domingo, 26 de dezembro de 2010

A Nossa Vida é um Livro



Um livro que se vai escrevendo no desenrolar do nosso dia-a-dia, sem tempo para correcções, mas com pormenores de eleição.
Os primeiros anos são simples e puros. Ingénuos e transparentes.
Com meia dúzia de lágrimas e uma mão cheia de diabruras próprias da idade que felizmente não deixaram marcas, para figurar como tatuagens, que destapam o que passamos a vida a cobrir.
Até a esta fase, temos um quarto do livro concretizado. Quase cor-de-rosa, cheio de anotações curiosas, de uma infância mais ou menos carinhosa, dada por quem só ofereceu o que lhe ensinaram e a mais não foi obrigado.
As folhas amontoam-se ordenadamente, ganhando forma com o avançar dos anos.
A escola preenche grande parte dessa passagem manuscrita, onde sobressai os namoricos envergonhados e as negativas que só podiam ser duas, senão lá se ia o ano, numa época onde poucos chegavam a doutores e a maioria deixava os estudos pelo caminho.
Foi o que aconteceu comigo!
E o trabalho ainda bem cedo chamou-me para uma realidade bem diferente que alterou a história até aí do livro e virou para a resenha profissional como prato forte do dia (dessa época).
Trabalho e mais trabalho. Futebol sempre o futebol. Amores um pouco intensos para a idade e estudo pela noite dentro. Eis a fórmula de chegar ao meio do meu livro que se preparava para entrar na fase da viragem já a maturar uma idade que ameaçava descendentes.
Os filhos encheram a casa, em ritmo esperado num consenso acordado.
A união ganhou força contra os ventos do inicio, onde nada se tinha e tudo era necessário.
Mas as marés bem bravas, com o decorrer da liça caseira e do amor que enchia o lar, abrandaram de intensidade e passaram a ser o baptismo de banho aos pequenotes de pila ao léu.
Era uma fase linda, onde nada faltava. Mas saia do corpo mais a um de que a outro, o esforço que em muitos casos, roubava horas aos filhos e abandono da cama fofinha, ainda o dia esfregava os olhos.
E o livro vai tomando forma, com as dedadas bem visíveis no fundo das folhas, já que o recordar é viver e o vira de folha em folha é constante.
Meio livro preenchido num rápido chegar à meia-idade (ainda não lá cheguei), que parecia tão distante e agora está batendo à porta sem passadeira vermelha para a receber.
Chegaram os sobressaltos onde, claro que nem tudo, poderiam ser rosas.
Sobressaltos profissionais que originam despistes emocionais. Numa altura de poucas ofertas e procuras em cotoveladas.
Mas o caminho é olhar em frente nesta fase urgente, que deixa sem saudades um ano fastidioso e vai receber o novo já daqui uns dias, que todos prevêem ser o deixar irremediavelmente para trás, quem não tem estofo para acompanhar o pelotão da frente rumo ao futuro tão premente.
O livro já tem nome: Lavra o caminho que falta, porque o outro já deu frutos!

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

O Natal é Magia









O Natal mexe com o mundo!
Pára guerras, aproxima ferozes inimigos.
Amansa as multidões
E eleva os nossos corações!

O Natal faz tremer os mais indiferentes.
E cobre-os de nobres sentimentos!
ilumina-lhes o caminho da amizade.
Para que a bondade seja permanente.

O Natal tem que ser mesmo para todos!
E principalmente para os que mais sofrem.
Porque o sofrimento torna-se mais suportável
Devido ao calor piedoso, que o natal embala.

O Natal é sempre grandioso, tão belo e maravilhoso!
Que nos eleva ao limite da felicidade!
Comemos rabanadas, aletria, mexidos. Tudo tão delicioso.
Que só pedimos que volte mais esplendoroso.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

O Inicio da Semana do Natal


A chuva. Ultimamente é sempre isto!
Porra, para a chuva, que chatice. Continua a cair como caiu a tarde e o céu a escureceu porque a noite apareceu.
Tomo um café enquanto faço horas para que o miúdo se regale na piscina.
Este tempo é uma desgraça, trás o frio de mão dada com a chuva malvada.
Como vivo numa cidade perto do mar e sem descidas serpenteadas para sair dela, levo com esta chuva ranhosa. Senão em vez da ranhosa, era neve pela certa e quem sabe, talvez o dia fosse mais alegre. Pelo menos era mais divertido para as crianças agora em férias, retidas em casa, logo no primeiro dia.
As pessoas entram umas a seguir às outras para comprar o pão acabadinho de sair na última fornada.
Enquanto esperam, puxam por aqueles porta-moedas, de boca enorme e retiram as moedas certas para pagarem o pão e logo saírem em direcção a casa o mais rápido possível, fugindo ao tempo fanhoso, como alguns narizes que descubro não muito longe de mim.
O Inverno tira a beleza das pessoas, porque obriga a revesti-las de roupa, fechando-as em casacos compridos e enroladas nos cachecóis de duas voltas para que o frio se desvie da sua rota.
Já se vê pouca gente a circular na cidade. As que ainda percorrem os passeios iluminados, da luz pública e das montras num pisca-pisca de várias cores que reluzem em arco-íris minúsculos nas possas de água reduzidas. Fogem a sete pés tomando o rumo das suas casas, fugindo da noite que já ocupou o seu lugar e ao clima chato, chato que não nos larga.
A semana do Natal começou triste e enfadonha. É o tempo que não alegra e a crise que nos aperta.
Levanto as golas do casacão, ainda na saída do Pérola e abrindo o guarda-chuva, (detesto andar de guarda-chuva), vou ao encontro do puto, que já me espera na saída do ginásio, de certeza com o cabelo todo no ar ainda molhado e o kispo aberto, convidando ao aparecimento de um resfriado, que nesta época são oferecidos aos packs,
Alargo o passo e meio a andar meio a correr, lá chego primeiro que ele passe a porta envidraçada e assim lá lhe aperto o kispo e bem agasalhado, regressamos a casa cantando-lhe canções de Natal do meu tempo de criança, com quadras improvisadas para delícia do meu pequenote, que é a alegria cá da casa.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Carlos Araújo O Homem da TV Barcelos







