quinta-feira, 30 de abril de 2015

Festas Das Cruzes




Barcelos engalanou-se para receber os forasteiros que a visitam no começo da primeira romaria do ano.
É um encanto de luz e respira agitação, nas inúmeras iniciativas que durante alguns dias, fazem da terra do galo o centro das atenções.
Do céu descobre-se um botão luminoso e quem vem a descer rumo ao aeroporto Sá Carneiro, encosta o rosto ao vidro das diminutas janelas das aeronaves e encanta-se com aquele pequeníssimo pedaço de terra, brotando luz e alegria.
Oferece espectáculos de música para os mais sensíveis ouvidos.
No “Ai Cruzes,” temos a barafunda da juventude. Dando largas ao seu entusiasmo, percorrendo as barraquinhas de bebidas, para alegrar ainda mais as suas conquistas.
Na Avenida da Liberdade, é dado azo ao bailado. Ao som das bandas que por lá vão passando.
Desde os míticos Xutos, ao José Cid de olho de vidro.
Mas para quem chega, visitar os tapetes de flores no Templo do Senhor da Cruz. É a admiração total, por tamanha beleza colhida na Natureza.
E contemplar os arcos, cada um com o seu triunfo, é a certeza de que visitar Barcelos por estes dias, é a realização para imensos dias.
O fogo do rio, cada ano melhor que o anterior, amansa os corações e obriga a segredar desejos, que não se arrastam docemente pela corrente do rio.
E lá está o brinde que os caprichos do sorteio, reservaram para os amantes do futebol.
Temos em Barcelos o glorioso Benfica, pertíssimo de ser campeão, medindo forças com o aflito Gilinho.
Sou do Benfica desde pequenino. Joguei no Gil-Vicente desde garotinho!
Não será necessário recorrer à capela para que os de Barcelos façam um bom resultado.
A fé estará fortemente infiltrada nestes dias de Festas das Cruzes.
A procissão do Senhor dos Passos, obrigará a um cordão humano imenso por onde passará, representando todos os passos. O sofrimento de Jesus Cristo prostrado na cruz.
Desfilarão personalidades de todos os quadrantes. Engalanados em fatos impecáveis com as medalhas de prata e anéis revestidos de diamantes.
E por fim, a batalha das flores!
Serão lançados de cestos de vime feitos à mão por artesãos, milhares de pétalas verdadeiras ou artificiais. Que darão um colorido fantástico às ruas da nossa cidade. Fechando em beleza uma festa tão rica em amor e pureza.
E não é preciso adquirir bilhete para esta festa de enorme grandeza.

sábado, 25 de abril de 2015

25 De Abril



25 de Abril que já pouco dizes
A uma geração de pobres petizes
Que cresceram vestindo roupas de marca
Hoje governam-nos deixando dor e magoa

25 de Abril de homens de cravo ao peito
Lutaram bravamente para a revolução fazer efeito
Hoje resguardam-se nos corredores dos eleitos
Tentando obter honras de um longínquo feito

25 de Abril deu-se era eu pequenote
Mal discernia que o povo saiu á rua
Hoje refugia-se na vergonha da penúria
Sem pão na mesa, para matar a fome á filharada

25 de Abril sempre
Dizem os saudosos a todo o momento
Um a um vão-se com o tempo
Poucos irão ficar para relembrar um glorioso feito

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Terceiro fim-de-semana



Terceiro fim-de-semana longe da minha praia!
Saí do ninho mofo e percorro quilómetros sem fim, para descobrir o prazer da fuga á rotina infernal.
Neste tempo que já levo em terras da tia Merkel, um pouco de tudo já me aconteceu.
Porta arrombada pela chave esquecida em casa.
Uma só chave e claro alguém, pensando que outro alguém, levava a chave. Bateu com a porta e porta arrombada.
 Vizinhos ameaçando com o barulho do berbequim e mil desculpas para apaziguar os ânimos.
Frigorífico como por obra e graça do diabo, resolveu avariar numa altura que fizemos as compras para toda a semana.
Meu Deus tanta carne descongelada!
Até altas horas da noite tratar de assar, estufar e cozer. Para conseguir que pouco se perdesse. Valeu-nos a parte de cima que por milagre continuava a refrescar as bebidas.
Foi aí que se atafulhou a comida.
O Porto ganhou ao Bayer, numa jogatana de baixar a crista a alemães arrogantes. E logo pela manhã, levaram com os nossos piropos, até dizer chega.
Foi sol de pouca dura!
 Uma semana depois, cabisbaixos e envergonhados, tornamo-nos imensamente pequeninos.
Mas mal chegamos, toca a arregaçar as mangas e o trabalho ganhou asas. De tal modo que alemães satisfeitos com a gente, já tem outra obra em mente, para não nos deixarem sair daqui por muito tempo.
Mas seis marmanjos juntos é um cabo de trabalhos!
Por agora ainda é só sorrisos. As saudades ainda estão longe de apertar o coração.
Tudo é novidade. Tudo ainda é de admirar.
Tudo se releva, as mãos estão sempre abertas.
Vou ver o que o tempo me reserva!

terça-feira, 21 de abril de 2015

Uma árvore toda Florida




Da janela da minha cozinha, vejo uma árvore toda florida.
Tem um baloiço pendurado, para a canalhada num balanço, apanhar a flor escolhida.
Uma cerca divide os quintais. Mas como o da árvore florida, nenhum se assemelha a tamanha beleza.
Pela manhã ao acordar e numa correria preparar o almoço, que recupera o desgaste de longas horas a laborar. Ouço o chilrear da passarada de galho em galho, a dar as boas vindas a mais um dia, que sei. Farto de sol e alegria.
 No regresso, ainda o sol me contempla com todo o seu esplendor, vou á janela admirar a árvore florida de flores brancas enormes. Mais parecendo um guarda-sol encantado, numa praia paradisíaca das caraíbas.
Ainda não conheço o vizinho da árvore florida. Só sei que possui uma esplanada com cadeirões castanhos e guarda-sóis brancos com publicidade americana.
Mal ele sabe que por baixo da árvore florida, consegue a privacidade merecida e a certeza de ser obsequiado com o perfume maravilhoso, que a natureza lhe ofereceu bem perto do seu nariz.
É a minha companheira de todas as horas, enquanto a luz do dia me deixa inspirar o perfume libertado por dezenas de flores, que afastam todo o odor que o trabalho me entranha.

domingo, 19 de abril de 2015

A Primavera ajuda a Brotar






Barcelos agitou-se com a chegada do primeiro-ministro
Eram sorrisos gigantes em caras de gente que se quer conhecida
Não faltaram abraços e palmadinhas nas costas
Isto é, Portugal! Tão pequenino e dissimuladamente genuíno.

Barcelos viveu a barafunda da mobilização do partido no poder
Mesmo sendo uma terra gerida pelo “amigo” de tantos anos
Tudo está bem, quando acaba bem.
A primavera ajuda a brotar a continuação da democracia

Barcelos assiste ao esvoaçar das bandeiras laranjas
Bem perto do local onde estudam (ram) os nossos filhos
O país está melhor, dizem eles de braço em riste
Mudar por mudar, é melhor aceitar o mesmo senhorio

Barcelos amanhã volta a ser o que era
Uma terra órfão, de filhos e pais que se amotinam na imigração
Não tarda, temos as cruzes e alguma diversão
E em Agosto voltam todas para agitar o comércio local