domingo, 10 de novembro de 2019

Descarregamos emoções


Acordei ainda atordoado pela noite mascarada de descargas de tensão, de uma semana agitada.
Vivemos juntos numa tarefa em melhorar a nossa vida tão longe da saudade. Como tão perto de assegurar, o futuro de quem mais amamos.
E o fim de semana é fértil em transformar o stress diário de tantas horas enjaulado em, partículas que entopem as narinas e mossas, que desfiguram os nossos corpos.
Em cérebros agitados por líquidos que fazem rir em minutos e repastos assados demasiado. Que perfumam os cantos de toda a casa.
São momentos por vezes ilariantes!
Confessam-se as desilusões da vida, que deviam ser fechados a sete chaves, porque é a íntima história da vida de cada um.
Outros, ávidos por saberem dos outros, o mesmo que se passa com eles. Consolam-se em sentir, que existe alguém sentindo o mesmo e é o alívio de continuar a vidinha no mesmo rumo, que até aqui.
Sobram os que surpreendem sem destinguirmos se, pela positiva ou negativa. Um comportamento, que no mínimo surpreende.
Resta o que atira a pedra para o charco já alagado e sem ninguém dar por ele, refugia -se nas suas quatro paredes!
E quando o sol já vai alto, o campo de batalha da véspera (cozinha), é de novo o centro de todos se juntarem. Apercebemo-nos através do espanto do cenário. Que se extravasou um pouco, a alegria de momentos que não se controlam.
É a luta da distância.
É a luta da míngua de carinho e alegria que tanto se necessita por cá.
E amanhã volta a luta!
Onde a noite nos faz levantar e, regressa de novo, quando voltamos.






domingo, 27 de outubro de 2019

O Bilhete


Recebi um bilhete.
Escrito pela própria mão, de uma caneta que lembra a primária.
A letra era tão pura, como aprendida desde a primeira classe.
Como puro era o que lá estava escrito!
Li e reli, aquele punhado de palavras. Com reticências, para eu adivinhar o que poderia nascer de uma beleza de folha de papel.
Alguém me espera!
E eu tão longe!
Alguém quer completar o resto da sua vida, com o que resta da minha.
Alguém me oferece as suas quatro paredes, para me confortar nos poucos dias que passo no meu país!
Quem é esta mulher?
Raio quem é mesmo?
Quem é este anjo, que abre as asas para me receber.
Quem é esta sereia que me lança laivos de água salgada enquanto permaneço banhado no mar calmo, numa praia isolada.
E lá segui o bilhete.
Com unhas e dentes ferrados na crença da descoberta.
E numa noite. Teria que ser de noite, onde já todas as janelas estavam corridas da luminosidade do largo. Que me encontrei com a mulher do bilhete.
Do punhado de palavras que li num papel de caderno de argolas. Hoje já temos meio livro de história.
Em letras não escritas, mas desenhadas!
Nem Picasso, nem Dali.
Esboçavam quadros como a maravilha da nossa obra.
Nem Mozart ou Chopin. Timbravam sons, como os que os nossos corpos emanavam.
E ainda nem a meio vai a nossa história!

sábado, 26 de outubro de 2019

O Almoço


O sol vai espalhando a sua magia quente mesmo nos locais onde, já se nota o frio agreste.
O almoço foi um repasto de um simplicidade que traduz o momento.
Panados de porco alemães com sanidade de confiança.
Arroz tailandês. De tão longe, tão saboroso!
Vale o preço dele e com uma cenourita e feijão verde é a delícia que me delícia
Vinho. O vinho!
Descobri o alentejano na ida às compras e assambarquei meia dúzia.
Que saudades. Bebi até dizer chega para dentro de mim!
Bananas da Chiquitita.
Tão conhecidas que lhe dei o nome à gata da senhoria.
Ameixas que encontrei!
Seis são um kilo e como guloso que sou, devoro-as enquanto dou música aos meus colegas oprimidos, pelas diretrizes das suas donzelas sempre de olho aberto, às horas que eles recebem.
Por fim o café da Colômbia mais o cheirinho do "Jack Daniel"
Estou feliz, porque sinto o amor tão próximo.
E vou saborear uma sesta sonhando estar perto desse amor.
Quero continuar feliz!
Só esse magnífico sentimento, me leva a olhar por mim.
E cuidar de mim, porque por vezes ingenuamente, deixo que o corpo pague pelos meus constantes exageros.
E a idade não perdoa, no seu escalar de já muitos anos.

A neve não tarda


Manhã tão fresca, que as gotas de orvalho embelezam as folhas que ainda resistem nas árvores já mascaradas. Com as cores que vão resistir aos nevões que não tardam.
Como sempre, aqui a gente, cedo se levanta e cedo quer ir às compras. Com medo que outros como eles, lhes roubem as promoções que se esgotam na primeira hora e toca a andar que já se faz tarde, para assambarcar.
O sol estende-se pelas montanhas e pelos campos ainda verdes, cheios de esperança que ainda darão erva farta, até aos nevões que não tardam.
Já procuro os raios solares para aquecer as pernas cansadas da semana e inspiro  este ar que limpa os exageros de tantas horas de fumo e pó!
Acordei feliz!
A Natureza sorri para mim.
Eu caminho nos seus trilhos de cajado e já de blusão camuflado.
Estou feliz, porque sinto o amor tão próximo, que numa montanha de tão alta que não se atinja. Impedirá de ele estar tão perto de mim.
Quero continuar feliz!
Só esse magnífico sentimento, me leva a olhar por mim.
E cuidar de mim, porque por vezes ingenuamente, deixo que o corpo pague pelos meus constantes exageros.
E a idade não perdoa, no seu escalar de já muitos anos.



sábado, 19 de outubro de 2019

Um Ombro



Um ombro? 
É muito mais do que um amparo.
É muito mais de que um agasalho
É muito mais do que até mesmo, uma codêa de pão!
Um ombro é o amor presente.
É a felicidade permanente.
É o céu tão perto, como Deus omnipresente!
Um ombro, é os meus filhos serem os teus e os teus olharem para mim, com tanto brilho que faço deles iguais aos meus.
Um ombro, é sentir que mesmo arrastar os pés numa idade longínqua. Ter a certeza que viverás comigo eternamente.
Um ombro, é sentir que toco o céu para além da janela do avião, que me leva para o teu corpo com desejos infinitos.

domingo, 13 de outubro de 2019

No meio da Ponte



O final de Domingo, deixa transparecer uma nostalgia de lágrima solta.
Faço juras para o início da semana e emociono-me, com os longos bocados que capto nos filmes já iniciados.
Estou só num rancho de humanos, já resguardados no ressonar para acordar para mais uma semana.
Estive tanto tempo só, anos e anos. Que, hoje encontrei um ombro maravilhoso e dele só partilho dias, num ano imenso.
De juras em juras, o tempo passa e esgoto por vezes num dia infinito. As minhas forças que rangem como portais de grossa madeira.
Estou a meio da ponte para chegar a casa.
Uma casa oferecida por um amor que pensei já não existir!
O outro meio dessa ponte, será percorrido minuto a minuto, hora a hora. Como se dias se tratassem.
E ao chegar só fim de cada dia, é ainda tão longe o caminho de volta a casa. Que só o cansaço que me obriga a adormecer, fazendo que outro dia, depressa volte a ser um novo dia.
Espero feliz que chegue o fim de semana para descansar do stress de segunda, terça, quarta!
Na quinta um sorriso espande o meu juízo e a sexta, volta para me estender ao comprido levando o corpo a recuperar das fendas que os ossos já sentem.
Por fim o final de domingo!
Fecho os olhos em várias voltas na cama.
E acordo com a sineta do telemóvel, chamando- me para mais uma vitória.
Porque cada semana é uma vitória!!