Este homem carrega às costas uma câmara que capta belas imagens. E foi por ele que a nossa figura correu o festival ART&TUR, com o filme "The Caminõ Never Ends" (Caminhos de Santiago).
É de enaltecer todo o esforço que o homem ombreava , não só a nível de concluir o trabalho por ele delineado, como com o peso do material horas e horas carregado, na aventura que lado a lado nos acompanhou pelas etapas sucessivas até à Catedral onde Santiago se encontra depositado.
É ele que acompanha o que de mais relevante acontece em Barcelos e através da Barcelos TV, www.barcelostv.com regista momentos que elevam a cidade para lá das suas portas ainda não à muito tempo fechadas, porque a cidade tinha parado no tempo.
Na sua modéstia descobri, descobri não! Confirmei, que o Carlos está em todas. Merece o reconhecimento granjeado para lá das fronteiras, porque corre atrás do que lhe dá prazer e oferece momentos de nostalgia para quem recorda passos que não se apagam.

Para comigo teve as simpáticas palavras só porque eu dei-lhe o justo valor da sua inegável capacidade em estar no sitio certo quando algo cultural e não só, acontece.

Olá boa noite, de pois de ter passado os olhos pelo Blog de um amigo fiquei sem palavras.
http://quilimili.blogspot.com/2010/12/o-natal-dos-caminhos.html
Aqui fica o meu profundo agradecimento ao meu amigo e companheiro dos caminhos de Santiago, Nuno um grande abraço, obrigado pelas tuas palavras.
Muito obrigado.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

O Natal dos Caminhos


A ideia começou tímida mas rapidamente ganhou contornos de assinalável adesão, para nos juntarmos num jantar bem chegadinho ao Natal e assim vivermos esse momento tão grandioso, como especial.
Seis meses depois de em grupo numeroso iniciarmos os Caminhos até Santiago, juntamo-nos num convívio simples como é característico em tudo o que a Paróquia de Barcelos se envolve e soltamo-nos uma vez mais. Na alegria de rever bons amigos e calorosos colegas, enquanto aquecíamos o estômago nas salas de catequese que nos acolheu meses antes no final de algumas etapas, quando aí repousamos completamente extenuados e esfomeados.
Findo o jantar seguimos em procissão com tochas que iluminavam o nosso objectivo e cantando para alegrar, o nosso espírito fortalecido. Revivemos a entrada triunfal que meses antes nos foi aberta como agradecimento pela abnegação de uma caminhada tão dolorosa como esplendorosa.
Foram poucos metros, os bastantes, para com passos marcados pela fé que nos envolve, chegarmos à Tenda bem no coração da cidade.
Espaço para reflexão e retiro para as orações nesta quadra que felizmente, junta o amor ao próximo, porque amolece os corações mais insensíveis, dando-lhes outro batimento em ver a realidade bem viva.
Depois de umas breves palavras do Prior, exaltando o significado da Tenda. Aproveitando a ocasião como é sua obrigação. Para que cada um de nós, reflectíssemos nesta quadra tão simbolizante como penetrante, dado o cariz que a envolve. Aclamou ao nascimento de Jesus há dois mil anos. Tão distante como hoje tão presente, já que deu a vida por nós, para garantir com esse sacrifício, todo o amor que nutria pela humanidade.
E ainda estas palavras ecoavam nas paredes de plástico transparentes da Tenda, passou-se ao reviver belos momentos, com o filme "The Caminõ Never Ends" (Caminhos de Santiago).
Quinze minutos de lembranças ainda tão frescas.
Quinze minutos de nostalgia a amolecer a adrenalina.
Quinze minutos de nos vermos no filme, arrancando um suspiro vaidoso.
Quinze minutos de uma mistura de grupos que enchiam os declives pedregosos. E de caminhantes solitários, resguardados nas convicções tão fortes que tudo superavam com o mesmo fim: chegar a Santiago chova ou faça sol!
Terminado este momento onde muitos de nós nos vimos pela primeira vez num filme. Era a hora de o responsável por esta obra tecer umas breves considerações, porque foi por ele que a nossa figura correu o festival ART&TUR e na sua modéstia descobrimos, descobrimos não! Confirmamos, que o Carlos está em todas. Merece o reconhecimento granjeado para lá das fronteiras, porque corre atrás do que lhe dá prazer e oferece momentos de nostalgia para quem recorda passos que não se apagam.
Posto isto, passou-se para a admiração do presépio todo ele feito pelas mãos de artesãos com queda para esta bela obra e doando horas gratificantes que nos honram como companheiros caminhantes.
E no correr ainda dentro da Tenda em forma de U ao contrário, esperava-nos o bolo-rei, o pão-de-ló, o cafezinho, o porto e o bagacinho. Servido gentilmente pelos mesmos do costume, que dão de bom grado as horas destinadas aos seus, mas alegremente gastas connosco, numa dedicação que já não vem de agora e que se vai estender tenho a certeza pelo tempo fora.
Aquecidos e felizes regressamos ao frio, para terminarmos este bocadinho, não sem antes ficarmos com a certeza de que logo, logo tornaremos a ver-nos quem sabe de cajado na mão e espírito fortalecido.

Youssef El Kalai, português



O homem Marroquino desafiou o destino e meteu-se mar dentro num barco clandestino.
Ou melhor, numa barcaça apinhada de desesperados como ele.
Ancorou pelas vagas que constantemente lhe punham a vida por um fio, nas costas rochosas de Lanzarote.
Passou pelos tormentos que se imagina, desafiando os dedos que lhe apontavam o caminho de regresso, incitando-o rudemente para voltar ao local de nascimento.
Mas nada o impediu de concretizar o seu grande sonho.
Primeiro obteve a nacionalidade onde atracou sob a luz da noite. Como merecimento por mostrar que era um homem útil. Já que se agarrou com unhas e dentes ao pior que lhe apareceu.
E no domingo, sempre ao domingo. Dia de missa e de sonhos concretizados. Deu largas à sua alegria, com lágrimas pelo meio, conquistando uma medalha no apogeu da sua afirmação.
Foi figura na comunicação social, mas nada disso lhe tira o sono, tantas vezes proibido pelas catacumbas da vida.
E agora sim, pode regressar com bilhete de volta, para alegrar o pai distante, oferecendo-lhe simbolicamente a medalha que tempos antes era o embrião já nascido, mas com labirintos pedregosos para lá chegar.
A alegria e emoção da façanha não vai ficar por aqui, outras medalhas mais faiscantes esperam este imigrante de águas que a tantos irmãos tirou a vida.
E a sua humildade será a certeza da grandiosidade dos seus futuros feitos.
Homens assim dão ensinamentos sem fim!
É agarrar o exemplo e hoje ele. Amanhã quem sabe outros em circunstâncias diferentes.
O mundo alegra-se destes seus humildes que deles fazem parte. Não daqueles que lhes querem mudar a face.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Wikileaks Até Quando?



