Numa semana deixei de ver o céu e estou a ser
empurrado para o inferno!
Domingo. Recebi a notícia que tenho de pagar
perto de mil e duzentos euros de IRS (vou matar aquela gente!).
Segunda-feira. As férias que deveriam
iniciar-se na quinta-feira, foram esticadas para sexta-feira. Mais um dia, ninguém
morreria!
Terça-feira. As férias deveriam ser de três semanas,
encurtaram para quinze dias. Que se há-de fazer, o cliente é que manda!
Quarta-feira. Cortaram a luz do apartamento!
Um erro de palmatória. Ainda deu para levar para a paródia e deitar cedo, que
já não havia memória.
Quinta-feira. Sem luz e, água fria para
refrescar a ansiedade das férias que pensamos estarem bem próximas. Passou-se
assim a última noite a sonhar de sorriso feito!
Sexta-feira. Ainda sem luz, tudo para o
contentor. Mas a certeza de finalmente partir, superava as contrariedades vividas.
Vinte e uma horas, entravamos na França sem
medo de terroristas, mas sem contar, que a viatura que nos levou durante quase cinco
meses, para o trabalho numa ida e volta de trezentos e noventa quilómetros. Não
resistiu e parou num canto da via rápida, já a noite escurecia o céu e a chuva
ensopava a pele.
Sábado. Passamos a noite no hotel esperando
pelo regresso rapidinho. Por isso fomos ali e logo voltamos. Ainda cientes, que
não tardava. Colocar as rodas no asfalto.
Sábado. Podíamos tirar algumas sonecas que só iríamos retomar a marcha pelas três da manhã.
Deu para ainda mandar umas balelas uns aos
outros e tentar ir para a cama cedo, porque cedo iríamos partir.
Ainda o domingo não tinha entrado neste
recanto francês, lá chegou a notícia de que só pelas nove horas é que desta vez, iríamos deixar este hotel que já aborrecia.
Domingo. Bem cedo nos levantamos para o
pequeno- almoço encher o estômago
O semblante já era de desgaste e poucas
palavras eram trocadas.
Mal sabíamos o que nos esperava!
Desta vez a avaria foi em quem nos vinha
buscar!
Serão só duas horas e logo arrancamos! Dizem
os mais conformados com a adversidade que nos acompanha.
Filhos da puta, chulos, maricas, cornudos…. Berram
os desesperados, já não aguentando o telemóvel, sempre a tocar a cada hora, da família
ansiosa e por vezes irritante.
Vou colocar o por do sol que me acompanhou
por momentos no inicio do dia de sexta-feira, pensando eu, que me oferecia a
beleza da certeza de chegar quando eu sabia!
Que mais irá acontecer!!
Sem comentários:
Enviar um comentário