sábado, 5 de outubro de 2019

Votar sim! Mas em quêm


Temos as pessoas certas!
Desde o não saber o que é um paiol e, assumindo o cargo de ministro da defesa. Que por entre roubo de armamento, misteriosamente recuperado, numa história para a longevidade. Essa pessoa virará lenda para as gerações vindouras.
Numa agressão impensável na líder do : não vás pelo que digo mas sim, para o que não faço. Esta, nem seguranças levava a confiança era redobrada.
Num tentativa de agressão, não do primeiro ministro, mas sim do recandidato.
Dizendo que é mentira onde todos sabemos que é verdade. Num encontro encomendado afirma ele com o olhar desvairado.
Num aproveitamento de baixo nível, onde tudo vale ( eu julgava que no fundo apertavam as mãos, longe dos olhares da malta).
Desde Tancos. A ombro a ombro, com a verdade da mentira.
Do mesmo dos comunistas!
Da liberdade em trazer para a nossa sociedade, opções de vida a dois semelhantes. E relaxamento divertido em tragos divinos seja de erva ou álcool adocicado, que faz rir aos bocados. Num país religiosamente atado aos Rigorosos costumes.
Do amor aos animais.
Onde de carne vai ser uma miragem e ovos serão plastificados. Dado as galinhas fecharem o rabo eternamente.
Dos milagres que os outros anunciam para um país baloiçando na banca rota.
resolvem o que em quarenta anos se instalou e prometem aliviar as ernias dos que diariamente levantam o suor do seu corpo.
Votar sim! Mas será em quêm?

domingo, 29 de setembro de 2019

Tipos de Vida



A Sociedade criou três tipos de vida!
A vida do compadrio.
Nascem, crescem e morrem. Agarrados às saias e calças dos progenitores, para singrar no lodo do compadrio.
Onde por vezes, se dá de caras com familiares tão diretos, que nem chegam a desejar um bom, distante dia.
E para que a cadeira fofa se mantenha, é só hastear a bandeira partidária e mesmo dependendo do vencedor, o fofinho vai-se manter. Já que trocam-se as camisolas, mas as ideias são da mesma bitola!
A vida do tráfico!
Seja de que tipo for.
Abrange uma larga fasquia da Sociedade que pura e simplesmente vive à custa dos desvios astronómicos que o tráfico oferece.
E não olha a meios para satisfazer os seus vícios.
E se for caso de acabar com a vida de alguém, não será por isso que se desviarão desse caminho de vida.
A vida do honesto!
Do compridor de princípios e auto-estima.
Do enfia o botão na casa respectiva. Alinhados em fatos, ainda de alfaiate de fita com os números do tamanho de pequenos berlindes.
Esse é que paga as favas, de todos os que se sentam no fofo e nos que transportam a desgraça dos demais.
Esse é pau par toda a obra.
Esse é o orgulhosamente cristão, que leva na face direita e oferece a esquerda.
Esse é o que leva com a bala perdida. E o que é abalroado numa avenida citadina.
Esse não vira herói, nem muito menos com honra de estado.
Aliás, é sugado até ao tutano!

sábado, 28 de setembro de 2019

Eu sem Ti



Eu sem ti,
serei a migalha espalhada pela calçada, onde te conheci!
Eu sem ti,
serei a tristeza guardada, em sorrisos enjaulados nas quatro paredes caiadas.
Eu sem ti,
serei um anjo sem asas. Sem voo para te abraçar.
Eu sem ti,
serei um adulto de ranho babado, devido à lágrima que se amontoa.
Eu sem ti,
Serei sempre um medroso, já que continuo tão longe de ti.
Eu sem ti,
Enrugo o meu corpo, com a falta do calor que o teu libertava em mim.
Eu sem ti,
até as montanhas já não me perdoam!
Eu sem ti,
até Deus me fuzila num retiro, sem luz à tona.
Eu sem ti,
e tu sem mim!!

domingo, 22 de setembro de 2019

Sou Livre


Eu nada quero. Porque nada me oferecem.
Reparam em mim na esperança que esmoreça.
Luto para ter aquilo que mereço. Sob ondas gigantes de atropelos.
Estou farto de palavras, porque são levadas pelo vento.
Como as palmadinhas nas costas, punhais de ponta e mola. Prontos a vibrar o golpe de misericórdia.
Arremesso tudo isso para o canto do convento. Onde as freiras más se sentam com o rabo quente.
Momentos sim, ficam eternamente!
Para gáudio do meu querer e ainda libertam o brilho dos meus olhos como uma bandeira de xadrez!
Em poucos dias amo por um ano.
Tamanha a ferocidade em preencher de amor esses dias.
E ao fim de alguns dias, sinto que amarei a vida inteira.
Porque cada dia é, o baluarte da adrenalina!

domingo, 15 de setembro de 2019

Está Longe


Passaram uns dias, depois de dias mergulhado num ninho fofoco!
Dias intensos, cheios de trabalho ardente. Onde terminar era a obrigação bem presente.
Dias de horas intermináveis e o corpo mergulhado num cansaço já esquecido, pelas férias tão presentes.
Dias que só no início da tarde de Sábado, findou para o descanso. Com o corpo mascado de nódoas que a praia resolveu atenuar, nas suas águas milagrosas.
Dias sozinho!
Nem a almofada segredava no ouvido esparrachado, os momentos do presente e os sonhos do futuro. Já que o cansaço deixava libertar o sono tão profundo.
O amor teve uma pausa!
Está longe.
Envidraçado na varanda onde o milho enorme, escondia o percurso dos peregrinos.
E nas jantaradas.
Que soltavam o aroma para levantar o rosto a quem caminhava ao cair da noite, pelo passeio fronteiriço.
E em milhentos kilometros, onde as montanhas tão verdes, oferecem-me de mão beijada o ar tão puro, que limpa os meus pulmões das loucuras que me atrevo a sugar.
Hoje peguei na bicicleta.
Hui, tanto tempo que não pego numa.
E soltei os cabelos já grisalhos ao vento, numa pedalada frenética que me levou bem longe para não me lembrar que ainda à uns dias era embalado pela mordomia do amor.


domingo, 8 de setembro de 2019

Deixei



Deixei o teu ninho e os teus braços em forma de penas para me agasalhar.
Deixei o teu olhar inclinado como uma vénia suave, agradecendo a minha volta para me amares.
Deixei a tua presença ao meu lado para onde fosse o meu andar. Tu irias de sorriso pairado.
Deixei a varanda isolada. Onde saboreavamos os nossos manjares. Depois de admirares os meus dotes, no calor do sabor culinário.
Deixei as esplanadas solarentas, onde o café da manhã acalmava o prazer intenso da noite.
Deixei de novo uma mão cheia de tudo. Para voltar a encher o coração de força, para regressar com as duas mãos fartas de fortuna.
Encontrei o meu banco de trabalho pronto para me receber como sempre o fez.
Encontrei o meu lar tão longe de onde nasci. Faz tempo que assim é!
Encontrei malmequeres no meu jardim e beleza sem fim. No meu paraíso oferecido pela Natureza.
Encontrei a varanda vazia onde sonhava com o amor conquistado, nas tardes de Verão nocturno.
Encontrei de novo o espaço para encher as duas mãos fartas de fortuna.
Amor e Alegria!!!!!