O wikileaks, foi o livro que se abriu quando alguém pensou que estava guardado a sete chaves.
Lá descobrimos histórias de espantar.
Histórias de fazer ver um cego.
E principalmente, histórias que muitos, gostavam de poder contar, mas sem provas convincentes para as tornar públicas.
E o mais incrível é que o livro não tem página final!
Há uns dias soltou-se umas quantas, ontem mais algumas voaram de encontro a mãos jornalísticas e hoje continuam a cair como folhas de Outono cinzento.
É lido avidamente dia a pós dia, desde que o nome wikileaks passou a ser usado regularmente, através da comunicação usada para o efeito.
Rasga as consciências de quem nada tinha a temer, dos rumores que lhes eram apontados.
Fere drasticamente afirmações contundentes que garantiam a falsidade quando alguém anunciava fumo. E eles juravam a pés juntos que não havia fogo.
Mas Deus meu. Não, nosso! Daqueles que são uns paz d’alma neste mundo em constante desassossego, o wikileaks trouxe das profundezas, a larva enraivecida do vulcão adormecido.
São provas e mais provas de acontecimentos atrozes que retiram o véu a esta sociedade que vivemos actualmente.
São visados diversos países através de personalidades aí residentes. Por mensagens dos embaixadores lá acampados com destino ao quartel-general da potência que nos comanda.
Até este pobre país tão encostado ao mar que já lhe rouba alguma terra, outrora de dificílima conquista a opositores enraivecidos. É descrito e despido até ficar em ceroulas (ao tempo que já não ouvia isto).
Espera-se mais folhas de um livro que presumo não tem fim.
Os visados, generais que em tudo mandam, já puseram a caminho os blindados da caça ao homem.
Apanharam-no em carne e osso. Mas a inteligência desse homem já voou para outros caminhos e embrenhou-se no espaço em enumeras estrelas que a qualquer momento dão luz e fazem nascer mais uma folha e outra e mais outra!
Fazer desaparecer as estrelas do ventre de onde nasceram, é a correria louca dos desesperados e já, já as estrelas desaparecerão e os reis magos nunca encontrarão o caminho para oferecer os presentes ao menino.

domingo, 12 de dezembro de 2010

O Natal dos Sábados



Começam os jantares de Natal.
É jantar de Natal do emprego, do desemprego, do futebol, dos biscates ao fim de semana, dos caminhos de Santiago e dos caminhos ainda por desbravar.
Enfim, é jantares de Natal para dar largas à alegria nesta quadra que nos amolece o coração, em prol dos mais desfavorecidos.
Ontem tive o primeiro, de alguns nestes próximos dias.
Somos um grupo onde só me encontro com eles uma vez por semana e depois de um dia de muita azáfama, lá fomos direitos ao restaurante para, primeiro comer e beber. Estávamos cá com uma fome que a mesa das sobremesas, embora um pouco afastada, a cada olhar, parecia que se aproximava de nós e nos testava para pegar naqueles sonhos e rabanadas tão deliciosos (as).
Mas nós como meninos bem comportados em nada tocamos, até que chega uma atrevida e zás, lá vai um sonho.
Logo grande correria e um de cada vez, tinha chegado a nossa vez.
O karaoke era o ponto alto da festa e no grupo despontava uma miúda que segundo ela, era craque nas cantorias karoquianas.
No meio dos aperitivos e enquanto não chegavam as ultimas: sempre alguém se atrasa, porque todas querem chegar despontando a beleza que Deus lhes deu e o gosto no vestir, que muda colegas escondidas nas fardas do trabalho em fadas durante algumas horas.
Abre-se o extenso rol de músicas para cada um dar largas aos seus dotes e embora todas em inglês, porque de músicas portuguesas nem sinal. Toca a dançar e a cantar, porque a noite era para divertir e deixarmo-nos de pieguices refugiados nas cadeiras.
Uns minutos depois estamos todos e todos embora poucos, fazemos algazarra por uma multidão.
Vem o bacalhau com puré, boa posta e o puré não é do agrado, embora estando com muito bom aspecto. O vinho maduro tinto de 2006, alentejano de gema, escorrega que nem chocolate e aquece o corpo para estar pronto para a cantoria.
Todos saltam, todos dançam. Todos já somos craques no karaoke e as horas avançam num ritmo alegre de boa disposição.
Um momento de pausa para alguns e chegam as sobremesas com vestígios de já terem sido visitadas, ainda nem em musica se pensava.
Dois cubinhos de mexidos metidos na boca e toca a correr para o ecrã da cantoria.
Duas não deixam o micro. Uma só sabe cantar a mesma canção, que leva ao desespero e desabafamos já vezes sem conta: “ Outra vez não! Canta ao menos o malhão!”
A outra, habituada aos leilões lá da freguesia para arrecadar o dinheiro para as festas da padroeira. Acaba por levar vantagem e é a cicerone numa festa, toda ela divertida.
Chegam as prendas num sorteio de risos porque se adivinha quem vai ser o contemplado.
Prendas para todos num momento de enorme empatia que deixam a alegria estampada nos rostos, numa noite que ainda é uma criança.
Procura-se músicas, do agrado desta gente e toca a dar ao pé num comboiozinho por entre mesas e desvios de cadeiras à passagem para dar espaço ao bailinho da madeira.
Por fim chega a hora de regressar, numa noite amena depois do frio recente.
Gostei deste grupo ainda recente na minha vida.
Boa gente e acima de tudo muito divertida. Só assim se passou uma noite que fica para recordar.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Concurso Ovelhas do Presépio


