domingo, 22 de janeiro de 2012

Mourinho Precisa de os Vencer


O Real não vence o Barcelona!
O Mourinho não vence Guardiola!
Eis o epílogo do nosso futebol mundial que alimenta discussões.
Promove debates sob emoções.
 E termina até agora, no resultado do costume, o Real não vence o Barcelona!
Mourinho dá voltas e mais voltas na almofada de seda, com plumas virgens, num branco imaculado, como se asas de anjos se tratassem.
Mas não chega a nenhum veredicto para se sobrepor ao Barcelona quando, como por encanto, o diabo os obriga a cruzarem-se, duas, três, ou mais vezes numa época.
Os dias que antecedem esses duelos, são escalpelizados ao pormenor, tudo em volta de Mourinho para de uma vez por todas, saber se o” Especial One”, montou a verdadeira estratégia para derrotar os agora traumáticos Blugrana.
Mourinho lá vai afirmando “que será mais um jogo, especial sempre, mas no entanto será mais um jogo”.
Só que o dia D, aproxima-se e lá está, Mourinho vê-se às apalpadelas para descobrir o onze ideal para fazer frente ao Time Mundial.
Deve ser penoso até agora o dia do próprio jogo para Mourinho!
Deve estar ardentemente a pedir que a hora chegue, para ver se será desta vez que os Messi e companhia irão deitar a toalha ao chão.
Não foi desta, como também não foi na anterior e desconfio que nem será na próxima. Tão próxima que ainda esta não arrefeceu e assim sendo não aliviou os traumas.
E como por encanto, deixando no ar a ideia que será desta que… porque o Real inicia bem o jogo. E se o jogo só fosse de vinte e cinco minutos, o Real tinha superado o Barcelona e Mourinho cantava de galo.
Só que! Nem na própria casa, cheia como um ovo. Desconfio que os adeptos do Real, já se acomodaram a ver o Real a dar a esperança e o Barcelona a confirmar a certeza. Superam tamanho imbróglio futebolístico.
Entram a todo gás e lá vai o mais difícil marcar primeiro!
Não chega! Com o primeiro ou até mesmo com o segundo, o Barcelona num corrupio de passes ao primeiro toque num trio de estrelas terrestres, leva o perigo constantemente até às entranhas dos jogadores visitantes que água mole em pedra dura tanto bate até que fura.
E leva-os a perder a cabeça, tornando-os agressivos com ou sem bola (mais esta), e o desancar nas pernas dos mais virtuosos torna-se a compensação por mais uma derrota.
E como se não chegasse, Mourinho leva com Guardiola. Ou melhor não leva. O que torna mais penoso o seu calvário, já que Guardiola remete-se à simplicidade que o caracteriza, dando os louros aos jogadores e esperando, pelo próximo embate, porque o futebol vive neste momento dos embates destes dois gigantes.







  

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Temos que Acreditar Nem que Seja na Banda de Lá

Temos que acreditar!
Em quem?
No país, dificilmente!
Está falido. Sem recursos, vive de empréstimos que vai hipotecar a geração que está pronta para ocupar o nosso lugar e quem sabe a que vem a seguir.
Um país sem homens capazes para o gerir, onde cada um olha por si. Juntando meia dúzia de amigos, deixando o restante povo num salve-se quem poder, levando já ao saque que por agora só tem visibilidade sonante, nas ourivesarias para alimentar as lojas de ouro, que nascem a cada dia que passa, como ervas daninhas em jardins mal cuidados.
Caixas de multibanco, colocadas estrategicamente como convite. E lá vai, desprendem-se facilmente dos abrigos, sendo arrastadas como se de carga alimentar se tratasse, agarradas às traseiras dos jipes entretanto roubados, ao virar da esquina.
Carrinhas de valores, carregadas de dinheiro dos bancos que já pouco têm, são simplesmente abertos, nem o facto de serem blindados lhes dão qualquer defesa. Ora em plena auto-estrada, ora no trajecto citadino, que ninguém devia saber, mas os assaltantes autênticos metralhas, com tempo para tudo bloqueiam a passagem e lá se vai a tiro ou à bomba, o dinheirinho aos montes.
Acreditar? Só em nós!
Nas nossas capacidades, para assim não nos darmos vencidos pelas desgraças sociais, bem visíveis.
Temos que bater a todas as portas, para ganharmos de novo o alento e alimentar quem nos rodeia, já com pouco suporte anímico.
Há portas que se abrem, não muito longe da vista de todos, mas podem não chegar para abrir os olhos, visto que a cada dia que passa, a míngua acentua-se num mês tão longo de despesas e tão curto de receitas.
Outras portas podem-se abrir, longe bem longe do seio de quem nos aquece.
Muitos galgam fronteiras, na procura de suplantar barreiras. Tendo a certeza de que o esvair da crise, será longo sem tréguas para arrepiar caminho.
           

