Ao longo de meses, bem longe
de ti. Pediste-me beijos para afagar a nossa distância.
“Beija-me, Beija-me”! Soluçavas
como migalhas lançadas!
Beijos que se cruzavam com a
nossa adrenalina do momento, quando confessávamos os nossos desejos.
Por vezes ignorava-o. Por vezes tanto os
desejava.
Tão colados a mim, que entreabria os lábios para
os receber. No enorme espaço que me acolhia e ficava estático sem os sentir.
Por fim chegou o momento de nos encontrarmos.
Um momento tão aguardado
como os dias contados!
Senti logo, enorme vontade de te beijar!
Um sentimento já tão longínquo,
que já tinha perdido o sabor.
Forcei um beijo em público. Olha o meu
atrevimento, perante um local do teu acolhimento.
Forcei porque te olhei!
E um carinho espontâneo surgiu,
logo que os nossos olhos se cruzaram, ainda nem as bebidas, eram a pausa, para
por momentos despegar-nos.
Fizeste cara de “Olha o
atrevimento”.
E os minutos avançaram,
contigo a puxares conversa para acalmares as minhas preces.
E numa saída para um cigarro, trocamos três
beijos meio entupidos. Forçados por mim, contigo a olhar para se alguém
reparava.
Voltamos à mesa, ansioso por voltar ao
cigarro.
E ele surgiu no pátio do
bar.
Aí não houve tréguas. Entregamo-nos em beijos
chuchudos.
E as nossas línguas, cruzaram os nossos
sentimentos e beijamo-nos desta vez sem constrangimentos.
Se me lembro quem foi o primeiro
a voltar à mesa do bar?
Impossível!
Só descobri o brilho no teu
olhar e a sala a abarrotar!
Sinal de que era impensável voltar
ao pátio. Sem perder a mesa com pessoas ansiosas, por copiar o nosso momento.
E quem não beija no pátio, beija na mesa. Mesmo
com as pessoas encostadas às costas das nossas cadeiras.
Valeu o momento. Valeu o
nosso desejo. Valeu por fim a nossa entrega num carinho que
por vezes, era controverso.
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