domingo, 11 de agosto de 2019

Encontrei-a


O calor leva-me num passo apressado para as águas frescas do lago.
A subida é acentuada.
Tenho que apertar os dedos dos pés, para que as havaianas não fiquem pelo caminho.
Já fui para lá com muita gente, que ocupam o verde e, nem espaço deixam para estender a toalha comprada recentemente.
Já também estive nas suas águas ao findar do dia, vindo do trabalho, praticamente sozinho.
E nesse momento onde me banhava nas águas profundas, com centenas de peixes seguindo o meu bater de braços. Descortinei uma sereia de água doce sentada no fim do lago.
No momento ainda pouco distinguia.
No momento a curiosidade de me aperceber que alguém se banhava nos baixios, deixou-me paralisado por segundos. E só com o engulir da água despertei para a realidade!
Nadei mais uns metros.
Esbofetei a água com bravura para mais rápido chegar ao vulto, que mais nítido se tornava.
E a uns metros dessa sombra que coloria a água esverdeada, vi a sereia encantada!
Sentei-me junto a ela e sem trocar palavras o espanto era gritante, começamos a jogar água um para o outro.
A água doce cobria os nossos rostos e os sorrisos ecoavam no silêncio da paisagem deslumbrante.
Limpamos a água dos rostos, cada um no do outro. E com os peixes de cabeça de fora encostamos os lábios um ao outro, sem nada podermos fazer para contrariar esse maravilhoso impulso.
A relva acolheu-nos num colchão almofadado e o nosso amor que nos atraiu para a beleza daquele lugar. Envolveu-nos num enlace divinal.
E o raio dos peixes saltaram água fora e isolaram a nossa redoma!

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