A minha casa, é virada para uma bouça que
arde todos os anos!
Estender a roupa é numa corda com uma roldana.
Para apanhar o sol é uma tarefa ingrata. Quando
a roupa lá chega, o sol mudou para a esquerda.
As portas têm o tempo entranhado, como se de
verniz se tratasse.
As paredes revestem-se das cores
ultrapassadas e os candeeiros pesados para o meu lado.
Ainda resiste o relógio, num tique taque sem
parança e o dar as horas irritantes. Mas servem para estar a par das insónias.
Do outro lado, são só idosos à janela por que
já não podem andar.
Rua habitada por pessoas, que ainda garoto,
já olhava para elas como velhos curiosos.
Hoje cumprimento-os lembrando-me do esconder
a bola quando caía nos seus quintais e as queixinhas à mãe, para ela aquecer o
corpo franzino.
Descer ainda conseguem. Subir já não dá!
Só com o braço metido nuns e noutros, depois
da missa diária pedindo a Deus pelo filhos e netos e, pelos vizinhos incertos.
Aguardo ansioso pelo IMI, para ver o que isto
dá!
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