Fumo sem fogo



Não existe fumo sem fogo!
E o fogo era ardente, intenso.
Enormes labaredas de um vermelho vivo, manchavam os arranha céus do nosso desejo.
Reduziam a cinzas o arvoredo dos enormes penhascos da nossa paixão.
Despenhavam os olhares de raiva, que se lançavam sobre nós na tentativa de nos abalroar definitivamente.
Éramos indistrutiveis!
Éramos paredes de betão amortalhadas com  ogivas pensantes. Que inutilizavam
qualquer tentativa à partida.
Éramos o fumo branco imaculado caído como uma benção sobre os nossos olhares que nos absorviam infinitamente.
Vivíamos cada minuto  com a emoção tão estampada, que recuperavam os longos dias, longe da nossa maravilhosa ira.
Vivíamos noites sem sono embalados nas diabruras dos nossos corpos,. Para afugentar as semanas que enrugavam a nossa pele pálida.
Vivíamos os dias freneticamente para esquecer os meses que nos impediam de ver em nós, o sol nascente.
Não existe fumo sem fogo!
Porque se abriu a enorme clareira vulcânica que nós vai afastar de novo e uma vez mais! De tocarmos as mãos logo a aterrar, saído da porta que vê chegar, o nasci para mais uns divinos dias!!!!!


domingo, 18 de agosto de 2019

O futebol que imergia os sonhos



É pura verdade que vivemos o  futebol!
Vivemos a emoção.
O calor que antecede o encontro.
As bifanas fumegantes e as cervejas fresquinhas, com o porta chaves a servir  de abre cápsulas.
As vestimentas garridas e os filhos com os ídolos gravados nas camisolas coloridas.
Os gritos de euforia, a cada golo que beija a rede adversária.
O abraço da vitória merecida ao filho ou à mulher, que veste a cor do clube do marido.
Por vezes o reverso da medalha!
As lágrimas dos miúdos que não são contidas, com a amargura da derrota e por vezes aparece, já a tardar o apito final que daria a glória.
E o regresso?
Dois fios na navalha!
A felicidade que vai perdorar dias a fio!
Na escola com a mochila vem à vista dos colegas com o emblema já centenário. A sobressair e a irritar o resto da malta.
Por outro lado, a tristeza de acreditar em ser a noite mágica. E regressar com as lágrimas a fazer carreirinho naquele rosto de menino, cheio de ilusões puras que sabiam ser a vitória como dado adquirido!
Tudo simples, tudo puro!
Tudo como dita a nossa consciência.
Longe das maldades da vida, que adulterou o futebol puro, em lavagem de resultados para servirem os grandes investidores dos vários continentes.
Mas a nossa consciência repousada na entrada do estádio da cidade, que nos viu crescer para a beleza do futebol. Leva-nos a acreditar, que cada jornada é, o acreditar na verdade pura do rolar a bola nos pés dos predistinados e oferecer-nos a vitória por um lado e a derrota resignada. Num desporto que nos eleva a adrenalina por mais uma semana.
Feitas as contas.
Por mais que nos enganem com os investimentos milionários, em miúdos que ainda são feijões verdes a desbotar nas pradarias sequiosas por heróis cristianos.
Sem se aperceberem das tendências cranianas que lhes podem moldar a vida para outras paragens.
Mas nós ferverosos adeptos!
Adeptos, do futebol genuíno, que nos corria no sangue. Leva-nos para qualquer estádio,
vendo a relva que nunca nos ofereceram.
A multidão, que nunca nos acolheu.
As imensas cores, mais parecendo o arco íris divinal que medeia a zona abençoada.
A juntar o hoje e nosso tempo. Como o tempo da verdade desportiva.
Adorava os caralhos dos treinadores a cheirar a bagaço.
Adorava os diretores a prometer prêmios de vitória, saídos do próprio bolso.
Adorava saber que um golo era festejado pela filha do taxista, que nos levava a casa de borla, a cada final de treino.
Adorava chegar à cidade duas horas antes do jogo e comer o croissant com o pingo direto do patrocinado. Que juntamente com os poucos da vila aficionados, ofereciam o disco que já semanas se aguentavao top europeu, no golo da vitória  alcançada.
Isto sim é futebol que mereça ser vivido!!
Isto era a pureza de saber que, horas depois de abraços e merecimentos. Tudo voltava ao normal da vida e horas depois o despertador tocava acordando a vizinhança e fazendo-o estremecer para a realidade, que num ápice tudo mudava.

sexta-feira, 16 de agosto de 2019

O amarelo



Sentei-me na paragem do autocarro paredes meias com o sopé da porta.
Faltavam poucos minutos para chegar o bus amarelo.
Mas os minutos voaram e o amarelo faltava.
Deu tempo para pensar o momento e tentei escrever nas paredes da montanha, mesmo em frente ao meu rosto. Só a estrada dividia a minha mão pronta para escrevinhar o que me ia na alma.
Estiquei o meu braço, nada impedia a minha vontade e ultrapassando a estrada com as unhas bravas da labuta diária, desenhei a frase que me adornava o coração!
Estou de volta ao ninho!!
Era tão visível que se via a longa distância.
Olhei-a vários minutos e o amarelo não aparecia.
Hoje dia de ponte resolveu atrasar-se quem sabe de propósito.
Ofereceu-me o tempo, para desenhar o meu sentimento!
Por fim desisti e caminhei até à cidade, olhando constantemente para trás, até perder de vista a frase esculpida na rocha da montanha que protege o meu abrigo.
Horas mais tarde, depois de saborear as belezas da cidade. Voltei ao meu abrigo e não descansei enquanto não vi, a frase por mim esculpida.
Vou e volto. De novo vou e regresso!

