Estou a terminar uma formação que já leva meses a fio e levou-me o porquito de barro estilhaçado pela casa fora, onde guardava as economias e não eram assim tão poucas, com resultados ainda não muito visíveis.
Estagiei uns tempos para chegar a este momento e apresentar-me a júri nas melhores condições possíveis.
Foi um risco. Tudo é um risco nesta vida, que nos afasta as saídas profissionais a cada dia que passa e nos obriga a investir o que temos e muitas das vezes o que pedimos, para puxar para nós a oportunidade tão desejada.
Foi uma formação com altos e baixos, mais baixos do que altos. O que se reflecte agora na hora da verdade.
Adquiri conhecimentos para chegar ao fim e dizer que ultrapassei todos os obstáculos, mas, ainda me falta o suco pretendido para enfrentar o laranjal onde apostei na colheita dos frutos.
As portas abrem-se e fecham-se como as dos bares a lembrar o faroeste.
Abrem-se na curiosidade de observar a minha aprendizagem e fecham-se quando mais necessito de um empurrão para superar os muitos anos desempenhando uma tarefa e hoje, difícil em retomar algo de novo e iniciado do zero.
Houve alturas de desistir e enfiar-me no primeiro buraco que encontrasse.
Houve alturas de alegria em que consegui terminar um trabalho do inicio ao fim, mas logo no dia seguinte algo me bloqueava o passo e a angustia de me sentir inútil, obrigava-me a caminhar cabisbaixo.
Deram-me uma oportunidade, daquelas que só deviam aparecer quando já possuía mãos para toda a obra e como as mãos ficavam pelo caminho fiquei-me pelo tempo de estágio, a aguardar outra possibilidade.
Estão a rarear neste momento penoso para oportunidades.
Vou continuar a correr para lhes bater nos calcanhares e surgir a que me possa levar a que o objectivo proposto a quando da iniciação desta formação, se concretize. E me realize num projecto que passa por investir num projecto meu,
Está difícil para projectos, já que neste país os apoios são folhas brancas, onde nós preenchemos o cabeçalho com os nossos dados, consumimos as linhas seguintes com os pagamentos para o estado e outros mais. Mas quando a folha nos deixa duas linhas, é que realmente, verificamos que estivemos a trabalhar arduamente, para nos virem roubar o nosso sustento.
Tudo está difícil, mas desistir é morrer. Procurar aplicar o que aprendi é a tarefa que me proponho a defender, porque tenho conhecimentos para algumas áreas, seja bem perto de casa, seja onde Cristo demorou a chegar para pregar.
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