quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Um Sorriso Um Olhar



Quando os nossos olhos se encontram, encaminham-nos na direcção do amor.
Ao serem afastados, transportam as lembranças de momentos inesquecíveis.
E no meio desses encontros e afastamentos dos nossos olhares. Eu vou perdendo algumas das minhas defesas.
E nestas manhãs ao acordar, sinto ainda o corpo saciado da nossa noite, como quando me deitava, exausto de sensações. Tudo era belo, como maravilhosamente louco.
Compensar com um beijo não chega.
 Mil beijos, satisfaz!
Milhares, são a recompensa para estar bem perto de ti.
Ainda sinto essa explosão de sentidos.
Fecho os olhos na esperança, que não é difícil, de continuar a ver o teu olhar no meu sonho.
Nem que não haja um beijo. Só isso já vale a pena.
 Queria dormir ao teu lado e ao acordar encontrar os teus olhos nos meus.
 Não sendo possível, recorro à música para recordar as horas de ontem.
De à dois dias. Três dias atrás!
Deixa-o ficar! Sim deixa, esse brilho nos teus olhos que te ilumina o rosto. É o apelo que deixo no ar.
Ainda procuro o consolo do leito para espreguiçar a alegria e a felicidade de belos dias.

sábado, 24 de agosto de 2013

Hoje senti o chegar ao fim




O caminho de regresso está a ficar ao meu alcance, quando precisamente oito dias atrás, sentia-o para lá da imaginação.
Por mais que tente viver os dias com a sofreguidão de os aproveitar ao máximo, espremendo cada hora como se fosse a ultima a passar cá.  Mais sinto o comboio passar, levando-os de estação em estação para os deixar bem longe, esperando a minha chegada e os transformar em dolorosas recordações.
Portugal oferece-me o sol que pensava ser o mesmo que me aquecia o corpo das fendas enormes que convidavam o frio a penetrar os ossos.
Este sol é bem gostoso, aquece o coração em noites de magnífico Verão.
Esteja rodeado de jovens, eufóricos com o despertar da paixão.
Esteja a contemplar o céu azul, imaginando um sorriso que sempre aparece. Bem perto de três degraus de escada. Ou um pouquinho longe, depois de circular diversas retundas.
Esteja a dormir como um menino, sem canseiras de madrugadas seguidas, a despertar ainda a noite reina no infinito. E terminar o dia com a noite por companhia.
Como o toque a rebate ainda está a ensaiar, a música de embalar o berço da tia Merkel, vou mudar a tee-shirt de hora em hora para apanhar a amarela e sair vencedor a cada dia que passo.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Arrepios que não são de Medo nem de Frio



As férias vão no meio da ponte!
Já saciei a sede da saudade e da ansiedade.
Levanto-me de costas direitas. Com uma imensidão de horas para fazer o que mais me dá prazer e o tempo é tão extenso que pela manhã estou na praia. Observando o regresso dos barcos da faina, depois de rezas pela madrugada para uma pescaria farta e como me apercebi, meia dúzia de cabazes de peixe médio, é o pecúlio de mais uma saída ao mar imenso.
Pela tarde passeio com o pequenote.
Satisfaço-lhe as necessidades e lá compramos os ténis, para substituir os já gastos, nos chutos em tudo que rola.
Em banalidades que nada me custam, mas para o puto é uma alegria do pai que está por dias.
Num jogo de bilhar a quatro e lá me vejo rodeado com miúdos de chupa-chupa, felizes da vida, batendo-se como leões para vencer e serem campeões.
Rio-me com eles, vibro cada bola que entra como eles o fazem. Elevando o taco no ar, como se de um troféu se tratasse.
 E levando as mãos ao rosto para esconder o desalento de falhar uma bola, tão fácil.
E pela noite, ó noite bendita!
Primeiro, marota. Obrigas a espera prolongada, num entra e sai de ligeira inquietação.
Paro por entre lojas carregadas de panfletos a incentivar à formação, com preços convidativos mesmo para aqueles em situação aflitiva.
Depois sim!
O rio é testemunha. Sempre no seu percurso, levando o caudal para se encontrar com as águas que me refrescaram, ainda o dia se iniciava.
Estava bem perto e testemunhava os meus gestos. No início ligeiros toques de dança, numa disposição feliz e pedindo companhia para acompanhar a música que tornava agradável aquele espaço ao ar livre.
Uma ligeira brisa surgiu!
Lá estava o vento a reclamar o seu espaço.
Não estava para danças, mas sim para atrair esperanças.
Chegou mudo, queria escapar calado.
Resguardou-se num canto, deixando ser a minha vez de utilizar o palco do encanto.
Um, dois, toques de magia. E o sorriso que tenho perseguido, voltou a alegrar aquele rosto lindo.
 Ofereceu-me o consolo de desejos arduamente perseguidos e finalmente conquistados, em arrepios que não são de medo nem de frio.
Que extraordinária sensação estar longe, do longe onde permanecia

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Como pode o vento transportar Entusiasmante Sorriso



As estradas nos primeiros quilómetros eram conhecidas. E ainda por cima coloridas e garridas com toda a propaganda autárquica, bem apalermada na minha frente.
Nisto surgiram as rotundas!
 Uma, duas…. Em vinte quilómetros dezenas delas. É infelizmente o cartão-de-visita deste país. Por onde ande, as rotundas são como as moscas!
Nem reparei se me perdi, só sei que fui encontrar o local onde finalmente, encontrei a tua voz.
Ou melhor: primeiro, o teu sorriso!
Ainda longe mas bem visível, que me agarrei ao poste para disfarçar o encanto.
Como pode o vento transportar entusiasmante sorriso!
Colou-se a mim e ali permaneceu uns segundos, deixando-me ouvir o som que ele fazia.
Nisto passou devagar pelo meu rosto suave, suavemente.
Estremeci e só me aguentei porque me sentei rapidamente, na primeira cadeira que encontrei.
Agora sentado, ouvi a voz que o vento possui.
Uma voz de embalar, fala pelos cotovelos. Graciosa e despachada.
Mas fala dele!
Contou-me os seus segredos.
Confessou-me com que armas se defende, perante os entraves que lhe surgem, por onde lhe interessa caminhar.
A dada altura, utilizei as mãos, toques que me fizeram acelerar o batimento. Para o parar.
Deter  a sua turbulência. Porque não queria ouvir. Queria ser ouvido!
Não adiantava!
Nem com toda a meiguice do meu toque, ele refreou o entusiasmo de me contar aqueles segredos.
Confesso que nada me diziam. E até certo ponto me enfastiavam.
Mas aquele sorriso, tudo superava!
Levei o resto da tarde e o princípio da noite, já com o sol a esconder-se nas altas montanhas, não muito longe da minha vista. Com uma paz de anjo, a embrulha-lo num abraço tão desejado.
E aí senti, os seus olhos, bem pertinho dos meus, sem pestanejar.
Minutos intensos de um olhar penetrante, que nem precisei de falar, já que eles sondavam, o que eu queria dizer.
Partimos cada um com o seu rumo traçado!
O vento com a certeza de voltar.
Seja por sua iniciativa. Seja pelo meu aceno constante.
Estou certo, por vezes com mau humor.
Mas quem corre por gosto não cansa. E aquele sorriso saliente de uma beleza despontante, tudo justifica