Mais uma vez tentei ficar perto de quem nos
faz sorrir e de quem nos ampara nas noites gélidas.
Mas mais uma vez fiquei pelas promessas.
Ou melhor, desta vez a resposta foi mais
fria, que se infiltrou bem fundo. Parando por momentos as batidas de um coração
enrugado pelas emoções.
Foram seis meses esperando, sonhando,
acreditando. Numa resposta afirmativa.
Partilhei o meu desejo com varias pessoas,
que conheciam bem aquela casa.
Inicialmente, apresentei-me com alguém que
conseguiu que preenche-se o formulário, olhando aos préstimos oferecidos nessa
casa.
O primeiro passo estava dado e esperar era a
ansiedade que os dias não cessavam.
Como parado nada caia do céu, voltei lá e
procurei alguém que estava bem dentro das vagas que pudessem surgir e eu fosse
apontado como a pessoa adequada.
Ficou a promessa de que seria logo informado,
para ser dos primeiros a esgravatar pelo lugar.
E o tempo voava!
Já a raiar o desespero, “obriguei”, os meus
pais a arrastar os pés de uma longa vida e ofegantes, foram ter com uma pessoa
com conhecimentos que sobravam, para ser o primeiro a conseguir a colocação tão
almejada.
Ficaram na saborosa expectativa, de obter a
resposta logo no dia seguinte, onde pessoalmente essa pessoa que já figura nos
placards de cada rua. Prometeu dar, em primeira mão.
A resposta nunca chegou e pés ao caminho,
voltei a essa casa com mais uma pessoa.
Pessoa essa, que viveu lá toda a sua vida.
Oferecendo a sua sabedoria e nunca esperou nada em troca.
Finalmente pensei. Através desse alguém, que
iria obter algum (finalmente) feedback.
E num entusiasmo que fez
brotar um sorriso florido, ficou o prometido: “ande sempre com o telemóvel
consigo, porque será chamado para a entrevista obrigatória”.
Voltei alegre como um miúdo que
acaba de merecer a prenda tão desejada.
Mas o raio do tempo passava e
olhar para o telemóvel varias vezes ao dia era um stress impossível de afastar.
E o tempo voltou a voar e
passados dois meses, voltei novamente lá.
Desta vez só, sem sorrisos e
pouco otimismo!
Dito e feito!
- Bom dia menina lembra-se
de mim?
-Sim, é o senhor que veio
preencher o formulário….
- Sim, sim esse mesmo!
- Olhe, nada surgiu. E para
já nada existe. Um bom ano!
Estendeu-me a mão e voltou
ao seu lugar!
Seis meses onde tudo fiz,
para ao menos tentar uma simples entrevista.
Rodeei-me de pessoas
influentes. Umas, tudo fizeram para que ficasse bem perto de uma família que
acabou por se partir em dois.
Outros prometeram e nem uma
palavra para abafar a ansiedade.
Só me resta carregar
as malas, esperando uma longa caminhada.
Mas a maldita nostalgia, não deixa arrefecer
as saudades.
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