domingo, 22 de fevereiro de 2009

O Domingo do Começo de Umas Férias


É Domingo!
Acordei excitado pensando nas férias que me levarão de encontro ao desanuviar de uns meses intensos, repletos de ansiedade, misturados com ganas em fazer frente ao avolumar da crise, que nos afecta a todos, mas por enquanto vou levando a água ao meu moinho.
Mas antes vou reunir-me com a família bem numerosa numa quinta de um cunhado em Ancora para festejarmos o final do curso de um sobrinho que entrou no rol dos engenheiros e como tal é motivo de regozijo.
O local é magnífico, o Rio Âncora divide a quinta que é transposto por uma ponte em madeira segurada por cabos de aço já com muitos anos. A agua límpida, reflecte o fundo do rio e mostra-nos os peixes nadando tranquilamente esperando por alguma bucha de pão que possamos atirar e eles poderem devorar.
Pratica-se canoagem descendo o rio quase até à foz, que não fica longe. Ou então subindo uma centenas de metros o rio e deparando com a paisagem magnifica e tão fresca que suaviza o calor intenso do pico do Verão, quando mais vezes para lá vamos.
E mergulhar naquelas águas, tão límpidas e frescas, traz-me à memória, os tempos de garoto em que o rio no Verão, era a companhia de tardes e tardes que ainda hoje deixam saudades. Saudades de belos tempos e, de um rio sem poluição que dava guarida aos jovens que se deliciavam nas suas aguas.
Está povoada de animais!
Eram as cabras, no início quase tudo devoravam, o objectivo era esse, mas quando a quinta já não as saciava, avistavam os quintais dos vizinhos e pumba saltavam, trazendo lamurias e ameaças que levaram a que cabras nunca mais.
Foram-se as cabras vieram as ovelhas, também grandes devoradores, mas mais confinadas á quinta.
E claro, hoje a quinta é um poiso de vários animais: Animais de capoeira, porcos alentejanos, burros e burras, avestruzes, e outros: Os intrusos (raposas, doninhas e cães vadios), que pela calada da noite invadem propriedade alheia e dão cabo da capoeira.
A quinta assim, ficou bonita e asseada, por onde já passaram presidentes de câmara, presidentes de instituições bancárias, grandes engenheiros e afamados doutores. Ferraris e potentes Mercedes, jipes da moda e motos de pneus loucos.
Mulheres belas com vestidos meios transparentes, que só os óculos Rayban escondiam o olhar malicioso e baboso.
E alberga amigos e convidados: Numas belas tardes de comes e bebes, de grandes futeboladas num relvado meio relva meio erva, que faz a delicia da garotada e não só, também da velhada, como no dia de hoje cheio de sol, que obriga a estalar os nossos corpos ainda um pouco entorpecidos pelas constantes chuvas que nos amarfanhavam os sentimentos.
Tarde alegre onde os mais novos com os trajes carnavalescos coloriam um ambiente de festa dando um tom colorido ao ambiente familiar que temos preservado ao longo destes anos.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

O Espaço Da Inspiração Cria Amizades





Vou passar umas feriazitas aos Pirenéus para desanuviar o stress e encher o peito de ar puro.
Vou fazer algo de diferente. Esquiar, rebolar como uma criança, encher-me de neve pura e abraça-la tão intimamente para que ela penetre em mim e renove este corpo habituado aos vícios citadinos.
Ontem vesti-me a rigor com todo o equipamento necessário! Estava apto para enfrentar os desafios da neve e da montanha que me aguarda pacientemente.
Olhei-me no espelho e estava aprovado. Como estamos na época do Carnaval, posso sair à rua e com este disfarce, cativo os prémios carnavalescos que proliferam pelas festas da cidade.
Estou ansioso pelo dia! Pareço uma criança, como quando era um garotito e com o meu pai ia aos passeios de Fim do Ano.
Partíamos bem cedo. Escusado será dizer que nem dormia tamanha a excitação que me envolvia.
O autocarro enchia, carregado com os sacos a cheirar à comida, feita de madrugada para se conservar quentinha e os garrafões de verde tinto para dar para todos.
Normalmente só iam os homens com um ou dois filhos, não havia dinheiro para muito mais. Juntava-me aos outros rapazes e durante todo esse dia era uma alegria imensa.
Farnel na mão, a comida embrulhada em jornal para se conservar quentinha, boas pernas de frango, com os panadinhos para mim. A garrafinha do vinho para o pai e, o Sumol de laranja que eu bem gostava, mas só esporadicamente bebia. Tudo bem acondicionado nas cestas de vime, para alimentar as barriguinhas durante o dia todo.
E lá íamos, ao encontro normalmente de Santuários religiosos e percorríamos as cidades não muito longe da nossa, sempre com os adultos a cantar cantigas tradicionais e pegados nos cantares ao desafio.
………Ao ler o teu cansaço que te colhe a alma, já admirado pela falta de contactos da tua parte sempre pronta a um elogio e até a uma reprimenda suavezinha. Apetece-me ir aí buscar-te e levar-te comigo para partilhares a louca imensidão da neve e tudo o que a rodeia. Levando-te pela mão para escorregares montanha abaixo de encontro ao amontoado de neve que se acumula ao encontro do nosso corpo e nos cobre totalmente como uma bola de neve que cresce, cresce mediante o tempo que deslizamos e os gritos de “pânico” que soltamos.
E obrigar-te a gritares bem alto como forma de expulsares a tristeza o desânimo, para os confins da montanha, despertando os espíritos bons que lá habitam na esperança de eles te envolverem e com o seu calor divino te abençoarem e fortificarem o teu amor que sentes pelos que mais adoras.
Chego até ti pelas palavras que escrevo! O blogue partilhado deu-me o prazer de “conhecer-te”.
Sinto nestes poucos contactos, que ganhei uma nova amiga. Uma amiga cheia de sentimentos e preocupada em ajudar os que a rodeiam em detrimento de si própria.
Uma amiga que infelizmente a vida lhe tem trazido grandes amargos de boca, levando-a a ir um pouco abaixo, refugiando-a num cantinho para soltar as lágrimas que não consegue conter.
Como já és uma amiga e como infelizmente não poderei levar-te para te guiar na procura da frescura que te iria devolver a alegria um pouco perdida.
Prometo-te que te trarei um punhado de neve cristalina e em forma de palavras, logo que regresse envio-te pelo blogue que me fez conhecer uma nova amiga.
Um beijinho já com gosto a neve derretida. E ofereço-te uma rosa pela foto que embeleza este rascunho.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