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Conversas com o Filho



O filho está longe!
Numa correria para enfrentar os exames e como pai estou um pouco preocupado. E como tal aproveito as novas tecnologias e quero saber como correu o de hoje.
Aqui vai o toma lá dá cá, da conversa que se desenrolou num curtíssimo tempo.




já fizeste o exame
Diogo Pereira
ja
Nuno Pereira
e que tal
Diogo Pereira
mal dormi
agora tenho de preparar o de quinta
tranquilo
Nuno Pereira
dá o teu melhor
Diogo Pereira
nao da
nao tenho paciencia
nem tempo pra preparar tanto exame
quero é fazer as cadeiras
Nuno Pereira
porra tens todo o tempo do mundo
fazer cadeiras nao chega é preciso boa nota para singrar
Diogo Pereira
nao, tenho exames intervalados de 2 em 2 dias
entao estudasses tu qd eras estudante lol
deves pensar que tou no secundario
eu quero é acabar o curso
Nuno Pereira
nada é surpreza para ti
já sabias que era assim
Diogo Pereira
por isso mesmo
nao tenho vida para me dedicar a cada cadeira
Nuno Pereira
vê lá o que nao fizeres hoje poderás arrepender-te mais tarde
olha que sei do que falo
Diogo Pereira
ta
mas tamos a falar de tirar mais ou menos valor
é praticamente indiferente no ultimo semestre
Fim da conversa de chat.
Como se vê, o filho tem os seus argumentos numa fase final de um curso superior e eu sempre pronto para o alertar, no conseguir sempre o melhor. E ele convencido de que o caminho que segue, é o melhor.
A ver vamos……


segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Porque se afasta um amigo quando estamos mais em baixo?

Reparei durante um tempo que certo amigo deixara de me contactar.  
Os dias passavam, a chuva consolidava-se, agitava neuroses, criava ambientes soturnos.  
Estranhei.... Sabia que não estava a passar por momentos bons. Problemas financeiros, familiares. Sabia que a sua alma procurava um abrigo, que a sua tristeza se impunha no dia-a-dia. Mas também sabia, que disfarçava bem, que os outros com quem lidava quase não davam por isso, ou se davam, não lhe atribuíam a dimensão que eu intuitivamente descortinava.
Estranhei a ausência, até porque até certo momento, ele desabafava comigo, permitia-me, entrelinhas, descobrir sua mágoa. E insisti. Deixou de atender meus telefonemas, deixou de responder aos meus emails.
Primeiro fiquei literalmente zangada. Como se o seu silêncio, fosse ofensa imerecida, desconexa, feita de uma agressão gritada sem voz.
Depois, no meu cantinho de pensar, tentei descortinar se teria eu errado em algum momento, se tinha praticado algum acto, mesmo por omissão, que o levasse a ter aquela atitude.
Num gesto de mimo (sei que me doía aquela ausência que me parecia uma bofetada no meu orgulho, escarpas na minha praia), enviei-lhe uma mensagem solicitando uma explicação.
E ela veio...simples. Pedia para eu entender o seu silêncio e a sua ausência, porque estava tudo mal na sua vida e precisava de tempo para si.
Aceito.
Não entendo... Minha noção de amizade queda-se repentinamente envolvida numa neblina. Estarei errada, quando parto do pressuposto de que é nesta altura que o encosto é mais necessário?
Porque se afasta um amigo quando estamos mais em baixo?
Compreendo que nem sempre temos vontade de estar com os outros. Acontece-me. Nem sempre consigo partilhar, nem sempre consigo dizer o que sinto. Mas não dispenso os amigos, os mais próximos, aqueles que me cativam o coração, acariciam meu estar. Saber que estão ali, mesmo resguardando o meu silêncio. Não é preciso afastar-me. Nessas alturas, nem sequer o afastamento é colocado.
Não quero afastar-me. Mesmo no isolamento indispensável para nos recuperarmos, eu sei que eles estão ali. Que ouvem meu canto de ruptura, meu canto de mágoa.
Não entendo. Aceito, porque respeito quem assume que está melhor longe de mim. Como amiga dói.
Estou errada? Ou relativamente a emoções, não há erro, nem juízo, simples sentir? Ou nem sequer há amizade quando meu coração não pede presença?