Mais uma iniciativa, até ao próximo dia 15 de Dezembro a decorrer como concurso de Natal na Barbearia do senhor Luís.
Desta vez, incidindo sobre Ovelhas de Presépio que, em 2010, é o que parece mais apropriado. Já que somos todos umas ovelhas tresmalhadas à procura de não deixar que o saco se esvazie para aguentar a crise que aí vem.
Serão admitidas a concurso todas as imagens desde que retratem Ovelhas de Presépio (e não quaisquer outros animais semelhantes). Faz questão o regulamento!
Como as minhas Ovelhas do presépio começam por se empoleirar na janela tentando que o tempo aqueça um pouco para exibirem a sua lá bem branquinha. E só se colocam bem junto ao menino, na noite de Natal. Podem muito bem antes, fazer a viagem até á Barbearia do Senhor Luís e como não há duas sem três, trazer o troféu cá para o Espaço.
Aqui vai a foto original de um lar tradicional

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Lulas do Povo


Lula é um presidente vindo do povo, o que nos dias de hoje muitos querem tornar impossível.
Lutou ano após ano, eleição após eleição. Porque sentia que o seu dia ia chegar, com a luz própria de quem tem ganas de ganhar.
E como vem do povo, tudo nele é sentimental e espontâneo. Virtudes que escasseiam nos presidentes desta era, pouco dados a essas virtudes, já que são manietados pelos obreiros, das suas candidaturas.
Podemos dar as voltas que dermos, mas o que vem do povo, vem com ganas de mudar muito, do que nos é imposto.
Lula é um grande exemplo!
É uma personalidade querida e reconhecida!
É a personalidade do ano, a cada ano que vai passando, por entre figuras, que com o seu carácter vão cada vez mais rareando.
E outros emergiram, porque o povo voltará a ter voz e a implementar a razão.
O povo é soberano, demore o tempo que demorar, porque tempo é o que existe mais. Para dar e vender. E como tal, irá sempre surgir alguém vindo das entranhas do povo, para aliviar o sofrimento desse mesmo povo.
Quem vem do povo: fala, chora, emociona-se, abraça quem está ao lado, não olhando a nomes nem a caras.
Lula, assim veio!
Tem os seus defeitos, não impostos, mas nascidos com ele.
Mas as virtudes natas de quem acumulou a terrinha nas unhas de esgravatar as amarguras da vida. Tornou-o personalidade querida desde o Cristo Rei, ansioso pelo subir de quem estava ligado ao povo. Até às catacumbas chinesas, onde se escondem os oprimidos do povo, que mais tarde desbravaram a terra que os sufoca, de encontro àquele enorme povo que quer viver com a certeza de que faz parte de um mundo que é de todos e para todos.
Só quem vem do povo, pode voltar a introduzir o valor moral numa Sociedade, a viver a crise mais desses valores, do que os financeiros, também eles a fazerem buracos onde já nada existe.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Que Domingo tão Chuvoso


Domingo triste domingo!
Chove desde que me levantei.
Ainda pensei duas vezes, já que estava enrolado com a minha jovem. Mas num pulo depois de já ter ensaiado dois ou três que mais se assemelhavam a acampamento, já que o frio não deixava libertar o edredão tão quentinho e gostoso e via-me tapado da cabeça aos pés.
Depois do café e do croissant, lá dei uma saltada até à beira-mar na esperança de saborear aquele cheirinho ao sargaço e à brisa marítima. Mas meu deus, o tempo estava terrível e o mar alteroso demais.
Nem cinco minutos lá permaneci, abriguei-me num barzito na cidadezita bem ao lado e depois de uma troca de pontos de vista do nosso dia-a-dia, voltamos a casa para junto da canalhada.
Depois de num mês de quatro Domingos, onde visitei Lisboa em mais uma feira de cosmética. Com o Parque das Nações a ser o centro das atenções.
No seguinte, visitar Castro Daire e terminar em Lamego numa tasquinha de aspecto moderno no saborear o presunto com broa e vinho da região num lanche para aguentar os longos quilómetros que nos afastavam de casa, que deixa sempre saudades quando a distancia se alonga.
E trazer para casa umas alheiras que faz as delícias da pequenada e o presunto que ainda dura já triturado pela faca em sandes no final do dia, acompanhados pelo copito de maduro que faz arrotar até um moribundo.
E de no seguinte, ir almoçar a Gondomar a um casal de amigos que nos brindaram com um cabrito caseiro, cozinhado em forno de lenha que deu para lamber os dedos de tão apetitoso que estava. Foi comido ao almoço e ao lanche / jantar, que até assustou a esposa já que foi comer carne demais.
Mas hoje foi recolher ao sofazinho e curtir a tarde, vendo as horas passar, só interrompidas por uma fuga à pizzaria comprar duas médias para o lanche e depois de um jantar ligeiro voltar ao sofá, esperar pela hora de ir para a caminha. Porque o tempo está como o diabo virado para nos infernizar a paciência com esta chuva de molhar até os ossos, mesmo aqueles que estão bem resguardados pelos pneuzinhos de uma vida muito sedentária.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Obama Conseguirá Dois Mandatos