A Nebulosidade Que Tarda em Abrir


Acordo com um nevoeiro cerrado!
Esta frescura que envolve o espaço que percorro preconiza um sinal. O sinal da limpeza do mundo e que o sol ao abrir, traga noticias de renovação na melhoria das condições de vida para todos.
Delicadamente acordo o meu filhote para a chegada da hora da escola. Ele ainda dormitando, apercebe-se do tempo e como é dia de futebol na escola, fica desanimado porque o sol não rompe esta bruma densa, para lhe alegrar o semblante para que junto dos colegas ele possa mostrar os seus dotes de jogador e lhe espicace a vontade em se levantar.
Vou num salto comprar os bicos de pato que ele tanto adora. Barrados com planta e decorados com fiambre para ele acompanhar com o leite cor de chocolate que o Nesquik lhe dá forma.
Saímos apressados, a hora do começo da escola já lá vai. É preciso evitar que a empregada feche o portal, sinal de que o tempo de tolerância foi ultrapassado.
O percurso é curto, mas noto o desânimo naquele rosto ainda tão infantil deste puto que me orgulha e me faz acreditar que esta vida é bela!
Proporciona a cada dia momentos de felicidade onde os filhos são o expoente máximo de uma realização ao alcance de muitos, mas nesses muitos, alguns drasticamente esbanjam este milagre que a natureza nos proporciona para serem a continuidade da nossa imagem e do nosso saber. E alguns mais, coitados, tudo buscam para que as suas vidas lhes tragam um rebento mas infelizmente só adopção atenua o sofrimento.
Chegamos à escola que praticamente na paragem para o Duarte sair, atravessando a passadeira rumo ao portão quase sempre com a empregada esperando os poucos minutos que faltam para o fechar e dando a oportunidade dos mais atrasados de poderem entrar sem tocar à campainha e sem ouvir uma reprimenda não muito forte mas indicativa dos sucessivos atrasos. Relembro com nostalgia o meu tempo de menino nesta mesma Escola ainda possuía as imagens físicas da divisão dos recreios, onde os rapazes brincavam de um lado e as raparigas do outro. Mas tudo já tinha à muito acabado e as classes eram já mistas. E as brincadeiras eram em conjunto.
A minha professora era de Bragança e lembro-me de ela ficar de tal maneira impressionada com os meus conhecimentos que eu já levava para o primeiro ano, devido à minha mãe me ter ensinado, enquanto eu a ajudava a rematar obra. Que me elogiava perante as outras professoras e era o seu aluno prodígio.
De facto, eu fui para o primeiro ano com tudo praticamente sabido: Eu já sabia escrever o meu nome completo, sabia ler e também os números até cem e algumas contas de somar.
“Acordo”, com o buzinar de um condutor apressado e lá vou de encontro ao meu emprego furando esta bruma espessa que cada vez mais encobre o nascer do sol, hoje arredado das nossas vistas e é aguardado por todos para aquecerem o corpo e proporcionar alguma boa disposição nesta fase de continua crise mundial que atola as consciências e desaloja as projecções de um futuro que não à meio de abrir os horizontes para elevar a nossa auto estima.
Mas neste momento só quero que o sol desponte para aquecer o mundo e para o meu filho ter o prazer de brincar com os seus amigos na hora do futebol e logo ao ir apanhá-lo no final do ATL, ele feliz me conte as peripécias de um dia de escola. Onde cheio de entusiasmo fala, fala enchendo o tempo que demoro do local até a casa com lances de golos marcados de golos evitados e termine, pedindo-me que para o jantar, faça carne assada com batatitas pequeninas e redondinhas.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Existe Espaço para o Casamento do Mesmo Sexo


