sábado, 9 de maio de 2020

A porta da Cabana


A noite espelha a saudade que sempre fica para trás, quando parto desvairado, para as montanhas sagradas.
Como se não bastasse, o mundo resolveu tossir em uníssono e parte dele engoliu o vírus. Deixando rastos de morte, em corpos escondidos em valas comuns, ou em funerais à porta fechada. Aferrolhando mais ainda, a esperança de poder ver e sentir o espelho da minha alma. Que se iam juntar, na minha cabana.
As montanhas iam presenciar o amor que ia cá repousar uns dias.
E iriam se abrir de par em par. Numa cratera infinita para no fim se fechar e almofadar o amor, que não podia pairar no ar.
Iriam dias depois, embelezar os canteiros calcorreados pelos humanos nas caminhadas relaxadas. De divinais flores, que soltariam o exilir do nosso amor, como o perfume para tonificar o resto das suas vidas.
Iria ser uma romaria de milhares de corações famintos, na procura das divinais flores. Para que os seus corações passassem a exigir um amor que lhes oferecessem a batida maravilhosa para toda a vida.
Do sonho à realidade foi um raio de ansiedade e num dia como já tantos passados aqui. Ele apareceu, batendo na porta da cabana!









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