terça-feira, 3 de janeiro de 2012

A Rotina semanal estreia-se com o inicio do Ano


São horas do treino e a vontade dos garotos é enorme.
Depois das férias lá se encontram, num molho de jovens que logo que o professor dá ordem, correm em volta do pavilhão para aquecerem e assim afastam o frio que dentro do pavilhão é de rachar.
De um lado estão as miúdas, já crescidas numa mistura de treze anos e roçando os dezasseis.
Do outro, os rapazes. Mais novitos não passam dos catorze, mas muitos deles só com duas mãos cheias.
Executam os exercícios banais, antes de iniciar o treino com bola.
Para o Duarte é o inicio do basquete em força, depois, do problema da tendinite no polegar debelada, que o afastou mais de um mês e neste momento pronto para fazer aquilo que mais gosta.
São vinte garotos! Olho para cada um deles e imagino, ali grandes sonhos.
Uns já envergam camisolas das valentes equipas como os Lakers e outras que não conheço, também não sou entendido neste desporto. Com o nome do seu ídolo bem visível nas costas.
 Usam acessórios para segurar o cabelo e embelezam os pulsos com fitas com o logótipo de grandes marcas desportivas. Todos eles respiram vontade em fazer o cesto a cada iniciativa individual e regressam ao seu lugar com um sorriso nos lábios de satisfação. Quem o não conseguir tem que encher três vezes, muitos deles não levantam o rabo do chão, aproveitam-se do professor estar de costas.
Quando é treino sem pressão tudo corre bem e a grande maioria encesta e se o resultado valesse, a centena era uma certeza.
Retenho-me uns minutos nas garotas. Treino mais durinho com jogadas ensaiadas e todas dando o melhor para salvar o cesto, ou para que o mesmo entre.
Curioso: todas elas têm cabelo comprido, levando-as a usar uma fita para o segurar. E lá anda o cabelo a saltitar de um lado para o outro, para cima e para baixo.
São bolas e mais bolas a saltitar num matraquilhar constante. E se juntarmos perto de cinquenta jovens, em constante movimento, recebendo bolas, entregando bolas. Temos um barulho estridente de deixar a cabeça à roda a quem assiste ao treino.
Agrupam-se dois a dois e os que deixam encestar, dão lugar ao próximo duo. Ficando os gloriosos sorridentes e festejando num toque de mão, prontos a enfrentar quem rapidamente os quer derrotar.
Por fim o fim do treino.                                                                                                        
Hora e meia num constante bater da bola, terminando num cesto, que obriga a uma ligeira ou não, elevação, consoante a altura de cada um. Ou num rodopiar no arco, que caprichosamente não entra, deixando um esgar de desilusão.  E alguns deles já com o cansaço estampado, ficando a um palmo do mesmo.
Depois de uns largos minutos em amena cavaqueira, onde os mais eficazes e também os mais valorosos miúdos, realçam os cestos aos menos capazes e também mais infelizes. Deixam o balneário rumo a casa, agasalhados dos pés à cabeça, prontos a devorar a refeição já que o desgaste abriu brechas nos estômagos e a fome fala mais alto que a altura do cesto entretanto mil vezes alcançado.


     

domingo, 1 de janeiro de 2012

O Inicio


O ano inicia-se ainda no rescaldo da ressaca da véspera, que juntou toda a família na casa de uma delas, como é normal nesta altura.
Passamos o primeiro dia, sem nada a assinalar. Só o facto de regressarmos para junto da família e continuarmos a comer, a jogar, a conversar e a desejar um bom ano para todos.
A partir de amanhã a vida regressa à normalidade, tentando ombrear os dias e dias que aí vêm com a mesma força como até aqui.
Serão dias de altos e baixos como um ano longo se reveste e só a atitude positiva da nossa parte, levará que este, que todos juntos aclamam como o final de um longo calvário. Seja possível daqui a trezentos e sessenta e cinco dias, dizer que o pior já se foi.
Ano novo vida nova eis o slogan. Para tudo enfrentar.
Todos, quando as doze badaladas são estrondosamente suadas. Pedem desejos para o ano que se inicia e voltam às comezainas, convictos que os desejos serão alcançados.
Assim seja para todos, mas todos sabemos que não é bem assim!
O ano tem muitos dias.
Muitas noites revestidas de insónias constantes.
Muita chuva que molhará a nossa impotência.
 Demasiado frio que enregelará os ossos.
 Constantes medidas que nos empobrecerão mais.
Como tal à que ser duros e começar desde já a contá-los um a um, para mais próximos estarmos de, se não vencermos, enfrentarmos com o rosto crispado de vontade. As grandes maleitas preparadas.