O PS levantou a possibilidade de durante a legislatura agora quase no seu termo, de avançar com o casamento homossexual.
Durante esses quatro anos, amiúde se falou sobre esse tema. Com os mesmos, através de concentrações pacíficas, reivindicarem um direito e lutarem contra a obscuridade que os obriga a refugiarem-se para viverem uma união não reconhecida por uma sociedade amedrontada e agarrada a princípios ancestrais da união criada por Deus entre o homem e a mulher.
A JS, forçava que o casamento homossexual, fosse um tema a abranger debates alargados a nível nacional e pautava-se por uma aprovação do mesmo, aproveitando do PS governar Portugal e com isso fazer valer o seu ponto de vista.
O tempo foi passando e de longe a longe lá assistíamos à JS, voltar ao assunto e chamar a si os holofotes da ribalta com o casamento homossexual, como bandeira de uma cruzada contra a abolição dos preconceitos de uma Sociedade enraizada em princípios retrógrados e escrava da negação fanática pela igreja.
Também assistíamos em determinados momentos à constante lembrança por parte do BE, para a legalização do casamento dessa gente que no mínimo são diferentes. E querem partilhar uma vivência conjunta com o mesmo sexo e como tal têm todo o direito a usufruir dos mesmos direitos de qualquer cidadão.
Apregoam eles. Ainda poucos que dão a cara,( mas muitos relegados na escuridão das catacumbas para partilharem uma ligação), que são iguais a qualquer um de nós, dentro da diferença de uma opção. E penso eu, com toda a legitimidade numa Sociedade em constante ebulição para o bem e para o mal.
Neste momento por razoes óbvias que irei explanar, chegou a hora de se decidir se, o casamento homossexual será ou não a curto prazo um acto banal e como fazendo parte integrante da nossa vivência diária.
Como estamos em ano de eleições, que se aproximam a passos largos, o PS numa jogada característica nestas alturas. Lançou, este tema ainda tão repugnante para uma faixa da população, conseguindo como aliados toda a camada de gays e lésbicas, que respirando fundo vêem uma luz ao fundo do túnel para a concretização de um sonho que se estava a enferrujar num mito de negação irremediável.
Também o PS, com o lançamento desta tocha meia olímpica, porque ainda a procissão vai no adro, procura roubar votos ao BE, (totalmente a favor da legalização e um dos acérrimos promotores), que se está a tornar numa ameaça para os objectivos do PS, que são como já nacionalmente difundidos a continuação da maioria absoluta.
Mas o reverso da medalha não tardou e a igreja ameaça junto dos seus paroquianos sensibiliza-los para que votando PS, estão a votar no diabo porque o PS, vai cometer o pecado mortal de permitir o casamento entre duas pessoas do mesmo sexo.
No meio de toda esta celeuma e pelo que assistimos ao debate, primeira iniciativa séria.Que juntou os que estão a favor PRÓS e os que meu Deus isto é um sacrilégio CONTRA, a batalha vai ser de gladiação!
Espera-se grandes figuras públicas que possam dar a cara, tanto no assumir uma causa que já meia Europa legalizou ou vai a caminho disso. Como totalmente desfavorável a uma mais cedo ou mais tarde aceitação de uma aliança de dois sexos irreversível.
As posições estão perigosamente extremadas. Irão ser desbravados caminhos com entraves profundos que abanarão as consciências dos mais velhos, resolutos em excomungar tamanha aberração.
E os mais novos, abertos a discutir este tema sempre preconceituoso. Repartindo-se entre os mais agarrados a uma mentalidade herdada das gerações mais antigas e dos restantes, esses sim, abertos a assumir e aceitar o casamento de dois seres do mesmo sexo, como uma consequência natural da vida.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