quinta-feira, 15 de agosto de 2019

Que país é Este



Que país o nosso!
Militares a conduzir camiões, com os motoristas a exercer um direito, que só possível pela matreirice de quem se serve dele.
Quando todos deviam de gozar as férias por merecimento!
Que país o nosso!
Onde uns mandam, quando ainda novos lutavam pelo que diziam, a ditadura amordaçavam- nos a liberdade.
Que país o nosso!
Que consquistamos a alegria de sermos felizes e hoje, nem conseguimos fazer sorrir os nossos filhos dentro dele.
Que país o nosso!
Que subjuga a nossa liberdade, para fazer enriquecer uma restrita comunidade.
Que país o nosso!
Votamos em mentiras a olhos vistos e deixamo-nos corromper pela migalha solta no momento.
Que país o nosso!!
Por isso a demandada para fronteiras escancaradas, onde o sorriso das autoridades. Fazem esquecer o esforço de um dia desgastante para fazer sorrir o amor, nesse país que devia ser de todos nós!
Fronteiras abertas que nos acolhem de braços abertos, onde nos oferecem a sua qualidade de vida protegida pelos governantes e relaxam-nos o dia a dia. Com a Natureza protegida e com a certeza de sermos iguais a quem aqui reside.
E esperamos pacientemente por alguém que nos abraça quando regressamos ao: Que país é este!!!!

domingo, 11 de agosto de 2019

Encontrei-a


O calor leva-me num passo apressado para as águas frescas do lago.
A subida é acentuada.
Tenho que apertar os dedos dos pés, para que as havaianas não fiquem pelo caminho.
Já fui para lá com muita gente, que ocupam o verde e, nem espaço deixam para estender a toalha comprada recentemente.
Já também estive nas suas águas ao findar do dia, vindo do trabalho, praticamente sozinho.
E nesse momento onde me banhava nas águas profundas, com centenas de peixes seguindo o meu bater de braços. Descortinei uma sereia de água doce sentada no fim do lago.
No momento ainda pouco distinguia.
No momento a curiosidade de me aperceber que alguém se banhava nos baixios, deixou-me paralisado por segundos. E só com o engulir da água despertei para a realidade!
Nadei mais uns metros.
Esbofetei a água com bravura para mais rápido chegar ao vulto, que mais nítido se tornava.
E a uns metros dessa sombra que coloria a água esverdeada, vi a sereia encantada!
Sentei-me junto a ela e sem trocar palavras o espanto era gritante, começamos a jogar água um para o outro.
A água doce cobria os nossos rostos e os sorrisos ecoavam no silêncio da paisagem deslumbrante.
Limpamos a água dos rostos, cada um no do outro. E com os peixes de cabeça de fora encostamos os lábios um ao outro, sem nada podermos fazer para contrariar esse maravilhoso impulso.
A relva acolheu-nos num colchão almofadado e o nosso amor que nos atraiu para a beleza daquele lugar. Envolveu-nos num enlace divinal.
E o raio dos peixes saltaram água fora e isolaram a nossa redoma!

domingo, 4 de agosto de 2019

Quem Nasceu


Quem nasceu para amar. Oferece esse amor a quem oferece o seu coração.
A sua alma.
O seu corpo.
A sua cama!
Oferece a sua vida!
Enorme, ou na simplicidade de ser íntegra.
Oferece amor, que brota de dentro das suas entranhas. Como um repuxo incontrolável tamanha a sensação de sentir emoções, até agora estranhas.
Oferece o seu pensar, porque a felicidade dá largas às palavras!
E as conversas perlongam-se, com o uivar da noite fechada.

domingo, 28 de julho de 2019

Acorda mulher


Acorda mulher! A vida ainda nos reserva belas maravilhas!!!
Não fujas para as caminhadas que te dão sorrisos momentâneos!
Não fujas para olhares o mar que nem te molha os calcanhares, na esperança de te mostrar algo na espuma da onda.
Não fujas para as esplanadas, com a perna  descoberta, a sentir o sol da manhã.
Acorda mulher! A vida ainda nos reserva belas maravilhas!!!
Não fujas para o interior da casa. Esperguiçando- te no sofá, vendo filmes de histórias de amor e no fim, esmagas as lágrimas de emoções incontidas.
Não fujas para passares a ferro tudo o que já está engomado. Nem limpares o que o tempo deixou, para o matares.
Não fujas do que realmente no teu mais infimo desejas.
AMAR!!!!!
Para isso tens que caminhar!
Porque o amor que todos desejamos e merecemos pode estar só virar da esquina.
Só tens que sentir o coração.
Aquela tremideira repentina que te fará mudar de ideias e acreditares na cara metade que se atravessou no teu caminho!
Procura e
encontra!
Tens todo o tempo do mundo. Por vezes numa questão de minutos!

terça-feira, 25 de junho de 2019

Isto é o meu livro


Adormeço enlaçado e acordo transpirado.
Ofereço o meu corpo para desejos atrasados e rebento em delírios desvairados.
Depois cubro-me em lençóis perfumados, voltando a adormecer numa névoa azulada.
Acordo de novo, com o raiar da aurora.
Voltando a estremecer pelas esponjas sucosas. Que me obrigam a vibrar os olhos e a lançar jatos de pétalas imaculadas.
Tanta vez que suponho ser sonho.
Tanta vez que me envolvo com esta realidade
Tanta vez, que entre o sonho e a realidade. Nem o céu é o meu limite.
Tanta vez que vivo para voltar a sentir este abismo divino.
Deus, faz que viva tanta vez.
Porque isto é a minha fé!

domingo, 23 de junho de 2019

Vou e Venho


Chego, parto!
Já faço do avião o meu berço, para embalar as saudades. E o meu banco de cinto apertado, para não deixar fugir demasiado a ansiedade.
Por entre estes mimos que fazem já parte do meu curriculum, estendo-me ao comprido, num ninho bordado a linhas de ouro. E num lar, com chave de laçarotes gravados.
São três dias. São quatro!
São dez, são...... os que consigo comprar ao salário que me está destinado. Cada mês duramente palmeado.
Cada dia é como se fosse o último.
E o último é como se fosse, o fosso enorme que me vai separar por milhões de piscar destes meus olhos. Até um dia os abrir quando sentir o grito de alegria que ouço, ainda do outro lado. Um olho não se despegou do oráculo.
E tremo a cada solavanco destas aves de penas tão lisas que metalizam, a paisagem.
E suspiro a cada poiso no alcatrão. Depois de as patas redondas travarem o ruído de mais de duas horas, pelo céu de cinco países!

sexta-feira, 31 de maio de 2019

Hora e Meia







Encontro-me na varanda, numa tarde fresca que escondeu o sol todo o dia!
Mas nem por isso, deixei de ir ao encontro do verde que me rodeia e do castanho que cobre as montanhas!
Subi, subi. Até não encontrar caminho para escalar essas montanhas que não têm fim.
E ao descer é que senti, que a minha ousadia, podia ser perigosa já que um passo em falso, fazia-me rebolar pela encosta a baixo.
Eu já sou o Rambo destes labirintos, muitos deles com enormes troncos que os limitam, depois da grande quantidade de neve que derrubou imensas e graúdas árvores.
E como o solo estava húmido das recentes chuvas, o perigo podia aparecer a mais um passo dado.
Hora meia envolvido neste paraíso completamente à mercê da sua magnitude.
Hora e meia sem ver viva alma.
Hora e meia descobrindo, casas tão belas que me levaram a sonhar serem o meu refúgio final.
Hora e meia, de tantos sítios para estender uma toalha passar umas horas tirando umas sonecas depois de pequenicar. Tão escondido num entrelaçado de ramos virgens, que de certeza surgia o desejo de amar!
Hora e meia, descobrindo flores tão belas silvestres que, formavam o ramo mais belo, da noiva mais divinal.
Hora e meia, de presenciar caracóis gigantes num ritual amoroso sem tempo para se esconderem da minha descoberta. Podera, nem deram por mim.
Hora e meia, que me levou a encontrar a mão do homem já no fim da caminhada. Onde dei por mim a calcar campo lavrado e a ser acarinhado por cabritos amestrados.
Hora e meia. De um silêncio delicioso, que me levou tão longe que nem as enormes montanhas conseguiram impedir, o meu espírito de estar a recordar um paraíso melhor que o que elas vaidosamente apregoam.
Com isso, por vezes, voltava à realidade com uma pinha caída nos costados! 