Folhei-o a Visão que me veio parar às mãos, numa casa de amigos, onde se bebe um maduro alentejano, só para grandes ocasiões e dou de caras com a queda da popularidade do grande Obama!
Obama o sonho de milhões.
Obama o renascer da esperança de outros tantos milhões.
Dois anos se passaram e Obama está a deixar ir o barco para baixios perigosos.
A sua popularidade está na mó de baixo. A sua gestão desilude.
Será o fim de um sonho que parecia tão real?
Não!
Os tempos são os piores que Obama poderia ter encontrado para a sua ainda pouca experiencia politica nas altas andanças. O fardo herdado de uma crise sem precedentes está a ser terrível a nível de soluções a curto prazo.
Não basta o seu carácter para obter desde logo as mudanças tão necessárias e América mesmo com Obama, é sempre América, um pau de dois bicos.
Afia um, para se precaver contra os inimigos que desde a nascença deste ainda novato mas já histórico país, nascido a combater inimigos tão perto da porta, como longe da vista. Já é uma tarefa de tirar o sono.
Afia o seguinte, para impedir os opositores políticos internos, de constantemente morderem-lhe os calcanhares, uma tarefa que quer ultrapassar, para que a reeleição seja a chama imensa, de uma tarefa intensa.
Mesmo que essa oposição agarre-se ao desemprego que não existe meio, de descer e era um dado adquirido nas promessas da campanha.
Focam a fraca recuperação económica, como saco de areia, antes de entrar na arena.
Rasgaram os consensos que Obama procurou, como corda para se segurar nos primeiros meses de governação e neste momento de peito feito devido ao recente desaire numas eleições que abanou a estrutura Obama, atacam no resguardo Republicano as fraquezas já expostas dos Democratas para tentar apoderarem-se da Casa Branca que ainda não muito longe parecia impossível e nesta altura já tudo pode ser possível.
Mas a historia deste país do Tio Sam, é fértil nestas descidas abruptas de popularidade de presidentes recentemente eleitos. E num abrir e fechar de olhos, voltam a candidatar-se e cumprem os dois mandatos que a lei permite.
Foi assim com Ronald Reegan e bem pior com o carismático Bill Clinton.
Obama será sempre Obama. Já betumado à história Americana.
Vai a tempo de aprender com os erros, com as oscilações, com a inexperiência em algumas matérias. E irá governar a América por mais tempo, para desespero dos mais cépticos já em pulgas para apontar um substituto.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

O Dentista Cirurgião Ainda Miúdo



Encontro-me numa espaçosa sala de um dentista bem no coração da Invicta.
Está quentinha nesta tarde bem fria e chuvosa, que me invadiu ontem, num dia que não deixa saudades.
Faço cem quilómetros para resolver um problema dentário que parece não ter fim.
Problema que não é meu, mas diz-me directamente respeito.
Entrar no Porto até ao destino, leva tanto tempo como de casa até ao entrar no martírio.
São semáforos vermelhos passadeira sim, cruzamento sim. E quando apanhamos um, logo temos a certeza que outros irão aparecer, reivindicando a mesma cor do anterior.
Este dentista é barra!
Ainda jovem e já açambarca, galardões por onde tem pisado aquele peso em capacidade.
A sala reflecte isso mesmo. Dois, três, mais alguns num canto e passo o tempo enquanto espero, a ler as placas alusivas às presenças deste doutor por terras que lhe acenam.
Dou uma espreitadela ao CV, do homem que faz inveja a qualquer seguidor da especialidade.
Perscrutando-lhe o índice, verifico os passos já dados por este dentista de quem deu o máximo por um tão nobre objectivo.
São actividades científicas e pedagógicas que enchem já algumas páginas.
É o doutoramento e mestrado. Pós graduações e artigos científicos.
Membro de júri em Congressos. Moderador de sessões científicas.
Orienta teses de mestrado e trabalhos monográficos.
Comunicações livres e outras mais, tanto cá como no estrangeiro.
Prémios são vários de índole académica e científica.
Enfim!
Paro por aqui porque senão acaba-me a tinta de tanto resumir.
Sei que o homem é capaz e vai resolver este dente que está preso por uma linha (um pouco de gengiva). Sem ele a minha jovem fica como casa sem porta.
Mas o homem é bravo!
Tem capacidade para dar e vender e o dente irá ficar seguro como uma rocha.
Já paguei uma factura de susto e ainda a procissão vai no adro.
Estou cá para a recta final do tratamento que se quer divinal.
Mas o homem de pele bronzeada a fazer inveja, transpira capacidade onde toca. E ainda é um jovem a entrar nos quarenta.
Ganha quanto quer! E que ganhe, mesmo que seja o nosso dinheiro.
Quero parar de cá vir, porque é sinal que o dente malandro há tanto tempo fora do lugar, voltou a resplandecer naquela boca maravilhosa.
Continuo a esperar e já li as revistas que me rodeiam, nestas duas horas que levo aqui fechado.
Os pacientes entram e voltam a sair e por quem espero, não dá sinal de aparecer.
A tarde avança, o escurecer é já uma realidade e a mulher não sai do gabinete dentário.
O homem é bom! Foi recomendado vivamente pelo dentista da terra, como o único para resolver tamanho berbicacho que este dente representa.
Ouço por momentos a voz do salvador (dentista) doutor Ricardo Faria, porque não faria a desfeita de me deixar com a mulher de dente a abanar constantemente.
Nisto inchada e branquinha como a neve, lá voltou do suplício e momentos depois estamos a caminho de casa. Com a certeza que tudo correu bem e o dente irá voltar o mais cedo possível ao lugar de onde nunca deveria ter saído.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

As Manhãs Cinzentas e Frias


A manhã está fria, mesmo fria! E o gostinho de sentir a lenha a estalar na lareira é o conforto que se deseja.
À neve a cair por todo o nordeste transmontano e as previsões apontam para termos o mesmo cenário enquanto as horas avançam e procuram a noite, essa sim, trazendo mais frio que nos encolhe no resguardo de montes de roupa, que nunca chegam para aquecer o sangue que nos faz viver.
Frio e chuva é um cenário triste num tempo a cheirar o Inverno e a apontar para a chegada do Natal, sempre uma quadra que junta as pessoas numa doação cristã sem precedentes, para auxiliar o mais carente tanto em géneros como em gestos.
São dias cinzentos sem chama calorenta que trazem pessoas fechadas em si mesmas, refugiadas nos casacos grossos para resguardar do frio e também das tristezas da vida.
Mas o tempo que nos bate à porta é tempo dele.
O Inverno aí está, pronto a fazer mossa nos mais desprotegidos e a obrigar os restantes a esconderem-se nos aconchegos quentinhos.
Neva nas terras altas e pode ser um regalo para quem vai lá passar uns dias de descanso nestes feriados e fins-de-semana muito juntos.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Tanto em tão Pouco Tempo




Já calquei pastos verdejantes para lhe limpar as ervas daninhas.