A Noite dos Namorados




É Domingo!
Sempre Domingo! O final de uma semana e a preparação para o começo de uma outra.
Acordo ainda levitando do jantar de namorados, onde procurei idealizar uma surpresa e ia-me dando mal com a esperteza.
Não reservei qualquer mesa, parti na certeza que um cantinho existia sempre para dois pombos crescidos mas com saudades de reviver tempos passados de uma vida serena e madura.
Procurei o restaurante mais em voga, os donos são conhecidos de uma infância de escola, com brincadeiras à mistura que criou laços de uma ligação normal. Ainda cheirando a novo depois de uma inauguração a preceito com bênção cristã e os discursos da praxe.
Estava repleto de marcações e embrulhado em corações! Com velas a ornamentar e um cenário revestido de intimidade.
Pessoas cheirando a felicidade, sempre era um dia que enche os corações, mas muita celebridade e pompa a exagerar. Como estava sem um cantinho virado para um jardim natural, onde já me sentei nas vezes que já lá fui. Virei costas, depois de mil pedidos de desculpa do gerente bem-falante.
Voltei à rua, procurando outro restaurante já sentindo um vazio no estômago mas sem o encher, já que uma menina trajada a preceito delicadamente me informou que tudo estava lotado as reservas iriam se prolongar pela noite dentro.
Dei mais uma volta pela cidade pesquisando o ambiente dos restaurantes que enchiam o roteiro para turistas e o cenário era similar, lotado. E as pessoas esperando por uma vaga que não existia, criando um misto de tristeza e resignação para quem se preparou para tão carismático dia, cheio de sentimentos e nostalgia.
Já resignado a voltar para casa e jantar uma improvisação preparada na nossa mente enquanto nos desviávamos da cidade rumo a sítio nenhum, sempre com a esperança de algo descobrir no meio de uma noite já bem fechada e pouco movimentada. Dou de caras com um restaurante com bom aspecto e sem pensar duas vezes, estou de frente com empregado simpático (que mais tarde descobri ser o dono), que me arranjou uma mesinha junto à vidraça, com duas velas simples a ornamentar junto ao vidro que reflectiam um brilho cintilante e desenhavam formas artísticas pelo vidro fora que eu a dado passo percorria com o dedo tentando-lhe dar vida e desenhando o que mais queria. Um coração! Outro coração e mais um coração. Dedicando cada um à minha jovem como dando graças por tudo de bom ela me proporcionou!
Foi um momento excitante, que nem mesmo a chegada do empregado quebrava. Tendo inclusive o homenzito ficado por momentos estático sem saber o que fazer com as entradas coladas ás mãos, esperando que nós reparássemos e olhássemos para as iguarias caseiras, preparadas a preceito para um dia que enche a alma de quem ama e o bolso de quem ansiosamente aguarda por ocasiões como esta para tirar a barriga de misérias.
A noite continuou!
Recordamos o nosso começo! O nosso namoro, numa época em que tudo era puro!
Começamos com um beijo que nos fez tremer o corpo todo e que selou um amor eterno. Eterno até hoje, que amadurece com os anos, mas ainda criança com os momentos endiabrados que dificilmente consigo controlar. Faz parte da minha maneira de ser extrovertido e romântico.
Recordamos a continuação do nosso namoro, entre ramais de frescura para fugir ao calor do tempo e da excitação. Resguardado daqueles dias de Inverno intenso, onde a chuva que mesmo fugindo dela, abrigados nos beirais dos prédios que nos davam abrigo, entrava no nosso corpo benzendo a pureza do nosso amor, amor esse que secava as roupas e acalmava o prazer bem vincado nos nossos rostos.
A noite chegava ao fim! A comida foi excelente, caseira que era visível no paladar!
Provamos sobremesas especiais, um vinho próprio para a ocasião, sempre guiados pelo dono, atento a qualquer sinal que os nossos lábios lançavam. Sem ser incómodo, mas preocupado com a nossa satisfação.
Regressamos a casa para junto dos nossos filhos felizes e contentes.
Por eles, já que começam a partilhar os seus namoricos e por nós pais, sentindo que tudo está bem quando existe amor no ar.
Dormimos de mão dada depois de minutos e minutos de uma intimidade só conseguida quando dois corpos se ligam e transformam-se num só.
A noite foi longa porque entrou pela manha radiosa por um sol aguardado ansiosamente e saímos de encontro à vida porque era Domingo.
E Domingo é sempre Domingo!

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Os Milhões e os Biliões do Desafogo



Caminhamos cabisbaixos neste mundo desavindo!
Assombrado pela recessão planetária e subjugados por pessoas corruptas sem escrúpulos, sem piedade.
Já pouco podemos fazer para inverter o rumo dos acontecimentos.
Assistimos a um carrossel de milhões e milhões de euros (e dólares), que serão precisos injectar no coração fortemente ferido das economias mundiais.
Nunca nestes anos de vida que já levo, ouvi mencionar tamanha quantidade de milhões e milhões……
Afinal, a grande riqueza não depende só de poços de petróleo. Minas de diamantes. Mais o ouro que embeleza os corpos e compra tentações. Que são desbravados da Natureza. Mas também de uma mina recheada de milhões e milhões, situada nos confins paradisíacos. Protegida por labirintos sem fim. Onde quem entra fica possuído pelo êxtase de um poder infinito. E quando volta a sair nunca mais será o mesmo devido à assombração dos milhões e milhões que não encontram o fim.
Esperamos impacientes que esses milhões e milhões nos devolvam o muito que já perdemos e infelizmente irá se manter nestes tempos mais próximos!
Perdemos o emprego! Fonte de alimentação do nosso viver!
Perdemos a qualidade de vida! Sustento de uma harmonia confinada a um espaço a que tínhamos direito!
Perdemos a família! Fruto da ruptura social que nos levou a seguir vidas opostas. Criando insegurança naqueles que tudo representavam de maravilhoso para nós, que ostentavam o clímax de um esforço sem limites cadenciado por dias, meses e anos!
Perdemos o acreditar no futuro! Fonte do crer numa vida trilhada por princípios de respeito para com o próximo e voluntarismo Social.
Só nos resta acreditar!
Mas antes, assistiremos incrédulos, que os milhões e milhões investidos de pouco serviram para elevar os índices económicos.
Será, não restam duvidas! Necessário acrescentar mais milhões e entrar na estimativa dos biliões, para que de uma vez por todas possamos respirar mais livremente e carrilar os diversos sectores produtivos desta Sociedade faminta de acção, para alimentar uma população carenciada de auto estima e fé.
Acreditar em nós próprios e ir à luta. Mesmo sabendo que a arena está infestada de pré históricos esfomeados, prontos a triturar-nos as entranhas ocas de substância. Mas como os pré históricos sobreviveram a inúmeras catástrofes naturais, também nós poderosos seres humanos iremos sobreviver ao suplicio recessivo e cá estaremos milhões e mais milhões prontos a guerrearmo-nos por um naco de poder e chutarmos para um canto as aparas que alimentam os cães raivosos.
Acreditar é o que nos resta! Porque acreditar é a diferença entre o abismo e a luz no horizonte!

