quinta-feira, 28 de junho de 2012

O Sonho esteve tão real e tão Perto


Ainda a quente num sentimento de orgulho e reclamando pela sorte que bem merecíamos. Faço o retrato frio de um encontro bem longe, de dois vizinhos.

Portugal neutralizou o futebol da Espanha.
 A Espanha neutralizou o Cristiano Ronaldo.

 Portugal rematou mais que a Espanha e para os comentadores cada remate, era um grito de aí quase golo.
A Espanha teve só uma real ocasião de golo.

Portugal teve o que poucos adversários tiveram: a soberana e que soberana oportunidade de os mandar borda fora. Quando Alonso deixou cair a nódoa no melhor pano.
Moutinho, em passes denunciados antes de chegar à bola, levam-no a rematar para Casilhas receber mais um beijo da bela jornalista.

A Espanha pelo menino que enfrenta o Mourinho, deixando de lado o cabelo comprido. Faz o que Pilro lhe ensinou e arruma com a nossa já pouca convicção.
Portugal encarregou Bruno Alves que tem garra para dar e vender, seja na bola, seja nos costados adversários. Rematou como se dum alívio se tratasse e pum o estrondo na trave foi sentido por todo o estádio.

A Espanha lá enviou o Fabregas, para arrumar de uma vez com a questão e ele não se atemorizou. Chutou tão certinho, tirado a régua e esquadro, que quis mostrar ao Bruno, ainda a interrogar Deus “Porquê, Porquê! Que o dele batia no poste e ia para dentro direitinha.

 O que colocou a Espanha na final e Portugal no avião de regresso. Conquistando mais uma vitória moral.

terça-feira, 26 de junho de 2012

Água para Refrescar

Que calor!
 Que me mói os miolos e fuzila-me as ideias. 
Chegou de um momento para o outro sem avisar. E logo pela manhã, entrou pelo nosso corpo como se de um incêndio florestal se tratasse.
É brasa, esta canícula, a redundar os quarenta graus.
Nem a sombra nos dá uma frescura para atenuar esta frigideira ao rubro.
Abana-nos o capacete das emoções e ficamos órfãos de decisões.
Corre-se para a praia e a brisa marítima arrefece o corpo, libertando as poucas roupas que se colam ao físico amortalhado pelo bafo sufocante.
Água, sempre água! Para nos salvar da malvadez deste calor grotesco.
Água já tao rara, nos rios que povoam o interior deixando as margens cobertas de plantas a transbordar de odor.
Água imensa no oceano que povoa o litoral, já a recuperar o que lhe é devido. Derrubando dunas a salpicar de vivendas dos gajos ricos e barraquitas dos pescadores pobres.
Água de praia imensa, agrupando nas melhores ondas, banhistas de calções e biquínis coloridos, mais parecendo um folclore de arraiais populares.
Água de rios curtos mais parecendo regatos alongados. Onde os banhistas se acotovelam, nos mergulhos sempre com cautela.
Calor, que vais abrandar, porque o tempo está virado do avesso e sossegarás durante uns longos dias, deixando que as pessoas te enfrentem com alegria.

domingo, 24 de junho de 2012

O sol e a Adrenalina


Este dia de calor que me faz ferver os desejos e como não os arrefeço, recuo no tempo e revivo momentos quentes.
Era um domingo, a esplanada ardia de gritaria juvenil e como o meu corpo ardia de adrenalina, procurei-te para afastar a solidão de um dia tão belo.
-Olá como estás!
Disseste tu disfarçando o que nos une. Como sabias que o teu amor por mim não chegava para me ligar totalmente a ti. Fazias tudo para te mostrares forte e indiferente.
-Olá, parei aqui e grande surpresa encontrar-te aqui.
Era mentira eu sabia que a encontrava ali.
Sentei-me em frente a ti, evitando o meu olhar preso a ti para nada sair de nós,   cavaqueando com as tuas colegas e juntos riamo-nos das piadas que nos surgiam dos temas que abordávamos.
Mas eu não estava ali para elas, estava ali para te ter!
Cheguei-me bem junto da mesa e propositadamente, encostei-me a uma delas, só assim podia chegar a ti!
Estiquei a perna e senti a tua.
Como o calor era tão belo e o sol despontava bem forte, foi fácil chegar ao teu corpo. Porque estavas de vestido e claro, senti o calor das tuas coxas.
Tirei o pé do chinelo e ele iniciou um percurso maravilhoso.
Tocou no teu tornozelo e senti em ti uma contracção.
Sabias o que eu queria e como também o querias, tratas-te de disfarçar e usando o teu ar racional, entretinhas as outras duas e eu tentava mostrar que estava a dar uma cantada á do meu lado, já a suspirar para que lhe tocasse com uma das mãos.
Assim o fiz e encontrando a bela perna dela, percorri a tua, com o meu pé e suavemente…. suavemente estava a custar a lá chegar.
O esforço que fazias para te conter era de louvar e rindo-te das piadas que da nossa mesa (ainda bem que estava num canto), saiam. Claro o objectivo era esse para disfarçar os meus desejos.
A tua amiga era atrevida e puxou a minha mão para ela, levando-a para o seu regaço.
Mas tu, sim tu! Sentiste o toque. E então, usando a maior cara de pau, não por cima da mesa. Mas por baixo dela, deixaste eu ir bem longe e encontrei a tua cuequinha, sentindo o teu tesouro já quente e massajei-o meigamente.
Que loucura! Todo o meu corpo treme e para disfarçar deixo que a tua amiga sinta que quero também lhe tocar.
-Aí que calor dizes tu!
-Pede uma água para mim, Catarina (chamava-se a do teu lado) e outra para mim (Amélia a do meu lado).
 - Cerveja, quero eu, para arrefecer este calor.
Fico tolo e sinto-te nas nuvens!
As bebidas chegam e tenho que me compor um pouco. Para não dar mais bandeira, da que já estou a dar.
Risos e mais risos, anedotas e mais bitaites lançados. Estamos alegres e a tua amiga parece que sente o meu calor interno e leva a minha mão para onde bem entender.
-Ai dizes tu!
- Que foi, diz a Catarina?
Nada beleza, é só um sentimento de adrenalina.
E continuamos a cavaqueirar, numa tarde cheia de sol e toques a raiar a loucura.
Assim ficamos mais uns longos minutos, ligados um ao outro, com o meu pé a vasculhar, transmitindo a fome que nessa altura era difícil de atenuar.
Por fim a tua amiga do lado precisou de ir á casinha e quando uma vai, outra segue-lhe o caminho. Ficamos os dois sozinhos.
E levando a minha mão à tua boca, deixei que me mordesses para não soltares um grito destemido, devido à minha ousadia. 
Foste à tua vida com as duas e eu fiquei, saboreando o teu andar feliz, olhando sobre o ombro, lançando-me um apaixonado sorriso. Agarrado às calças, esperando que tudo voltasse ao normal, para não sair dali com inchaço de dar bandeira a cem metros de distância.



quinta-feira, 21 de junho de 2012

Venha Quem vier Temos o Ronaldo


Confesso que começo, a não ter já adjectivos para qualificar o nosso abono de Selecção!
Com ele iremos longe!
Ou melhor, já lá estamos. Porque chegar às meias-finais, depois de entrarmos no grupo da morte, é já meia vitória conquistada.
A outra meia está bem pertinho. A seis dias de distância. Que nos abrirá as portas da final tão sonhada, agora mais do que nunca. Uma realidade ansiosamente esperada.
Para isso basta o Cristiano tocar a bola mais dentro da bota e assim a redondinha já não irá bater nos postes e sair de encontro aos placards de publicidade, que ganham visibilidade extra, com as bolas que Ronaldo envia ao poste.
Porque o levantar dos dedos de Ronaldo em pleno relvado fazendo questão de lembrar que já eram quatro só em dois jogos que ele envia aos postes. São azares acumulados, que acredito, se soltaram e perante os Espanhóis, nenhuma bola será desviada pelos postes, porque bastará uma entrar e correr com os vizinhos do lado, para fora do Europeu.
Entramos apáticos indo no jogo dos Checos, quando o aconselhável era irmos para cima deles e mostrar desde logo quem era que estava ali com vontade de vencer e não esperar por um chouriço, que desse a passagem a quem pouco fazia para a merecer.
Ainda bem que depois do descanso (porquê, que não existem descontos de tempo no futebol dos nossos dias), mostramos quem tinha mesmo vontade de vencer e não esperar pela lotaria dos pontapés da sorte e:
Uma! Oh, podia ter mesmo entrado, era um início de segunda parte, demolidor.
Duas! Porra, lá estamos nós. O guarda-redes é enorme tanto em altura como em categoria.
Três! Foda-se, assim não vamos lá, não temos quem marque golos.
Quatro! Foda-se, foda-se, quem não marca arrisca-se a sofrer.
Cinco! Gooooooolo, goooooolo! O estádio rendeu-se a Portugal e a Ronaldo pois claro.
Até final foi só controlar a bola já que os checos se deram por vencidos logo que sofreram o golo e pareceram-me tão rotos, que o apito final foi o alivio para o desgaste evidente, como o foi a superioridade de Portugal tão presente, num relvado fechado ao sol e ao vento!  

quarta-feira, 20 de junho de 2012

O País está ao Rubro


Somos comandados pelos sentimentos, pelas emoções e pelas paixões!
E a paixão do futebol não tem fronteiras e extravasa alegria para uns. E tristeza imensa para outros, quando o apito invade a arena imensa, para findar um sonho que todos nós queremos que chegue à vitoria final.
Como se tem visto o futebol esquece momentaneamente as preocupações e eleva a adrenalina diária, enquanto a nossa selecção espalha classe bem longe das atribulações e solta um grito de confiança, que nos pode levar ao palco da satisfação plena.
Nesta altura o futebol mistura-se com os santos populares e o nosso país vive um momento de festa e alegria, de norte a sul. Passando pela fronteira que o mar expande e, pela fronteira da vizinha Espanha, que não perde por esperar no tira teimas para lhes abafar o pio, numa arrogância de favoritos que não se tem visto. Vindo mesmo a propósito para nos alhear um pouco das amarguras já tão sentidas.
Os jornais, dão capa à euforia Lusitânia. São fotos e mais fotos, onde os sorrisos dão estampa, ao colorido da confiança.
As televisões, destacam em directo os feitos da nossa gente.
 É no hotel com chegadas e partidas. É no relvado com trocas de bola e exercícios saudáveis. para quem quer rumar do sonho à realidade.
O povo comenta as certezas de uma selecção, embrenhados nas festas populares e sabendo que o momento é o de tudo ou nada, para chegar no mínimo às meias-finais e depois logo se verá, quem se quer atravessar no nosso caminho.
É ilusório esquecer os graves momentos que o país atravessa. Mas como é um mal geral em quase toda a Europa, à que aproveitar este momento que o futebol nos proporciona e extravasar a alegria no apoio à selecção e neste envio de milhões de rios de energia positiva, para o quartel-general dos soldados da bola. Assim ficamos com a certeza que eles darão tudo para nos alegrar com o golo da vitória.