sábado, 13 de novembro de 2010
Lá se Foi a Nossa Independência.
Pertencemos a um bando de aves de rapina que a seu belo prazer decidem o nosso futuro.
Eles encapuçados em empresas de rating, decidem o nosso destino financeiro e como tal lançam-nos no abismo da penúria sem fim à vista.
Já não somos soberanos, dependemos da mão de quem gere o dinheiro que a Europa empresta.
Essa mão é agarrada como uma dádiva momentânea, mas com o passar do tempo transforma-se em tentáculos que nos apertam num sufoco angustiante sem libertação possível.
Caímos em saco roto como patinhos!
Elevamos a nossa força numa de heróis a relembrar os bravos conquistadores, mas amarrados aos fundos de milhões e milhões que nos eram descarregados bem encostados à nossa porta.
Em vez de criarmos os alicerces como suporte para o que hoje nos caí bem em frente de cada passo, não! Vivemos ao sabor dos bons milhões e toca a desbaratá-los em benesses para quem chegasse primeiro. E neste momento como chegou a altura do se esfumar os fundos e, como temos que nos agarrar ao que produzimos, mais a infeliz crise cíclica que atravessamos. Lá temos que dar mergulhos em piscinas com água rasa.
Uns dizem que chegou a hora do primeiro-ministro deixar o cargo porque o tempo de ser a vela do barco que rumava a bom porto, findou na travessia do canal da mancha.
Outros mais agarrados ao governo, pensam que uma coligação era a salvação e o suporte para fazer frente aos comilões financeiros.
Ainda outros querem o tiro e queda e começar de novo o que já não à ponta por onde se lhe pegue.
Venha o diabo e escolha pensamos nós, pobres pensadores, agarrados ás rezas de um Deus que não pode estar em todos lados.
Acreditar é a única coisa a dar o mote neste labirinto de encruzilhadas sem o fim à vista.
Muitos irão dar voltas e voltas com o inicio da caminhada a ser o fim de tantas encruzilhadas.
Os mais capazes irão encontrar a saída.
Os mais agarrados aos favores dos amigos irão também ter o seu espaço, sempre rodeado de mordomias para amigos que trocam favores como se assiste nos países do terceiro mundo e infelizmente como praga a alastrar.
Os que sobram:
Os infelizes, que passaram a vida a acreditarem na fé que move montanhas.
Nos desprotegidos fartos de fiar-se que hoje tenho que viver e gozar, já que amanhã posso morrer num acidente e hoje morrem aos poucos numa agonia silenciosa e deprimente.
Nos embrulhados nas ondas da desgraça social, que deixou de ter tetas para dar leite mesmo aos catraios que vieram ver o mundo sem lhes perguntarem se havia um lugar para eles montarem os seus sonhos e darem-lhes a tenda para descobrirem os ensinamentos da vida.
A todos esses, os senhores que medeiam a seu belo prazer os destinos das economias de países como o nosso, autênticos deuses omnipresentes. Já lhes fizeram a cama e engendraram-lhe os lençóis como cobrição de múmias embalsamadas, mas despejados em valas comuns, sem ao menos terem a tabuleta das suas existências cá na terra, onde nasceram no sítio errado, mas não à hora errada.
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1 comentário:
ó nuno, portugal foi sempre assim e vai ser sempre assim. a crise é como o tempo: uma invenção quase esquizofrénica. é como a gripe das aves e dos suínos. existe mais do que o que existe.
esta semana ouvi uma entrevista. uma não, várias. mas esta, talvez venha tenha mais a ver com o assunto: http://tsf.sapo.pt/Programas/programa.aspx?content_id=917512&audio_id=897024
e depois há sempre o manuel joão vieira: http://tsf.sapo.pt/Programas/programa.aspx?content_id=917512&audio_id=1684910
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