domingo, 22 de julho de 2018

O mercado da Fruta





 O tempo não estava para graças.
A chuva mesmo miudinha, ameaçava encharcar quem como eu, se aventurou pelo verde que me rodeia.
Mas como o desejo, não se mede pelo tempo, mas sim pela intensidade. Lá fui, ouvindo música e falando com os meus botões.
Transformei o meu passeio, num passeio pelo mercado da fruta.
Um mercado de estender a mão e colher o que a natureza oferece e os agricultores ainda agradecem. Que de tanta, até apodrece.
Que prazer sentir, o sabor puro da fruta. Só comparável,  quando miúdo e subia os muros para sossegar a barriguita.
Iniciei mesmo à porta de casa, pelas ameixas que dobram os ramos de tantas e tantas.
Uns duzentos metros, maçãs pequenas e tão saborosas.
Encarnadas, verdes, amarelas e malhadas.
Mais uns passos, arrotando como sinal de presença, assustando os galináceos. Pêras pequerruchas e graúdas.
Deixando está parte habitável, entrei mata dentro, caminhando pelo estreito com mão humana, para as caminhadas de meio mundo.
Já ia farto e com sinais estridentes de um estômago ardente. Dei com deliciosas amoras ali a desafiar-me.
Meu deus, à tanto tempo que não saboreava amoras, no seu habitat natural.
Dei um jeito ao estômago para dar espaço a tão belo fruto e: uma, duas......
Bem queria parar, mas elas surgiam do nada. Vistosas e gorduchas. Escuras e encarnadas.
Que farto-te!
Na volta, senti-me embriagado de tanto fruto.
Cantava, arrotava!
Com o caminhar, aliviava a pressão estomacal e sentia o gosto desta fruta, que de tanta. Nem as aves e os animais, conseguiam pôr fim.
Caiam e apodreciam ao redor de onde nasciam.



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