dias intensos, cheios de trabalho ardente. Onde terminar era a obrigação bem presente.
Dias de horas intermináveis e o corpo mergulhado num cansaço já esquecido, pelas férias tão presentes.
Dias que só no início da tarde de Sábado, findou para o descanso. Com o corpo mascado de nódoas que a praia resolveu atenuar, nas suas águas milagrosas.
Dias sozinho!
Nem a almofada segredava no ouvido esparrachado, os momentos do presente e os sonhos do futuro. Já que o cansaço deixava libertar o sono tão profundo.
O amor teve uma pausa!
Está longe.
Envidraçado na varanda onde o milho enorme, escondia o percurso dos peregrinos.
E nas jantaradas.
Que soltavam o aroma para levantar o rosto a quem caminhava ao cair da noite, pelo passeio fronteiriço.
E em milhentos kilometros, onde as montanhas tão verdes, oferecem-me de mão beijada o ar tão puro, que limpa os meus pulmões das loucuras que me atrevo a sugar.
Hoje peguei na bicicleta.
Hui, tanto tempo que não pego numa.
E soltei os cabelos já grisalhos ao vento, numa pedalada frenética que me levou bem longe para não me lembrar que ainda à uns dias era embalado pela mordomia do amor.


domingo, 8 de setembro de 2019

Deixei



Deixei o teu ninho e os teus braços em forma de penas para me agasalhar.
Deixei o teu olhar inclinado como uma vénia suave, agradecendo a minha volta para me amares.
Deixei a tua presença ao meu lado para onde fosse o meu andar. Tu irias de sorriso pairado.
Deixei a varanda isolada. Onde saboreavamos os nossos manjares. Depois de admirares os meus dotes, no calor do sabor culinário.
Deixei as esplanadas solarentas, onde o café da manhã acalmava o prazer intenso da noite.
Deixei de novo uma mão cheia de tudo. Para voltar a encher o coração de força, para regressar com as duas mãos fartas de fortuna.
Encontrei o meu banco de trabalho pronto para me receber como sempre o fez.
Encontrei o meu lar tão longe de onde nasci. Faz tempo que assim é!
Encontrei malmequeres no meu jardim e beleza sem fim. No meu paraíso oferecido pela Natureza.
Encontrei a varanda vazia onde sonhava com o amor conquistado, nas tardes de Verão nocturno.
Encontrei de novo o espaço para encher as duas mãos fartas de fortuna.
Amor e Alegria!!!!!

Fumo sem fogo



Não existe fumo sem fogo!
E o fogo era ardente, intenso.
Enormes labaredas de um vermelho vivo, manchavam os arranha céus do nosso desejo.
Reduziam a cinzas o arvoredo dos enormes penhascos da nossa paixão.
Despenhavam os olhares de raiva, que se lançavam sobre nós na tentativa de nos abalroar definitivamente.
Éramos indistrutiveis!
Éramos paredes de betão amortalhadas com  ogivas pensantes. Que inutilizavam
qualquer tentativa à partida.
Éramos o fumo branco imaculado caído como uma benção sobre os nossos olhares que nos absorviam infinitamente.
Vivíamos cada minuto  com a emoção tão estampada, que recuperavam os longos dias, longe da nossa maravilhosa ira.
Vivíamos noites sem sono embalados nas diabruras dos nossos corpos,. Para afugentar as semanas que enrugavam a nossa pele pálida.
Vivíamos os dias freneticamente para esquecer os meses que nos impediam de ver em nós, o sol nascente.
Não existe fumo sem fogo!
Porque se abriu a enorme clareira vulcânica que nós vai afastar de novo e uma vez mais! De tocarmos as mãos logo a aterrar, saído da porta que vê chegar, o nasci para mais uns divinos dias!!!!!