Obama Venceu a Indecisão!

Obama conseguiu superar, a não aguardada resistência dos republicanos, que faziam finca-pé, na aprovação do pacote dos enormes milhões que seriam a rampa de lançamento para acudir ao alastrar da crise económica no país.
Obama nas várias aparições públicas ao longo da semana alertava, para a enorme importância da aprovação desse pacote de milhões e milhões de dólares. Chegando a fazer uma espécie de ultimato. Porque sentia o arrastar pelo Senado americano dessa mesma aprovação, dando origem a consequências desastrosas para o relançamento da economia americana.
Tudo se compôs!
As partes chegaram ao entendimento possível e com os votos de meia dúzia de republicanos, alcançou-se a votação necessária para desbloquear enorme verba, desesperadamente crucial para atenuar a estagnação de vários sectores primordiais da economia Americana.
Essa barreira imposta pelos republicanos durante uns dias que para Obama se assemelharam a longos sinais negativos de cooperação já que o país vive uma crise sem precedentes. Suou a quase traição tendo como protagonista, o velho conhecido John McCain. Talvez ainda não refeito do banho eleitoral e suas consequências, que o mergulharam numa tristeza sem fim.
Mas o bom senso imperou. Não importa desvendar os acordos estabelecidos para que dois ou três republicanos votassem ao lado, não de Obama! Mas fundamentalmente de um país perigosamente a resvalar para o abismo a cada dia que passa levando consigo o resto do mundo já convertido em economias esfrangalhadas.
Os dias passam e Obama passa no primeiro teste! Com respostas sem mácula, começando com o envio do seu vice Joe Biden, à Cimeira de Segurança em Munique como o seu número dois, para aliviar os europeus, levando a mensagem de uma América aliada de Israel, para que não ficasse dúvidas em relação ao recente confronto com os Palestinianos. Pediu um maior envolvimento de todos no Afeganistão, país que para Obama (e todos nós) é o ninho de vespas do terrorismo. E alargou o propósito do diálogo com todos e para todos, mesmo os fazedores do mal, nomeadamente o Irão que para os Americanos e o mundo em geral, se torna uma ameaça com a insistência na procura (segundo eles para fins pacíficos), mas o restante mundo convencido que a finalidade tem perigosamente outros fins.
Foi uma jogada politicamente auspiciosa a ida de Joe Biden à Cimeira. Obama jogou com a sua experiência, em detrimento de Hillary Clinton ainda resguardada da ribalta mundial e cheira-me a que Obama irá aproveitar o seu vice para mais intervenções regulares evitando que Joe Biden se “acomode”, a papeis mais virados para consumo interno. Dado a sua experiência ser sempre uma mais-valia.
Enfim! Obama caminha por caminhos desbravados arduamente, na companhia de uma equipa virada para um só sentido: na busca de soluções estejam elas onde estiverem, para de uma vez por todas desenterrar as rodas atoladas num lamaçal de recessão, autêntica areia movediça que centímetro a centímetro suga o que ainda resta de esperança em manter de pé uma economia sem pé!

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Há Vinte Anos Encontrei o Paraíso!