Já afoguei as mãos em cabelos secos, oleosos e ansiosos para brilharem ao sabor de cada movimento.

Já dei luz a velas artísticas. Pretas, vermelhas, amarelos e lilás. Tantas cores para embelezar o lar.

Já percorri o Concelho em busca de conselhos para fugir ao marasmo de quatro paredes.

Já assisti às lamúrias desta vida a cada esquina que virasse, como se o mundo acabasse a qualquer instante.

Já conheci a incerteza da certeza, de que é preciso continuar com um sorriso para dar confiança ao destino.

Já recuperei algo que se escondia por trás da cortina que leva à porta de saída.

Já…… perdi a conta à conta que já paguei, dos anos que os chaparros davam bela sombra.

Tanto em tão pouco tempo, onde em tanto tempo tão pouco!

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Estou Longe Embora no Mesmo Lugar











Sou corrido do meu espaço
Onde permaneci para amadurecer o amor
Justificando com frases soltas como folhas de Outono
Resta-me que o sol me seque e me pisem com estrondo

A vida assim me envia
Para bem longe do meu habitual abrigo
Afasta-me do sonho, que era mesmo sonho
Olhando agora à realidade bem viva

Nos ferozes momentos dá-se largas às investidas
Corre-se por gosto, cá para nós: por necessidade
Procura-se o caminho, tão longo. Mas com fim à vista
Se assim não for, tudo desaba como paredes sem tecto

Mesmo que não encontre um lugar,
Para nele repousar
As mágoas diluídas de uma paixão
Que de tão intensa, doou tão frágil coração.

sábado, 13 de novembro de 2010

Lá se Foi a Nossa Independência.



Pertencemos a um bando de aves de rapina que a seu belo prazer decidem o nosso futuro.
Eles encapuçados em empresas de rating, decidem o nosso destino financeiro e como tal lançam-nos no abismo da penúria sem fim à vista.
Já não somos soberanos, dependemos da mão de quem gere o dinheiro que a Europa empresta.
Essa mão é agarrada como uma dádiva momentânea, mas com o passar do tempo transforma-se em tentáculos que nos apertam num sufoco angustiante sem libertação possível.
Caímos em saco roto como patinhos!
Elevamos a nossa força numa de heróis a relembrar os bravos conquistadores, mas amarrados aos fundos de milhões e milhões que nos eram descarregados bem encostados à nossa porta.
Em vez de criarmos os alicerces como suporte para o que hoje nos caí bem em frente de cada passo, não! Vivemos ao sabor dos bons milhões e toca a desbaratá-los em benesses para quem chegasse primeiro. E neste momento como chegou a altura do se esfumar os fundos e, como temos que nos agarrar ao que produzimos, mais a infeliz crise cíclica que atravessamos. Lá temos que dar mergulhos em piscinas com água rasa.
Uns dizem que chegou a hora do primeiro-ministro deixar o cargo porque o tempo de ser a vela do barco que rumava a bom porto, findou na travessia do canal da mancha.
Outros mais agarrados ao governo, pensam que uma coligação era a salvação e o suporte para fazer frente aos comilões financeiros.
Ainda outros querem o tiro e queda e começar de novo o que já não à ponta por onde se lhe pegue.
Venha o diabo e escolha pensamos nós, pobres pensadores, agarrados ás rezas de um Deus que não pode estar em todos lados.
Acreditar é a única coisa a dar o mote neste labirinto de encruzilhadas sem o fim à vista.
Muitos irão dar voltas e voltas com o inicio da caminhada a ser o fim de tantas encruzilhadas.
Os mais capazes irão encontrar a saída.
Os mais agarrados aos favores dos amigos irão também ter o seu espaço, sempre rodeado de mordomias para amigos que trocam favores como se assiste nos países do terceiro mundo e infelizmente como praga a alastrar.
Os que sobram:
Os infelizes, que passaram a vida a acreditarem na fé que move montanhas.
Nos desprotegidos fartos de fiar-se que hoje tenho que viver e gozar, já que amanhã posso morrer num acidente e hoje morrem aos poucos numa agonia silenciosa e deprimente.
Nos embrulhados nas ondas da desgraça social, que deixou de ter tetas para dar leite mesmo aos catraios que vieram ver o mundo sem lhes perguntarem se havia um lugar para eles montarem os seus sonhos e darem-lhes a tenda para descobrirem os ensinamentos da vida.
A todos esses, os senhores que medeiam a seu belo prazer os destinos das economias de países como o nosso, autênticos deuses omnipresentes. Já lhes fizeram a cama e engendraram-lhe os lençóis como cobrição de múmias embalsamadas, mas despejados em valas comuns, sem ao menos terem a tabuleta das suas existências cá na terra, onde nasceram no sítio errado, mas não à hora errada.

domingo, 7 de novembro de 2010

O Benfica foi Humilhado




O Benfica naufragou num pique cerrado rumo ao prematuro findar com muita vaidade à mistura, do título, tão merecidamente conquistado na época ainda muito fresca na memória da nação benfiquista.
Mesmo sem ondas de grande porte a nau benfiquista logo que surgiu o primeiro rombo (primeiro golo), foi sacudida por uma tremedeira incessante que originou uma catástrofe sem precedentes rumo ao afundamento da nau, num espaço de 93minutos, bastando cinco sacudidelas que segundo os peritos nem foram formadas com muita fúria.
Depois de afirmações nas horas que antecederam o dérbi, sempre pensei que os jogadores carismáticos e muito bem pagos do Benfica, fossem ao dragão lutar ombro a ombro por um resultado importantíssimo para continuar a lutar por um título que ostentavam naquelas camisolas. Mas o que me é dado observar é que os jogadores falam o que é de circunstância, mas no fundo não conseguem por em prática o valor que realmente possuem.
O dragão é um colete-de-forças para os encarnados!
Não se libertam do ambiente!
Não se libertam do azul bem estampado naquelas camisolas!
E não se libertam de constantemente pensarem que vão perder no estádio do Futebol Clube do Porto!
Por isso não vivi o jogo nem o clima antes do mesmo.
Dez pontos são degraus que os benfiquistas não irão conseguir superar e como tal à que fazer contas à vida e partir para o plano B, em busca de títulos que estavam em segundo plano.
A liga dos campeões está à mercê como passagem aos oitavos tão perto que só espero que não assuste o plantel, como hoje se assistiu.
Por morrer cinco andorinhas não acaba a primavera. Embora a ofusque drasticamente na projecção da luz natural para iluminar o objectivo principal.
Mas como a nação benfiquista é do tamanho do mundo, vamos levantar a moral porque os novos desafios são já ao virar da esquina.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