quinta-feira, 30 de maio de 2019

A Manta


Tenho uma mulher que me ama!
Ama-me tanto, que fico arrepiado por descobrir que alguém ama o Nuno, tão longe dos braços dela e tão perto do coração. Nos poucos momentos, quando atravesso fronteiras.
O amor surge do nada!
Mas o nada tem um percurso maravilhoso. Juntando dois seres que abrem os olhos para iluminar a noite que os cobriu numa manta tão fofa, como o amor que partilharam.
Essa manta é o estandarte da nossa felicidade e guia todos os nossos passos!
Tem os momentos que nos juntaram, quando o céu me fez companhia até aos braços dela.
Tem as marcas do nosso prazer que já desenhou os nossos corpos, no seu estampado florido, tapando-os de olhares invisíveis.
Tem a promessa de nos levar até que um de nós, não possa calçar os chinelos!
Eu misturo-me nesse amor, nessa manta cada vez mais!
São eles que me cobrem de esperança.
De felicidade contida, para que dure toda a vida.
De um agasalho noturno para que durante o dia sorria de alegria.
De sonhar mesmo acordado. De noite, de dia sei lá!

domingo, 26 de maio de 2019

Será isto um Sonho



Encontrei - me com a varanda, agora que o tempo se abriu para a desfrutar.
E depois de uma caminhada por aberturas desconhecidas, nas montanhas que nunca irei ter tempo de conhecer a beleza que oferece. Senti uma fome aliciante!
Virei-me para dois pares de salsichas alemãs bem cozidas. Com mostarda pelo meio.
Salada de feijão com cebola e azeite italiano.
Vinho espanhol que não sobrou pinga.
Um pouco de arroz tailandês e azeitonas portuguesas.
De sobremesa uma banana e três morangos. Terminando no café colombiano.
Estou que nem posso, agora que a noite quer tomar conta da pouca luz que ainda sobeja na varanda.
É um silêncio tão fofo, que nem os chocalhos do gado bem perto o perturba.
Este é o sítio para se ser feliz!
Oferece-me a vontade, a alegria de ir trabalhar com prazer.
E ao voltar,  deitar-me cansadinho e realizado com o dia. Adormecendo ao ouvir as aves, regressando aos seus ninhos.
E levanto-me tão cedo, que só aguardo que o dia finda para que o fim de semana. Me traga mais encanto quando,  entro pelas entranhas destas montanhas fartas de vida!

domingo, 19 de maio de 2019

Da barafunda ao silêncio Matinal




Abri os olhos e senti o silêncio da manhã, ainda nem os pássaros se movimentavam.
Voltei-me para a janela protegida pelas portadas em madeira e voltei a cair no sono vermelho e luminoso, que ainda paira numa festa de loucos.
De novo acordei e a claridade assumia as frinchas deste quarto, que já guarda segredos de quem me ofereceu o que me alimenta. E em troca, ofereci-lhe o que me rodeia.
Agora no silêncio de um Domingo onde todos aproveitam mais umas horas de cama. Procurei ainda mais o silêncio e uma paz refrescante, que convida a sonhar com desejos românticos neste paraíso de encanto!
Embrenhei-me pela mata com o lago a ladear-lha.
O caminho já se salpica de formigas atarefadas e insectos esfomeados.
Procurei que os meus pés não esmagasse essa correria pela sobrevivência e os meus olhos regalavam-se, com a maravilhosa beleza matinal.
Descobri mais caminhos bem no interior do arvoredo, onde o sol ainda não tinha chegado.
A frescura fazia arrepiar o meu pensamento, virado para os momentos vividos recentemente e num sorriso do tamanho deste paraíso que me é oferecido. Voltei a casa esfomeado, porque a felicidade digere o que a festa do glorioso, "obrigou" a brindar !

domingo, 5 de maio de 2019

De novo o Céu


De novo voltei a estar de caras com o céu.
Farto de nuvens enormes brancas, tão baixas que por vezes se esbarravam com o cume das montanhas.
Subi mais e mais e larguei as montanhas, ultrapassando essas nuvens e ficando a dois braços de sentir o azul do céu.
Mais subi, porque, para chegar ao meu destino, andei agarrado a esse céu durante quatro horas.
Senti o céu alemão com nuvens negras, que o branco, só atenuava a vontade de elas descarregaram a saraivada.
O céu holandês, branquinho como bolas do fumo de haxixe, onde libertar uma centena delas é legal e, faz rir.
Foi aí que pousei e voltei a partir!
Larguei o céu por momentos e aguardei três horas rumo ao destino.
O verde enche os campos, com os lagos a desenharem braços enlaçados nos enormes campos. Num emaranhado que vai para além do que a vista alcança.
As casas típicas do país das tulipas, tão ordenadas e colocadas sob esquadria. Lembram os contos de fadas pela beleza que soltam, sob a paisagem maravilhosa.
As estufas são como enormes pavilhões. Não existem os farrapos da têxtil, como se plantam no nosso país.
Mas o arco-íris das tulipas que refletem essas cores em redor das paredes transparentes.
A tarde voa como os aviões que assisto pela vidraça do aeroporto.
Espero com um sorriso, a minha hora de embarcar.
Foi mais um que conheci.
Enorme como uma estação espacial.
As naves vão e vêm.
O mundo encontra-se por aqui.
São tantas vozes em inúmeras línguas, entoando cânticos esquisitos, enquanto correm para encontrar o canto do embarque. Num labirinto de passarele em tijoleira e tapetes rolantes, para os mais desgastados pela vida.
O céu já se esconde na noite que vai tomar conta do nosso destino.
Mas vou continuar a senti-lo e a tocar-lhe com o olhar, da janela que tive a sorte de me oferecer tamanha beleza.
Seja na França ainda a chorar as brasas de Notre-Dame.
Em Espanha vinda de eleições onde ficou tudo como dantes.
E Portugal, onde o partido da família, ameaça terminar essa congregação. Depois dos chamados amigos trairem-no na votação.