Fujo para ti! E fujo de quê? Fujo de tudo!
Fujo infelizmente da minha casa, do meu lar onde durmo. Onde eu tento estar bem comigo mas não estou.
Por isso fujo para ti!
Fujo para esse meio que me transforma. Essa Paz que me emociona. Esse ar que me revigora!
E nele estás tu minha adorada jovem!
É aí que eu sou realmente o Nuno! É aí que consigo insuflar todo esse ar e transformar-me num grande homem. Cheio de carinho cheio de alegria e feliz!
Como é tão doce, tão louco, ser feliz num local, que nunca imaginamos ser. E no entanto logo que aí cheguei pela primeira vez, senti que tinha encontrado o meu lugar. O lugar para retemperar forças, para desanuviar as ideias. Enfim para ser realmente feliz.
Foi aí que deparei nos enormes prazeres que a vida nos proporciona! Basta encontrarmos o local que nos transforma e tudo se enfeita como o despertar de um sonho.
Excedo-me no prazer do calor do lume em noites frias à lareira.
Escuto os zumbidos da noite tão negra e tão silenciosa. Desperto pelo cantar do galo no raiar da manha. E tremo, tremo ao refrescar-me nas águas gélidas do poço como um menino que tem preguiça de se lavar.
São vezes sem conta que te olho. Que te falo. Que te toco.
Quero partilhar contigo a alegria com que preparas o jantar. Com que ligeireza te desembaraças dos contratempos e do desejo que me olhas, quando eu “fujo”, porque não te posso alcançar, quando as visitas nos incomodam.
Por isso te puxo para os esconderijos!
Aí perdemo-nos de tudo tal o Amor que nos invade. E fervilha tamanho desejo!
Conhecemos o coberto das batatas. Os ninhos improvisados das galinhas. Os castelos de lenha e as dunas de palha.
Tudo refúgios para o nosso Amor, que procuramos, quando olhos indiscretos nos impedem de superarmos os poucos metros que nos separam da paixão.
As vezes, que no calor daquela sala vindo da lareira rústica, com cheirinho a presunto pendurado no meio da chaminé autentico fumeiro e saboreando boa pinga da adega. Nós confessamos sem palavras este clima que nos embala. Pedindo a Deus que o seu fim seja o final das nossa vidas.
Murmuramos os nossos projectos entre carícias e beijos e olhamos o negro da noite já alta, levando mais um dia e trazendo o teu irmão que me levará para longe da tua mão, de encontro à solidão.

O Futebol Autêntica Paixão



É Domingo!
Acordei com um semblante um pouco dorido, depois de ontem a meio da tarde participar num convívio futebolístico com os sobrinhos e são muitos, já que a família é bem composta. Dá para juntar duas equipas e guerrearem-se durante quase duas horas, por um triunfo rijamente disputado, em lances individuais que desequilibram a capacidade de uns, perante a falta de jeito de outros. Mas com a entrega total de todos, todos ganham, em mais um momento de estarmos juntos e partilharmos de emoções positivas.
No final um banho que transforma o banheiro num pantanal de roupa e agua por todo lado, da vivenda do cunhado, que oferece a jantarada e a vinhaça comprada num compadre bem no coração do Douro, que nos alegra num convívio salutar e feliz.
Como dizia, o forte toque que levei num pé condicionava o meu andar e deixava-me uma sensação desagradável, mas como sempre adorei jogar futebol, uma grande paixão que nasceu desde miudito. Recordou-me momentos únicos de uma vivência que ainda hoje é comungada.
Cada jogo era um acontecimento! Em muitas ocasiões percorria vários quilómetros a pé só para ir jogar!
Jogava ao Sábado ao Domingo! E treinava à Semana. Não interessava se chovesse, se tivesse imenso calor, ou se nevasse.
Jogava filiado (contra os grandes do Norte), jogava pela equipa da empresa, jogava pela equipa de bairro cá da zona onde morava. A minha entrega a esta paixão não distinguia clube de bairro, ou filiado a disputar os Nacionais da 1ª Divisão (juniores).
Joguei contra grandes jogadores, que hoje são treinadores.
O cheiro característico do balneário e todo aquele ambiente que me envolvia antes do começo dos jogos como: O vestir os equipamentos, a palestra do treinador, os momentos que antecediam a entrada em campo. Elevavam-me para um transe que me isolava da assistência, só via a bola e o adversário.
Passava as noites, véspera de jogos sem dormir!
 Ensaiava jogadas para que o adversário não pudesse marcar.
 Imaginava golos de várias formas e feitios, que nos davam grandes vitórias! Nem sempre ganhava como em tudo na vida, mas o prazer em jogar transbordava.
Cada treino, cada jogo, era o descarregar das emoções frenéticas do dia-a-dia.
A entrega a cada lance disputado e a procura de vencer, porque ninguém gosta de perder nem a feijões, funcionava como uma descarga da energia acumulada. E no final com um banho retemperador, sentia-me leve de espírito e fortalecido fisicamente, embora com as mazelas incorporadas das entradas mais duras, daqueles que só através deste meio tentavam conseguir os seus intentos.
Os dirigentes eram os nossos “pais”. Pagavam-nos, embora muito pouco, mas sempre ajudava nas despesas diárias, alugavam os transportes para os jogos, tinham a responsabilidade de nada faltar. Equipamentos para treinos e jogos, reforços vitamínicos para os mais fracos fisicamente e em alguns casos empregos nas empresas deles ou dos amigos.
O treinador era o nosso guia espiritual, improvisava tácticas, delineava a equipa mediante os adversários e perante o estado do tempo. Se chovesse, jogava uma formação composta por jogadores fortes fisicamente. Estando o tempo bom, existia a possibilidade de alguém poder jogar devido à sua habilidade e não ao aspecto físico.
Muitos amigos ganhei nas terras onde joguei e lá voltei. Conheci Trás dos Montes. Onde numa ocasião paramos por breves minutos para assistir à matança do porco com a aldeia toda concentrada nesse “ritual”, onde o porco mais parecia um touro devido ao seu peso e tamanho.
Jogamos numa terra no fim do mundo, onde ganhamos e não descemos. Já o mesmo não aconteceu ao adversário que despejou a raiva em nós. Levando a que nos refugiássemos no balneário, autentica trincheira e só de lá saímos escoltados por quatro GNR`s, que abriram o caminho e acompanharam-nos até à saída dessa terra, terminando um momento difícil mas que hoje recordo com um certo prazer.
A fama local trouxe as miúdas, sempre eufóricas no apoio aos jogos. Que todos nós queríamos e "pagavam" o nosso esforço por jogar no clube da terra delas. Houve namoricos para os mais espevitados, mas sempre curtos e não muito sérios. A distância era o impeditivo, porque os meios não existiam.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Obama e o Seu Lado Humano


