Tenho saudades de ti!
De percorrer estradas serpenteadas por vilas sem alma à
vista de tão isoladas, mesmo bem perto da algazarra. Para alcançar o teu prazer
quando nos amamos.
Tenho saudades de ti!
Do teu corpo enjaulado nos muros altos, esperando que
a flor surja pela Primavera, que finalmente me anuncia.
Do teu sorriso divino, constante e penetrante. Mais
forte do que a fé em que acredito.
Tenho saudades de ti!
Dos teus ciúmes doentios ingenuamente percebidos, desvairando
lanças de fogo, num coração dorido pela ausência.
E os dias tornam-se dolorosamente longos, enquanto não
surge a viagem, engaiolado nesta barraca medonha, com fantasmas diários,
esperando o toque de retirada.
Tenho saudades de ti!
Do teu rosto como figura de proa, num fio de ouro
colado ao pescoço, coberto pelo suor do meu corpo.
Tenho saudades de ti!