sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Tanto em tão Pouco Tempo




Já calquei pastos verdejantes para lhe limpar as ervas daninhas.

Já afoguei as mãos em cabelos secos, oleosos e ansiosos para brilharem ao sabor de cada movimento.

Já dei luz a velas artísticas. Pretas, vermelhas, amarelos e lilás. Tantas cores para embelezar o lar.

Já percorri o Concelho em busca de conselhos para fugir ao marasmo de quatro paredes.

Já assisti às lamúrias desta vida a cada esquina que virasse, como se o mundo acabasse a qualquer instante.

Já conheci a incerteza da certeza, de que é preciso continuar com um sorriso para dar confiança ao destino.

Já recuperei algo que se escondia por trás da cortina que leva à porta de saída.

Já…… perdi a conta à conta que já paguei, dos anos que os chaparros davam bela sombra.

Tanto em tão pouco tempo, onde em tanto tempo tão pouco!

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