Necessitamos
de um toque, ou de um gesto que nos estremeça e nos acaricie o ego, para
acreditarmos em nós mesmos, principalmente vindo de quem nos é querido. Só
nesse ambiente é que elevamos o nosso poder e ele assim, sim. Brotará como um
lírio, mesmo que a Primavera ainda venha longe.
Realmente
é uma necessidade, porque não podemos viver sem o abrigo do aconchego
ternurento.
Do
encosto carinhoso, que aquece o coração, aumentando-lhe as batidas, numa
sensação de galopante batimento que quase o transporta para fora da membrana
que o protege.
Do
enlace infindável, que nos faz percorrer um arrepio electrizante dos pés à
cabeça numa bênção faiscante que petrifica por gloriosos momentos.
Esta
necessidade é a vida que nos mantém firmes para olharmos o dia nascer como um
canteiro de flores, que aos primeiros raios solares enchem de cores, os
caminhos que percorremos.
Faltando-nos
este bolo com a cereja no seu topo.
Falta-nos a alegria do sorriso estampado no
rosto, dando lugar à compressão dos maxilares e a um aspecto chuchado.
Falta-nos
a alegria do sono profundo que relaxa os músculos imensos, que proliferam pelo
corpo. Fazendo-nos caminhar sem cansar como penas levados por um simples sopro.
Falta-nos
a alegria de ideias frescas como alfaces colhidas de hortas caseiras. Que guiarão
o cérebro macio, ao encontro dos objectivos pretendidos para interiorizar as exigências
que nos exigem. A cada hora, a cada momento, vezes sem conta.
Realmente
é este sumo refrescante que nos faz acreditar. Que o castelo que construímos pedra
a pedra, umas mais pesadas do que outras. Mas que todas alinhadas deram um lar
robusto e unido como elos de aço. Não abra brechas, porque uma pedra deslocada
dará uma outra inclinada e nem com estacas se aguenta se não dermos as mãos numa
corrente de energia que nos mantém protegidos numa sincronização perfeita.
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