Obama num gesto de humildade admitiu que errou, na escolha de Tom Daschle, para ocupar o cargo de secretário de Saúde e Recursos Humanos. E a mulher Nancy Killefer, vice-directora do gabinete de Gestão e Orçamento.
Sabe-se que eram amigos. Imagina-se o apoio demonstrado por ambos na caminhada de Obama rumo à Casa Branca. Mas as nódoas fiscais de cada um, continuaram cravadas nas suas vidas sem eles realmente perceberem que:
Obama quer acima de tudo transparência, humildade e verdade na sua equipa! Sempre foi esse o seu caminho e portanto cada pessoa potencialmente capaz e escolhida por ele, tinha que resolver os seus problemas fiscais e outros, muito antes de rodearem Obama para serem potenciais candidatos a fazerem parte da sua equipa.
É confrangedor, pessoas importantes com provas dadas. Bem conhecidas da política e de outras áreas da sociedade Americana. Deixarem-se apanhar com o rabo de fora na altura que assumem cargos de elevada envergadura. Será que são tão anjinhos que não se apercebem que, qualquer sombra negra que o seu passado é revestido, irá descarregar todo o seu conteúdo, logo que o seu nome seja apontado para chefiar algo de importante e logo nesta fase de periclitante penúria Financeira e agitação Social.
Valha-nos a hombridade de renunciarem aos cargos para que tinham sido indicados, evitando desse modo especulações e empolações, que só iriam atrasar o plano de recuperação engendrado por Obama, para estancar a longa avalanche que nada a parece deter de encontro à desgraça Social.
Mas voltando a Obama, o seu gesto foi humilde ao admitir, que uma das pedras de uma longa caminhada foi encontrada, no interior do seu sapato.
Todo o mundo foi peremptório em aceitar o erro e reconhecer que este homem é humano. As suas palavras em relação ao facto foram de uma simplicidade e de uma clareza sem igual.
Mas atenção! Um homem que chefia uma grande nação, que praticamente se uniu em sua volta para o eleger chefe supremo, suplantando barreiras até então intransponíveis. Não pode passar por amarguras como estes escândalos.
A sua vasta equipa de assessores terá que doravante assegurar a plenitude de informações ao mestre Obama. Porque Obama não poderá se retratar novamente perante as câmaras de todo o mundo. Dando a ligeira inquietação de que os erros poderão ser usuais.
Seria o princípio do fim na grande aposta em Obama! O princípio do fim que fará ressuscitar os poucos adversários recatados em esconderijos a céu aberto com aqueles sorrisos envenenados, prontos a apoderarem-se do mais pequeno indício de fraquejo, de falta de capacidade.
Mas todos sabemos da sua raça, do seu querer praticamente inabalável!
E desejamos, que a sua força em vencer tamanho tornado de espinhos encravados na sociedade americana. Detenha ainda que de uma forma ligeira (porque a profundidade é assustadoramente negra), a proliferação desses mesmos espinhos. E um a um serão retirados, colocando no seu lugar uma semente que anunciará a tão ansiosa chegada da Primavera da recuperação!

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Estou Perplexo (cont.)


