sexta-feira, 16 de agosto de 2019

O amarelo



Sentei-me na paragem do autocarro paredes meias com o sopé da porta.
Faltavam poucos minutos para chegar o bus amarelo.
Mas os minutos voaram e o amarelo faltava.
Deu tempo para pensar o momento e tentei escrever nas paredes da montanha, mesmo em frente ao meu rosto. Só a estrada dividia a minha mão pronta para escrevinhar o que me ia na alma.
Estiquei o meu braço, nada impedia a minha vontade e ultrapassando a estrada com as unhas bravas da labuta diária, desenhei a frase que me adornava o coração!
Estou de volta ao ninho!!
Era tão visível que se via a longa distância.
Olhei-a vários minutos e o amarelo não aparecia.
Hoje dia de ponte resolveu atrasar-se quem sabe de propósito.
Ofereceu-me o tempo, para desenhar o meu sentimento!
Por fim desisti e caminhei até à cidade, olhando constantemente para trás, até perder de vista a frase esculpida na rocha da montanha que protege o meu abrigo.
Horas mais tarde, depois de saborear as belezas da cidade. Voltei ao meu abrigo e não descansei enquanto não vi, a frase por mim esculpida.
Vou e volto. De novo vou e regresso!

Sem comentários: