domingo, 29 de setembro de 2013

E está tudo dito em mais um Domingo de Eleições.

Os portugueses estão em reflexão, se vão votar nos mesmos ou não.
Enquanto aguardam nas filas, olham em frente e esperam ter razão!
E o país vai-se atolar de comentários políticos. Num domingo chuvoso, sem futebol e mortinho que chegue as dezanove horas, para com os primeiros resultados, vaticinar o futuro deste governo e principalmente do país.
Eis a oportunidade para que todos a usem em prol da mudança. Julgo para a grande maioria dos portugueses.
Em prol da continuidade. Penso para os satisfeitos com a realidade.
Em prol da viragem. Não acredito em sinais que indiquem esse caminho.
E está tudo dito em mais um domingo de eleições.

Num país vestido de fato domingueiro, onde pela manhã, depois da missa correm na obrigação de votarem nos seus candidatos.
Terminado o almoço, lá vão entupir os acessos e, eu sei. E todos sabem: mostrar a grandeza dos bens obtidos e a esperteza do saber adquirido.
Para o final quando já todos se juntam em volta do ecrã para verem quem vai levantar os braços numa vitória com reduzidas surpresas. Vislumbram-se aqueles que decididos a não ficarem com peso na consciência. Oferecerem os seus votos, vá se lá saber a que candidatos.


sábado, 28 de setembro de 2013

Campos e Campos



Estou rodeado pela Natureza.
Para onde vou trabalhar, as habitações onde fico alojado, são todas bem dentro dos campos verdes e rodeado de paz e silêncio.
Os animais são os meus vizinhos.
Vacas leiteiras, que só comem e engordam.
Cavalos de desporto, também não ficam longe. Onde se avista uma pista de mini saltos e a beleza desses animais montados por belas jovens, dá um sorriso quando lá passamos.
Um cachorro também é vizinho, penso fazer parte da casa já que ele entra e sai, como se nada fosse e claro, a maioria das vezes o cansaço é muito. Não dá para aturar cachorros.
Ainda à pouco, apanhei uma pêra de árvores de fruto carregadas. Saboreei a pêra e pareceu-me ouvir a tua voz.
Eram as duas doces, embora a tua com um travo de preocupação e saudade.
Depois de terminar a pêra, lancei o caroço para a relva tão fresca e viçosa.
A tua voz ficou bem dentro e trouxe-me ainda mais saudades. E o tempo não passa!
Agora terminei a maça, enquanto o sol ainda aquece, já que o Inverno aqui bem pertinho de Munique, arreganha os dentes pronto a castigar-nos com o frio de rachar que não tarda nada.
E deixei de ouvir a tua voz!
O vento que o sinto ainda como inspirador, afastou-a para lá dos montes e deixou-me um vazio melancólico.
A tua voz é a certeza de estarmos perto, pertíssimo. Quando nos separam, centenas de montes e vales.
Dezenas de cidades que todos conhecem por qualquer meio e todos aspiram a visitar.
Milhares de aldeias paradisíacas, recheadas de souvenirs característicos e gastronomia muito própria.
E milhões de pessoas de todas as raças, que escolheram um canto, nos quatro países que me levam até ti, para tentarem serem felizes.
Ouço agora os tractores preparados para a silagem. Limpando os campos que não tarda nada ficarão cobertos de um manto branco, que é de uma beleza infinita, mas de um frio cortante.

domingo, 22 de setembro de 2013

Os Favores amigalhaços e os Lambe cus



O país anda ao reboque dos carros coloridos com os rostos dos candidatos, entoando repetidamente promessas já antigas que como nunca foram cumpridas, tornam-se nestas alturas prementes e claro sem êxito, já que de promessas andam o país farto, porque são simplesmente atiradas para as próximas eleições.
Mas o povinho não se farta e toca a ir no conto do vigário batendo palmas a cada ajuntamento no palco dos candidatos e mostra um sorriso de orelha a orelha, quando de papelinho na mão, o cabeça de lista resolve todo inflamado gritar que com ele o Concelho vai para a frente e as promessas serão cumpridas.
E como o Concelho, vê fugir os seus jovens habitantes para ganhar a vida e atulha-se de idosos que não sabem o que fazer à vida, visto serem encostados aos bancos de jardim sem apoios dignos de longos anos de trabalho. Mais se torna evidente que as promessas são engrossadas com conteúdos ocos, já que as alternativas para, despertar um Concelho, cheio de fragilidades a olhos vistos, não passarão do papel timbrado com as cores destas eleições.
Faltam meia dúzia de dias e Domingo, o próximo, as atenções estarão viradas para os novos inquilinos ou não, dos assentos Municipais e principalmente para a resposta dos Portugueses á governação deste governo PSD/CDS. Melhor dizendo do Pedro e do Portas.
Será o barómetro fundamental para escalpelar as medidas governativas e nada melhor que as urnas, mesmo sendo Autárquicas para o respectivo cartão e a sua cor aos jotinhas de Sº Bento.
Foi assim que Guterres fez as malas e desapareceu da vida política portuguesa, estando agora mergulhado no drama mundial dos refugiados que se amontoam aos milhares e milhares.
Mais uma semana e tudo termina!
O entulho que alterou um pouco a paisagem portuguesa será reciclado e as cores desmaiadas, darão de novo lugar à realidade de um país que vive cada vez mais para os favores amigalhaços e para os lambe cus (como diz o Miguel), que acordam a lamber e adormecem de língua de fora.



sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Que Saudade



Há nove anos, a minha irmã foi-se num abrir e fechar de olhos!
Tudo tão rápido que só quando chegou à casa mortuária, é que me abri num lago de lágrimas e deitei cá para fora aquele nó que me apertava a cada dia que a ia visitar.
Acompanhei-a a par e passo.
Acompanhei a sua luta para fazer frente ao destino traçado.
 Ao milagre que não aparecia e nunca iria chegar.
Às preces hora a hora em promessas inimagináveis, mas evidentemente compridas se a dor lacerante se fosse para onde o diabo se esconde da cruz.
Há tímida melhoria que a trouxe a casa por uns dias, os últimos que viu a luz do sol banhar o jardim onde se patuscava uns pedaços de carne e bebia-se uma vinhaça, não muito antes da terrível noticia, que abalou quem mais não merecia.
Ao último dia, última noite!
Sentado ao seu lado, assistia incapaz de soltar qualquer som.
Era um silêncio da morte.
Ela estava ali presente pronta para levar a minha mana.  
Sentia-a, aquela desgraçada!
Olhava o escuro e tentava perscrutar algo que sinalizasse a sua presença.
Impossível nada!
Nem uma aragem, nem um murmuriozinho que fosse, para eu lhe enfiar um murro e corrê-la dali, para fora.
Mas eu sabia que ela ali estava, pronta para levar a alma da mana.
Uma lágrima escorreu pelo meu rosto.
Outra seguiu o mesmo destino no do outro lado, que tentava sondar, onde estava a besta maldita.
Levei as mãos ao rosto, limpei as lágrimas que já faziam tapete do meu rosto e beijei a mana pela última vez. Deixando aquele quarto, sabendo que a morte esperava pela minha saída para terminar de uma vez por todas com a vida da mana.
A vida por vezes é madrasta demais. Confere-nos um cenário macabro de fragilidade intensa.
Lutamos para que ela deixe de nos atormentar e vá procurar descarregar a sua raiva noutro lugar, bem longe. Mas mesmo bem longe da nossa vista. E nunca mais nos corroía a paciência.
Mas a vida é a vida!
Foi criada para o bem e para o mal. É fugir de nos encontrarmos no meio da sua fúria. Não à milagreiro que nos salve de um desaparecimento prematuro.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

O País anda entretido com as Caras conhecidas Espalmadas nos placares



As Autárquicas mexem com o povo!
Mexem com o país.
Ninguém fica indiferente com o rebuliço que as eleições para a nossa terrinha, causam nas Freguesias, nas Cidades e até no estrangeiro. Já que muitos acompanham bem de perto, via Internet. O que diariamente se vai passando ao virar da esquina das 89 freguesias e de uma cidade tão pequenina.
Quem diz em Barcelos, diz no país total.
Desde Monção a Sagres, não esquecendo Madeira e Açores.
E quem ganha com isto?
O governo!
Claro, esse bando de ex jotas e enferrujados da política.
O povo entretém-se com as biqueiradas para atmosfera nos duelos das Autárquicas. E assim o governo consegue respirar um pouco melhor, para ganhar folgo para o que aí vem. Depois, de uns dias depois, das Eleições.
Nada melhor para Passos Coelho, de que após umas merecidas férias a foder o povo. Do que águas calmas, no Parlamento e gelados cones das máquinas das Romarias, já que o País anda entretido com as caras conhecidas espalmadas nos placares, das terrinhas onde vivem.
Lá está, o Zé vai a correr atrás da bandeira “Defender Barcelos”. O pano deve servir para limpar o óleo da motoreta. O pau, sei lá. Para bater no retrato do Passos Coelho que lhe tem fodido o vencimento.
Ao Luís é-lhe oferecido um balão” Despertar Barcelos”, mas como ele é bem grandote, parece mal de balão na mão. Entrega-o ao filhote. Que o agarra com tanta força com medo que ele se solte e fique agarrado ao edifício das finanças.
A Dona Maria teve a sorte de receber das mãos do candidato, uma esferográfica não, duas! Bela iniciativa nesta altura do regresso às aulas.
Toda feliz, corre para casa e diz: - Catarina olha o que eu trouxe.
O professor do Esquerda, nem sei, quem é o rapaz, estendeu a mão e pegue minha senhora e não se esqueça, vote no que tem o bonequinho!
Como o sol ainda vai alto, já que o Verão ainda se vai manter até pelo menos às Eleições. O tio Amândio já na casa dos setenta e apareceu porque veio à feira como o faz todas as quintas. Sente entrar pela careca (o cabelo à muito se foi). O chapéuzinho laranja, com umas tirinhas para não esquecer que tem companhia (verdade seja dita eles tentam despertar, seja na feira. Seja á porta dos tascos), oferecido por uma bela menina muito parecida com as que distribuem folhetos do Vaticano.
Ó tiozinho, ó tiozinho é para usar todos os dias! – Lá disse a catraia mais despida do que vestida levando o tio Amândio a abanar a cabeça (já com o chapéuzito), pensando: Este mundo está perdido! Só queria ter menos vinte anos.
Divirtam-se uns dias, já que não tarda vão-nos ao bolso de novo!