domingo, 14 de abril de 2019

Longe dos meus Beijos


Ao tempo que já não beijo!
Já tão longe que, o sabor só resiste nos momentos que os meus sonhos, me fazem sentir esse toque maravilhoso.
Longe dos meus beijos, que aguçavam o apetite para amar. E amar é o cume da paixão.
Fecho os olhos tentando relembrar, os beijos que me faziam encantar.
E no calor do leito, existe constantemente a ansiedade desse beijo.
A saudade de lábios que se encontram, num ínfimo toque que faz estremecer a alma!
Deixei-os colados a lábios puros e apaixonados!
Foram: constantes, longos e excitantes.
No ar, no mar e na nossa terra abençoada!
Hoje, cada dia é uma semana.
Cada hora, um longo passar do dia.
Cada segundo, um olhar nostálgico para que se vá um minuto.
O beijo é transformar a minha paixão, em desejo presente!
Um desejo que me desafia a receber cada dia, como fosse o último que me encaminha até ti!


domingo, 7 de abril de 2019

Para a semana


Deitei-me ao comprido no estrado do lago, para aliviar um pouco a coluna já com lombas visíveis.
Aproveitei este sol primaveril, que bronzeia o que conseguimos por a descoberto. E durante largos minutos, acabei por tirar uma soneca.
Pouca gente ainda se apodera deste espaço. E o sossego, é a paz que obtenho de graça.
E como nos dias de hoje, o mundo pouco ou nada oferece de borla, agarro está dádiva como uma vitória.
Agora subi um pouco o espaço que circunda o lago. (No Verão pouca gente consegue um espaço para estender a toalha). E sentei-me no banco que me oferece uma vista deslumbrante.
O peso da neve durante três longos meses, derrubou imensas árvores. Mas a Natureza que nada perde, faz ressuscitar rebentos que vão dar belos ramos dos troncos caídos pela encosta.
E é ver árvores com formas engraçadas, tomando o lugar daquelas que jazem enterradas nas folhas, que se amontoam no terreno ainda queimado.
A tarde já vai nas cinco e o sol teima em mostrar que veio para ficar.
Descalço, sinto a pouca relva que resistiu ao longo inverno. Mas já me fazem cócegas os rebentos que se libertam.
Numa nesga de areal que entra no lago, três jovens curtem música saída dos acordes da guitarra de um deles.
E no colchão elástico, uma mãe diverte o filhote.
No fim da largura do lago, pouco mais de cem metros. Ergue-se a montanha tão vertical, que nenhum ser humano a consegue escalar.
No cimo, está queimada pela neve. Numa vastidão de rocha esburacada e não muito vistosa.
No meio, o castanho prevalece.
Esperando que com o decorrer da Primavera o verde encha esse espaço de beleza.
No início onde circundam os caminhos que me levam às necessárias caminhadas. Enfeitados pelos enormes cedros, já o verde é bem visivel.
É um local de uma beleza sem fim, já que as montanhas vão para lá da minha vista.
E com o passar do tempo, está chegada a hora de regressar a casa.
O vento regressou e o sol vai-se embora. O que já não torna nada agradável, continuar por aqui.
Para a semana à mais!

sexta-feira, 5 de abril de 2019

Nesse dia


As amêndoas povoam as grandes superfícies. As pequenos lojas de comércio e já os bolsos dos pequenos, com a boca besuntada do doce pascal!
As amêndoas,  indicam que vivemos o tempo do maior acontecimento religioso.
Da morte à ressurreição!
Da tristeza de Cristo oferecer a vida por nós.
 Há ressurreição, para nos encaminhar na doutrina cristã!
Hoje cada um,  recolhe-se na sua fé e, escolhe a amêndoa que mais lhe vai adoçar o coração.
Eu encontrei uma numa noite de lua cheia.
Esperava por mim, no largo onde tantas vezes esfolei os joelhos nas futebolados com os vizinhos mauzinhos.
Sorrimos!
trocamos breves palavras e fomos matar a fome para mais à vontade ficarmos.
Dividimos a francesinha e cada um levava à boca do outro,  um pouco da bucha e muito do que aí vinha.
Percorremos a cidade, onde a noite quente, convidava a refrescar.
O calor já tomava conta de nós e os olhares,  diziam mais que qualquer palavra que não saia das bocas.
Estacionamos ao lado do futuro.
E enrolamo-nos no presente.
Saboreamos as nossas amêndoas. Até a madrugada dizer basta!
Nesse dia, morreu um destino e ressuscitou um desafio!

domingo, 31 de março de 2019

Dois Anos


Dois anos!!
Aterrei num paraíso florestal. Ainda com vestígios da neve tão perto do meu caminho e ao abrir a porta do meu abrigo, senti a chegada da Primavera para me guiar neste novo país!
Dois anos!
De trabalho árduo.
Primeiro, enjaulado nas trincheiras do cofrado, para dar vida a vigas de resguardo, que modernizaram as inúmeras cidades.
Depois, dobrado em dois como Buda em oração. Para fabricar as pedras que vão suportar os alicerces dos escritórios e apartamentos, onde muitos destinos se decidem.
Dois anos!
A contar os dias, quando abriam-se brechas nas horas calmas das jornadas, para que a hora da partida chegasse e,  fosse abraçar a saudade.
Dois anos!
De tantos fins de semana, que me infiltrava no arvoredo inclinado, que revestiam as enormes montanhas. Que nem mais dois anos chegam, para alcançar o cimo, destes monstros sagrados.
Dois Anos!
Dormindo e sonhando. Falando só, porque na maioria desses dois anos, era só meu, este quarto.
Rodeado de cortinas às flores e edredões com corações.
Neste quadrado de paredes brancas, conquistei o que sempre lutei e hoje, espero pelo dia, para chegar bem perto e saber que tudo fiz. Para agora sentir, o verdadeiro amor.
A loucura da paixão pura e a enorme vontade de viver junto!
E juntando a tudo isto, ver a felicidade exposta nos olhos dos nossos filhos, que nos aceitaram como os amigos que sempre desejaram.
Dois anos!
Quantos mais aguentarei?
Quando cá cheguei, encontrei a Paz que merecia. O reconhecimento que de mim nascia.
Hoje, estou partido entre o conforto de excelente qualidade de vida e longe do que está bem dentro de mim!
Dois anos............

domingo, 24 de março de 2019

Grito



A Primavera entrou de braços bem abertos e já fez nascer as primeiras flores. Que vão cobrir os caminhos,  subindo as enormes montanhas e oferecendo os maiores jardins que quase atingem o azul do céu.
Esse azul,  que desce para passar a mão no sopé desses monstros inacessíveis, oferecendo-lhe os mimos que os aliviam de algum dia, se abrirem em derrocadas terríveis.
O sol está por todo o lado e caminhar pela mata sentido o estalar dos pequeníssimos restos de madeira. Dá uma sensação de caminheiro!
Não faltam riachos quase a pique do degelo.
Uns bons cinquenta metros de água a correr montanha abaixo. Num burburinho que quebra o silêncio deste paraíso!
E vou caminhando, desviando os ramos dos caminhos amassados. Mais dos corsos, que dos humanos que por aqui preferem as ciclovias de perder de vista.
E como estou completamente entregue ao silêncio do espaço que me rodeia, grito!
Grito na mata, para espantar os maus espíritos.
Grito aos peixes.
Grito para quem passa na auto-estrada.
Grito para quem viaja no comboio.
Grito para os vigilantes da pequena barragem.
Grito para os poucos que se cruzam comigo.
Grito para os minúsculos aviões que avisto tão alto quase os perdendo de vista. Para me levarem de volta a casa. Nem que seja para fazer amor de rajada.
Termino de gritar para não assustar os vizinhos, já que estou com um pé na entrada da casa, que fica amparada pelas maravilhosas 
montanhas.

