sexta-feira, 5 de novembro de 2010
O Gosto do Gomo da Laranja
Recupero do desgaste de uma caminhada onde dava uns passitos a ver no que ia dar, ainda a julgar que não era nada comigo e de um momento para o outro vi-me entre quatro paredes, autentico prisioneiro de mim mesmo.
O castanheiro é o mesmo mas deixou de dar castanhas como até agora e só caiem ouriços com o estômago vazio, ou então mostrando castanhitas que não vingaram.
Estou na direcção de uma mudança.
Aguarda-me muito caminho para desbravar, por entre cadeiras onde a água corre para os novos nestas andanças e espero poder saltar de umas para as outras, no desenrolar deste percurso, que agarra o final do dia e termina no primeiro sono de quem ainda consegue dormir como os anjos.
Aproximo-me de quem me andava um pouco arredado.
Pé ante pé vou ocupando o meu espaço, por entre palavras confortantes e gestos acolhedores.
Vivo já em vários mundos dentro do mesmo.
Conheço o reboliço de quem já tem nome na praça e domina a cidade com arte e perícia para o que nasceu. Estou lá como outsider, fazendo o que sei e aprendendo o que preciso forçosamente saber.
Conheço o cantinho das aparições, autentico bunker derretido, para fabricar a luz do fogo que embeleza qualquer canto por alguém que assim destinou.
Conheço a algazarra dos catraios, num mundo só deles, livres para já das constantes ameaças de recessão, mostrando aquele lado juvenil. Que trás constantemente as recordações dos meus tempos, onde as preocupações eram: que a noite logo desse lugar ao dia, porque tudo era brincadeira num universo de garotada com tão pouco mas, que terminava o dia tão cansado das traquinices ingénuas que nos deixavam doridos que só o sono profundo aliviava para ao abrir os olhos, encontrar o novo dia e o começo; do mesmo!
Conheço em tão pouco tempo aquilo que em muitos anos estava lá nos confins do imaginário.
Arre vida que dás sempre gomos para chupar, sejam doces ou azedos. É uma questão do lado para onde nos inclinamos e se escolhermos o lado da caminhada incessante. Seremos presenteados com o doce da esperança e da concretização.
Venham daí as laranjas!
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