Já não aguento mais!
Como se pode viver assim!
Todos os dias as televisões matracam-nos a paciência ao ouvir os encerramentos de empresas, os despedimentos. É ver e ouvir quem despede mais, porque o número em si, desponta o conteúdo da notícia e alarga a penetração das televisões com directos e correrias, para obter esclarecimentos dos que a desgraça lhes bateu à porta. Coitados de um momento para o outro, ficam sem emprego.
Já não aguento mais!
Decidi desligar a televisão na hora das notícias!
Preciso de continuar a acreditar que o pior já lá vai!
Acreditar que os homens e mulheres que assumiram a responsabilidade em gerir os destinos deste país e do mundo em geral. Vão ser capazes de inverter esta tendência de descalabro económico, que afunda a situação social de milhares de portugueses e milhões pelo mundo fora.
Preciso de acreditar que esses mesmos homens e mulheres, tem a noção (mesmo a noção), que, caminhamos para uma catástrofe social de contornos inimagináveis, se a curtíssimo prazo não actuarem de uma forma eficaz, na estagnação desta diária cadeia de notícias em que nos bombardeiam, com os despedimentos, com os encerramentos.
Com a desgraça ainda sem vislumbrar as consequências, daqueles rostos incapazes de fazer algo e mais grave, sem terem alguém que os passam ajudar, nomeadamente os sindicatos, nesta fase muito amorfos e resguardados no seu canil, convencidos que nada podem fazer e como tal é esperar para ver.
Já não aguento mais!
Quero continuar com a minha vida, lutar pelo meu emprego e lá bem fundo do meu ser. Sentir que a desgraça, só bate à porta do vizinho. Mas conscientemente sinto que nos pode de um dia para o outro brindar com o desmoronar de sonhos e objectivos de uma vida.
Já não aguento mais!
Da alegria arredada das pessoas que se cruzam numa rua, num café e até mesmo nos locais de trabalho.
Tudo lhes falta! A qualidade de vida que enchia o seu orgulho há bem pouco tempo atrás, através do seu trabalho (não faltava trabalho, com a compensação das horas extras).
O desmoronar da família (casa que não tem pão acaba por faltar a razão), com as desavenças conjugais e os conflitos com os filhos que tudo tinham e hoje habituados ao dia-a-dia de tudo lhes sorrir, enfrentam os entraves de pouco ou nada conseguirem. Sem entenderem, a sensação de um mundo que lhes enchiam de sonhos os corriqueiros dias e dias. E hoje o pesadelo paira no ar tilintando para o fim da vida boa.
Já não aguento mais!
O governo correr no auxílio da banca com as poucas poupanças de um país habituado a gastar e sem soluções para armazenar.
Banca, a maior culpada deste desastre financeiro, logo agarrou nessa dádiva e claro está, sentiu-se dona desse dinheiro que é de todos nós. Fazendo ouvidos de mercador no apelo do governo, para que esse dinheiro seja a salvação de muitas empresas.
Os banqueiros são a praga desta sociedade! Convencidos e arrogantes na postura da sua importância! Não são gente de confiança, a prova é a facilidade com que” mordem a mão de quem lhes dá de comer”.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Domingo é Sempre Domingo





É Domingo!
Acordei com um ligeiro sorriso e o corpo saciado de amor. Quem não acorda quando a vida corre sobre águas calmas de encontro à frescura de uma paixão que já vai longa, mas amadurecida com as incidências de uma convivência responsável e enamorada.
Enquanto ajudo nas tarefas domésticas e observando, sem ela dar por isso esticando o olho direito para admirar a minha jovem centrada no almoço caprichoso como é habitual. Recuo uns anos atrás e a memória abre-se num Domingo que também acordei bem-disposto e:
É domingo!
Acordo bem-disposto, quem não acorda!
Finalmente, depois de uma terrível semana chega o momento de te tornar a ver!
É a ansiedade que se apossa difícil de suportar, já que vives longe de mim.
Almoço com a família. Todos trocam impressões sobre as incidências da vida, mas eu já me encontro a imaginar-te.
Vejo-te a vires ao meu encontro. Alegre de sorriso nos lábios e uma doçura que me torna imensamente feliz.
Termino o almoço e preparo-me para ir ter contigo.
Vou ao café do meu bairro. Encontro-me lá com o resto da malta e juntos chegámos à cidade.
Uns vão ao futebol, outros para junto das suas garotas. E eu?
Eu fico no café Albergaria, aguardando a tua chegada!
Escolho uma mesa que comunica com a vidraça. Assim apercebo-me da tua chegada.
Tomo mais um café!
Já te sinto! A tua imagem vagueia no meu pensamento.
Chegas radiosa, beijas-me na face e dizes-me: Que os estudos vão bem……………! Tive tantas saudades tuas Nuno, que estava a ver que o Domingo não mais chegava!
Nisto? Sobressaltei-me, ao olhar para o relógio que decorava a parede do café, oferecido pela Coca-Cola.
O tempo passava velozmente e tu não aparecias para ao pé de mim, mostrarmos o quanto precisávamos um do outro.
Já desesperado falava sozinho. Não pode ser! Ainda no Domingo anterior, vimos reflectido nos nossos olhos, a necessidade de nos juntarmos. Porque a atracção um pelo outro era um dado adquirido.
As horas avançavam. E o desânimo acentuava-se e mentalizei-me que a tua presença era uma ilusão bem junto a mim.
Nisto vejo?.............. Não, não eras tu. Qualquer mulher que passasse no campo da minha visão excitava a minha ansiedade.
A tarde já ia longa e o vazio já era enorme.
A solidão e a tristeza penetraram terrivelmente no meu íntimo.
Abandonei o café! Precisava de ar puro. Vaguei pela cidade, sem rumo. Ainda olhava para trás na esperança de encontrar. Mas nada!
Regressei a casa cabisbaixo! Refugiei-me na minha música.
Fiquei melhor! Entrava-me no cérebro e expulsava a tristeza, a solidão que me dominava naquele momento.
Fiquei algum tempo repousando no sofá.
No dia seguinte a rotina ditou regras. Estava já preparado para aguardar pelo Domingo. Porque sabia que irias vir no Domingo.
No domingo acordei bem disposto!
Ela veio! E começou aí, uma ligação tão pura, mas tão louca. Que hoje ao fim de uns bons anos semeou um jardim, onde as rosas dão lugar aos filhos e a união é a terra fertilizada.