O Gosto do Gomo da Laranja



Recupero do desgaste de uma caminhada onde dava uns passitos a ver no que ia dar, ainda a julgar que não era nada comigo e de um momento para o outro vi-me entre quatro paredes, autentico prisioneiro de mim mesmo.
O castanheiro é o mesmo mas deixou de dar castanhas como até agora e só caiem ouriços com o estômago vazio, ou então mostrando castanhitas que não vingaram.
Estou na direcção de uma mudança.
Aguarda-me muito caminho para desbravar, por entre cadeiras onde a água corre para os novos nestas andanças e espero poder saltar de umas para as outras, no desenrolar deste percurso, que agarra o final do dia e termina no primeiro sono de quem ainda consegue dormir como os anjos.
Aproximo-me de quem me andava um pouco arredado.
Pé ante pé vou ocupando o meu espaço, por entre palavras confortantes e gestos acolhedores.
Vivo já em vários mundos dentro do mesmo.
Conheço o reboliço de quem já tem nome na praça e domina a cidade com arte e perícia para o que nasceu. Estou lá como outsider, fazendo o que sei e aprendendo o que preciso forçosamente saber.
Conheço o cantinho das aparições, autentico bunker derretido, para fabricar a luz do fogo que embeleza qualquer canto por alguém que assim destinou.
Conheço a algazarra dos catraios, num mundo só deles, livres para já das constantes ameaças de recessão, mostrando aquele lado juvenil. Que trás constantemente as recordações dos meus tempos, onde as preocupações eram: que a noite logo desse lugar ao dia, porque tudo era brincadeira num universo de garotada com tão pouco mas, que terminava o dia tão cansado das traquinices ingénuas que nos deixavam doridos que só o sono profundo aliviava para ao abrir os olhos, encontrar o novo dia e o começo; do mesmo!
Conheço em tão pouco tempo aquilo que em muitos anos estava lá nos confins do imaginário.
Arre vida que dás sempre gomos para chupar, sejam doces ou azedos. É uma questão do lado para onde nos inclinamos e se escolhermos o lado da caminhada incessante. Seremos presenteados com o doce da esperança e da concretização.
Venham daí as laranjas!

sábado, 30 de outubro de 2010

Uns cederam, outros Olharam ao Interesse do País


Chove em desespero!
Tal como o país, desesperado por um acordo, que sempre existiria mas convinha dar a entender que todos cederam num esticar da corda que até meteu reunião de Conselho de Estado para mostrar ao país que a corda acabou por esticar para o mesmo lado.
Foram dias de suspense, numa maratona hollywodesca com fim à vista, apesar do percalço do abandono por parte do PSD.
Comunicado daqui, conferencia dali e lá seguimos semana fora o desenrolar das movimentações entre Catroga e Teixeira, num bola lá, bola cá, que se assemelhou à semana que antecede um derby futebolístico.
Acabou por se notar cedências de parte a parte, para quanto a mim, “inglês ver “, dando a real ideia ao país que o PSD, tudo fez para amenizar o Orçamento proposto pelo governo já de si penalizante para os que menos possuem.
E o governo acabando por aceitar em parte as sugestões do PSD, numa de ir ao encontro do interesse nacional, que é no seu e, só no seu ponto de vista o único cominho para inverter esta tendência de declínio em que o país está mergulhado, até ao pescoço.
Pelo meio esteve o nosso Presidente atarefado com o anuncio da sua recandidatura, sem surpresas mesmo para os mais pessimistas. A convocar o Conselho de Estado, composto por personalidades que acumulam reformas como medalhas de mérito bem á vista lá nos móveis caseiros. Vindos dos quatro cantos do país e ilhas, para abanarem a cabeça e concordarem com o que já estava previamente definido, ou seja o necessário passar do Orçamento de Estado.
Portanto tivemos uma semana onde os encontros dos dois maiores partidos fizeram manchete em todos os holofotes da ribalta.
O acordo chegou!
Dará ao governo o seguir em frente, na política do que é verdade hoje, amanhã será uma verdade mentirosa.
E assim iremos mergulhar numa penúria para milhões, onde lhes vão roer os ossos, porque a carne à muito já foi alimento para os abutres e esperar que o desespero não tome conta de um país cada vez mais falido de dinheiro e de ideias.




segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Todos Vão aplaudir a Aprovação do OE


O Orçamento de Estado tem que ser aprovado de uma maneira ou de outra.
Um retoque aqui, uma mudança de menor gravidade ali. Para manter a posição de maior partido da oposição sempre com uma palavra a dizer e, lá temos, o véu levantado para que o OE, seja a realidade que todos nós sabemos que irá acontecer.
Perante isto o PSD, votará na abstenção para não fragilizar ainda mais estes dias que antecederam o suspense e lá teremos o normal que se tem passado neste país, que é o de a montanha parir sempre um rato.
Claro que para a maioria dos portugueses é primordial que o OE, passe e que de uma vez por todas o país entre nos eixos da paragem para o abismo e se mantenha na balança da sustentação. Para daí para a frente, se iniciar o ciclo da melhoria que, a muitos será já tarde demais.
Em França o aumento de dois anos para se atingir a reforma está a virar o país de pernas para o ar.
O combustível já escasseia e não pára de aumentar a multidão que se alia a esta greve, nomeadamente os sempre ruidosos jovens, com mentalidades abertas e nervosas a qualquer movimento de alteração social.
Como somos um país de brandos costumes aceitamos com um abanar da cabeça estes trinta e tal anos de submissões que dois partidos alternados sempre nos impuseram. Como recentemente a comunicação russa fez eco, de constantemente os portugueses sofrerem as consequências de políticas e políticos desastrosas (os).
Comemos calados as buchas que nos atiram para que não as deixemos cair ao chão pegajoso.
Vem aí anos difíceis, onde muitos não vão aguentar e numa agonia silenciosa vão encontrar, hoje, amanhã e depois: a barreira da paragem final.
A maioria dos portugueses estão resignados e deixam - se levar por um dia de cada vez, na esperança do milagre que não existe.
O dia quando nasce é para todos, mas a qualidade de vida mínima que todos deviam ter direito será só para quem encontra a bola de cristal na casa dos amigalhaços. Que para os ajudar, empurram outros mais para as traseiras da rua escura.
O OE passará com os votos contra dos mesmos que já não fazem história e com a desculpa duas vezes seguidas de Passos Coelho que passará a ser conhecido pelo Senhor Desculpem.


sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Mau Tempo Nas Entranhas do País


A chuva bate forte em quem lhe faz frente!
É como o país a bater sempre nos do costume, para os afundar ainda mais na lama que sufoca. Mas valha a salvação de não estar contaminada.
Vem acompanhada por rajadas de vento!
Levando os pobres guarda-chuvas de novos e velhos que obrigatoriamente têm que o enfrentar.
Vento e a chuva são uma união crua e dura!
Ensopa a roupa e o semblante já de si nada risonho, deixando as pessoas sem vontade de dar um sorriso e fugindo com o rosto para o lado contrário, para esconder as tristezas da vida.
Será que podem com a sua força em conjunto levar o que de mau está já entranhado?
Não! Infelizmente são o prenúncio de um Inverno rigoroso, para os que vão sofrer na pele, agora já a perder o bronze do Verão já distante. As já tão badaladas medidas postas a nu.
Fomos e somos governados por um duo, que alterna de tempos a tempos mas com políticas semelhantes que mais valiam unir-se numa coligação.
Se temos o governo socialista. Temos o presidente social-democrata. E se mudar o governo, temos o mesmo cenário.
Andamos estes trinta e tal anos a semear as couves sempre no mesmo quintal e da mesma forma.
O quintal durante anos, estendeu-se pela Europa, parando só em Bruxelas e de lá trazia couves transformadas em euros que chegadas cá bem fresquinhas, enchiam os estômagos a todos (uns bem mais que outros). Era um paraíso a arrotar a couve-de-bruxelas!
Como em tudo na vida, há um fim. E o quintal voltou à sua origem inicial.
Está bem encostado à beira mar e agora só dá para plantar couve-galega!
A Europa encurtou-nos o quintal que ainda não há muito tempo dava para ir até às portas da Comunidade Europeia.
E pior, está a exigir que a plantação seja decidida por eles. Já que se aperceberam que os nossos agricultores (governantes), só percebem de aumentar a despesa com compadrios e lugares cativos. Que levam o país para o naufrágio (atenção vem aí as grandes marés vivas).
E toca a abrir os regos do quintal, para semear as couves e quando estiverem no ponto de cozedura, só vão servir para dúzia e meia. Porque nascerão com as cores da austeridade e a grande maioria só vão matar a fome com o caule que só tem minúsculas raízes.
O quintal é meu. O quintal é dele. O quintal é nosso!
Era bom que assim fosse! Porque já estou a imaginar um enorme lamaçal de terra escura a cobrir quem quer lá plantar a sua reforma, em forma de assegurar o futuro.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

A Poeta Que Desponta









Tu persegues a perfeição por entre poemas de encher o brando coração!
Corres para uma rádio, para lançar raios faiscantes do que criastes.
Apressas-te para um lançamento do que te sai da alma, empacotado em páginas que dão volume ao livro para gente que já deixou de ser miúda.
Convidas amigos e outros mais, que te querem ouvir e conhecer, para num abrir de página, sentir o que a caneta quer dizer.
Lanças ao vento o teu ser, utilizando fotos que te encaminham pelo espaço, buscando as estrelas que dão luz aos teus espasmos poéticos.
Utilizas o que te faz respirar, para fazer correr a tua obra e dar de bandeja sulcos anímicos, para os teus inúmeros seguidores que já percorrem caminhos para sentirem bem de perto os poemas que estão sempre em aberto!

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Cada Dia é um Desafio



A vida desafia a procurar soluções, quando a caixa almofadada onde se acomodava o bem bom diário explodiu. E soltou a realidade nua e crua de olhar para as mãos e sentir que numa está cheia de nada e na outra de coisa nenhuma.
Agora chegou a altura de não olhar para trás e encher estas mãos de conteúdo, para que o caminho a seguir seja a realização no futuro.
Paga-se para aprender, novos desafios!
Ainda estão em fase embrionária, numa luz ténue que pouco se deslumbra numa imensidão de espaço.
É necessário, muita força. Muito querer, porque o tempo que medeia até ao seu final é longo e demorado.
Trabalha-se para praticar gratuitamente!
É mesmo assim. Aproveitar umas longas horas para descobrir os segredos desta nova fase, tão diferente da anterior que se foi solidificando em anos a mais, quando o seu destino estava traçado a olhos vistos.
Tenho corrido qual maratonista em busca de acção para fugir ao apego da acomodação.
Procuro pessoas que conheço em anos longos de actividade para ocupar algum tempo.
Os tempos estão difíceis. E poucos deles dão mensagens de esperança.
Tento aprender o mais que possa. Num vai e vem de promessas que embora pagas. Demoram a serem postas em prática.
Claro que quem chega a esta fase, onde devorou a carne e só existem os ossos, já a entrar num estado mirrado. Necessita continuamente de os alimentar para que a semente germine e volte a dar a carne necessária à continuidade do ciclo normal de uma vida até aqui plena de normalidade.
O Outono entrou pela janela da esperança!
A folha irá cair, como tem que cair. Mas com a mensagem de que tempo depois, uma nova folha irá brotar, para iluminar uma Primavera fresca a anunciar um Verão prometedor.
Pés ao caminho, que já se faz tarde, para conquistar o futuro.
Que só depende de quem o quer conquistar, mesmo contra ventos e marés, numa tempestade que não pode sair do mar.