segunda-feira, 8 de agosto de 2016

E… Foda-se deixamos o País Arder





O país está a arder!
Nas florestas e bem perto das nossas casas.
Os pobres bombeiros, com o ardor do amor ao próximo inflamando os seus corações. Correm em todas as direcções para acudirem ao desespero das populações. Caindo em qualquer canto, levados pelo cansaço e muitas vezes dolorosamente pela morte, que nos trespassa o agradecimento pela sua causa.
O país arde: de desespero, angústia, de morte e incúria.
Como é possível após tantos anos, presenciar este drama a cada Verão. Onde todos aguardamos para descansar e bronzear o corpo e a alma. Assistirmos ao nosso país a arder de norte a sul. E passamos o ano a discutir alianças de socialistas e comunistas, com mais um partido mesclado de jovens actualizados em ideais impróprios para a grande maioria do nosso povo.
De viagens de governantes e políticos, a bordo de Falcões e foguetões. Para ver a bola e para reuniões que nunca nos trazem a verdadeira glória.
 De condecorações a desportistas que não fazem mais do que abraçar o seu sonho e o martirizar em vitórias.
E… Foda-se, deixamos o País arder!
Derramando lágrimas, enquanto vemos casas devastadas e bombeiros estendidos derreados num qualquer terraço. E algum tempo depois, andamos com os governantes ao colo, pedindo esmola que só vão cair em meia dúzia de sacolas.
Tristeza para mim que vou regressar e já o faço há alguns anos. Assistindo após ultrapassar a fronteira que me devia levar aos abraços. A uma paisagem devastada, que me entristece nos cento e tal quilómetros finais de uma viagem, onde saio de um país que nem um fogo tem há vários anos.
Entro noutro, colorido de verde onde floresce a esperança.
Continuo noutro, onde os terroristas matam e logo corremos a pintar a nossa foto de pesar e nem imaginamos que os temos bem perto do nosso pinhal.
Como podemos temer terroristas,
Quando temos compatriotas com esse destino!
E termino neste quintal carbonizado à beira-mar. Que não é mais do que terra queimada, pelos marginais a soldo de interesses ancestrais.
E Barcelos volta a ser um mar de fogo com o oceano ali tão perto!

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