sexta-feira, 6 de abril de 2018

No pátio do Bar



Ao longo de meses, bem longe de ti. Pediste-me beijos para afagar a nossa distância.
“Beija-me, Beija-me”! Soluçavas como migalhas lançadas!
Beijos que se cruzavam com a nossa adrenalina do momento, quando confessávamos os nossos desejos.
Por vezes ignorava-o. Por vezes tanto os desejava.
Tão colados a mim, que entreabria os lábios para os receber. No enorme espaço que me acolhia e ficava estático sem os sentir.
Por fim chegou o momento de nos encontrarmos.
Um momento tão aguardado como os dias contados!
Senti logo, enorme vontade de te beijar!
Um sentimento já tão longínquo, que já tinha perdido o sabor.
Forcei um beijo em público. Olha o meu atrevimento, perante um local do teu acolhimento.
Forcei porque te olhei!
E um carinho espontâneo surgiu, logo que os nossos olhos se cruzaram, ainda nem as bebidas, eram a pausa, para por momentos despegar-nos.
Fizeste cara de “Olha o atrevimento”.
E os minutos avançaram, contigo a puxares conversa para acalmares as minhas preces.
E numa saída para um cigarro, trocamos três beijos meio entupidos. Forçados por mim, contigo a olhar para se alguém reparava.
Voltamos à mesa, ansioso por voltar ao cigarro.
E ele surgiu no pátio do bar.
Aí não houve tréguas. Entregamo-nos em beijos chuchudos.
E as nossas línguas, cruzaram os nossos sentimentos e beijamo-nos desta vez sem constrangimentos.
Se me lembro quem foi o primeiro a voltar à mesa do bar?
Impossível!
Só descobri o brilho no teu olhar e a sala a abarrotar!
Sinal de que era impensável voltar ao pátio. Sem perder a mesa com pessoas ansiosas, por copiar o nosso momento.
E quem não beija no pátio, beija na mesa. Mesmo com as pessoas encostadas às costas das nossas cadeiras.
Valeu o momento. Valeu o nosso desejo. Valeu por fim a nossa entrega num carinho que por vezes, era controverso.

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