domingo, 17 de março de 2019

Dou


Adoro a minha vida!
Um aeromilhoes de adrenalina, que por vezes me obriga a excessos escusados. Que atenuo com a procura do alívio nas entranhas da floresta que esconde imensos mistérios.
Dou valor ao mais ínfimo pormenor de vida.
Dou a emoção bem empregue, numa beleza que arrepia o meu corpo, quando se cruza enquanto atenuo o esforço.
Sorrio para o brotar de vida, mesmo nas frinchas do betão introduzido, admirando a força necessária, que um simples rebento arranjou num minúsculo espaço, o esvoaçar do seu crescimento.
Olho através da janela de traves em madeira, a oferta em quantidades impensáveis que a Natureza me oferece, sem entraves que a abrace!
E Inspiro toda esta Paz!
Agora que o Inverno se aproxima do fim, ainda as aves não terminaram a migração.
Os insectos ainda não iclodiram dos favos.
E as pessoas teimam em não enfrentarem o que ainda esfria.
Sou o primeiro a ter a primazia, de me sentir a mim próprio!
Grito para que o meu eco se faça ouvir, do outro lado da margem.
Projecto a minha sombra na água límpida do lago, para que os peixes se apercebam que serei brevemente, um corpo bem próximo deles, no seu habitat.
Estilhaço os ramos secos das árvores com os meus passos. Que a neve pesada fez tombar, enquanto caminho no encruzilhado de raízes, que se soltam pela terra que desce a encosta, em direcção à estrada que me vai levar a casa.

sábado, 16 de março de 2019

Hoje ainda é Sábado


O sol rompeu com toda a força e foi um esfregar de mãos, para os donos das esplanadas, já recheadas de turistas de óculos de sol e decotes de consolar as vistinhas.
A neve transformou-se em lençóis de água, que enchem os trilhos de encontro ao grande rio, numa força que faz brilho!
E caminhar com este sol maravilhoso, é como fazer amor com a mulher amada.
Ela está longe, mas sinto-a bem perto, ao meu lado.
Uma hora pela Natureza, farta de árvores caídas pelo peso da neve e, riachos a transbordar pelos lençóis de água em que a neve se transformou.
Outra hora, sentado na esplanada do italiano, bem no centro da grande cidade. Olhando o rio bem perto e saboreando uma cerveja, com os olhos semicerrados, pelo sol que cegava.
E hoje ainda é sábado!

domingo, 10 de março de 2019

Voltei a caminhar


Escolhi hoje o meu caminho!
Num domingo soalheiro, com leves chuviscos pelo meio. Caminhei pelos meus caminhos do sossego e da paz.
Desde o início do ano que o não fazia.
Os nevões desse início do ano, obstruiram terrivelmente a passagem para deitar um pé de fora. E hoje estiquei a perna e fui por ali fora.
A Natureza despida perde a sua beleza!
Mas rapidamente vai recuperar o esplendor de nunca nada perder, e tudo voltar a ser!
A neve teima em esconder os rebentos impacientes de se expandir, criando o verde maravilhoso,  que envolve a Natureza. Mas o tempo dela está a terminar e o sol rapidamente a vai fazer desaparecer.
Caminhava ouvindo música e dançava tirando fotos!
Os que me viam, alguns que também caminhavam.
Outros, pelas janelas do comboio, que bem perto passa.
E os que um metro acima rolam nos seus carros pela auto estrada.
De certeza me acharam louco!
Que me importa isso, só quero expandir o meu estado de espírito!
Por momentos estaquei!
E olhei aquele fio de água que corria tão perfeito pela berma da estrada, ligeiramente descaído, para bem dentro do campo elameado.
É esse o meu caminho, perfeito!
Para disfarçar as ligeiras lombas que se atravessam nele. E que me levam seguindo a longa estrada da vida.
Juntando-se ao rio que já se perde de vista. Levando a minha felicidade e o meu sorriso, boiando nas suas águas puras e límpidas.
Para lá longe, bem longe. Junto às montanhas que lhe escurecem a água com a sua enorme sombra. Deixando-se levar na correnteza brava, pelas fronteiras desbravadas de encontro ao oceano, que me irá levar a matar as saudades, no dorso das suas sucessivas ondas, que amolecem as pisaduras dos tombos.

sábado, 23 de fevereiro de 2019

Um simples Gesto



Queremos viver o momento. A oportunidade.
Os dias que temos perto de um porto de abrigo. 
Um porto, com um calor puro que nos faz balançar o pensamento. Já turvo de tantos anos, meio confuso.
A dádiva é loucamente amorosa que me estremece os movimentos.
E obriga-me a dar de mim tudo o que o meu corpo acumulou nestes anos que alguém me escondeu.
Um simples gesto que nasceu comigo, desencadeia sensações que quando me atingem, explodem em orgasmos incontidos.
Um beijo longo e abocanhado. Vibra o meu consciente e conduz-me ao prazer permanente.
Um olhar carinhoso, junto com um sorriso bondoso. Atira-me para esse corpo fomento. De desejos ardentes e de uma entrega  eloquente.
Um corpo unido ao meu. Rebenta com as barreiras ancestrais e afunda-se no prazer desejado e na paixão arborchada.
Paro no tempo.
Paro no momento!
Paro no banal da vida e Inspiro a divinal melodia, que o meu corpo transpira

domingo, 17 de fevereiro de 2019

Sinto o rabo dorido



Os caminhos ainda estão a impedir os passeios de Domingo.
Mas a beleza do espaço, traduz a felicidade em sentir bem de perto, este branco cristalino, que cobre os campos quase sem fim!
O ar é tão puro e frio,  que faz estremecer as narinas.
Mas limpa as impurezas do dia a dia. Fazendo renascer os órgãos já desgastados, após abusos de muitos anos.
Caminhei enquanto o terreno o possibilitou, completamente só!
O sol era o meu guarda e num brilho que fazia recordar o Verão, levantei o meu sorriso e quem me visse, diria que eu era um menino!
Brinquei com a neve.
Brinquei com a minha estampada alegria.
Brinquei com exagero e estendi-me ao comprido. Já que caminhava de sapatilhas.
Agora sinto o rabo dorido.
Por vezes, sou louco varrido!
Dei meia volta e regressei ao quarto quente.
Mas da janela da varanda deitado, consigo admirar o sol a esconder-se para lá das montanhas e o aproximar da noite. Que me vai trazer, mais uma semana de branco, pelos olhos dentro!

