domingo, 8 de abril de 2018

Só o meu Cérebro



Caminhei, caminhei!
Bem junto ao trilho, que sigo as montanhas.
Enormes!
 Agora limpas, da neve imensa que lhes cobriu de branco, autênticas virgens imaculadas que verdade se diga, nunca amortalharam até hoje, nenhum humano nas suas entranhas.
Jurei que as ultrapassava, afinal estão estatísticas.
Acelerava o passo, mas de nada valia. Eram monstros acastanhados que formam muralhas, em redor das cidades que se acotovelam em seu redor. As montanhas são infinitas!
Rendi-me à evidência e procurei admirar a sua beleza.
Vejo trilhos sinuosos, surgindo ingremes até ao cimo.
Vejo um restaurante no seu peito, obra de homens destemidos que levam até ao meio do céu, a maravilha de muitos, usufruírem da beleza infinita.
E ironicamente pensei: Quando fizer anos, irei lá almoçar com quem poderá lá chegar!
São duas horas de carro pelas costas da montanha, em terra batida, com a certeza de ter, muito para que os seus olhos brilhem.
No regresso, caminhei junto ao rio.
Tanta paz, tanto silêncio.
Que sentia o coração, no batimento do meu sossego.
E logo eu, que vinha do desassossego!
Perto de casa, ainda fui colocar uma vela na capela que protege quem cá vive.
Acolhendo de portas abertas, quem por algum tempo cá permanece!
Foram duas horas, de sol primaveril. E os campos, a abrirem-se no verde, ainda juvenil.
Só o meu cérebro, vivia mais intenso, que este paraíso!

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