domingo, 7 de agosto de 2016

É a busca de ser Feliz




Caminhei anos a fio, agarrado à preocupação paterna e acorrendo às ausências de quem lutava pelo conforto do lar. Saindo pela manhã e só regressando com o jantar a esfriar.
Corria de um lado para o outro, como uma barata tonta, acudindo à muda das fraldas e aos infantários com horários, para me instalar às horas, na fábrica do pão nosso de cada dia.
Uma rotina infindável, com solavancos pelo meio, que desestabilizavam o sossego tão necessário, para erguer uma família que se construiu, do nada.
Uma parte de uma vida querida, mesmo refugiado do mundo que corria, mais rápido do que a corrente dos rios.
Com o tempo passei a ser o elo mais fraco, quando a vida me pregou enorme partida e rebentei como a corda que sustentou, com tudo o que possuía, uma família.
Ficou essa enorme entrega, para continuar a esfrega, porque a vida não são dois dias.
Hoje, bem longe da cabana erigida. Continuo a caminhar pelas calçadas da vida.
Busco um conforto já longo, que me oferece momentos felizes, mas que infelizmente são interrompidos, pela necessidade de ganhar o sustento, para caminhar.
Quando volto, volto para esse conforto. Corro para os braços do afoito, que me fazem feliz por loucos dias e que me ajudam a superar meses infinitos.
É a busca de ser feliz, mesmo por instantes, que em muitos dias distantes, formam um escudo importante.
Só espero que me compreenda. E me ame mais uns anos, para por fim. Juntarmos os nossos desejos!

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