sábado, 16 de fevereiro de 2019

Falta-me algo


Falta me sempre algo!
Falta-me o algo com que nasci!
Falta-me o sorriso lá longe.
O olhar tão terno bem longe.
O amor tão puro cada vez mais longe.
Falta-me por aqui,  onde tenho a beleza da Natureza no seu esplendor todo ano. O que deixei demasiado longe!
Falta-me por aqui, onde gosto de trabalhar, não nasci para estar parado. No meio de linguagem confusa e atitudes infantis, de homens adultos.
O que deixei a cada dia que passa, terrivelmente muito longe.
Falta-me ao fim de semana, onde a janela por cima do meu leito e a porta da eterna varanda. Me obriga a olhar para lá das brancas montanhas. O consolo que só se encontra, ultrapassando meia dúzia de fronteiras.
Falta-me sempre algo!
Ainda bem senão sería infeliz!

domingo, 3 de fevereiro de 2019

Custa-me


Estou só neste quarto quentinho. Já que lá fora está tudo branquinho!
Não para de nevar e mesmo neste quentinho, sinto-me só!
Refugio-me na música e as horas vão passando, para que o dia se vá e traga mais uma semana, encurtando a chegada para abraçar a saudade.
É terrível, é de uma dor que de tão mediana com o tempo, corrói até a alma.
Agora custa-me estar cá!
Agora,  que adquiri a minha liberdade e cimenteia na direcção do amor. Custa-me sentir o silêncio!
Custa-me sentir a madeira ranger do vento agreste e não ter o carinho e o amor da princesa, que povoa o nosso ninho. Agora, sem parte do nosso amor.
Custa-me enfrentar este meu destino ( que é o paraíso, para quem até agora vivia para encontrar a aurora). Já que alcancei o apogeu do bem estar, que Deus me ofereceu!
Claro, que são as lamechices do costume!
Choro com a barriga cheia. Tenho o que meio mundo anseia.
Mesmo longe, tenho uma parte que me realiza.
Perto, tenho o coração em alegria!

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

O céu não é Infinito



Vivi momentos, que só por momentos, a vida nos oferece numa oportunidade!
Entreguei-me sequioso ao desafio de uma noite, que sempre penso, como sendo a última e nesse pensamento. Percorro as entranhas de um ser como a certeza, de ter alcançado, o que nasceu comigo e que como tão evidente que era. Me era sistematicamente negado.
De uma noite, contei outras mais.
Todas enfeitadas com lamparinas em redor do nosso espaço.
Os nossos corpos embrulhavam-se de tal forma, que as paredes brancas esculpiram a nossa sombra, de uma beleza de autêntica realeza.
Do sonho à realidade, saltei de uma noite, para noites que galgaram os dias.
E enquanto as lamparinas não extinguissem a luz, que projetavam as nossas sombras para sempre nas paredes do teu ninho.
Dávamos voz aos nossos corpos, para se transformarem num novelo  esfrangalhado, tal a ânsia em serem amados.
Quando a luz do dia, abriu-nos os olhos pesados de amor. Demo-nos conta de que já muito céu nos afastava.
Mas como o céu não é infinito. Prometemos um ao outro, que o atravessavamos de uma ponta a outra.

sábado, 26 de janeiro de 2019

Momentos tão Recentes


Terminei o jantar!
Costeletão, só com sal.
Arroz de miúdos solto e para acompanhar um vinho Francês.
Maçã e banana como sobremesa, com sotaque espanhol e café com cheirinho para fazer sorrir!
Enquanto saboreava a refeição, lembrei-me dos nossos momentos!
Como é maravilhoso lembrar-nos de momentos tão recentes.
Onde a beleza de palavras, gestos e sorrisos. Encantaram o espaço que nos envolvia.
Estar longe, bem longe. Oferece-me a felicidade de sentir o que tempos recentes atrás, vivi-os, com a felicidade de um menino!
É a adrenalina da vida!
Longe e constantemente sentir,  em determinados afazeres do quotidiano, a felicidade de me entregarem o seu amor,  tão estampado!

sábado, 19 de janeiro de 2019

Desapareceram os buracos



Por vezes o vazio que nos rodeia, num ambiente desconhecido. Ergue-nos do marasmo que vivemos durante anos comandados pela grandeza, de quem nos considerava uma fraqueza.
E de fraco que nos apelidam, partimos sem rumo. Pensando (ainda pensamos), que aconteça o que acontecer, é só mais um buraco para nos escondermos.
De buraco em buraco, cavamos a própria sepultura que nos esconderá para sempre,
pondo fim a um inferno que nos perseguia. Juntando-se ao ar que respiravamos e como tal, uma perseguição infinita.
Por incrível que pareça, o tempo vai passando e o nosso caminho, aparece já sem buracos.
A força interior que surge bem do fundo das nossas entranhas e, que nunca imaginamos pudesse existir. Vai-se soltando e a pouco e pouco, tapa os buracos que a nossa consciência abriu para nos sepultar.
Sentimos que sorrimos às coisas simples.
Sentimos que a cada passo dado, num caminho alisado pela inteligência que não julgávamos possuir. Leva-nos a momentos que a medo (ainda), avaliamos de felicidade!
Com o decorrer dos dias, já salpicados de euforias desmedidas e sensações amplamente positivas. Surge a certeza, de já termos a certeza, do que desejamos!
Já pensamos com clareza.
Já trabalhos com optimismo.
Já amamos sem secretismo.
E nada mais resta do que, oferecer tudo o que o nosso coração bombeia.
E nem fazemos ideia, da quantidade de emoções que navegam no nosso sangue.
Pelo meio, oferecemos num gesto tão simples, as duas mãos.
Uma para passearmos 
Outra para nos acarinhar.
E as duas juntas, abraçam-nos em qualquer lugar.
Assim o amor voltou a reinar!

domingo, 13 de janeiro de 2019

Partilhamos



Libertei- me por uns dias da obrigação profissional e embrenhei-me no encanto de uma sereia, apostada a viver um amor terrestre natalício.
Já tinha saboreado um pouco das algas que abrilhantavam o seu corpo. Mas inspirar o amor angélico no ninho celeste. Levou-me ao paraíso infinito, onde o homem só chega como predestinado.
Não tenho capacidade para descrever a pureza de longos momentos, em poucos dias de férias.
Se existe amor verdadeiro, que ultrapassa a imaginação humana, esse surgiu no meu encantado caminho.
A noite chegava e o nosso amor principiava.
A madrugada silenciava a calçada. E o nosso amor, soltava-se em sílabas adocicadas
O dia rompia gelado. E o nosso amor transpirava de uma fragrância até agora desconhecida, para produzir o perfume mais puro que nos encantava.
Erguiamo-nos de um ninho, salpicado de divinos instintos e soltavamos os nossos sorrisos, logo que a porta nos levava a sentir o sol de inverno.
E percorremos  o resto do dia loucamente felizes. Que sabíamos onde encontrar o destino, para libertarmos uma vez mais o amor. Introduzindo-o no nosso destino.
Partilhamos prendas que o nosso corpo desejava.
Partilhamos oferendas que o nosso coração comandava.
Partilhamos a nossa vida e incluiamos a vida dos nossos rebentos.
Só ainda não partilhamos o nosso destino!
Já que cada um permaneceu por agora no seu ritmo ainda temido!
Por agora, por agora!
Para um dia,  nos abraçarmos sem despedidas.